“Boa noite, e bem vindos à exposição particular de três quadros, expostos aqui pela primeira vez. Cada um deles é um item de colecionador a sua própria maneira, não por causa de alguma qualidade artística especial, mas porque cada um captura, suspenso no tempo e espaço, um momento gelado de um pesadelo” – Rod Serling
O escritor Rod Serling (1924 / 1975) é um dos grandes nomes que construíram a história do gênero fantástico, principalmente pela criação de duas das mais expressivas séries de televisão abordando elementos de horror, ficção científica, fantasia e suspense. Uma delas é a clássica e saudosa “Além da Imaginação” (The Twilight Zone, 1959/65), para a qual também escreveu 92 episódios. A outra série também relevante é “Galeria do Terror” (Night Gallery, 1970/73), onde escreveu roteiros para 35 episódios, e que teve um filme piloto chamado “Retrato de Um Pesadelo” (69), de onde veio a introdução narrada que está reproduzida no topo desse artigo. O piloto é dividido em três episódios independentes e onde curiosamente um deles, “Eyes” (estrelado por Joan Crawford), foi dirigido por Steven Spielberg em sua estréia profissional.
“Galeria do Terror” tem o formato similar à anterior e bem mais famosa “Além da Imaginação”, com a exibição de 44 programas (incluindo o piloto) semanais de 60 minutos, que variavam entre dois até quatro episódios cada um, ou de 30 minutos com um único episódio, como no caso da terceira temporada. Porém, enquanto “The Twilight Zone” abordava com mais intensidade histórias de FC e fantasia, os contos de “Galeria do Terror”, apresentados por Rod Serling através de representações de pesadelos em quadros de um museu antigo (daí o nome original de “Night Gallery” ou numa tradução literal, “Galeria da Noite”), estavam mais voltados para o horror e o sobrenatural, com temas predominantemente sombrios e mórbidos, apesar de existirem alguns episódios super curtos em forma de vinhetas com humor negro (aliás, bem sem graça), numa exigência infeliz do produtor Jack Laird e contra a vontade de Rod Serling.
Na verdade, “Galeria do Terror” não obteve o sucesso esperado e a resposta dos fãs foi bem inferior e insatisfatória, mas mesmo assim a série é muito boa e apresentou algumas histórias excelentes, inspiradas em escritores como H. P. Lovecraft, Robert Bloch, Algernon Blackwood, Richard Matheson, George Langelaan, A. E. Van Vogt e August Derleth, dirigidas por nomes como Steven Spielberg, Boris Sagal, Don Taylor e Jeannot Szwarc.
Os episódios são estrelados por uma infinidade de rostos conhecidos da telinha e dos cinemas, vistos em outras séries de TV como “Jornada nas Estrelas”, “A Feiticeira”, “Jeannie é um Gênio”, “Perdidos no Espaço”, “S.W.A.T.”, “O Homem Invisível”, “O Incrível Hulk”, “Batman”, “Viagem Fantástica”, “James West”, “Cimarron”, “Bonanza”, “A Família Robinson”, e outras. Gente como Leonard Nimoy, Ross Martin, Burgess Meredith, Bradford Dillman, Victor Buono, Larry Hagman, Jonathan Harris, Adam West, Stuart Whitman, Steve Forrest, Bill Bixby, John Saxon, Jared Martin, David McCallum, David Carradine, Roddy McDowall, Dean Stockwell, Henry Silva, Chuck Connors, Fritz Weaver, Pernell Roberts, John Astin, Edward G. Robinson, Cameron Mitchell, Ray Milland, Leslie Nielsen, Sandra Dee, Susan Oliver, Kim Hunter, Diane Keaton e Agnes Moorehead. Tem até a participação do grande mestre do horror Vincent Price em dois episódios, “A Classe de 99” e “A Volta do Feiticeiro”, além de John Carradine que esteve em “A Grande Surpresa”, e a musa do horror Barbara Steele, em “The Sins of the Fathers”.
O cultuado escritor Howard Phillips Lovecraft (1890 / 1937) tem dois de seus fantásticos contos adaptados em episódios da série. O autor é consagrado por suas histórias macabras e pela criação de um complexo universo ficcional, os “Mitos de Cthulhu”, envolvendo a existência de antigas criaturas monstruosas e indizíveis, seres alienígenas que habitavam nosso planeta em tempos imemoriais e que estão apenas aguardando ocultos o retorno de seu poder. Adaptar os contos de Lovecraft em forma de filmes foi um fato bem significativo na época, pois o autor começou a ser adaptado para as telas apenas em 1963 com “O Castelo Assombrado” (The Haunted Palace), ou seja, apesar dele ser bem conhecido e respeitado pelo público, tinham sido poucas até então as adaptações em filmes de sua obra literária. Atualmente, Lovecraft pode ser considerado um escritor com muitos filmes baseados em suas histórias (cerca de 30 adaptações, entre contos originais e utilização de seus personagens), figurando ao lado de Stephen King, Edgar Allan Poe e Clive Barker como os mais filmados pelo cinema de horror.
