Comentários curtos de cinema fantástico Parte 2 – (01 a 31/12/12)


Filmes abordados:

Abraham Lincoln vs. Zombies (Abraham Lincoln vs. Zombies, EUA, 2012)
Apartment 143 (Apartment 143 – Emergo, Espanha, 2011)
Armadilha (ATM, EUA / Canadá, 2012)
Claustrofobia (Claustrofobia, Holanda, 2011)
Corvo, O (The Raven, EUA / Hungria / Espanha, 2012)
Do Além (Beyond, EUA, 2012)
Exit Humanity (Exit Humanity, Canadá, 2011)
Enter Nowhere (Enter Nowhere, EUA, 2011)
Gigante Monstro Gila, O (The Giant Gila Monster, EUA, 1959)
Hard Rock Zombies (Hard Rock Zombies, EUA, 1985)
Hobbit – Uma Jornada Inesperada, O (The Hobbit – An Unexpected Journey, EUA / Nova Zelândia, 2012)
Hotel (Hotel, Alemanha / Áustria, 2004)
Livide (Livide, França, 2011)
Occupant (Occupant, EUA, 2011)
Pesadelo no Vale da Morte (Death Valley, EUA, 1982)
Q – A Serpente Alada (Q – The Winged Serpent, EUA, 1982)
Vila das Sombras (Le Village des Ombres, França, 2010)
Vingador, O (Hobo With a Shotgun, Canadá, 2011)


* “Abraham Lincoln vs. Zombies” (2012) – Tranqueira produzida pela “The Asylum”, estúdio especializado em copiar a ideia de filmes com apelo comercial e popular, lançando suas próprias versões logo em seguida. Esse filme, inspirado em “Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros”, apresenta o tão cultuado presidente dos Estados Unidos entre 1861 e 1865, partindo para o campo de batalha junto com um grupo de agentes especiais para retomar um forte controlado pelos confederados na guerra civil. Porém, o que eles realmente encontram e precisam enfrentar na verdade é um exército de zumbis formado por soldados e a população local, vítimas de uma misteriosa infecção. Roteiro ridículo com todos os mesmos e cansativos clichês de filmes de mortos-vivos, não acrescentando nada ao sub-gênero. Dispensável. (RR – 25/12/12)     

* “Apartment 143 (Apartment 143 – Emergo, 2011) – Mais um filme explorando o já exaustivo subgênero do “found footage”. Uma equipe com dois técnicos em equipamentos eletrônicos para captação de imagens e um cientista, é chamada para investigar a ocorrência de fenômenos não explicados no apartamento de uma família formada pelo pai, um filho pequeno e uma filha adolescente, cuja mãe morreu tragicamente num acidente de carro, e que parece não estar em paz, ainda rondando o local. História de fantasma com algumas boas cenas de tensão, mas de uma forma geral é exagerado e fantasioso demais. (RR – 01/12/12)     

* “Armadilha” (ATM, 2012) – Três jovens (dois rapazes e uma moça), que trabalham juntos, saem de uma festa de confraternização de final de ano, e param num ATM (local como é conhecido nos Estados Unidos e Canadá, com caixas eletrônicos para saque de dinheiro). Porém, no momento de saírem, são surpreendidos por um homem desconhecido e violento, que sem motivo aparente, os mantém sitiados, obrigando os jovens a lutarem por suas vidas. Interessante thriller com um maníaco fazendo um jogo de tortura psicológica com suas vítimas, com um clima constante de tensão, apesar de algumas situações inverossímeis. (RR – 21/12/12)     

* “Claustrofobia” (2011) – Uma bela jovem e ainda indecisa estudante de veterinária aluga um apartamento, não imaginando a imensa confusão que enfrentaria com o vizinho do andar de baixo, um também jovem médico, porém cheio de mistérios e atormentado por um grave trauma de infãncia relacionado ao título do filme. Interessante e divertido thriller holandês, e apesar de algumas situações inverossímeis, entre elas a incrível incompetência da polícia local, consegue manter o clima de tensão. (RR – 28/12/12)     

* “Corvo, O” (The Raven, 2012) – História ambientada na cidade americana de Baltimore em meados do século XIX, onde um “serial killer” está cometendo violentos assassinatos inspirados em poemas do hoje cultuado escritor Edgar Allan Poe. E o próprio Poe (John Cusack), que aprecia bebidas alcoólicas, é intimado pela polícia local, através do Detetive Fields (Luke Evans), a auxiliar nas investigações na captura do psicopata, principalmente depois que a namorada do escritor, Emily Hamilton (Alice Eve), foi sequestrada. Com um roteiro especulando os últimos e misteriosos dias na vida real de Poe, o filme não consegue evitar algumas situações exageradas nas ações sempre bem sucedidas do assassino, esbarrando nos velhos clichês que costumam desgastar o estilo. (RR – 24/12/12)     

* “Do Além” (Beyond, 2012) – Um detetive prestes a se aposentar, especializado em localizar crianças sequestradas, recebe uma última missão: desvendar o mistério e encontrar uma menina de sete anos, sobrinha de seu chefe na polícia, e filha de um casal em crise conjugal. Para isso, ele recebe a ajuda de um jovem vidente e sensitivo, que afirma receber sinais da criança desaparecida. Thriller típico da tediosa sessão “Super Cine” da TV Globo, com uma história clichê e desfecho comum e previsível. A única coisa que se salva é a presença do veterano ator Jon Voight (que faz o detetive), mais em respeito a sua bem sucedida carreira do que propriamente pelo papel nesse filme dispensável. (RR – 29/12/12)     

* “Enter Nowhere” (Enter Nowhere, 2011) – Thriller com elementos de horror e ficção científica. Três pessoas (um homem e duas mulheres) se encontram aleatoriamente numa misteriosa cabana no meio de uma floresta com noites geladas. Tentando inicialmente sobreviver ao frio e fome, aos poucos vão se conhecendo e descobrindo revelações surpreendentes sobre suas vidas e o motivo de se encontrarem, principalmente após surgir mais outro personagem igualmente misterioso na trama, um soldado alemão da Segunda Guerra Mundial. Um roteiro interessante que prende a atenção do espectador, ávido pela revelação dos acontecimentos. (RR – 16/12/12)     

* “Exit Humanity” (2011) – Outro filme situado no desgastado subgênero dos zumbis, dessa vez com produção canadense e história ambientada no século 19, mais precisamente durante a guerra civil americana, no Estado do Tennessee.  Um homem está no campo de batalha e além do inimigo de guerra, tem que enfrentar também mortos-vivos que se alimentam de carne humana e somente são abatidos definitivamente com ferimentos na cabeça. Ele perde sua família, esposa e filho de 11 anos, vítimas dos zumbis, e em sua trajetória em meio ao caos, encontra outras pessoas não infectadas com quem estabelece um vínculo de amizade, e também militares paranóicos com comportamentos piores que os mortos. Mais do mesmo, perdido na infinidade de produções similares, com todos os clichês já largamente explorados, mudando apenas a ambientação, num filme lento e longo demais (quase duas horas). (RR – 31/12/12)     

* “Gigante Monstro Gila, O” (The Giant Gila Monster, 1959) – Bagaceira incrivelmente ruim, produzida nos saudosos anos 50 do século passado. Numa pequena cidade do interior do Estado americano do Texas, uma série de misteriosos desaparecimentos de pessoas e acidentes rodoviários intriga a polícia, e as evidências sugerem ser obra de ataques de um lagarto gigantesco. O xerife Jeff (Fred Graham), auxiliado pelo jovem Chase Winstead (Don Sullivan), um mecânico influente entre os adolescentes locais, partem para a investigação e confronto com o monstro. De tão ruim até diverte, com um roteiro banal e exageradamente inocente. O lagarto é real, filmado andando entre maquetes, simulando um tamanho descomunal (efeito também utilizado em outras produções como “Viagem ao Centro da Terra”, 1959, e “O Mundo Perdido”, 1960). Lançado em DVD no Brasil pela “FlashStar” em sua “Classic Colection”, com o original em PB e também a versão colorizada digitalmente. (RR – 02/12/12)     

* “Hard Rock Zombies” (1985) – Mistura de comédia e musical com elementos de horror, escrita e dirigida por um indiano chamado Krishna Sha. Uma banda de hard rock está a caminho de uma pequena cidade para um show, porém são mal recebidos pela estranha população local, que prepara um boicote. Depois de mortos por eles, a banda retorna como zumbis para salvar uma jovem garota por quem o vocalista se apaixonou. Sou um apreciador declarado de filmes bagaceiros, mas existem exceções como essa tranqueira sonolenta e sem graça, com atuações péssimas. Foi uma verdadeira tortura aguentar os 98 minutos de uma história ridícula misturando lobisomem, zumbis, anões, nazistas (até o próprio Hitler aparece), etc... Totalmente dispensável, é um daqueles filmes que contribuem para depreciar o gênero. (RR – 31/12/12)     

* “Hobbit – Uma Jornada Inesperada, O” (The Hobbit – An Unexpected Journey, 2012) – O cineasta Peter Jackson retorna ao universo sombrio do escritor J. R. R. Tolkien, após a fantástica trilogia “O Senhor dos Anéis”, produzida entre 2001 e 2003. Dessa vez, ele inicia uma nova trilogia, inspirada no livro “The Hobbit”. O mago Gandalf (Ian McKellen) convoca o pacífico hobbit Bilbo Baggins (Martin Freeman) para fazer parte de uma incrível aventura junto com um grupo de treze anões, liderados pelo guerreiro Thorin (Richard Armitage). Eles partem para uma missão extremamente perigosa: retomar seu antigo lar Erebor, localizado numa montanha rica em ouro, que pertence agora ao imenso e terrível dragão Smaug. No caminho, eles enfrentam a morte o tempo inteiro, combatendo trolls, wargs, orcs e goblins. Ambientado antes de “O Senhor dos Anéis”, o filme é simplesmente fantástico, com três horas de puro cinema de entretenimento, numa história recheada de elementos de horror e fantasia sombria. Altamente recomendável. (RR – 23/12/12)     

