“Agora existe um novo nome para o terror”
O popular escritor Stephen King, autor de dezenas de livros de sucesso de horror, também é um dos que mais possui histórias adaptadas para o cinema. Ainda no início dos anos 80, um de seus primeiros trabalhos literários transformado em filme foi “Cujo” (Cujo, 1983), a partir de seu livro homônimo escrito dois anos antes, com direção de Lewis Teague, veterano cineasta nascido em 1938 e responsável por filmes como “Alligator – O Jacaré Gigante (80) e “Olho de Gato” (85), este também baseado na obra do “mestre do horror moderno”.
Cujo é o nome de um imenso cão da raça São Bernardo, aquele conhecido por suas características de resgate e salvamento de pessoas em regiões ermas, e com a imagem associada ao fato de levar um pequeno barril no pescoço. O cachorro é o animal de estimação de um garoto chamado Brett Camber (Billy Jayne), que vive num sítio nas proximidades de uma pequena cidade do interior no norte dos Estados Unidos, em Castle Rock, no Estado do Maine (local onde se passa a maioria das histórias de King). O garoto mora com sua mãe, Charity (Kaiulani Lee), uma mulher infeliz no casamento com Joe (Ed Lauter), um mecânico de automóveis egoísta que só está preocupado com seus interesses pessoais, deixando a família para segundo plano.
Ao perseguir um coelho pelo mato, Cujo acaba entrando com a cabeça numa caverna infestada de morcegos doentes, onde um deles morde seu nariz e lhe transmite a terrível raiva. Aos poucos, o anteriormente dócil cachorro vai se transformando num monstro assassino, com os olhos vermelhos, babas e gosmas escorrendo pela boca, e com o pêlo todo sujo e manchado de sangue, num aspecto extremamente ameaçador.
Enquanto isso, a ação volta-se paralelamente para uma família comum formada pelo casal Vic Trenton (Daniel Hugh Kelly), um publicitário bem sucedido mas que está enfrentando uma crise no trabalho, e pela bela Donna (Dee Wallace Stone), uma esposa adúltera que está tendo um romance com um marceneiro que presta serviços para a família, Steve Kemp (Christopher Stone). Eles ainda tem um filho pequeno, Tad (Danny Pintauro), que insiste em dizer que seu armário oculta um monstro imaginário.
Após a ocorrência de uma série de eventos coincidentes, a mãe e seu filho acabam tornando-se prisioneiros em seu próprio carro do raivoso cachorro, ávido por sentir o sabor de suas carnes na boca gosmenta. Os proprietários do sítio estão fora de casa, com Charity Camber indo visitar sua irmã com o filho Brett, e com Joe indo gastar o dinheiro ganho numa loteria numa viagem para Boston com o amigo Gary Pervier (Mills Watson), onde na verdade eles foram brutalmente atacados por Cujo antes de viajarem. Já Vic Trenton descobre a traição de sua esposa e decide fazer uma viagem de negócios, e Donna aproveita a oportunidade para levar seu carro com problemas mecânicos para o sítio de Joe, na intenção de consertá-lo.
A partir daí, o cachorro doente e assassino passa a ameaçar violentamente Donna e seu filho Tad, obrigados a ficarem presos em seu próprio carro quebrado, isolados num sítio distante e sem ninguém para socorrê-los, tendo ainda o agravante do menino sofrer de crises respiratórias que colocam ainda mais sua vida em risco, além do imenso cão tornar-se cada vez mais insano e agressivo com o passar do tempo e principalmente em reação ao barulho dos gritos de suas vítimas desesperadas.
Enfatizando a tagline promocional do filme, reproduzida no início desse texto, realmente “Cujo” faz por merecer seu nome associado ao terror, pois todas as cenas envolvendo sua participação como um cão assassino enlouquecido são de tirar o fôlego e causar pesadelos. Basta imaginar a terrível transformação de um animal de estimação inicialmente manso para uma criatura enraivecida e descontrolada, avançando mortalmente com os dentes afiados contra o pescoço de seus donos e todos que o cercam, passando de “o melhor amigo do Homem” para seu maior carrasco.