As histórias são “O Modelo de Pickman” (Pickman’s Model) e “Vento Frio” (Cool Air), ambas escritas em 1926, que aliás são excelentes idéias e que foram muito bem adaptadas para o formato da televisão. O objetivo desse artigo é abordar o episódio “Ar Gelado” (recebeu esse nome na TV brasileira), que foi exibido uma vez em 1989, através da Rede Bandeirantes, nas madrugadas perdidas de dias de semana, numa tarefa super difícil para os colecionadores acompanharem e conseguirem gravar cópias em vídeo VHS. Aliás, como “Galeria do Terror” era a última atração a ser exibida pela emissora, o horário nunca era o mesmo, e girava em torno de 3 horas da madrugada, logo após um programa chato de entrevistas com “personalidades” da noite e “frequentadores” das colunas sociais de revistas, apresentado pelo conhecido Amaury Junior. Ou seja, todo dia era necessário ficar aguardando o programa acabar para poder gravar os episódios narrados por Rod Serling, numa tortura desgastante, e valorizando ainda mais a coleção.
É muito difícil enfocar esse episódio sem revelar importantes “spoilers”, portanto para quem não viu ainda e não quer saber os detalhes reveladores, a sugestão é não ler as informações que seguem abaixo. Mas se você já teve o prazer de assistir ou não viu ainda mas está curioso e tem dificuldade em conseguir uma forma de ver esse episódio em particular, prepara-se então para visitar a “Galeria da Noite” e sentir um “Ar Gelado” percorrer por sua espinha...
O episódio é do programa número 18, pertencente à segunda temporada, exibido pela primeira vez nos EUA em 08/12/71. Mostra um cientista espanhol, Dr. Juan Muñoz (Henry Darrow), envolvido em experiências de vida artificial. Ele vivia isolado numa pensão em New York e em seu quarto a temperatura sempre estava em torno de treze graus célsius, mantida regular através de máquinas de refrigeração. Porém, certa vez ele recebe a visita inesperada da filha de um antigo colega (interpretada por Barbara Rush) que se apaixona por ele, enquanto uma pane em um dos motores impossibilitou manter a temperatura baixa, trazendo graves consequências para o cientista, que começou literalmente a derreter de forma gradual.
Na verdade, ele já havia morrido há 10 anos (no filme), ou 18 anos (no livro), e se mantinha “vivo” graças somente à baixa temperatura de seu apartamento. Os órgãos internos já haviam cessado de funcionar mas a carne exterior ainda se mantinha firme. No filme, ele morre “definitivamente” ao se trancar no banheiro com vários quilos de gelo, na esperança de manter a temperatura nos moldes mínimos, o que ainda assim tornou-se insuficiente e ele se transformou num cadáver esquelético.
Curiosamente, no livro o cientista derrete literalmente aos poucos, formando uma trilha de carne derretida do banheiro até um sofá, num destino muito parecido com o que aconteceu ao astronauta Steve West (Alex Rebar) em “O Incrível Homem Que Derreteu” (The Incredible Melting Man, 77), quando ao retornar de uma viagem espacial à Saturno ele contraiu um vírus que causava a degeneração dos tecidos humanos, transformando o homem vagarosamente numa massa disforme e pútrida de carne e sangue.
Um detalhe interessante foi a inscrição na lápide da sepultura do Dr. Muñoz, na cena final passada no interior de um cemitério: “Nasceu: 1877, Morreu: 1913 e (1923)”. O cientista conseguiu o incrível feito de morrer duas vezes...
“Ar Gelado” explora aquele velho e conhecido argumento básico do cinema fantástico onde um homem da ciência torna-se vítima de suas próprias descobertas, transformando-se geralmente num monstro ameaçador para a humanidade. Nesse caso, o cientista teve que enfrentar as graves consequências de suas experiências pagando um alto preço pela ousadia em tentar prolongar sua existência artificialmente fugindo da inevitável morte, ao se tornar de forma dolorosa um aglomerado de fluídos em decomposição.
Mas, por outro lado, e defendendo a iniciativa desses homens intrépidos, fica uma interessante questão: “O que seria dos divertidos filmes de FC & Horror sem esses cientistas loucos?”
Curiosamente, o conto “Vento Frio” também foi adaptado num filme em formato de antologia produzido em 1994, sendo uma das três histórias de “Necronomicon, o Livro Proibido dos Mortos” (Necronomicon). Com direção de Shusuke Kaneko, roteiro de Kazunori Ito e Brent V. Friedman, e com o nome original de “The Cold”, a história de Lovecraft teve alterações recebendo elementos novos, mostrando um cientista em meio a experiências de prolongamento da vida. O Dr. Richard Madden (David Warner), auxiliado pela assistente Lena (Millie Perkins), descobriu uma forma de enganar a morte, utilizando-se de um soro composto pelo líquido espinhal das pessoas. Mas para manter-se eterno, precisa viver enclausurado num apartamento com temperatura baixíssima, e coletando espécimes à força para a extração do líquido espinhal. Os problemas começaram a surgir quando uma jovem garota (Bess Meyer) conhece o cientista e inicia um relacionamento, chegando a engravidar. Após a morte (verdadeira) do Dr. Madden, numa cena de derretimento fantástica, a garota continua as experiências de seu amante. O episódio tem grandes diferenças em relação ao da série “Galeria do Terror”, principalmente pela apresentação de violência explícita e ótimos efeitos especiais, coordenados pela dupla de especialistas Tom Savini e o japonês Screaming Mad George.