* “Hotel” (2004) – Desconhecido e estranho filme europeu (co-produção entre Alemanha e Áustria), misturando elementos de drama e horror sutil. A ação se passa num hotel localizado em alguma região inóspita, cercada por bosques, onde uma jovem chega para trabalhar, e precisa enfrentar um mistério envolvendo o desaparecimento da colega anterior que estava em seu posto de trabalho. Exageradamente lento, é um convite ao sono, com tentativas sem sucesso de criação de uma atmosfera sombria, mas passando longe de qualquer tipo de sentimento ligado ao horror. (RR – 09/12/12)     

* “Livide” (2011) – Dirigido pelos mesmos cineastas Alexandre Bustillo e Julien Maury, responsáveis por “A Invasora” (2007), um dos grandes filmes do cinema de horror extremo francês. Porém, agora eles deixaram de lado a violência gráfica e partiram para uma história mais psicológica, com menos sangue. Uma jovem começa a trabalhar de ajudante de enfermagem, acompanhada de uma enfermeira mais experiente, visitando idosos que precisam de cuidados. Nessas visitas, ela recebe a informação sobre uma velha em estado vegetativo, que aguarda a morte numa mansão misteriosa próxima de um pântano, e que existe uma lenda sobre um tesouro escondido na imensa casa. Mais tarde, a jovem aprendiz e dois amigos decidem invadir o local à noite para procurar o tesouro, mas encontram coisa pior. A dupla de cineastas procurou mudar o rumo de seu filme anterior, apostando numa história mais sutil, mas o resultado não agradou totalmente, esbarrando num roteiro confuso. Mesmo assim, vale conhecer devido alguns bons momentos de tensão e mistério. (RR – 28/12/12)     

* “Occupant” (2011) – Um jovem é chamado para reconhecer o corpo da avó falecida, que vivia sozinha como inquilina num enorme apartamento em Nova Iorque. Ele é persuadido pelo porteiro do prédio e por um advogado a tentar manter o contrato de aluguel com um preço muito inferior ao de mercado, se apossando do apartamento da avó. Para isso, ele teria que ficar preso no interior do imóvel por doze dias, até o despacho da documentação que iria legalizar a transação. Mas os dias passam, tornando sua permanência um grande desafio. Thriller claustrofóbico com elementos de insanidade e mistério que até conseguem prender a atenção do espectador, sem muita exigência. (RR – 22/12/12)     

* “Pesadelo no Vale da Morte” (Death Valley, 1982) – Uma mulher divorciada, Sally (Catherine Hicks), e seu filho pequeno de 11 anos, Billy (Peter Billingsley) saem da agitada New York para o deserto da California (conhecido como o “Vale da Morte” do título), para passar as férias. Lá, eles são recebidos por um antigo namorado da mulher, Mike (Paul Le Mat). Porém, um assassino em série, conhecido por cortar a garganta de suas vítimas com uma faca, está em atividade no local, e passa a ameaçar a família recém chegada. Slasher oitentista meio desconhecido, produzido num período fértil desse sub-gênero, mas ficando à sombra de outros filmes mais badalados como os das franquias “Sexta-Feira 13” e “Halloween”. E a história não empolga, com poucas e discretas mortes e muitos clichês. (RR – 30/12/12)     

* “Q – A Serpente Alada” (Q – The Serpent Winged, EUA, 1982) – Direção e roteiro de Larry Cohen (o mesmo da trilogia “Nasce um Monstro” e outras pérolas como “A Coisa”, de 1985), e com um elenco formado por Michael Moriarty e David Carradine. Em plena cidade de New York, uma misteriosa criatura gigante voadora (chamada de “Q”, do título), está matando violentamente pessoas no alto de prédios. A polícia local, liderada por David Carradine, está investigando as ocorrências e checando evidências numa suposta conexão do monstro alado com uma série de assassinatos de uma seita de culto a um antigo deus azteca. Em paralelo, um pianista desempregado, interpretado por Michael Moriarty, é o único que descobre o ninho do monstro, e tenta obter lucro com essa valiosa informação. Homenagem aos cultuados filmes de monstros dos anos 50, tão divertido quanto eles, onde a serpente alada aparece pouco, em precários efeitos de “stop motion”, mas sempre garantindo o charme dessa produção de baixo orçamento e roubando as cenas. (RR – 31/12/12)     

* “Vila das Sombras” (Le Village des Ombres, 2010) – Um grupo de jovens dividido em dois carros está a caminho de um vilarejo chamado Ruiflec, para visitar os parentes de um deles. Após um evento misterioso ocorrido na estrada, eles encontram a vila de aspecto sinistro. Porém, a partir daí eles terão que lutar por suas vidas e contra uma entidade maligna que não pretende deixá-los ir embora. Thriller francês com elementos de mistério e horror psicológico, com uma ideia central até interessante, envolta numa atmosfera sombria constante, porém com uma narrativa exageradamente lenta em vários momentos, contribuindo para a dispersão da atenção. (RR – 26/12/12)

* “Vingador, O” (Hobo With a Shotgun, 2011) – Produção canadense inspirada num trailer “fake” de “Grindhouse” (2007), da mesma forma como ocorreu com “Machete”. Um homem velho e morador de rua (o ator holandês Rutger Hauer) chega numa pequena cidade dominada por um mafioso, cercada de violência e polícia corrupta. Depois de presenciar tanta criminalidade impune, ele decide se apossar de um potente rifle e fazer justiça com as próprias mãos. Com um roteiro ruim de auto-paródia e exageradamente violento, o filme é uma mistura de ação, comédia e elementos de horror, que vale quase que exclusivamente pela sempre marcante presença do veterano Rutger Hauer (de filmaços como “Blade Runner” e “A Morte Pede Carona”). (RR – 24/12/12)     

Comentários curtos de cinema fantástico - Parte 1 (18 a 25/11/12)


Altar do Diabo, O (The Dunwich Horror, EUA, 1970)
Caçador de Trolls, O (The Troll Hunter, Noruega, 2010)
Cão Branco (White Dog, EUA, 1982)
Criaturas das Profundezas (Humanoids From the Deep, EUA, 1980)
Hellraiser: Revelations (EUA, 2010)
Hora do Espanto, A (Fright Night, EUA, 2011)
Maldição de Samantha, A (Deadly Friend, EUA, 1986)
Piranha 2 (Piranha 3DD, EUA, 2012)
Presas, As (Proie, França, 2010)



* “Altar do Diabo, O” (The Dunwich Horror, 1970) – História de H. P. Lovecraft filmada pela “American International”, com produção executiva de Roger Corman, e elenco liderado pelos então jovens Dean Stockwell e Sandra Dee, além dos veteranos Ed Begley e Sam Jaffe. Um jovem ocultista tenta, através dos ensinamentos do poderoso livro “Necronomicon”, e com o sacríficio de uma bela e jovem mulher, abrir um portal que permitiria a entrada dos “Antigos”, uma raça ancestral que habitava nosso planeta em tempos imemoriais, destruindo a raça humana. Diversão razoável num filme de horror insinuado e com uma atmosfera sinistra constante, faltando talvez uma exploração maior das criaturas indizíveis de Lovecraft. Teve uma nova versão em 2009 da produtora “Nu Image”, com Jeffrey Combs e novamente Dean Stockwell, em outro papel, lançada em DVD no Brasil pela “Focus Filmes” como “Bruxas”. (RR – 25/11/12)     

* “Caçador de Trolls, O” (The Troll Hunter, 2010) – Filme norueguês situado no subgênero “Mockumentary” e “Found Footage”, que apesar de já desgastado, ainda pode render boas histórias. Aqui, é explorada a lenda dos trolls, perigosas criaturas que vivem nas florestas, e que são perseguidas por um experiente caçador caso interfiram no mundo dos humanos. O caçador, por sua vez, é acompanhado por um grupo de jovens cineastas que estão produzindo um documentário sobre o assunto. Bons efeitos especiais e momentos interessantes de tensão e perseguições. (RR – 18/11/12)     

* “Cão Branco” (White Dog, 1982) – Ótima crítica social aos racistas que treinam cães para atacar mortalmente pessoas negras. Escrito e dirigido por Samuel Fuller, o filme prende a atenção o tempo todo, onde acompanhamos a tentativa de um treinador em socializar novamente um cão assassino. Curiosidade: é inevitavelmente engraçado vermos a ira do dono de uma empresa que treina animais selvagens para participarem de filmes, contra um poster do robô R2D2 de “Star Wars”, que estaria atrapalhando seus negócios. (RR – 18/11/12)     

* “Criaturas das Profundezas” (Humanoids From the Deep, 1980) – Monstros marinhos humanóides passam a atacar uma pequena vila de pescadores. As criaturas foram geradas após peixes primitivos se alimentarem de salmões contaminados com um hormônio de crescimento criado em laboratório por uma empresa interessada em investir na região. Sangue e mutilações em doses razoáveis, e algumas cenas de mulheres peladas, num filme mediano produzido por Roger Corman, mas que garante uma boa diversão. Os veteranos Vic Morrow e Doug McClure lideram o elenco. Teve uma refilmagem em 1996, também produzida por Corman. (RR – 20/11/12)