A longa sequência de claustrofobia em que uma mãe e seu filho estão presos dentro do próprio carro com pane mecânica, isolados e sem ter como fugir, sendo ferozmente vigiados o tempo inteiro e atacados por um cão que quer matá-los, é o grande destaque do filme, reservando ótimos momentos de tensão e suspense (aqueles em que o cão choca-se violentamente contra a porta do carro, na tentativa insana de entrar em seu interior, e arrebentando sua própria cabeça contra a superfície sólida do veículo são especialmente perturbadores).
As cenas de mortes são poucas, mas carregadas de intensa violência de um animal enfurecido rasgando a carne de suas vítimas. Com seu pêlo todo ensanguentado e sujo de lama, e sua boca expelindo fluídos gosmentos, sua aparência assustadora contribui significativamente para associá-lo à figura de uma monstruosa fera assassina.
“Cujo” foi lançado no mercado brasileiro de DVD no início de 2004, distribuído em bancas com preço popular, encartado na revista “DVD Collection” ano 2, número 15, da Editora “Van Blad”. O disco traz apenas o filme em formato de tela “Fullscreen” e legendas em português, sem nenhum material extra.
Seguem algumas curiosidades. Numa cena podemos ver o desenho animado “Scooby-Doo”, criado em 1969 pela dupla William Hanna e Joseph Barbera, sendo exibido na televisão para a audiência do garoto Tad. Outra curiosidade é que o filme teve locações nas cidades de Mendocino, Petaluma e Santa Rosa, no Estado da California, conforme informa os créditos de agradecimento dos produtores nos letreiros finais. A atriz Dee Wallace Stone, protagonista principal de “Cujo”, nasceu em 1949 e foi casada com Christopher Stone (que coincidentemente fez o papel de seu amante Steve no filme). Ela foi creditada sem o sobrenome Stone, e seu marido morreu em 1995, vítima de um ataque cardíaco. Sua filmografia é bastante significativa dentro do gênero fantástico, tendo atuado em filmes como “Quadrilha de Sádicos” (77), “Grito de Horror” (81), “E.T. – O Extraterrestre” (82), “A Hora das Criaturas” (86), “Popcorn” (91) e “Os Espíritos” (96). Já o veterano ator Ed Lauter, nascido em 1940, tem quase 120 filmes em seu currículo, e entre eles, “Tropas Estelares 2” (2004), continuação do sucesso do cinema em 1997 e lançado em DVD no Brasil, onde faz o papel de um general.
“Cujo” (Cujo, 1983) # 265 – data: 11/07/04 – avaliação: 7 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 06/01/06)
“Cujo” (Cujo, Estados Unidos, 1983). Duração: 91 minutos. Direção de Lewis Teague. Roteiro de Don Carlos Dunaway e Lauren Currier, a partir de história homônima de Stephen King. Produção de Daniel H. Blatt e Robert Singer. Fotografia de Jan de Bont. Música de Charles Bernstein. Edição de Neil Travis. Desenho de Produção de Guy J. Comtois. Efeitos Especiais de Rick Josephsen. Efeitos Visuais de Peter Knowlton. Elenco: Dee Wallace Stone (Donna Trenton), Danny Pintauro (Tad Trenton), Daniel Hugh Kelly (Vic Trenton), Christopher Stone (Steve Kemp), Ed Lauter (Joe Camber), Kaiulani Lee (Charity Camber), Billy Jayne (Brett Camber), Mills Watson (Gary Pervier), Sandy Ward, Arthur Rosenberg, Jerry Hardin, Merritt Olsen, Terry Donovan Smith, Robert Elross, Robert Behling, Clare Nono, Daniel N. Blatt.