“O fim chegou... Fica cada vez mais quente e os tecidos não poderão durar mais... Houve uma deterioração gradual que eu não previra... E os órgãos jamais voltariam a funcionar novamente. Tinha de ser feito a minha maneira (preservação artificial), pois vês: eu morri naquela época, há 18 anos.” – depoimento do cientista Dr. Juan Muñoz, extraído do conto “Vento Frio” (Cool Air), de H. P. Lovecraft
“Galeria do Terror – Ar Gelado” (Night Gallery, 1970/73 – Cool Air) # 246 – data: 05/05/04 – avaliação: 10 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 10/12/05)
Galeria do Terror (Night Gallery, Estados Unidos, 1970/73). NBC. O episódio “Ar Gelado”, tema desse artigo, pertence à segunda temporada da série, programa número 18 (são três episódios, os outros dois são “Câmera Obscura” e “Disse o Corvo Mais ou Menos”), exibido pela primeira vez na televisão americana em 08/12/1971. “Ar Gelado” (Cool Air). Duração: 25 minutos. Direção de Jeannot Szwarc. Roteiro de Rod Serling, baseado em conto homônimo de H. P. Lovecraft. Produção de Jack Laird. Fotografia de Leonard J. South. Música de Robert Bain. Edição de David Rawlins. Direção de Arte de Joe Alves. Cenários de Chester R. Bayhi. Elenco: Henry Darrow, Barbara Rush.
Lista de episódios de “Galeria do Terror”
São 97 episódios com duração variada, e que foram exibidos em 44 programas. Eles estão dispostos pela ordem cronológica da primeira exibição na televisão americana, trazendo informações interessantes como diretor, autor da história, elenco, e na maior parte dos casos, o título nacional recebido na exibição no Brasil.
Filme piloto
“Retrato de um pesadelo” (Night Gallery) – exibido em 08/11/69
“The cemetery” – direção de Boris Sagal, história de Rod Serling, com Roddy McDowall, Ossie Davis, George Macready.
“Eyes” – direção de Steven Spielberg, história de Rod Serling, com Joan Crawford, Barry Sullivan, Tom Bosley.
“The escape route” – direção de Barry Shear, história de Rod Serling, com Richard Kiley, Sam Jaffe.
Primeira Temporada (6 programas de 60 minutos)
# 1 (16/12/70)
“O morto” (The dead man) – direção de Douglas Heyes, história de Fritz Leiber Jr., com Carl Betz, Jeff Corey, Louise Sorel.
“A empregada” (The housekeeper) – direção de John Meredyth Lucas, história de Matthew Howard, com Larry Hagman, Jeanette Nolan, Suzy Parker.
#2 (23/12/70)
“Quarto com vista” (Room with a view) – direção de Jerrold Freedman, história de Hal Dresner, com Joseph Wiseman, Diane Keaton, Angel Tompkins.
“A pequena valise preta” (The little black bag) – direção de Jeannot Szwarc, história de Cyril M. Kornbluth, com Burgess Meredith, Chill Wills.
“A natureza do inimigo” (The nature of the enemy) – direção de Allen Reisner, história de Rod Serling, com Joseph Campanella.
#3 (30/12/70)
“A casa” (The house) – direção de John Astin, história de André Maurois, com Joanna Pettet.
“Certas sombras na parede” (Certain shadows on the wall) – direção de Jeff Corey, história de Mary Eleanor Freeman, com Louis Hayward, Rachel Roberts, Agnes Moorehead, Grayson Hall.
#4 (06/01/71)
“Make me laugh” – direção de Steven Spielberg, história de Rod Serling, com Godfrey Cambridge, Jackie Vernon, Tom Bosley.
“Clean kills and other trophies” – direção de Walter Doniger, história de Rod Serling, com Raymond Massey.
#5 (13/01/71)
“A voz de Pamela” (Pamela’s voice) – direção de Richard Benedict, história de Rod Serling, com Phyllis Diller, John Astin.
“O último sobrevivente” (Lone survivor) – direção de Gene Levitt, história de Rod Serling, com John Colicos, Torin Thatcher.
“A boneca” (The doll) – direção de Rudi Dorn, história de Algernon Blackwood, com John Williams, Shani Wallis, Henry Silva.
#6 (20/01/71)
“Estão demolindo o bar do Tim Riley” (They’re tearing down Tim Riley’s bar) – direção de Don Taylor, história de Rod Serling, com William Windom, Diane Baker, Bert Convy, John Randolph.
“O último prêmio” (The last laurel) – direção de Daryl Duke, história de Davis Grubb, com Jack Cassidy, Martine Beswick.