* “Hellraiser: Revelations” (2010) – “Hellraiser” é “Pinhead” e “Pinhead” é o ator “Doug Bradley”. Somado ao roteiro péssimo e filmado às pressas, temos o fato de que não é possivel admitir um filme desse universo ficcional sem Bradley, ou seja, o novo Pinhead está patético interpretado por um ator que nem o nome vale a pena citar. Só para fãs da franquia. (RR – 18/11/12)

* “Hora do Espanto, A” (Fright Night, 2011) – Além desse remake ser muito ruim, não poderei deixar de mencionar o quanto ridículo ficou o personagem Peter Vincent (também não irei citar o nome do ator), que no original de 1985 ficou nas mãos competentes do saudoso Roddy McDowall. Dispensável. (RR – 18/11/12)     

* “Maldição de Samantha, A” (Deadly Friend, 1986) – Da época divertida do diretor Wes Craven, tive o privilégio de ver esse filme nos cinema em meados da saudosa década de 80 do século passado. É apenas mediano, mas diverte numa história de um robô que depois de ser destruído por disparos de um rifle, tem seu cérebro eletrônico transferido para o corpo de uma bela jovem morta num acidente doméstico. A memorável cena da bola de basquete estourando a cabeça de uma velha irritante é clássica. (RR – 18/11/12)

* “Piranha 2 (Piranha 3DD, 2012) – Sequencia de “Piranha” (2010). Apesar de ter sido produzido intencionalmente para não ser levado a sério, o filme é ruim demais. Piranhas assassinas sedentas pelo sangue e famintas pela carne de banhistas, retornam para atacar um parque aquático, invadindo o local pelas tubulações externas. Muito sangue e corpos dilacerados num roteiro ridículo com péssimos elementos de humor. Completamente patético, dá pena ver os veteranos Gary Busey, Christopher Lloyd e David Hasselhorff participarem de uma pocaria dessas, mesmo fazendo paródias de si mesmos. (RR – 20/11/12)

* “Presas, As” (Proie, 2010) – Mais um bom filme do moderno cinema de horror francês, com um roteiro tenso com crítica à destruição do meio ambiente com a contaminação química de uma floresta por uma usina comandada de forma inescrupulosa pelo Homem. Tem boas cenas sangrentas de ataques de javalis enfurecidos. Recomendável. (RR – 18/11/12)

Balada Para Satã (The Mephisto Waltz, EUA, 1971)



Nada tenho que não venha de ti, meu mestre, meu príncipe bem amado, meu pai demônio. Não terei outros deuses diante de ti, e devo tudo ao demônio, e ao espírito mal que és tu. Vem, vem, vem,... vem o antecessor, vem demônio, vem príncipe e pai, vem Deus, vem teu nome senhor, vem meu príncipe, vem, vem o antecessor, vem demônio, vem príncipe e pai, vem Deus, vem teu nome senhor, vem, não terei outros deuses diante de ti, e devo todos os dias ao demônio e ao espírito mal que és tu. Vem, vem, meu pai, meu mestre...
- Duncan Ely, à beira da morte.

Dentro do gênero horror, riquíssimo em ideias e estilos, um dos tipos de cinema que mais incomoda e interage com o público é inevitavelmente aquele inspirado em histórias satânicas. O horror aos demônios e tudo aquilo que envolve o Mal absoluto sempre afetou o ser humano, que historicamente é influenciado por crenças e religiões. E nada mais agressivo e repulsivo ao Homem do que o temido Diabo e sua imagem encarnada de tudo que é ruim, como o sofrimento, dor, doenças e morte.
Um dos maiores exemplos é o clássico O Exorcista (1973), de William Friedkin, com sua história de possessão demoníaca em uma pobre garota de apenas 12 anos, e que causou imenso choque e um impacto fulminante no ponto fraco do público: o próprio demônio encarnado na pele de uma inocente criança. Não houve um só espectador que não tenha se sentido atingido ou incomodado em cenas como a sangrenta masturbação da criança possuída com um crucifixo, ou os nojentos vômitos expelidos por ela na forma de jatos gosmentos de bílis esverdeadas.
Esse é o caso do também demoníaco, porém bem menos agressivo, Balada para Satã (1971), que investe no clima de horror psicológico, sem deixar contudo de envolver e incomodar o público.

(Atenção: o texto a seguir contém spoilers)
Um famoso pianista já idoso e doente terminal com câncer, Duncan Ely, interpretado por Curt Jurgens, faz um pacto com o demônio para voltar à vida no corpo de um jovem jornalista e também pianista sem sucesso chamado Myles Clarkson, interpretado por Alan Alda. O Sr. Duncan na verdade é um adorador do diabo e apaixonado por sua filha Roxanne, interpretada por Barbara Parkins, a ponto de proporcionar a morte de sua própria esposa através de um ataque violento de um cão negro e feroz da família (que lembra muito a fera de “Zoltan, o Cão Vampiro de Drácula”, 1977). Após conhecer e seduzir Myles, tornando-o amigo pessoal de sua família, o Sr. Duncan tem uma forte crise de leucemia e morre, onde num ritual satânico assume o corpo do jovem pianista, ajudado por sua filha Roxanne. A esposa de Myles, interpretada por Jacqueline Bisset, desconfiada dessa conspiração demoníaca, passa a ter terríveis pesadelos onde é envolvida pelos adoradores do diabo, que acabam matando sua filha para entregarem a alma à Satã, e cujas imagens de seus sonhos sempre acabavam tornando uma macabra realidade. Sabendo depois que seu marido agora na verdade está possuído pela alma do Sr. Duncan, ela torna-se perturbada pelos fatos diabólicos ao seu redor e acaba pactuando também com o demônio, suicidando-se numa banheira e num ritual diabólico transporta-se para o corpo de Roxanne, a filha e amante de Duncan, para ficar próxima ao corpo do marido.
Um filme muito interessante, sem a presença do característico final feliz, o que já o torna especial, pois os personagens são envolvidos numa trama demoníaca e onde o próprio Satã, oculto em seus subconscientes, é o mestre de cerimônias e senhor absoluto de suas almas, arrebanhando todos para sua legião macabra no inferno. No melhor estilo de thriller psicológico que lembra o clássico O Bebê de Rosemary (1968), de Roman Polanski, a história se desenvolve num clima gótico do mais puro horror sobrenatural, com altas doses de suspense e erotismo, graças às participações das lindíssimas Jacqueline Bisset e Barbara Parkins. A fotografia sombria e por vezes nublada e envolta numa densa atmosfera de ocultismo, enfatiza os momentos de medo, onde não há a violência explícita, e sim somente o horror sugerido e sufocante, acompanhado pela fantástica trilha sonora do mestre Jerry Goldsmith, responsável por acordes musicais que objetivam gelar a alma do espectador em meio ao crescente suspense.
É uma típica produção para a televisão, baseada na história The Mephisto Waltz, de Fred Mustard Stewart, produzida pelo mesmo criador de consagradas séries de TV dos anos 60, como Os Invasores e O Fugitivo, Quinn Martin, e dirigida por um especialista da telinha, Paul Wendkos, responsável por inúmeros episódios de Os Invasores e telefilmes como Fugitivos de Alcatraz (1987) e Nos Braços da Morte (1989). Os atores coadjuvantes participaram como convidados em diversas produções para a televisão como a presença de William Windom em Os Invasores e Bradford Dillman em Galeria do Terror, de Rod Serling (Dillman também teve participação importante no cinema como em A Fuga do Planeta dos Macacos - 1971). Alan Alda e Jacqueline Bisset são os astros maiores desse filme, os quais tiveram inúmeras participações em outras produções de Hollywood. Alda, entre outros, fez Crimes e Pecados (89), A Ilha Sinistra (83) e As Quatro Estações do Ano (81, nesse foi também o diretor e roteirista), e Bisset estrelou À Sombra do Vulcão (84), Assassinato no Expresso Oriente (74) e Cassino Royale (67).
Felizmente para os fãs do cinema de horror, ainda podemos acompanhar bons filmes despretensiosos como Balada para Satã, que foi lançado no Brasil na época do vídeo VHS e também depois em DVD (pela “Fox”). Podendo ser considerado um grande entretenimento, garantindo bons momentos de suspense, onde somos envolvidos em tramas demoníacas que inevitavelmente afetam a imparcialidade do espectador, convidando-o a participar da história.

“Balada Para Satã” (The Mephisto Waltz, 1971) – avaliação: 8,5 (de 0 a 10)
blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 09/12/05)

Balada Para Satã (The Mephisto Waltz, Estados Unidos, 1971). 20th Century Fox. Duração: 109 minutos. Lançado em vídeo VHS pela Abril Vídeo. Direção de Paul Wendkos. Produção de Quinn Martin. Roteiro de Ben Maddow, baseado em obra homônima de Fred Mustard Stewart. Fotografia de William W. Spencer. Direção de Arte de Richard Haman. Efeitos Especiais por The Howard A. Anderson Company. Música de Jerry Goldsmith. Piano por Jakob Gimpel. Com Alan Alda, Jacqueline Bisset, Curt Jurgens, Barbara Parkins, Bradford Dillman, William Windom, Kathleen Widdoes.