O popular escritor Stephen King, autor de dezenas de livros de sucesso de horror, também é um dos que mais possui histórias adaptadas para o cinema. Ainda no início dos anos 80, um de seus primeiros trabalhos literários transformado em filme foi “Cujo” (Cujo, 1983), a partir de seu livro homônimo escrito dois anos antes, com direção de Lewis Teague, veterano cineasta nascido em 1938 e responsável por filmes como “Alligator – O Jacaré Gigante (80) e “Olho de Gato” (85), este também baseado na obra do “mestre do horror moderno”.
Cujo é o nome de um imenso cão da raça São Bernardo, aquele conhecido por suas características de resgate e salvamento de pessoas em regiões ermas, e com a imagem associada ao fato de levar um pequeno barril no pescoço. O cachorro é o animal de estimação de um garoto chamado Brett Camber (Billy Jayne), que vive num sítio nas proximidades de uma pequena cidade do interior no norte dos Estados Unidos, em Castle Rock, no Estado do Maine (local onde se passa a maioria das histórias de King). O garoto mora com sua mãe, Charity (Kaiulani Lee), uma mulher infeliz no casamento com Joe (Ed Lauter), um mecânico de automóveis egoísta que só está preocupado com seus interesses pessoais, deixando a família para segundo plano.
Ao perseguir um coelho pelo mato, Cujo acaba entrando com a cabeça numa caverna infestada de morcegos doentes, onde um deles morde seu nariz e lhe transmite a terrível raiva. Aos poucos, o anteriormente dócil cachorro vai se transformando num monstro assassino, com os olhos vermelhos, babas e gosmas escorrendo pela boca, e com o pêlo todo sujo e manchado de sangue, num aspecto extremamente ameaçador.
Enquanto isso, a ação volta-se paralelamente para uma família comum formada pelo casal Vic Trenton (Daniel Hugh Kelly), um publicitário bem sucedido mas que está enfrentando uma crise no trabalho, e pela bela Donna (Dee Wallace Stone), uma esposa adúltera que está tendo um romance com um marceneiro que presta serviços para a família, Steve Kemp (Christopher Stone). Eles ainda tem um filho pequeno, Tad (Danny Pintauro), que insiste em dizer que seu armário oculta um monstro imaginário.
Após a ocorrência de uma série de eventos coincidentes, a mãe e seu filho acabam tornando-se prisioneiros em seu próprio carro do raivoso cachorro, ávido por sentir o sabor de suas carnes na boca gosmenta. Os proprietários do sítio estão fora de casa, com Charity Camber indo visitar sua irmã com o filho Brett, e com Joe indo gastar o dinheiro ganho numa loteria numa viagem para Boston com o amigo Gary Pervier (Mills Watson), onde na verdade eles foram brutalmente atacados por Cujo antes de viajarem. Já Vic Trenton descobre a traição de sua esposa e decide fazer uma viagem de negócios, e Donna aproveita a oportunidade para levar seu carro com problemas mecânicos para o sítio de Joe, na intenção de consertá-lo.
A partir daí, o cachorro doente e assassino passa a ameaçar violentamente Donna e seu filho Tad, obrigados a ficarem presos em seu próprio carro quebrado, isolados num sítio distante e sem ninguém para socorrê-los, tendo ainda o agravante do menino sofrer de crises respiratórias que colocam ainda mais sua vida em risco, além do imenso cão tornar-se cada vez mais insano e agressivo com o passar do tempo e principalmente em reação ao barulho dos gritos de suas vítimas desesperadas.
Enfatizando a tagline promocional do filme, reproduzida no início desse texto, realmente “Cujo” faz por merecer seu nome associado ao terror, pois todas as cenas envolvendo sua participação como um cão assassino enlouquecido são de tirar o fôlego e causar pesadelos. Basta imaginar a terrível transformação de um animal de estimação inicialmente manso para uma criatura enraivecida e descontrolada, avançando mortalmente com os dentes afiados contra o pescoço de seus donos e todos que o cercam, passando de “o melhor amigo do Homem” para seu maior carrasco.