Segunda Temporada (22 programas de 60 minutos)
#7 (15/09/71)
“The boy who predicted earthquakes” – direção de John Badham, história de Margaret St. Clair, com Michael Constantine, Clint Howard.
“Miss Lovecraft sent me” – direção de Gene R. Kearney, história de Jack Laird, com Joseph Campanella, Sue Lyon.
“The hand of Borgus Weems” – direção de John Meredyth Lucas, história de George Langelaan, com George Maharis, Ray Milland.
“Phantom of what opera?” – direção e história de Gene R. Kearney, com Leslie Nielsen.
#8 (22/09/71)
“Uma morte em família” (Death in the family) – direção de Jeannot Szwarc, história de Miriam Allen DeFord, com E.G. Marshall, Desi Arnaz, Jr.
“Misericórdia” (The merciful) – direção de Jeannot Szwarc, história de Charles L. Sweeney Jr., com Imogene Coca, King Donovan.
“A classe de 99” (Class of 99) – direção de Jeannot Szwarc, história de Rod Serling, com Vincent Price, Brandon de Wilde.
“Witches feast” – com Agnes Moorehead, Ruth Buzzi.
#9 (29/09/71)
“Since aunt Ada came to stay” – direção de William Hale, história de A. E. Van Vogt, com James Farentino, Michele Lee, Jeanette Nolan, Jonathan Harris.
“With apologies to Mr. Hide” – direção de Jeannot Szwarc, história de Hal Dresner, com Adam West.
“The flip side of Satan” – direção de Jerrold Freedman, história de Malcolm Marmorstein, com Arte Johnson.
#10 (06/10/71)
“Um medo de aranhas” (A fear of spiders) – direção de John Astin, história de Elizabeth M. Walter, com Patrick O'Neal, Kim Stanley.
“Junior” (Junior) – direção de Theodore J. Flicker, história de Gene R. Kearney, com Wally Cox.
“Vinho de laranja” (Marmalade wine) – direção de Jerrold Freedman, história de Joan Aiken, com Robert Morse, Rudy Vallee.
“A academia” (The academy) – direção de Jeff Corey, história de David Ely, com Pat Boone, Leif Erickson.
#11 (20/10/71)
“A fazenda fantasma” (The phantom farmhouse) – direção de Jeannot Szwarc, história de Seabury Quinn, com David McCallum, Linda Marsh, David Carradine.
“Neve silenciosa, neve secreta” (Silent snow, secret snow) – direção de Gene R. Kearney, história de Conrad Aiken, narrado por Orson Welles.
#12 (27/10/71)
“Uma questão de medo” (A question of fear) – direção de Jack Laird, história de Bryan Lewis, com Leslie Nielsen, Fritz Weaver.
“Não se brinca com o diabo” (The devil is not mocked) – direção de Gene R. Kearney, história de Manly Wade Wellman, com Helmut Dantine, Francis Lederer.
#13 (03/11/71)
“Meia-noite sem fim” (Midnight never ends) – direção de Jeannot Szwarc, história de Rod Serling, com Susan Strasberg, Robert F. Lyons.
“Brenda” (Brenda) – direção de Allen Reisner, história de Margaret St. Clair, com Laurie Prange, Glenn Corbett.
#14 (10/11/71)
“O diário” (The diary) – direção de William Hale, história de Rod Serling, com Patty Duke, David Wayne, Virginia Mayo.
“Uma questão de semânticas” (A matter of semantics) – direção de Jack Laird, história de Gene R. Kearney, com Cesar Romero, E.J. Peaker.
“A grande surpresa” (Big surprise) – direção de Jeannot Szwarc, história de Richard Matheson, com John Carradine.
“A última aula do Professor Peabody” (Professor Peabody’s last lecture) – direção de Jerrold Freedman, história de Jack Laird, com Carl Reiner.
#15 (17/11/71)
“Casa com fantasma” (House – with ghost) – direção de Gene R. Kearney, história de August Derleth, com Bob Crane, Jo Anne Worley.
“A midnight visit to the neighborhood blood bank” – direção de William Hale, história de Jack Laird, com Victor Buono.
“O rejuvelhescente do Dr. Stringfellow” (Dr. Stringfellow’s rejuvenator) – direção de Jerrold Freedman, história de Rod Serling, com Forrest Tucker, Murray Hamilton.
“Os sinos do inferno” (Hell’s bells) – direção de Theodore J. Flicker, história de Harry Turner, com John Astin.
#16 (24/11/71)
“O menino moreno” (The dark boy) – direção de John Astin, história de August Derleth, com Elizabeth Hartman, Gale Sondergaard.
“Mantenha contato – vamos dar um jeito” (Keep in touch – we’ll think of something) – direção e história de Gene R. Kearney, com Alex Cord, Joanna Pettet.
#17 (01/12/71)
“O modelo de Pickman” (Pickman’s model) – direção de Jack Laird, história de H. P. Lovecraft, com Bradford Dillman, Louise Sorel.