A Sentinela dos Malditos (The Sentinel, EUA, 1977)


Há Perigo em todo lugar. Há o Mal... o Mal está em todo lugar. Há Horror. Há Trevas. Mas vigiando, esperando, espreitando o Mal está a esperança.” – reprodução parcial de narração em trailer de divulgação

Em 1977, o diretor Michael Winner (falecido em 21/01/2013 e responsável pelo cultuado “Desejo de Matar”, 1974) e o escritor Jeffrey Konvitz se uniram para produzir o filme “A Sentinela dos Malditos” (The Sentinel), que tem como maiores lembranças para os apreciadores do cinema de horror, a temática abordada de conspiração satânica, a exemplo de “O Bebê de Rosemary” (68), “O Exorcista” (73) e “A Profecia” (76), e pelo elenco excepcional, formado por tantos atores consagrados, conhecidos e cultuados que provavelmente nenhum outro filme do gênero tenha conseguido tamanha proeza. Dos experientes John Carradine, Martin Balsam, Arthur Kennedy e Eli Wallach, passando pelos não menos veteranos José Ferrer, Burgess Meredith e Ava Gardner, chegando aos mais jovens Chris Sarandon, Cristina Raines e Beverly D’Angelo, só para citar parte do elenco.

Alison Parker (Cristina Raines, de “Pesadelos Diabólicos”, 83) é uma bela modelo que namora o advogado Michael Lerman (Chris Sarandon, de “A Hora do Espanto”, 85 e “Brinquedo Assassino”, 88). Ambos tiveram problemas no passado, sendo que ela sobreviveu a uma tentativa de suicídio depois de flagrar o pai (Fred Stuthman) numa orgia com duas mulheres, e ele enfrentou o suposto suicídio da esposa, num caso obscuro ainda sendo acompanhado pelo detetive da polícia Gatz (Eli Wallach).
Eles vivem juntos, mas a modelo está procurando um apartamento mobiliado para morar sozinha. Encontrando uma oportunidade de aluguel num anúncio de jornal, Alison vai visitar um antigo prédio no Brooklyn, em New York, acompanhada pela corretora de imóveis Srta. Logan (Ava Gardner). Convencida pelo preço baixo, ela aluga o apartamento e conhece seus novos vizinhos, todos misteriosos e estranhos, liderados por Charles Chazen (Burgess Meredith). Outra peculiaridade do local é a presença constante de um sinistro padre cego, Francis Matthew Halloran (John Carradine), sempre estático na frente da janela do último andar. Entre os vizinhos “diabólicos” está o casal de lésbicas Gerde Engstrom (Sylvia Miles) e Sandra (Beverly D’Angelo), as irmãs Lilian (Jane Hoffman) e Emma Clotkin (Elaine Shore), Malcolm (Gary Allen) e sua esposa Rebecca Stinnett (Tresa Hughes), e a idosa Anna Clark (Kate Harrington).
A partir daí, Alison começa a enfrentar uma série de problemas de saúde, com vários desmaios, sendo constantemente assessorada pela amiga Jennifer (Deborah Raffin). Ela não consegue dormir à noite, toma remédios fortes, ouve ruídos no andar de cima, supostamente vazio, e tem visões assustadoras de seu passado trágico. O que a modelo não imaginaria é que seu destino já estaria determinado, sendo observada por uma irmandade católica secreta, liderada por um padre misterioso (José Ferrer) e pelo Monsenhor Franchino (Arthur Kennedy), e que ela estava sendo vítima de uma conspiração satânica para evitar a posse de uma nova “sentinela dos malditos”.

Através de mim você irá pela cidade da tristeza. Através de mim você irá pela dor, que é eterna. Através de mim você irá entre as pessoas perdidas. Abandone a esperança, todos que entrarem aqui.” – inscrição no portal de entrada do inferno

São muitos os destaques, e entre eles é interessante registrar a cena onde Alison é atormentada pelo fantasma do pai adúltero e promíscuo, e que morreu vítima de câncer. Ele está perseguindo-a e num momento de desespero e fúria, e ela desfere vários golpes de faca, acertando brutalmente seu olho e nariz. Tem ainda a sequência perturbadora onde ocorre um desfile de demônios e aberrações invocadas por Charles Chazen, para aterrorizar e enlouquecer Alison e influenciá-la a se suicidar, sendo na verdade aparições de pessoas deformadas na vida real, lembrando o filme “Monstros” (Freaks, 32), de Tod Browning. Aliás, o diretor Michael Winner enfrentou alguns problemas com reações negativas do público e críticos por causa da exposição dessas pessoas de forma pejorativa, qualificando-as como demônios deformados mesmo. Além de uma cena no mínimo inusitada, que certamente surpreende o espectador quando Sandra, a companheira lésbica de Gerde Engstrom, que não fala uma única palavra no filme, começa a se masturbar freneticamente na frente de Alison, quando ela estava fazendo uma simples visita para conhecer os novos vizinhos (sem dúvida, um momento ousado e corajoso do diretor, fugindo do convencional, e um ato merecedor de nossa admiração).

“A Sentinela dos Malditos” foi lançado em DVD no Brasil em 2003 pelo selo “Dark Side” da “Works Editora”, trazendo como material extra uma sinopse, as biografias dos atores Chris Sarandon e Cristina Raines, um trailer legendado em português de aproximadamente dois minutos e meio de duração, e uma galeria de fotos. E curiosamente, o filme também foi lançado em DVD em 17/08/05 pela “Ocean Pictures do Brasil” com o título “A Sentinela”, e sem extras disponíveis.

Entre as curiosidades, vale citar o periquito de estimação do demoníaco Charles Chazen, chamado Mortimer, e que segundo ele veio do “Brasil” (aliás, temos uma cena forte onde Alison presencia a gata Jezebel devorando brutalmente o passarinho). Outro fato interessante são as pequenas participações de então jovens atores que seriam populares mais tarde, com carreiras sólidas e rostos conhecidos como Jeff Goldblum, que fez o papel do fotógrafo Jack, e que seria o astro de “A Mosca” (86), “O Parque dos Dinossauros” (93) e “Independence Day” (96), além de Christopher Walken (“Os Anjos Rebeldes”, 94 e “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça”, 99), que foi o policial assistente Rizzo, e Tom Berenger (“Platoon”, 86 e “D-Tox”, 2002), que apareceu rapidamente na cena final, juntamente com a esposa Nana Visitor (da série de TV “Star Trek: Deep Space Nine”), sendo eles os futuros inquilinos do prédio onde o portal do inferno é secretamente mantido sob vigilância.

Para ti, teu caminho é dado e bem vigiado, para que neste lugar de felicidade nada relacionado ao Mal se aproxime ou entre.” – John Milton, em “Paraíso Perdido”

“A Sentinela dos Malditos” (The Sentinel, 1977) # 343 – data: 13/10/05 – avaliação: 9,0
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 23/11/05 e atualizado em 23/01/13)

A Sentinela dos Malditos (The Sentinel, Estados Unidos, 1977). Duração: 92 minutos. Direção de Michael Winner. Roteiro de Michael Winner e Jeffrey Konvitz, baseados em obra literária de Jeffrey Konvitz. Produção de Michael Winner e Jeffrey Konvitz. Música de Gil Melle. Fotografia de Richard C. Kratina. Edição de Bernard Gribble e Terry Rawlings. Desenho de Produção de Philip Rosenberg. Maquiagem de Bob Laden e Dick Smith. Elenco: Chris Sarandon (Michael Lerman), Cristina Raines (Alison Parker), Martin Balsam (Prof. Ruzinsky), John Carradine (Padre Francis Matthew Halloran), José Ferrer (Padre da Irmandade), Ava Gardner (Srta. Logan), Arthur Kennedy (Monsenhor Franchino), Burgess Meredith (Charles Chazen), Sylvia Miles (Gerde Engstrom), Deborah Raffin (Jennifer), Eli Wallach (Detetive Gatz), Christopher Walken (Detetive Rizzo), Beverly D’Angelo (Sandra), Jerry Orbach (Michael Dayton), Hank Garrett (James Brenner), Robert Jerringer (Hart), Nana Visitor (Moça no final), Tom Berenger (Moço no final), William Hichey (Perry), Gary Allen (Malcolm Stinnett), Tresa Hughes (Rebecca Stinnett), Kate Harrington (Anna Clark), Jane Hoffman (Lilian Clotkin), Elaine Shore (Emma Clotkin), Jeff Goldblum (Jack), Fred Stuthman (Sr. Parker).