A longa sequência de claustrofobia em que uma mãe e seu filho estão presos dentro do próprio carro com pane mecânica, isolados e sem ter como fugir, sendo ferozmente vigiados o tempo inteiro e atacados por um cão que quer matá-los, é o grande destaque do filme, reservando ótimos momentos de tensão e suspense (aqueles em que o cão choca-se violentamente contra a porta do carro, na tentativa insana de entrar em seu interior, e arrebentando sua própria cabeça contra a superfície sólida do veículo são especialmente perturbadores).
As cenas de mortes são poucas, mas carregadas de intensa violência de um animal enfurecido rasgando a carne de suas vítimas. Com seu pêlo todo ensanguentado e sujo de lama, e sua boca expelindo fluídos gosmentos, sua aparência assustadora contribui significativamente para associá-lo à figura de uma monstruosa fera assassina.
“Cujo” foi lançado no mercado brasileiro de DVD no início de 2004, distribuído em bancas com preço popular, encartado na revista “DVD Collection” ano 2, número 15, da Editora “Van Blad”. O disco traz apenas o filme em formato de tela “Fullscreen” e legendas em português, sem nenhum material extra.
Seguem algumas curiosidades. Numa cena podemos ver o desenho animado “Scooby-Doo”, criado em 1969 pela dupla William Hanna e Joseph Barbera, sendo exibido na televisão para a audiência do garoto Tad. Outra curiosidade é que o filme teve locações nas cidades de Mendocino, Petaluma e Santa Rosa, no Estado da California, conforme informa os créditos de agradecimento dos produtores nos letreiros finais. A atriz Dee Wallace Stone, protagonista principal de “Cujo”, nasceu em 1949 e foi casada com Christopher Stone (que coincidentemente fez o papel de seu amante Steve no filme). Ela foi creditada sem o sobrenome Stone, e seu marido morreu em 1995, vítima de um ataque cardíaco. Sua filmografia é bastante significativa dentro do gênero fantástico, tendo atuado em filmes como “Quadrilha de Sádicos” (77), “Grito de Horror” (81), “E.T. – O Extraterrestre” (82), “A Hora das Criaturas” (86), “Popcorn” (91) e “Os Espíritos” (96). Já o veterano ator Ed Lauter, nascido em 1940, tem quase 120 filmes em seu currículo, e entre eles, “Tropas Estelares 2” (2004), continuação do sucesso do cinema em 1997 e lançado em DVD no Brasil, onde faz o papel de um general.
“Cujo” (Cujo, 1983) # 265 – data: 11/07/04 – avaliação: 7 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 06/01/06)
“Cujo” (Cujo, Estados Unidos, 1983). Duração: 91 minutos. Direção de Lewis Teague. Roteiro de Don Carlos Dunaway e Lauren Currier, a partir de história homônima de Stephen King. Produção de Daniel H. Blatt e Robert Singer. Fotografia de Jan de Bont. Música de Charles Bernstein. Edição de Neil Travis. Desenho de Produção de Guy J. Comtois. Efeitos Especiais de Rick Josephsen. Efeitos Visuais de Peter Knowlton. Elenco: Dee Wallace Stone (Donna Trenton), Danny Pintauro (Tad Trenton), Daniel Hugh Kelly (Vic Trenton), Christopher Stone (Steve Kemp), Ed Lauter (Joe Camber), Kaiulani Lee (Charity Camber), Billy Jayne (Brett Camber), Mills Watson (Gary Pervier), Sandy Ward, Arthur Rosenberg, Jerry Hardin, Merritt Olsen, Terry Donovan Smith, Robert Elross, Robert Behling, Clare Nono, Daniel N. Blatt.