“O falecido amado” (The dear departed) – direção de Jeff Corey, história de Alice-Mary Schnirring, com Steve Lawrence, Harvey Lembeck, Maureen Arthur.
“Um ato cavalheiresco” (An act of chivalry) – direção e história de Jack Laird, com Diedre Hall.
#18 (08/12/71)
“Ar gelado” (Cool air) – direção de Jeannot Szwarc, história de H. P. Lovecraft, com Barbara Rush, Henry Darrow.
“Câmera obscura” (Camera obscura) – direção de John Badham, história de Basil Copper, com Ross Martin, René Auberjonois.
“Disse o corvo mais ou menos” (Quote the raven) – direção de Jeff Corey, história de Jack Laird, com Marty Allen.
#19 (15/12/71)
“O messias vem à Rua Mott” (The messiah on Mott Street) – direção de Don Taylor, história de Rod Serling, com Edward G. Robinson, Yaphet Kotto, Tony Roberts.
“O espelho pintado” (The painted mirror) – direção de Gene R. Kearney, história de Donald Wandrei, com Zsa Zsa Gabor, Arthur O'Connell.
#20 (29/12/71)
“Os diferentes” (The different ones) – direção de John Meredyth Lucas, história de Rod Serling, com Dana Andrews.
“Diga David...” (Tell David...) – direção de Jeff Corey, história de Penelope Wallace, com Sandra Dee, Jared Martin.
“As cabeças de Logoda” (Logoda’s heads) – direção de Jeannot Szwarc, história de Robert Bloch, com Patrick Macnee, Brock Peters, Denise Nicholas.
#21 (05/01/72)
“Dedos verdes” (Green fingers) – direção de John Badham, história de R. C. Cook, com Cameron Mitchell, Elsa Lanchester.
“O enterro” (The funeral) – direção de John Meredyth Lucas, história de Richard Matheson, com Joe Flynn, Werner Klemperer.
“A música no bar de Dan” (The tune in Dan’s Café) – direção de David Rawlins, história de Shamus Frazier, com Pernell Roberts, Susan Oliver.
#22 (12/01/72)
“Lindemann's catch” – direção de Jeff Corey, história de Rod Serling, com Stuart Whitman.
“The late Mr. Peddington” – direção de Jeff Corey, história de Frank Sisk, com Harry Morgan, Kim Hunter.
“A feast of blood” – direção de Jeannot Szwarc, história de Dulcie Gray, com Sondra Locke, Norman Lloyd, Hermione Baddeley.
#23 (19/01/72)
“O milagre de Camafeo” (The miracle at Camafeo) – direção de Ralph Senensky, história de C. B. Gilford, com Harry Guardino, Julie Adams, Ray Danton.
“O fantasma da mansão Sorworth” (The ghost of Sorworth place) – direção de Ralph Senensky, história de Russell Kirk, com Richard Kiley, Jill Ireland.
#24 (26/01/72)
“A sala de espera” (The waiting room) – direção de Jeannot Szwarc, história de Rod Serling, com Steve Forrest, Buddy Ebsen, Gilbert Roland, Albert Salmi, Jim Davis, Lex Barker.
“O último ritual para um crime de amor” (Last rites for a dead druid) – direção de Jeannot Szwarc, história de Alvin Sapinsley, com Bill Bixby, Carol Lynley, Donna Douglas.
#25 (09/02/72)
“Entrega pelos fundos” (Deliveries in the rear) – direção de Jeff Corey, história de Rod Serling, com Cornel Wilde, Rosemary Forsyth.
“Pare de me matar” (Stop killing me) – direção de Jeannot Szwarc, história de Hal Dresner, com Geraldine Page, James Gregory.
“Peso morto” (Dead weight) – direção de Timothy Galfas, história de Jeffry Scott, com Jack Albertson, Bobby Darin.
#26 (16/02/72)
“Jamais te deixarei” (I’ll never leave you-ever) – direção de Daniel Haller, história de Rene Morris, com Lois Nettleton, John Saxon, Royal Dano.
“Não existem mais MacBanes” (There aren’t anymore MacBanes) – direção de John Newland, história de Stephen Hall, com Joel Grey, Howard Duff.
#27 ( 2-23-72 )
“The sins of the fathers” – direção de Jeannot Szwarc, história de Cristianna Brand, com Geraldine Page, Richard Thomas, Michael Dunn, Barbara Steele.
“You can't get help like that anymore” – direção de Jeff Corey, história de Rod Serling, com Cloris Leachman, Broderick Crawford, Lana Wood.
#28 (01/03/72)
“A lacraia” (The caterpillar) – direção de Jeannot Szwarc, história de Oscar Cook, com Laurence Harvey, Joanna Pettet, John Williams.
“A menininha que se foi” (Little girl lost) – direção de Timothy Galfas, história de E. C. Tubb, com Ed Nelson, William Windom.
Terceira Temporada (15 programas de 30 minutos)
#29 (24/09/72)
“A volta do feiticeiro” (The return of the sorcerer) – direção de Jeannot Szwarc, história de Clark Ashton Smith, com Vincent Price, Bill Bixby, Patricia Sterling.