Míssil Para a Lua / Terríveis Monstros da Lua (Missile to the Moon, EUA, 1958)



Um projeto científico mantido com investimentos privados tem por objetivo a construção de um foguete para viajar pelo espaço até a Lua. Projetado e construído pelo cientista Dirk Green (Michael Whalen), auxiliado por Steve Dayton (Richard Travis), o projeto do míssil recebe a interferência do governo americano, através do Coronel Wickers (Henry Hunter), que informa aos cientistas que tomará agora o controle das ações. Descontente com a imposição militar, Green planeja desobedecer e fugir com o foguete numa viagem para a Lua. Precisando de uma tripulação mínima, ele utiliza dois presidiários fugitivos, Gene Fennell (Tommy Cook) e Lon (Gary Clarke), que se escondem na nave, além de se juntarem ainda à equipe de forma involuntária, o companheiro Dayton e sua noiva June Saxton (Cathy Downs).
Após um acidente durante o trajeto com uma chuva de meteoritos, Green é atingido mortalmente por um objeto pesado na cabeça, restando aos outros membros a missão de seguir viagem até o destino final. Chegando na Lua, eles têm que lutar por suas vidas, enfrentando a ameaça de criaturas de pedra, passando por uma enorme aranha que vive numa caverna, até fugir dos mortais raios solares, procurando as sombras das montanhas. Além de encontrarem uma cidade habitada apenas por mulheres, lideradas por Lido (K. T. Stevens), que por sua vez tem seu posto hierárquico ameaçado pela gananciosa adversária Alpha (Nina Bara). Entre elas, temos também Lambda (Laurie Mitchell) e Zema (Marjorie Hellen, pseudônimo de Leslie Parrish), que simpatizam com os humanos recém chegados, revelando também que precisam de outro planeta para viver devido um problema com o oxigênio local que está acabando.
Míssil Para a Lua” (Missile to the Moon, 1958também é conhecido no Brasil com o título “Terríveis Monstros da Lua”, e é uma produção americana paupérrima em preto e branco, dirigida por Richard E. Cunha (1922 / 2005), o mesmo cineasta de tranqueiras como “Mulheres Demônio” (She Demons), “O Gigante do Outro Mundo” (Giant From the Unknown) e “A Filha de Frankenstein” (Frankenstein´s Daughter), todos de 1958, além do thriller “A Moça do Quarto 13” (Girl in Room 13, 1960), numa co-produção brasileira e locações em São Paulo.
O filme apresenta muitas similaridades na história com o anterior “Cat-Women of the Moon” (1953), de Arthur Hilton. Foi lançado em DVD no Brasil pela “FlashStar” em sua “Classic Collection”, trazendo o filme colorizado digitalmente (de onde ficamos sabendo que as belíssimas mulheres lunares são azuis), e tendo como material extra também o filme em sua versão original em preto e branco. Além do elenco inexpressivo e roteiro fuleiro, mostrando uma Lua habitada por monstros hilários e uma civilização exótica de mulheres, temos cenas repletas de efeitos bagaceiros, como o foguete tosco com uma cabine de controle cheia de alavancas, e principalmente a aranha gigante pendurada por fios “invisíveis”.
Enfim, diversão curta (apenas 78 minutos) e garantida para os apreciadores do cinema bagaceiro de ficção científica dos saudosos anos 50 do século passado.

Míssil Para a Lua” / "Terríveis Monstros da Lua" (Missile to the Moon, EUA, 1958) # 582 – data: 30/09/12
www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 30/09/12)

Projeto Dinossauro (The Dinosaur Project, Inglaterra, 2012)


Um dos subgêneros do cinema de horror conhecido como “mockumentary” (falso documentário) associado ao “found footage” (imagens gravadas em vídeo e posteriormente encontradas) é bem interessante. O precursor desse recurso é o filme italiano “Cannibal Holocaust” (1980), de Ruggero Deodato, e muitos anos depois, em 1999, a técnica foi redescoberta com “A Bruxa de Blair” (The Blair Witch Project), utilizando também um trabalho de marketing bem sucedido com a internet. Depois vieram uma infinidade de outros filmes explorando a ideia, alguns deles bem divertidos e outros ruins e desnecessários, com roteiros banais, desgastando bastante o estilo. O filme inglês “Projeto Dinossauro” (The Dinosaur Project, 2012), que entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 07/09/12, pertence ao grupo dos ruins dentro desse subgênero.

Uma expedição de exploradores é liderada por Jonathan Marchant (Richard Dillane) e formada por seu assistente Charlie Rutherford (Peter Brooke), a bióloga Dra. Liz Draper (Natasha Loring), além de um cinegrafista, um sonoplasta, uma guia africana e um piloto de helicóptero. Eles partem para uma região inóspita da África com o objetivo de filmar a tentativa de encontrar animais misteriosos (conforme lendas locais), que poderiam ter relação com os antigos dinossauros que habitavam o planeta. Somando-se ao grupo de forma clandestina, surge o adolescente Luke Marchant (Matt Kane), filho do líder, que entra no helicóptero sem permissão. A partir daí, a aeronave é atingida e derrubada por imensos pássaros estranhos, e o grupo em terra é obrigado a lutar pela sobrevivência ao encontrar animais perigosos supostamente extintos há milhões de anos atrás.  
(Atenção! Contém “spoilers”)
Alguns absurdos que tornam o filme exagerado, patético e inverossímil: a amizade do garoto nerd com o dinossauro criança, numa típica relação de dono com seu cachorrinho; a habilidade desse mesmo moleque com aparelhos eletrônicos de filmagens e comunicações, e o mais incrível é que essas tralhas funcionam perfeitamente no meio do nada, onde até dinossauros existem, e não quebram mesmo depois de uma queda de helicóptero, ataques violentos de dinossauros, acidente com canoa naufragada, correrias desenfreadas, etc.; o cinegrafista filmando o tempo todo, mesmo com a ameaça constante de morte na sua frente, tendo como ápice dessa insensatez, a filmagem do “pacífico” plessiosauro na maior tranquilidade, como se fosse apenas mais um bicho grande qualquer, e recebendo obviamente o ataque mortal de uma criatura desconhecida; a atitude estúpida e suicida de um dos membros da expedição em “vingar” o colega morto, partindo para o ataque contra dinossauros parecendo morcegos gigantes, munido apenas com equipamentos de sonoplastia; a mudança de comportamento radical do assistente invejoso do líder da expedição, tornando-se um totalmente improvável psicopata no meio daquela zona toda...
Enfim, “Projeto Dinossauro” é um filme ruim, diverte pouco, e só é recomendável para aqueles que, como eu, assistem de tudo, mesmo as porcarias...

“Projeto Dinossauro” (The Dinosaur Project, Inglaterra, 2012) # 581 – data: 16/09/12
www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 16/09/12)

Da Terra à Lua (Rocketship X-M, EUA, 1950)



Uma expedição formada por quatro homens e uma mulher tem por objetivo realizar a primeira viagem tripulada para a Lua, através de um sofisticado foguete do projeto secreto do governo americano chamado “X-M”. O grupo é liderado pelo físico Dr. Karl Eckstrom (John Emery), juntamente com o piloto Coronel Floyd Graham (Lloyd Bridges), o astrônomo navegador Harry Chamberlain (Hugh O´Brian), o engenheiro Major William Corrigan (Noah Beery Jr.), e pela bela química Dra. Lisa Van Horn (Osa Massen). Eles partem de uma base de testes, comandada pelo Dr. Ralph Fleming (Morris Ankrum), rumo à Lua, porém uma combinação de problemas e cálculos errados afetando a potência dos motores e a dosagem adequada do combustível desviou o foguete da rota planejada, indo em direção de Marte.
Lá chegando, eles se deparam com um planeta árido coberto por pedras e areia, e tem uma descoberta impressionante, encontrando restos de uma civilização outrora avançada, com as ruínas indicando destruição causada por uma explosão nuclear. Encontram também sobreviventes humanóides mutantes vivendo de forma primitiva, numa espécie de “idade da pedra”, com uma interessante crítica para a humanidade na Terra, servindo como um alerta para os perigos da era atômica (o filme é do período pós Segunda Guerra Mundial e da conturbada guerra fria entre EUA e a antiga União Soviética).   
Dirigido em 1950 por Kurt Neumann (de “A Mosca da Cabeça Branca”) e com fotografia em preto e branco, “Da Terra à Lua” (Rocketship X-M, 1950) teve o mérito de estratégia comercial de ter sido lançado poucos meses antes do mais famoso “Destino: Lua” (Destination Moon), uma produção colorida de George Pal, com um orçamento bem maior e efeitos especiais notáveis para a época.   
 Em “Rocketship X-M” temos toda aquela parafernália tecnológica de meados do século XX, onde prevaleciam os painéis de controle do foguete e na base de testes, com instrumentos bizarros e seus imensos mostradores analógicos, alavancas e botões para todos os lados. Devido ao orçamento reduzido e poucos recursos, o filme é curto (apenas 77 minutos) e as ações se passam na maioria no interior do foguete, durante a conturbada viagem espacial, e as descobertas em Marte são rápidas e pouco exploradas.
No elenco, temos Lloyd Bridges (1913 / 1998), um rosto conhecido com mais de 200 filmes na carreira, e participações em filmes importantes como o clássico western “Matar ou Morrer” (1952), com Gary Cooper. Ele é o pai dos também atores Beau Bridges e Jeff Bridges.

Da Terra à Lua” (Rocketship X-M, Estados Unidos, 1950) # 580 – data: 09/09/12
www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 09/09/12)

Oásis dos Zumbis (Oasis of the Zombies, França, 1982)



