O mito do lobisomem é um dos temas bastante explorados pelo cinema de horror, e a criatura híbrida formada pela fusão de homem e lobo tornou-se um dos monstros populares do gênero, juntamente com a múmia, a criatura de Frankenstein, os vampiros, e outros. A quantidade de filmes sobre lobisomens é imensa, e logicamente temos exemplos significativos e memoráveis como o clássico “O Lobisomem” (The Wolf Man, 1941), produção da “Universal” em preto e branco com Lon Chaney Jr. no papel da fera, e Bela Lugosi como coadjuvante. Além também de termos muitos filmes ruins e irrelevantes, como é o caso da tranqueira “Werewolf – A Noite do Lobo” (Werewolf, 1996), produzido, escrito e dirigido pelo iraniano Tony Zarindast, lançado em DVD no Brasil pelo selo “Dark Side” da “Works Editora”, trazendo como material extra apenas uma pequena sinopse e breves biografias dos atores George Rivero e Richard Lynch. O filme é também conhecido pelo título original alternativo de “Arizona Werewolf”.
Uma equipe de arqueólogos formada pelo Dr. Noel (Richard Lynch, de “Necronomicon”, 93), o desequilibrado Yuri (o mexicano George Rivero, de “Rio Lobo”, 70), e a assistente Natalie Burke (a completa desconhecida Adrianna Miles), encontra no deserto do Arizona os restos de uma ossada misteriosa, que segundo os nativos navarros locais pertenceu a um “Skinwalker”, ou seja, um homem lobo. Conforme a lenda da região, “Yalloglanchie” é o nome dado a um feiticeiro que utilizava as peles de coiotes, ursos e lobos em rituais mágicos, assumindo o poder desses animais e matando as pessoas violentamente. Impressionados com a descoberta do fóssil e ávidos por fama e fortuna, os arqueólogos o recolhem para estudos numa sala de pesquisas de um museu na pequena cidade de “Flagstown”.
Enquanto isso, um jovem escritor e jornalista nas horas vagas, Paul Niles (o completo desconhecido Fred Cavalli), chega à cidade para se apossar da casa de sua falecida mãe, e conhece Natalie numa festa. Após uma atração mútua, tornam-se logo amigos, e Paul pede para ver os ossos da estranha criatura. Porém, ele é surpreendido por Yuri, que passa boa parte de seu tempo alcoolizado, e numa briga entre eles o escritor é ferido no ombro pela cabeça do fóssil, utilizada pelo arqueólogo como arma. A partir daí, Paul passa a enfrentar uma desconfortável transformação física em lobisomem durante as noites de lua cheia, vagando à procura de vítimas para saciar sua sede de sangue.
O filme é uma produção de baixo orçamento, um fato que por si só não significa necessariamente algo desabonador, pois existem muitos filmes feitos sem dinheiro que são ótimos. Porém, no caso de “Werewolf – A Noite do Lobo” a falta de recursos ajudou a tornar o filme mais desinteressante ainda, pois todas as cenas envolvendo lobisomens são patéticas, através de efeitos risíveis de transformação. Tem uma seqüência de perseguição da fera alcançando uma moça numa imensa poça de lama que provavelmente seria mais convincente se feita por um grupo de amigos com uma câmera na mão para filmar um vídeo caseiro. A história é bem óbvia e previsível, com diálogos ruins. A violência é apenas superficial, além das cenas de mortes serem banais. E sem querer ser muito exigente, é possível listar uma série de fatos que evidenciam a precariedade do roteiro e colaboram para tornar o filme menos convincente ainda.
Numa cena no hospital onde estava internado um índio, Tommy (Jules Desjarlais), que enfrentava uma transformação em lobisomem, surge uma enfermeira loira gostosa (interpretada por Lisa Frantz) com os cabelos longos em destaque, sendo que as enfermeiras não poderiam tratar dos pacientes com os cabelos soltos. Em outro momento, um guarda de segurança do museu (interpretado pelo próprio diretor Tony Zarindast), está dirigindo um carro em alta velocidade, transtornado pela transformação em lobisomem, e suas mãos balançam com tanta intensidade o volante do carro num ato impraticável na realidade, que apenas consegue enfatizar a inverosimilhança da cena. A casa do escritor Paul Niles não proporciona nenhuma privacidade ao seu proprietário, pois é incrível como várias pessoas entram em seu interior com a maior naturalidade, como se as portas estivessem sempre destrancadas. Aliás, a figura do administrador da casa Sam (R. C. Bates) é ridícula, sempre vestindo uniformes militares e portando um rifle, mais parecendo um lunático, e que na hora de se defrontar com um lobisomem de verdade, demonstrou sua fragilidade e ineficiência. A personagem Carrie (Heidi Bjorn) é uma jovem que estava cuidando dos assuntos imobiliários da casa antes da chegada de Paul, e numa determinada cena ela é surpreendida e atacada por um lobisomem na casa, caindo violentamente por uma escada e não sofrendo nenhum arranhão, ainda conseguindo se levantar e fugir como se nada tivesse acontecido. Várias mortes estranhas e misteriosas estavam ocorrendo na pequena cidade e não se percebia nenhuma atividade de investigação policial. E uma pergunta que ficou após o término do filme é qual seria o destino do arqueólogo chefe Dr. Noel, que desapareceu de cena próximo ao final, sendo que a resposta provável é que o roteirista simplesmente deve ter se esquecido dele.