#30 (01/10/72)
“A garota dos olhos famintos” (The girl with the hungry eyes), com James Farentino, Joanna Pettet, John Astin.
#31 (15/10/72)
“Noite espantosa” (Fright night), com Stuart Whitman, Barbara Anderson.
#32 (22/10/72)
“Rare objects” – direção de Jeannot Szwarc, história de Rod Serling, com Mickey Rooney, Raymond Massey.
#33 (29/10/72)
“Spectre in tap-shoes” – direção de Jeannot Szwarc, história de Jack Laird, com Sandra Dee, Dane Clark, Christopher Connelly.
#34 (05/11/72)
“O ringue de cordas de veludo vermelho” (The ring with the red velvet ropes) – direção de Jeannot Szwarc, história de Edward D. Hoch, com Gary Lockwood, Chuck Connors, Joan van Ark.
#35 (12/11/72)
“You can come up now, Mrs. Millikan”, com Ozzie Nelson, Harriet Nelson, Roger Davis.
“Smile, please”, com Cesare Danova, Lindsay Wagner.
#36 (19/11/72)
“The other way out”, com Ross Martin, Burl Ives.
#37 (17/12/72)
“Finnegan’s flight”, com Burgess Meredith, Cameron Mitchell, Barry Sullivan.
#38 (24/12/72)
“She'll be company for you” – direção de Gerald Perry Finnerman, história de Andrea Newman, com Leonard Nimoy, Lorraine Gary, Kathryn Hays.
#39 (14/01/73)
“Something in the woodwork”, com Geraldine Page, Leif Erickson.
#40 (04/03/73)
“Death on a barge”, com Lesley Warren, Robert Pratt, Lou Antonio, Brooke Bundy.
#41 (13/05/73)
“Whisper” – direção de Jeannot Szwarc, história de Martin Waddell, com Sally Field, Dean Stockwell.
#42 (20/05/73)
“The doll of death” – direção de John Badham, história de Vivian Meik, com Susan Strasberg, Alejandro Rey, Barry Atwater, Murray Matheson.
#43 (27/05/73)
“Hatred unto death” – direção de Gerald Perry Finnerman, história de Milton Geiger, com Steve Forrest, Dina Merrill, Fernando Lamas.
“How to cure the common vampire” – direção e história de Jack Laird, com Richard Deacon, Johnny Brown.
Observações:
“Satisfação garantida” (Satisfaction guaranteed) – direção de Jeannot Szwarc, história de Jack Laird, com Victor Buono. Exibido pela primeira vez em 22/03/72 na reprise do programa #8, no lugar do episódio “Witches feast”.
“Room for one less” – produzido para a segunda temporada mas nunca exibido.
“Die now, pay later” – produzido para a segunda temporada mas nunca exibido.
O escritor Rod Serling (1924 / 1975) é um dos grandes nomes que construíram a história do gênero fantástico, principalmente pela criação de duas das mais expressivas séries de televisão abordando elementos de horror, ficção científica, fantasia e suspense. Uma delas é a clássica e saudosa “Além da Imaginação” (The Twilight Zone, 1959/65), para a qual também escreveu 92 episódios. A outra série também relevante é “Galeria do Terror” (Night Gallery, 1970/73), onde escreveu roteiros para 35 episódios, e que teve um filme piloto chamado “Retrato de Um Pesadelo” (69), de onde veio a introdução narrada que está reproduzida no topo desse artigo. O piloto é dividido em três episódios independentes e onde curiosamente um deles, “Eyes” (estrelado por Joan Crawford), foi dirigido por Steven Spielberg em sua estréia profissional.
“Galeria do Terror” tem o formato similar à anterior e bem mais famosa “Além da Imaginação”, com a exibição de 44 programas (incluindo o piloto) semanais de 60 minutos, que variavam entre dois até quatro episódios cada um, ou de 30 minutos com um único episódio, como no caso da terceira temporada. Porém, enquanto “The Twilight Zone” abordava com mais intensidade histórias de FC e fantasia, os contos de “Galeria do Terror”, apresentados por Rod Serling através de representações de pesadelos em quadros de um museu antigo (daí o nome original de “Night Gallery” ou numa tradução literal, “Galeria da Noite”), estavam mais voltados para o horror e o sobrenatural, com temas predominantemente sombrios e mórbidos, apesar de existirem alguns episódios super curtos em forma de vinhetas com humor negro (aliás, bem sem graça), numa exigência infeliz do produtor Jack Laird e contra a vontade de Rod Serling.
Na verdade, “Galeria do Terror” não obteve o sucesso esperado e a resposta dos fãs foi bem inferior e insatisfatória, mas mesmo assim a série é muito boa e apresentou algumas histórias excelentes, inspiradas em escritores como H. P. Lovecraft, Robert Bloch, Algernon Blackwood, Richard Matheson, George Langelaan, A. E. Van Vogt e August Derleth, dirigidas por nomes como Steven Spielberg, Boris Sagal, Don Taylor e Jeannot Szwarc.