Um grupo de soldados alemães, durante a Segunda Guerra Mundial, está num comboio em alguma região do norte da África, atravessando o deserto rumo ao mar, carregando um tesouro em ouro avaliado em seis milhões de dólares. Porém, eles são atacados por soldados aliados liderados por um comandante americano (Javier Maiza). No conflito, todos morrem, exceto o comandante, que é resgatado por um sheik (Antonio Mayans), e se recupera dos ferimentos graças aos cuidados da bela filha do sheik, Aisha (Doris Regina). Eles se apaixonam e tem um filho, Robert Blabert (Manuel Gélin), que muitos anos depois está morando na Inglaterra como estudante. Após saber da morte do pai e da existência de um provável tesouro perdido num oásis no deserto, ele decide ir à África com três amigos, Ahmed (Miguel Ángel Aristu), Sylvie (Caroline Audret) e Ronald (Eric Saint-Just), em busca de aventuras e dinheiro fácil. Lá chegando, eles conhecem o Prof. Konrad Deniken (Albino Graziani) e sua bela assistente Erika (France Jordan), que estão trabalhando num documentário dos costumes locais. Todos acabam se encontrando no oásis amaldiçoado e são obrigados a lutar por suas vidas contra o ataque de zumbis protetores do tesouro perdido.
Mais uma tranqueira da “Eurociné”, “Oásis dos Zumbis” (Oasis of the Zombies, 1982) é dirigido e escrito pelo espanhol Jesus Franco, utilizando os pseudônimos de A. M. Frank e A. L. Mariaux, respectivamente.
É difícil dizer qual é pior, esse ou o anterior “O Lago dos Zumbis” (1981), com os mortos-vivos verdes de Jean Rollin e Jesus Franco. Parece que “Oásis dos Zumbis” é menos ruim, principalmente pelas maquiagens toscas, mas interessantes, dos mortos-vivos comedores de carne humana, que emitem ruídos parecendo porcos selvagens. Tem também algumas cenas bem filmadas como aquela em que os zumbis surgem no horizonte, do alto das dunas de areia, caminhando lentamente na direção de suas vítimas. Apesar dos atores péssimos, do roteiro fuleiro com uma enorme quantidade de situações absurdas, é possível percebermos uma tentativa de se fazer um filme com um clima sinistro de horror, com zumbis nazistas pútridos emergindo da areia e massacrando todos que invadem seu território por cobiça, protegendo um suposto tesouro em ouro.   
“Oásis dos Zumbis” foi lançado em 1982 na França, e no ano seguinte na Espanha com o título “La Tumba de los Muertos Vivientes”, com algumas pequenas alterações como a troca de atores nos papéis do caçador alemão de tesouros Kurt e sua esposa. Na versão francesa, eles foram interpretados por Henry Lambert e Myriam Landson, respectivamente, e na versão espanhola eles foram substituídos por Lina Romay (falecida em 15/02/12), a eterna musa de Jesus Franco, e Eduardo Fajardo, que foi o Coronel Kurt Meitzell.
A versão francesa foi lançada em DVD no Brasil pela “Vinny Filmes”, na coleção “Clássicos do Terror”, em Dezembro de 2011. Fazem parte dessa coleção outras pérolas do cinema bagaceiro da “Eurociné” como “O Lago dos Zumbis” e “A Queda da Casa de Usher”, entre outros, ambos também do início dos anos 80 do século passado.  

Oásis dos Zumbis” (Oasis of the Zombies, França, 1982) # 579 – data: 03/09/12
www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 04/09/12)

O Lago dos Zumbis (Zombie Lake / Le Lac des Morts Vivants, França / Espanha, 1981)



Durante a Segunda Guerra Mundial, alguns soldados alemães são surpreendidos e mortos numa emboscada feita por um grupo de resistência formado por moradores de uma pequena cidade francesa. Sem tempo para enterrar os corpos, eles são abandonados e jogados num lago. Alguns anos mais tarde, a cidade e seu prefeito (Howard Vernon) têm que enfrentar o mistério envolvendo brutais assassinatos que estão acontecendo na região, e a suposta ligação dessas ocorrências com zumbis que estão à espreita nas profundezas do lago.
Numa co-produção entre França e Espanha através da Eurociné, “O Lago dos Zumbis” (Zombie Lake / Le Lac des Morts Vivants, 1981) é dirigido pelo francês Jean Rollin (1938 / 2010), sob o pseudônimo de J. A. Laser, e escrito pelo espanhol Jesus Franco (creditado como A. L. Mariaux), em parceria com Julián Esteban. O filme é uma daquelas tranqueiras repletas de cenas absurdas, atores péssimos (exceto pelo veterano Howard Vernon, de “O Terrível Dr. Orloff” e “A Queda da Casa de Usher”, entre outros), efeitos fuleiros com maquiagens toscas, erros colossais de continuidade e excesso de furos no roteiro, numa história com ideia central até que interessante, mas muito mal explorada.
“O Lago dos Zumbis” é extremamente ruim, filmado às pressas e sem interesse em manter alguma coerência nas ações e eventos, mas a falta de qualidade parece também ser resultado em parte devido ao orçamento minúsculo disponível para a produção. Porém, a somatória desses fatores, juntamente com as várias cenas de mulheres nuas servindo de vítimas para os zumbis, confere ao filme uma atmosfera de curiosidade, chamando a atenção e sendo recomendado para os apreciadores de filmes ruins e do cinema de horror bagaceiro.
Entre a imensa quantidade de situações ridículas, podemos citar a maquiagem verde dos zumbis; a incrivelmente patética e fora de contexto relação de “amor familiar” entre um zumbi e sua filha Helena (Anouchka, filha do produtor Daniel Lesoeur), que é uma das piores atrizes crianças de todos os tempos; a bisonha briga de faca entre dois mortos-vivos; a procissão de moradores do vilarejo carregando uma mulher morta até a casa do prefeito, com a reação fria e hilária do pai da vítima; as cenas aquáticas de ataque dos zumbis, que deveriam ser num lago e são nitidamente filmadas numa piscina; a inexistência de polícia na vila, e ainda quando surgem dois policiais (um deles é “interpretado” pelo próprio diretor Jean Rollin e o outro é feito pelo experiente Antonio Mayans), a imensa incompetência não permite mantê-los em cena além de poucos minutos, virando comida dos zumbis; etc...      
O filme foi lançado em DVD no Brasil pela “Vinny Filmes”, na coleção “Clássicos do Terror”.

O Lago dos Zumbis” (Zombie Lake / Le Lac des Morts Vivants, França / Espanha, 1981) # 578 – data: 26/08/12 – www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 26/08/12)

A Queda da Casa de Usher (Revenge in the House of Usher, Espanha / França, 1982)



O conhecido conto “A Queda da Casa de Usher”, de Edgar Allan Poe, publicado em 1839, foi adaptado para o cinema diversas vezes, tendo como a versão mais conhecida o filme de Roger Corman de 1960, estrelado pelo ícone Vincent Price. Mas, o cineasta espanhol Jess Franco, dono de uma filmografia imensa de produções de baixo orçamento de horror, também deu sua contribuição para o tema com um filme de 1982, com Howard Vernon e a musa Lina Romay (falecida em Fevereiro de 2012).
Eric Wladimir Usher (Howard Vernon) é um cientista formado em Biologia que vive recluso em seu castelo, impossibilitado legalmente de exercer a profissão. Em suas experiências misturando células embrionárias com plasma, ele descobriu uma espécie de elixir que consegue manter a juventude. Porém, ele é obcecado em tentar curar sua filha Melissa (Françoise Blanchard), assassinando jovens moças para utilizar seu sangue fresco como restaurador da vitalidade da filha doente. Ocorre então a visita de um ex-aluno, Dr. Alan Harker (Antonio Mayans), que ao chegar ao castelo testemunha o antigo mestre confessar atos terríveis de um passado tenebroso de crimes, descobrindo também uma atmosfera de loucura atormentando o lugar. Para conseguir o sangue das mulheres, o cientista é auxiliado pelo mordomo Mathias (Jean Tolzac) e pelo servo cego Morpho (Olivier Mathot). No castelo, onde as paredes e tetos estão em constante e ameaçadora movimentação (numa referência ao conto de Poe), ainda vive uma bela empregada, Maria (Lina Romay), além da assombração do fantasma da esposa morta do cientista.  
Curiosamente, muitas cenas de “O Terrível Dr. Orloff” (1962, fotografado em preto e branco), foram inseridas para mostrar o passado criminoso de Usher, na tentativa desesperada de curar a filha através da transfusão de sangue de belas mulheres assassinadas pelo grotesco Morpho. Jess Franco também aproveitou a ideia para aumentar um pouco mais a duração do filme, que passou para aproximadamente 89 minutos.
Com produção da Eurociné, o filme procura recriar aquela atmosfera gótica dos castelos imponentes de pedra que escondiam segredos sombrios, maldições familiares e loucura, com efeitos toscos de maquiagem (Morpho está risível, e suas aparições até divertem justamente por isso), e Howard Vernon é um ator com um rosto natural de “cientista louco”, recebendo também maquiagem para parecer mais cadavérico ainda. Porém, o roteiro, igualmente de autoria de Jess Franco, é confuso e cheio de furos, podendo causar certo estranhamento no espectador, colocando em risco a diversão.
Tendo várias versões e nomes diferentes, dificultando um trabalho de catalogação, vale registrar que o filme é conhecido pelos títulos originais “La Chute de la Maison Usher” (França), “El Hundimiento de la Casa Usher” (Espanha), “Neurosis – The Fall of the House of Usher”, entre outros, e foi lançado em DVD no Brasil pela “Vinny Filmes”, na coleção “Clássicos do Terror”, com opção de áudio em francês, inglês e português, e legendas em inglês e português, sem materiais extras. A ilustração de uma das capas originais, que também foi utilizada no Brasil, é até bem interessante, mostrando uma mulher amarrada sendo ameaçada por alguém portando uma furadeira elétrica, porém essa cena não existe no filme (o sangue das vítimas é extraído num sistema tosco com agulhas), numa demonstração clara de apelo comercial de marketing através da bela capa. E a sinopse que consta na contra capa do DVD nacional, que é uma tradução literal de informações obtidas no site “IMDB”, contém várias falhas na história.

