“Ria… e o mundo rirá com você. Chore... e chorará sozinho.” - Dae-su Oh
Para a satisfação dos fãs do Horror, o cinema oriental do gênero foi finalmente reconhecido pelo resto do mundo e agora temos diversas produções japonesas, coreanas ou tailandesas chegando ao Brasil, sendo que até alguns destes filmes são exibidos nos cinemas, como “Visões” (The Eye 2) e “Espíritos – A Morte Está ao Seu Lado” (Shutter), distribuídos pela “PlayArte”, e outros vão diretamente para o mercado de vídeo. O coreano “Oldboy” (2003), escrito e dirigido por Chan-wook Park, foi exibido nas telas grandes por aqui em Maio de 2005, e lançado em DVD e VHS pela “Europa” na segunda quinzena de Outubro.
Um homem, Dae-su Oh (Min-sik Choi), é preso por bebedeira e depois de solto da cadeia com a ajuda do amigo No Joo-hwan (Dae-han Ji), é misteriosamente seqüestrado numa cabine telefônica quando tentava falar com sua filha pequena. Ele é então mantido prisioneiro num quarto por quinze longos anos, sem ter a mínima idéia do motivo. Ele é alimentado normalmente e tem apenas uma televisão como diversão, de onde descobre num noticiário policial que sua esposa foi encontrada morta e que o principal suspeito era ele, através de provas plantadas para incriminá-lo. Ele também fica sem saber o destino de sua filha de três anos.
Durante todos os anos de cárcere forçado, o homem passa o tempo fazendo condicionamento físico e treinando movimentos de luta marcial golpeando uma parede, e por causa do isolamento, sofre com alucinações envolvendo formigas. Seu maior desejo, alimentado por anos de ódio, é sair da prisão, descobrir o motivo do cárcere e se vingar violentamente do responsável. Mas, para sua surpresa, após quinze anos, ele é solto dentro de uma mala no alto de um prédio no mesmo lugar onde no passado estava a cabine telefônica, recebendo dinheiro, um telefone celular e roupas novas.
A partir daí, começa sua trajetória em busca de informação para poder cumprir seu desejo de vingança, onde surge em seu caminho uma bela cozinheira de restaurante, a jovem Mi-do (Hye-jeong Kang), que o ajuda na jornada e com quem inevitavelmente se apaixona, além de outros personagens sinistros e fundamentais para o entendimento de todos os eventos do passado de sua vida (incluindo antigos colegas de colégio, conhecidos como “Evergreen Old Boys”), como um homem poderoso chamado Woo-jin Lee (Ji-tae Yu).
“Seja grão de areia, seja pedra. Ambos afundam na água.” - Woo-jin Lee
Eu estava bastante curioso em conhecer “Oldboy”, pois o filme estava sendo muito elogiado e não tive a oportunidade de ver nos cinemas. Portanto, minha expectativa seria o lançamento em DVD, e somente consegui ver o filme no final de Janeiro de 2006, numa cópia de serviço da “Europa”, dublada em francês e com legendas em português. E realmente sou obrigado a concordar com todos os comentários positivos sobre esse filme, que foi um dos principais lançamentos do cinema de horror no Brasil em 2005.
“Oldboy” é o filme intermediário de uma trilogia sobre vingança, precedido em 2002 por “Boksuneun naui geot” (Sympathy for Mr. Vengeance), e sucedido em 2005 por “Chinjeolhan geumjassi” (Sympathy for Lady Vengeance). E tem o roteiro baseado num mangá homônimo japonês criado por Minegishi Nobuaki e Tsuchiya Garon.
