Constantine (2005)


A maior batalha entre o céu e o inferno acontece na Terra, e seguindo a expressiva tendência da indústria cinematográfica atual em adaptar quadrinhos populares em filmes para as telonas, em 11/03/05 entrou em cartaz nos cinemas brasileiros “Constantine” (Constantine), com Keanu Reeves no papel título. O filme foi inspirado na HQ “Hellblazer”, de Alan Moore e do selo “DC/Vertigo”, que curiosamente mudou o nome para o cinema para não confundir o público menos informado com a já conhecida série “Hellraiser”, do cenobita “Pinhead”.
John Constantine (Reeves) é um ocultista que recebeu poderes especiais e desde criança tem o dom de ver os demônios e anjos que caminham na Terra entre a humanidade. Fumante inveterado, após tentar o suicídio por não suportar essas visões perturbadoras, ele retorna depois de uma rápida descida ao inferno e para tentar garantir sua passagem ao céu ou no mínimo salvar sua alma do fogo eterno, ele passa a expulsar os demônios que invadem o plano dos Homens. Depois que ele conhece a policial Angela Dodson (Rachel Weisz, da série “A Múmia”), que teve uma irmã gêmea que foi induzida ao suicídio e que conseqüentemente foi condenada pelo resto de sua existência a sofrer no inferno, Constantine passa a ajudá-la a tentar resgatar a alma atormentada da suicida das garras de Satã.
O filme tem cenas de ação convincentes e ótimos efeitos especiais, principalmente na concepção do universo paralelo ao nosso conhecido como inferno, com o fogo incessante queimando tudo, cidades destruídas, ventos fortes e demônios espalhados para todos os lados. A caracterização de Lúcifer interpretado pelo excelente ator Peter Stormare também é um ponto positivo, numa performance digna de registro, assim como o mesmo aconteceu com Tilda Swinton, que fez o papel do anjo Gabriel.
Por outro lado, é inevitável observar um exagero de elementos fantasiosos que chegam a incomodar como por exemplo a cadeira elétrica que serve como portal dimensional entre os universos paralelos, o mundo que conhecemos e o inferno. Também não posso deixar de dizer que prefiro infinitamente mais o padre Lankester Merrin como exorcista do que Constantine, e fico imaginando positivamente como seria o filme se o talentoso Johnny Depp tivesse sido o escolhido para esse papel em vez de Keanu Reeves, que ficou imortalizado pela trilogia de “Matrix”, e que por viver nos Estados Unidos obrigou os roteiristas a alterar a ambientação da história para a América em vez da Inglaterra como nos quadrinhos.
Finalizando, um diálogo para se pensar: “Eu não acredito no diabo”, diz a policial Angela Dodson, inicialmente cética. Constantine responde friamente: “Pois deveria, porque ele acredita em você”.

“Constantine” (Constantine, 2005) # 305– data: 22/03/05 – avaliação: 7 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 06/05/06)