Os episódios são estrelados por uma infinidade de rostos conhecidos da telinha e dos cinemas, vistos em outras séries de TV como “Jornada nas Estrelas”, “A Feiticeira”, “Jeannie é um Gênio”, “Perdidos no Espaço”, “S.W.A.T.”, “O Homem Invisível”, “O Incrível Hulk”, “Batman”, “Viagem Fantástica”, “James West”, “Cimarron”, “Bonanza”, “A Família Robinson”, e outras. Gente como Leonard Nimoy, Ross Martin, Burgess Meredith, Bradford Dillman, Victor Buono, Larry Hagman, Jonathan Harris, Adam West, Stuart Whitman, Steve Forrest, Bill Bixby, John Saxon, Jared Martin, David McCallum, David Carradine, Roddy McDowall, Dean Stockwell, Henry Silva, Chuck Connors, Fritz Weaver, Pernell Roberts, John Astin, Edward G. Robinson, Cameron Mitchell, Ray Milland, Leslie Nielsen, Sandra Dee, Susan Oliver, Kim Hunter, Diane Keaton e Agnes Moorehead. Tem até a participação do grande mestre do horror Vincent Price em dois episódios, “A Classe de 99” e “A Volta do Feiticeiro”, além de John Carradine que esteve em “A Grande Surpresa”, e a musa do horror Barbara Steele, em “The Sins of the Fathers”.
O cultuado escritor Howard Phillips Lovecraft (1890 / 1937) tem dois de seus fantásticos contos adaptados em episódios da série. O autor é consagrado por suas histórias macabras e pela criação de um complexo universo ficcional, os “Mitos de Cthulhu”, envolvendo a existência de antigas criaturas monstruosas e indizíveis, seres alienígenas que habitavam nosso planeta em tempos imemoriais e que estão apenas aguardando ocultos o retorno de seu poder. Adaptar os contos de Lovecraft em forma de filmes foi um fato bem significativo na época, pois o autor começou a ser adaptado para as telas apenas em 1963 com “O Castelo Assombrado” (The Haunted Palace), ou seja, apesar dele ser bem conhecido e respeitado pelo público, tinham sido poucas até então as adaptações em filmes de sua obra literária. Atualmente, Lovecraft pode ser considerado um escritor com muitos filmes baseados em suas histórias (cerca de 30 adaptações, entre contos originais e utilização de seus personagens), figurando ao lado de Stephen King, Edgar Allan Poe e Clive Barker como os mais filmados pelo cinema de horror.
As histórias são “O Modelo de Pickman” (Pickman’s Model) e “Vento Frio” (Cool Air), ambas escritas em 1926, que aliás são excelentes idéias e que foram muito bem adaptadas para o formato da televisão. O objetivo desse artigo é abordar o episódio “Ar Gelado” (recebeu esse nome na TV brasileira), que foi exibido uma vez em 1989, através da Rede Bandeirantes, nas madrugadas perdidas de dias de semana, numa tarefa super difícil para os colecionadores acompanharem e conseguirem gravar cópias em vídeo VHS. Aliás, como “Galeria do Terror” era a última atração a ser exibida pela emissora, o horário nunca era o mesmo, e girava em torno de 3 horas da madrugada, logo após um programa chato de entrevistas com “personalidades” da noite e “frequentadores” das colunas sociais de revistas, apresentado pelo conhecido Amaury Junior. Ou seja, todo dia era necessário ficar aguardando o programa acabar para poder gravar os episódios narrados por Rod Serling, numa tortura desgastante, e valorizando ainda mais a coleção.
É muito difícil enfocar esse episódio sem revelar importantes “spoilers”, portanto para quem não viu ainda e não quer saber os detalhes reveladores, a sugestão é não ler as informações que seguem abaixo. Mas se você já teve o prazer de assistir ou não viu ainda mas está curioso e tem dificuldade em conseguir uma forma de ver esse episódio em particular, prepara-se então para visitar a “Galeria da Noite” e sentir um “Ar Gelado” percorrer por sua espinha...
O episódio é do programa número 18, pertencente à segunda temporada, exibido pela primeira vez nos EUA em 08/12/71. Mostra um cientista espanhol, Dr. Juan Muñoz (Henry Darrow), envolvido em experiências de vida artificial. Ele vivia isolado numa pensão em New York e em seu quarto a temperatura sempre estava em torno de treze graus célsius, mantida regular através de máquinas de refrigeração. Porém, certa vez ele recebe a visita inesperada da filha de um antigo colega (interpretada por Barbara Rush) que se apaixona por ele, enquanto uma pane em um dos motores impossibilitou manter a temperatura baixa, trazendo graves consequências para o cientista, que começou literalmente a derreter de forma gradual.
Na verdade, ele já havia morrido há 10 anos (no filme), ou 18 anos (no livro), e se mantinha “vivo” graças somente à baixa temperatura de seu apartamento. Os órgãos internos já haviam cessado de funcionar mas a carne exterior ainda se mantinha firme. No filme, ele morre “definitivamente” ao se trancar no banheiro com vários quilos de gelo, na esperança de manter a temperatura nos moldes mínimos, o que ainda assim tornou-se insuficiente e ele se transformou num cadáver esquelético.