O filme do meio, apesar da história básica de vingança, possui revelações crescentes e reviravoltas que mantém a atenção e interesse todo o tempo em suas duas horas de duração. Normalmente estamos acostumados a ouvir a frase “A vingança é um prato que se come frio”, referindo-se ao fato de que não há pressa para se consumar uma vingança, pois ela pode tardar, mas uma hora chega, e a paciência nesses casos é um grande segredo para o sucesso do objetivo. Porém, no caso de “Oldboy”, e como diz uma campanha de marketing do filme, “A vingança é um prato que se come quente, muito quente”, pois após ser libertado de sua prisão particular o protagonista tornou-se obcecado em obter sua vingança o mais rápido possível, além também de tentar descobrir o motivo do cárcere. Sem contar que depois de conhecer pessoalmente o responsável por perder quinze anos de sua vida, ele é obrigado a participar de um jogo onde tinha apenas cinco dias para encontrar a resposta, ou a jovem Mi-do seria assassinada.
Podemos considerar que “Oldboy” é mais um filme dramático, com um roteiro inteligente que tem boas doses de ação, pancadarias e violência, do que propriamente um filme de horror, apesar dos fortes elementos desse gênero presentes em sua história, com as cenas sangrentas de tortura com direito a dentes arrancados com alicate e língua cortada, sem contar ainda uma cena onde o protagonista Dae-su devora um polvo vivo. Isso pode até ser comum nos restaurantes coreanos, mas por aqui certamente é encarado como um ato no mínimo bizarro e de gosto duvidoso, e fico imaginando o sofrimento do animal vivo ao sentir as dentadas de seu algoz rasgando-lhe o corpo.
Curiosamente, quando Dae-su está assistindo TV em seu cárcere privado, aparece rapidamente na tela uma cena do clássico “A Noiva de Frankenstein” (1935), onde o monstro (o lendário Boris Karloff sob forte maquiagem) está aprendendo a fumar. E na cena final, numa floresta coberta de neve, as filmagens foram na Nova Zelândia, país conhecido por suas paisagens belíssimas (como as vistas na trilogia de “O Senhor dos Anéis”).
“Embora eu não passe de um animal... não tenho o direito de viver?” - Dae-su Oh
“Oldboy” (Oldboy, Coréia do Sul, 2003) # 366 – data: 24/01/06 – avaliação: 9 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 25/01/06)
Para a satisfação dos fãs do Horror, o cinema oriental do gênero foi finalmente reconhecido pelo resto do mundo e agora temos diversas produções japonesas, coreanas ou tailandesas chegando ao Brasil, sendo que até alguns destes filmes são exibidos nos cinemas, como “Visões” (The Eye 2) e “Espíritos – A Morte Está ao Seu Lado” (Shutter), distribuídos pela “PlayArte”, e outros vão diretamente para o mercado de vídeo. O coreano “Oldboy” (2003), escrito e dirigido por Chan-wook Park, foi exibido nas telas grandes por aqui em Maio de 2005, e lançado em DVD e VHS pela “Europa” na segunda quinzena de Outubro.
Um homem, Dae-su Oh (Min-sik Choi), é preso por bebedeira e depois de solto da cadeia com a ajuda do amigo No Joo-hwan (Dae-han Ji), é misteriosamente seqüestrado numa cabine telefônica quando tentava falar com sua filha pequena. Ele é então mantido prisioneiro num quarto por quinze longos anos, sem ter a mínima idéia do motivo. Ele é alimentado normalmente e tem apenas uma televisão como diversão, de onde descobre num noticiário policial que sua esposa foi encontrada morta e que o principal suspeito era ele, através de provas plantadas para incriminá-lo. Ele também fica sem saber o destino de sua filha de três anos.
Durante todos os anos de cárcere forçado, o homem passa o tempo fazendo condicionamento físico e treinando movimentos de luta marcial golpeando uma parede, e por causa do isolamento, sofre com alucinações envolvendo formigas. Seu maior desejo, alimentado por anos de ódio, é sair da prisão, descobrir o motivo do cárcere e se vingar violentamente do responsável. Mas, para sua surpresa, após quinze anos, ele é solto dentro de uma mala no alto de um prédio no mesmo lugar onde no passado estava a cabine telefônica, recebendo dinheiro, um telefone celular e roupas novas.