“Werewolf – A Noite do Lobo” (Werewolf / Arizona Werewolf, Estados Unidos, 1996) # 340 – data: 01/10/05 – avaliação: 3 (de 0 a 10) – site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 04/01/06)
Uma equipe de arqueólogos formada pelo Dr. Noel (Richard Lynch, de “Necronomicon”, 93), o desequilibrado Yuri (o mexicano George Rivero, de “Rio Lobo”, 70), e a assistente Natalie Burke (a completa desconhecida Adrianna Miles), encontra no deserto do Arizona os restos de uma ossada misteriosa, que segundo os nativos navarros locais pertenceu a um “Skinwalker”, ou seja, um homem lobo. Conforme a lenda da região, “Yalloglanchie” é o nome dado a um feiticeiro que utilizava as peles de coiotes, ursos e lobos em rituais mágicos, assumindo o poder desses animais e matando as pessoas violentamente. Impressionados com a descoberta do fóssil e ávidos por fama e fortuna, os arqueólogos o recolhem para estudos numa sala de pesquisas de um museu na pequena cidade de “Flagstown”.
Enquanto isso, um jovem escritor e jornalista nas horas vagas, Paul Niles (o completo desconhecido Fred Cavalli), chega à cidade para se apossar da casa de sua falecida mãe, e conhece Natalie numa festa. Após uma atração mútua, tornam-se logo amigos, e Paul pede para ver os ossos da estranha criatura. Porém, ele é surpreendido por Yuri, que passa boa parte de seu tempo alcoolizado, e numa briga entre eles o escritor é ferido no ombro pela cabeça do fóssil, utilizada pelo arqueólogo como arma. A partir daí, Paul passa a enfrentar uma desconfortável transformação física em lobisomem durante as noites de lua cheia, vagando à procura de vítimas para saciar sua sede de sangue.
O filme é uma produção de baixo orçamento, um fato que por si só não significa necessariamente algo desabonador, pois existem muitos filmes feitos sem dinheiro que são ótimos. Porém, no caso de “Werewolf – A Noite do Lobo” a falta de recursos ajudou a tornar o filme mais desinteressante ainda, pois todas as cenas envolvendo lobisomens são patéticas, através de efeitos risíveis de transformação. Tem uma seqüência de perseguição da fera alcançando uma moça numa imensa poça de lama que provavelmente seria mais convincente se feita por um grupo de amigos com uma câmera na mão para filmar um vídeo caseiro. A história é bem óbvia e previsível, com diálogos ruins. A violência é apenas superficial, além das cenas de mortes serem banais. E sem querer ser muito exigente, é possível listar uma série de fatos que evidenciam a precariedade do roteiro e colaboram para tornar o filme menos convincente ainda.
Numa cena no hospital onde estava internado um índio, Tommy (Jules Desjarlais), que enfrentava uma transformação em lobisomem, surge uma enfermeira loira gostosa (interpretada por Lisa Frantz) com os cabelos longos em destaque, sendo que as enfermeiras não poderiam tratar dos pacientes com os cabelos soltos. Em outro momento, um guarda de segurança do museu (interpretado pelo próprio diretor Tony Zarindast), está dirigindo um carro em alta velocidade, transtornado pela transformação em lobisomem, e suas mãos balançam com tanta intensidade o volante do carro num ato impraticável na realidade, que apenas consegue enfatizar a inverosimilhança da cena. A casa do escritor Paul Niles não proporciona nenhuma privacidade ao seu proprietário, pois é incrível como várias pessoas entram em seu interior com a maior naturalidade, como se as portas estivessem sempre destrancadas. Aliás, a figura do administrador da casa Sam (R. C. Bates) é ridícula, sempre vestindo uniformes militares e portando um rifle, mais parecendo um lunático, e que na hora de se defrontar com um lobisomem de verdade, demonstrou sua fragilidade e ineficiência. A personagem Carrie (Heidi Bjorn) é uma jovem que estava cuidando dos assuntos imobiliários da casa antes da chegada de Paul, e numa determinada cena ela é surpreendida e atacada por um lobisomem na casa, caindo violentamente por uma escada e não sofrendo nenhum arranhão, ainda conseguindo se levantar e fugir como se nada tivesse acontecido. Várias mortes estranhas e misteriosas estavam ocorrendo na pequena cidade e não se percebia nenhuma atividade de investigação policial. E uma pergunta que ficou após o término do filme é qual seria o destino do arqueólogo chefe Dr. Noel, que desapareceu de cena próximo ao final, sendo que a resposta provável é que o roteirista simplesmente deve ter se esquecido dele.
“Werewolf – A Noite do Lobo” (Werewolf / Arizona Werewolf, Estados Unidos, 1996) # 340 – data: 01/10/05 – avaliação: 3 (de 0 a 10) – site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 04/01/06)