“A Queda da Casa de Usher” (Revenge in the House of Usher, Espanha / França, 1982) # 577 – data: 18/07/12 – www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 18/07/12)

Epidemia de Zumbis (The Plague of the Zombies, Inglaterra, 1966)



A produtora inglesa “Hammer” nos presenteou com dezenas de filmes de horror entre o final dos anos 50 e meados da década de 70 do século passado, abordando todos os sub-gêneros do estilo, e “Epidemia de Zumbis” (The Plague of the Zombies, 1966) é a sua contribuição para o tema dos mortos-vivos. Ele antecede o clássico de George Romero “A Noite dos Mortos-Vivos” (Night of the Living Dead, 68), que introduziu no cinema os zumbis putrefatos comedores de carne humana, e que influenciou toda uma safra de produções similares até os dias de hoje. Dirigido por John Gilling, de “A Carne e o Diabo” (The Flesh and the Fiends, 60, com Peter Cushing e Donald Pleasence), e estrelado por André Morell (de “O Cão dos Baskervilles”, 59, com Christopher Lee e novamente Cushing), esse filme da “Hammer” sobre zumbis é inspirado em “Zumbi Branco” (White Zombie, 32), produção em preto e branco com elenco liderado pelo ícone Bela Lugosi, apresentando mortos que levantam de suas tumbas geladas em rituais de magia negra e vodu, não em busca de carne, mas para vagarem errantes como escravos de seu mestre.     

Um médico, Dr. Peter Tompson (Brook Williams), está enfrentando sérios problemas para diagnosticar a causa da morte de vários aldeões de uma pequena vila no interior da Inglaterra em 1860. Preocupado com a situação e vendo também sua jovem esposa, Alice Mary Tompson (Jacqueline Pearce), apresentar sinais progressivos de fraqueza, ele escreve para seu antigo professor, Sir James Forbes (André Morell), relatando sua angústia por não conseguir impedir a crescente onda de mortes misteriosas. O renomado professor de medicina da Universidade de Londres decide então viajar até o vilarejo com sua bela filha Sylvia (Diane Clare), para tentar auxiliar seu ex-aluno. Chegando lá, enfrenta hostilidades dos moradores supersticiosos e assustados com a desconhecida epidemia, e sua investigação o leva a suspeitar do envolvimento de um rico fidalgo rural, Clive Hamilton (John Carson), proprietário de uma mina de estanho, com rituais de magia negra, e com as estranhas mortes que estão ocorrendo.   

Diferente de seu sucessor americano “A Noite dos Mortos-Vivos”, o filme da “Hammer” apresenta bem menos violência e cenas sangrentas, focando mais na atmosfera gótica e no suspense sombrio, ingredientes típicos das produções do cultuado estúdio inglês, que se transformaram em sua marca registrada, responsável por conquistar uma imensa legião de apreciadores. Mas, a despeito do clima mais voltado ao horror sugerido, temos também boas sequências de mortes, com aparições e ataques dos mortos-vivos muito bem caracterizados, num trabalho notável de maquiagem, principalmente para a época da produção, há meio século atrás.  
Entre as várias curiosidades, vale citar que o diretor John Gilling (1912 / 1984) e o ator André Morell (1909 / 1978) estiveram juntos em outro filme da “Hammer”, “A Mortalha da Múmia”, também conhecido por aqui como “O Sarcófago Maldito” (The Mummy´s Shroud, 67). O roteiro de “Epidemia de Zumbis” é de autoria de Peter Bryan, o mesmo do já citado “O Cão dos Baskervilles” e de “As Noivas do Vampiro” (60), com Peter Cushing. Foi filmado ao mesmo tempo de “A Serpente” (The Reptile), com o mesmo cineasta John Gilling, alguns atores em comum como Michael Ripper e Jacqueline Pearce, e utilizando as mesmas locações e cenários ambientando um pequeno vilarejo europeu da metade do século XIX. Enquanto o primeiro filme aborda a temática dos mortos-vivos, ressuscitados por feitiçaria e transformados em escravos, o outro explora também o poder de cultos proibidos na criação de um horrível monstro assassino mutante, misto de mulher e serpente. Aliás, o inglês Michael Ripper (1913 / 2000), que em “Epidemia de Zumbis” fez o papel do policial Sargento Jack Swift, é o ator que mais esteve presente em filmes da “Hammer”, sempre como coadjuvante, participando de “A Vingança de Frankenstein” (58), “A Múmia” (59), “A Maldição do Lobisomem” (61), “O Fantasma da Ópera” (62), “A Maldição da Múmia” (64), “Rasputin – O Monge Louco” (66), “O Continente Esquecido” (68), “Drácula – O Perfil do Diabo” (68), “O Sangue de Drácula” (70), “O Conde Drácula” (70), entre outros.
“Epidemia de Zumbis” teve lançamento em DVD no Brasil pelo extinto selo “Dark Side” da “Works Editora”. Praticamente sem materiais extras, trazendo apenas pequenas biografias de John Gilling e André Morell, e com uma frase sensacionalista exagerada e equivocada na contra capa (“Milhares de mortos estão levantando de suas tumbas. Uma horripilante descoberta que chocará toda a raça humana”), sendo que o filme nem precisaria desse tipo de apelo forçado.  

“Epidemia de Zumbis” (The Plague of the Zombies, Inglaterra, 1966) # 576 – data: 27/06/12
www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 27/06/12)

Terra Tranquila (The Quiet Earth, Nova Zelândia, 1985)



Na Nova Zelândia, um cientista de meia idade, Zac Hobson (Bruno Lawrence), acorda na cama de um hotel e descobre que está sozinho no mundo, todos desapareceram de forma misteriosa. Ele procura insistentemente por outras pessoas através de mensagens de rádio e caminhando pelos lugares desertos, sem sucesso. Refletindo sobre a situação, desconfia que a causa do mistério esteja relacionada com algum acidente envolvendo um projeto secreto em que trabalhava, sobre manipulação de uma fonte de energia que circunda o planeta, uma parceria entre vários países numa típica conspiração governamental. Desorientado e deprimido, ele passa a agir de forma estranha, fingindo ser um ditador tirano, discursando para platéias inexistentes, carregando um potente rifle nas mãos e disparando sem coerência, ou blasfemando contra igrejas e imagens religiosas. Até que um dia, ele encontra outras duas pessoas em locais diferentes, uma jovem mulher, Joanne (Alison Routledge), e um homem maori, Api (Peter Smith), ambos igualmente atormentados com o isolamento e falta de companhia. Agora juntos, eles tentam sobreviver num planeta vazio, enquanto em paralelo surgem novos indícios misteriosos de crises de instabilidade de energia, que podem afetar novamente a realidade das coisas.  
Filmes com temática pós-apocalíptica geralmente são interessantes, explorando o terrível sentimento de estar sozinho no mundo. Nesse caso, a abordagem do roteiro preferiu investir bem menos em cenas de ação e efeitos visuais, e bem mais no drama existencial dos personagens, na tortuosa tarefa de entender o que se passa a sua volta e se adaptar numa situação de isolamento forçado. Pois, é impossível não classificar como no mínimo aterrador o fato de andar sozinho pelas ruas desertas, encontrando carros abandonados sem motoristas, destroços de um avião caído em chamas sem cadáveres carbonizados, lojas e bares sem atendentes, ou casas sem moradores, num silêncio perturbador de uma “Terra Tranquila”, sem seres vivos.
Certamente um dos destaques é a imagem final, de uma beleza visual impressionante e memorável, e conteúdo de forte impacto, que merece figurar na galeria dos grandes finais ao lado de filmes como “O Planeta dos Macacos” (1968) ou “O Dia Seguinte” (1983).  
Terra Tranquila” é um filme de Ficção Científica com produção neozelandesa. A direção é de Geoff Murphy, responsável por outros filmes do mesmo gênero como “Freejack – Os Imortais” (1992), com o cantor Mick Jagger, e “A Fortaleza 2” (2000), com Christopher Lambert. Faz parte dos produtivos e saudosos anos 80 do século passado, e para a sorte dos colecionadores, foi lançado em DVD no Brasil pela “Cult Classics”, apesar de praticamente sem materiais extras (apenas algumas fotos), e com um erro na capa, informando em destaque o ano de produção como sendo 1983, sendo que o correto é 1985.

“Terra Tranquila” (The Quiet Earth, Nova Zelândia, 1985) # 575 – data: 09/06/12
(postado em 09/06/12)

Delírio de Um Sábio (Dr. Cyclops, 1940)


Em 1940 foi realizado um pequeno clássico do cinema de ficção científica e horror que por muitos é até hoje ignorado e desconhecido, apesar dos impressionantes efeitos especiais de miniaturização e pelo uso das cores, raros e significativos para a época de sua produção. Tanto é que somente com a chegada da década de 50, o período de ouro do cinema fantástico, com a explosão de incontáveis filmes de FC na televisão americana numa invasão interminável de produções baratas e com todos os tipos de argumentos, o filme Delírio de Um Sábio (Dr. Cyclops), dirigido por Ernest B. Schoedsack (dos também clássicos King Kong – 1933, e Mighty Joe Young – 1949), foi mais reconhecido e apreciado pelo público e críticos. Esse reconhecimento tardio dos próprios americanos talvez se deva ao fato de que as audiências só encontrariam ao longo dos anos 50 certas similaridades do filme com as inúmeras produções realizadas nesse período, onde prevaleciam a mesma estrutura básica nos roteiros e personagens que tinham invariavelmente sempre o mesmo clichê, com um "cientista louco" em meio às suas experiências e um par romântico de jovens heróis para combatê-lo e salvar o mundo de suas invenções e ameaças científicas.