A partir daí, começa sua trajetória em busca de informação para poder cumprir seu desejo de vingança, onde surge em seu caminho uma bela cozinheira de restaurante, a jovem Mi-do (Hye-jeong Kang), que o ajuda na jornada e com quem inevitavelmente se apaixona, além de outros personagens sinistros e fundamentais para o entendimento de todos os eventos do passado de sua vida (incluindo antigos colegas de colégio, conhecidos como “Evergreen Old Boys”), como um homem poderoso chamado Woo-jin Lee (Ji-tae Yu).
“Seja grão de areia, seja pedra. Ambos afundam na água.” - Woo-jin Lee
Eu estava bastante curioso em conhecer “Oldboy”, pois o filme estava sendo muito elogiado e não tive a oportunidade de ver nos cinemas. Portanto, minha expectativa seria o lançamento em DVD, e somente consegui ver o filme no final de Janeiro de 2006, numa cópia de serviço da “Europa”, dublada em francês e com legendas em português. E realmente sou obrigado a concordar com todos os comentários positivos sobre esse filme, que foi um dos principais lançamentos do cinema de horror no Brasil em 2005.
“Oldboy” é o filme intermediário de uma trilogia sobre vingança, precedido em 2002 por “Boksuneun naui geot” (Sympathy for Mr. Vengeance), e sucedido em 2005 por “Chinjeolhan geumjassi” (Sympathy for Lady Vengeance). E tem o roteiro baseado num mangá homônimo japonês criado por Minegishi Nobuaki e Tsuchiya Garon.
O filme do meio, apesar da história básica de vingança, possui revelações crescentes e reviravoltas que mantém a atenção e interesse todo o tempo em suas duas horas de duração. Normalmente estamos acostumados a ouvir a frase “A vingança é um prato que se come frio”, referindo-se ao fato de que não há pressa para se consumar uma vingança, pois ela pode tardar, mas uma hora chega, e a paciência nesses casos é um grande segredo para o sucesso do objetivo. Porém, no caso de “Oldboy”, e como diz uma campanha de marketing do filme, “A vingança é um prato que se come quente, muito quente”, pois após ser libertado de sua prisão particular o protagonista tornou-se obcecado em obter sua vingança o mais rápido possível, além também de tentar descobrir o motivo do cárcere. Sem contar que depois de conhecer pessoalmente o responsável por perder quinze anos de sua vida, ele é obrigado a participar de um jogo onde tinha apenas cinco dias para encontrar a resposta, ou a jovem Mi-do seria assassinada.
Podemos considerar que “Oldboy” é mais um filme dramático, com um roteiro inteligente que tem boas doses de ação, pancadarias e violência, do que propriamente um filme de horror, apesar dos fortes elementos desse gênero presentes em sua história, com as cenas sangrentas de tortura com direito a dentes arrancados com alicate e língua cortada, sem contar ainda uma cena onde o protagonista Dae-su devora um polvo vivo. Isso pode até ser comum nos restaurantes coreanos, mas por aqui certamente é encarado como um ato no mínimo bizarro e de gosto duvidoso, e fico imaginando o sofrimento do animal vivo ao sentir as dentadas de seu algoz rasgando-lhe o corpo.
Curiosamente, quando Dae-su está assistindo TV em seu cárcere privado, aparece rapidamente na tela uma cena do clássico “A Noiva de Frankenstein” (1935), onde o monstro (o lendário Boris Karloff sob forte maquiagem) está aprendendo a fumar. E na cena final, numa floresta coberta de neve, as filmagens foram na Nova Zelândia, país conhecido por suas paisagens belíssimas (como as vistas na trilogia de “O Senhor dos Anéis”).
“Embora eu não passe de um animal... não tenho o direito de viver?” - Dae-su Oh
“Oldboy” (Oldboy, Coréia do Sul, 2003) # 366 – data: 24/01/06 – avaliação: 9 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 25/01/06)