(Atenção: o texto a seguir contém "spoilers")

O filme começa com a sombra do míope e calvo biólogo Dr. Alexander Thorkel (interpretado por Albert Dekker), que em seu laboratório localizado na América do Sul, em plena selva Amazônica, trabalha numa série de experimentos para descobrir o efeito químico do radium em criaturas vivas. Aliás, essa região do mundo até hoje misteriosa e fascinante, foi muito utilizada pelos roteiristas como palco de suas histórias fantásticas, como a chave para o elo perdido da evolução do planeta devido ao seu tamanho descomunal e desconhecido, ocultando criaturas e civilizações, como pode ser visto em filmes igualmente maravilhosos como "O Mundo Perdido", baseado em livro de Arthur Conan Doyle e filmado em versão muda em 1925 e sonora em 1960, ou em "O Monstro da Lagoa Negra", clássico de 1954 e que teve outras duas sequências.
O Dr. Thorkel descobriu uma enorme mina de urânio no meio da selva e com a qual podia utilizar sua matéria prima como fonte de energia para suas experiências, usando um estranho aparelho (tipicamente futurista, assim como sua roupa especial para evitar o contato com a radiação, artefatos estes muito utilizados em outras produções da época) para canalizar o poder do radium em uma máquina que possibilita a diminuição de seres vivos. Após muitas tentativas em ratos, galinhas, cachorros e gatos, ele não obtém o sucesso definitivo devido a algum pequeno detalhe que faz com que os animais morram após pouco tempo miniaturizados. Enquanto isso, ele acaba discutindo com seu assistente, um antigo aluno, sobre as questões morais e objetivos dos experimentos, levando-o a assassiná-lo impedindo que seu trabalho fosse denunciado ao mundo e interrompido.
Porém, devido à fragilidade de sua visão, mesmo com óculos de grossas lentes, para a observação em microscópio, e à necessidade de descobrir a solução final para o êxito de seu trabalho científico, o Dr. Thorkel convida outros cientistas para auxiliá-lo em sua missão, recorrendo à “Fundação Norte Americana de Pesquisas” em New York. Um grupo formado pelo biólogo Dr. Rupert Bulfinch (Charles Halton), pela jovem cientista Mary Robinson (Janice Logan) e pelo engenheiro químico, especialista em minearologia, Bill Stockton (Tom Coley), parte então numa viagem de quinze mil quilômetros rumo à Amazônia. Ao chegarem num vilarejo próximo ao laboratório do cientista, rodeado por belíssimas montanhas nevadas dos Andes, eles solicitam o aluguel de mulas para o transporte de suas bagagens, porém o dono dos animais, Steve Baker, (Victor Killian), interessado na possibilidade de encontrar ouro no meio da floresta motivado por histórias a respeito, exige a sua inclusão no grupo. Os quatro chegam então ao laboratório e encontram um auxiliar do Dr. Thorkel, um habitante local chamado Pedro, que fornecia os animais para as experiências sinistras do cientista.
Eles são recebidos pelo biólogo míope e logo são requisitados para ajudá-lo a decifrar uma falha numa composição química fundamental em seu trabalho. O erro é logo descoberto através da presença de cristais de ferro na estrutura molecular de um tecido orgânico e com a solução dessa falha o Dr. Thorkel obtém finalmente o sucesso na miniaturização de um cavalo malhado, deixando-o com incríveis sete polegadas de altura. Após ajudar o cientista a descobrir o problema, o grupo é solicitado a ir embora rapidamente. Eles relutam e decidem ficar para saber mais sobre o misterioso trabalho dele. Eles acabam descobrindo a mina de urânio e, desconfiado que os novos visitantes pudessem roubar suas invenções e levar o crédito por seu trabalho científico, o Dr. Thorkel os engana levando-os a uma câmara onde se encontrava sua máquina de encolhimento e aciona seus aparelhos canalizando energia radioativa em um poderoso raio miniaturizador. O grupo recém chegado juntamente com o ajudante local do cientista são então encolhidos e perdem a consciência durante o processo.
Uma vez no porão embaixo do laboratório, eles acordam assustados porém aparentemente saudáveis, e aproveitando um momento de descanso e sono do cientista “louco” eles fogem para o jardim, agora terrivelmente ameaçador, devido aos seus pequenos tamanhos e à presença de galinhas e de um feroz gato preto, sugestivamente chamado de “Satanás”, e responsável pelo sumiço dos pequenos animais miniaturizados nas fracassadas experiências do Dr. Thorkel. Quando o cientista acorda, ele procura seus “hóspedes” e encontra-os fazendo várias atividades, como preparar suas pequenas roupas, e o Dr. Rupert lendo suas anotações tentando entender o trabalho do cientista. Eles então conversam e o biólogo miniaturizado diz se sentir humilhado por sua condição e desafia o Dr. Thorkel dizendo que suas experiências ainda tem um grave erro e vai denunciá-lo ao mundo para impedir suas atrocidades. Só que ele se esqueceu que está pequeno e incapaz de enfrentar o gigante Dr. Thorkel, ou Dr. Cyclops do título original, que é uma criatura mitológica com um único olho e descomunal em tamanho e força, sendo o Dr. Rupert seu antagonista, o também lendário Ulisses, com grande inteligência porém inferior e mais fraco num eventual confronto. O cientista “louco” sentido-se ameaçado pelo biólogo visitante, o captura em sua gigantesca mão e o conduz à morte sufocando-o com um algodão embebido em clorofórmio. Ele então parte na captura dos outros que fogem para a floresta chegando na margem de um rio onde tentam movimentar uma canoa que serviria para sua fuga. Após um breve confronto com um ameaçador crocodilo, eles são novamente descobertos pelo Dr. Thorkel e recapturados, porém com uma nova baixa, a morte do ajudante Pedro, denunciado involuntariamente por seu próprio cachorro gigante e alvejado com um disparo certeiro do rifle do cientista.
De volta ao laboratório, os três sobreviventes são informados pelo Dr. Thorkel que estão num lento processo de crescimento e que voltariam ao tamanho normal, confirmando a teoria do Dr. Rupert que alegava que o "cientista louco" estava errado. Porém, agora ele estava furioso e queria destruí-los antes que crescessem e pudessem denunciá-lo para o resto do mundo. Eles travam uma batalha no interior do laboratório que continua até o lado de fora nas proximidades da mina de urânio, onde os pequeninos encontram refúgio em seu interior. Então o alucinado cientista, no encalço deles, pendura-se na frágil estrutura que sustenta o aparelho canalizador de energia radioativa e acaba caindo para a morte nas profundezas escuras da mina.
Num previsível final feliz, o filme termina com os três sobreviventes das macabras experiências do Dr. Thorkel retornando ao vilarejo já com seus tamanhos normais reestabelecidos, e fazendo um pacto de silêncio sobre tudo que aconteceu, visando explorarem os lucros da mina radioativa, e com o casal de cientistas Mary Robinson e Bill Stockton ensaiando um inevitável romance.

Certamente é um filme admirável, levando-se em conta sua época de produção, por apresentar um roteiro muito interessante a despeito dos inevitáveis e previsíveis clichês característicos do gênero, e efeitos de trucagem muito além de seu tempo quando comparado aos seus contemporâneos, pois foi um dos pioneiros em histórias de miniaturização. Foram raros os trabalhos anteriores que utilizaram a idéia, vista também com qualidade e convincentemente em “A Noiva de Frankenstein” (1935), onde o "cientista louco" Dr. Pretorius ensaiava experiências com miniaturizações de pessoas. Podemos dizer que "Dr. Cyclops" foi um precursor e forte influenciador de outros excelentes filmes posteriores como o magnífico “O Incrível Homem Que Encolheu” (1957), baseado em obra de Richard Matheson, “Viagem Fantástica” (1966), e a série de televisão “Terra de Gigantes” (1970), criada pelo lendário Irwin Allen. Seus efeitos de miniaturização são muito convincentes, principalmente num filme a cores, supervisionados pelo diretor de arte alemão Hans Dreier (1884-1966) que foi o responsável pelos cenários com os enormes objetos que foram usados em conjunção com as cenas envolvendo os atores “encolhidos”. Em seu currículo no cinema fantástico destacam-se também outros clássicos como o mudo “O Corcunda de Notre Dame” (1923), da obra de Victor Hugo e “O Médico e o Monstro” (1932), da obra de Robert Louis Stevenson.
“Delírio de Um Sábio” foi também um dos primeiros filmes a abordar o radium como um elemento químico sinistro nas mãos de cientistas sem escrúpulos, antecipando a paranóia atômica que preencheria toda a década de 50 em inúmeros filmes de insetos gigantes e similares onde elementos radioativos afetavam o tamanho de criaturas vivas.
O ator Albet Dekker, que encarnou magistralmente o "cientista louco" Dr. Thorkel ou Dr. Cyclops, teve nesse papel sua principal interpretação em sua longa carreira de trinta anos, que inclui participações em importantes filmes como “Beau Geste” (1939) e o violento western “The Wild Bunch” (Meu Ódio Será Tua Herança, 1969), de Sam Peckinpah. O diretor Ernest B. Schoedsack é mais conhecido por co-dirigir com Merian C. Cooper o clássico “King Kong” em 1933 (baseado em obra de Edgar Wallace), de onde adquiriu muita experiência com técnicas de “back-projection” nas cenas contracenadas com atores e animais gigantescos. Muitos dos efeitos especiais do filme foram originados de "King Kong”, como a mão gigante do Dr. Thorkel agarrando o pequenino Dr. Rupert.
"Dr. Cyclops" é até hoje um filme raro e uma preciosidade meio esquecida pelo público, onde sua qualidade geralmente é subestimada. Produzido pela Paramount e com uma duração relativamente curta em seus 76 minutos, é uma obra cinematográfica de grande valor para a história do gênero fantástico e imperdível para todo e qualquer colecionador, pesquisador e apreciador em geral de fitas de horror e ficção científica antigos.

“Delírio de Um Sábio” (Dr. Cyclops, EUA, 1940) – avaliação: 9 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 02/12/05)