Curiosamente, no livro o cientista derrete literalmente aos poucos, formando uma trilha de carne derretida do banheiro até um sofá, num destino muito parecido com o que aconteceu ao astronauta Steve West (Alex Rebar) em “O Incrível Homem Que Derreteu” (The Incredible Melting Man, 77), quando ao retornar de uma viagem espacial à Saturno ele contraiu um vírus que causava a degeneração dos tecidos humanos, transformando o homem vagarosamente numa massa disforme e pútrida de carne e sangue.
Um detalhe interessante foi a inscrição na lápide da sepultura do Dr. Muñoz, na cena final passada no interior de um cemitério: “Nasceu: 1877, Morreu: 1913 e (1923)”. O cientista conseguiu o incrível feito de morrer duas vezes...
“Ar Gelado” explora aquele velho e conhecido argumento básico do cinema fantástico onde um homem da ciência torna-se vítima de suas próprias descobertas, transformando-se geralmente num monstro ameaçador para a humanidade. Nesse caso, o cientista teve que enfrentar as graves consequências de suas experiências pagando um alto preço pela ousadia em tentar prolongar sua existência artificialmente fugindo da inevitável morte, ao se tornar de forma dolorosa um aglomerado de fluídos em decomposição.
Mas, por outro lado, e defendendo a iniciativa desses homens intrépidos, fica uma interessante questão: “O que seria dos divertidos filmes de FC & Horror sem esses cientistas loucos?”
Curiosamente, o conto “Vento Frio” também foi adaptado num filme em formato de antologia produzido em 1994, sendo uma das três histórias de “Necronomicon, o Livro Proibido dos Mortos” (Necronomicon). Com direção de Shusuke Kaneko, roteiro de Kazunori Ito e Brent V. Friedman, e com o nome original de “The Cold”, a história de Lovecraft teve alterações recebendo elementos novos, mostrando um cientista em meio a experiências de prolongamento da vida. O Dr. Richard Madden (David Warner), auxiliado pela assistente Lena (Millie Perkins), descobriu uma forma de enganar a morte, utilizando-se de um soro composto pelo líquido espinhal das pessoas. Mas para manter-se eterno, precisa viver enclausurado num apartamento com temperatura baixíssima, e coletando espécimes à força para a extração do líquido espinhal. Os problemas começaram a surgir quando uma jovem garota (Bess Meyer) conhece o cientista e inicia um relacionamento, chegando a engravidar. Após a morte (verdadeira) do Dr. Madden, numa cena de derretimento fantástica, a garota continua as experiências de seu amante. O episódio tem grandes diferenças em relação ao da série “Galeria do Terror”, principalmente pela apresentação de violência explícita e ótimos efeitos especiais, coordenados pela dupla de especialistas Tom Savini e o japonês Screaming Mad George.
“O fim chegou... Fica cada vez mais quente e os tecidos não poderão durar mais... Houve uma deterioração gradual que eu não previra... E os órgãos jamais voltariam a funcionar novamente. Tinha de ser feito a minha maneira (preservação artificial), pois vês: eu morri naquela época, há 18 anos.” – depoimento do cientista Dr. Juan Muñoz, extraído do conto “Vento Frio” (Cool Air), de H. P. Lovecraft
“Galeria do Terror – Ar Gelado” (Night Gallery, 1970/73 – Cool Air) # 246 – data: 05/05/04 – avaliação: 10 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 10/12/05)
Galeria do Terror (Night Gallery, Estados Unidos, 1970/73). NBC. O episódio “Ar Gelado”, tema desse artigo, pertence à segunda temporada da série, programa número 18 (são três episódios, os outros dois são “Câmera Obscura” e “Disse o Corvo Mais ou Menos”), exibido pela primeira vez na televisão americana em 08/12/1971. “Ar Gelado” (Cool Air). Duração: 25 minutos. Direção de Jeannot Szwarc. Roteiro de Rod Serling, baseado em conto homônimo de H. P. Lovecraft. Produção de Jack Laird. Fotografia de Leonard J. South. Música de Robert Bain. Edição de David Rawlins. Direção de Arte de Joe Alves. Cenários de Chester R. Bayhi. Elenco: Henry Darrow, Barbara Rush.
Lista de episódios de “Galeria do Terror”
São 97 episódios com duração variada, e que foram exibidos em 44 programas. Eles estão dispostos pela ordem cronológica da primeira exibição na televisão americana, trazendo informações interessantes como diretor, autor da história, elenco, e na maior parte dos casos, o título nacional recebido na exibição no Brasil.
Filme piloto
“Retrato de um pesadelo” (Night Gallery) – exibido em 08/11/69
“The cemetery” – direção de Boris Sagal, história de Rod Serling, com Roddy McDowall, Ossie Davis, George Macready.
“Eyes” – direção de Steven Spielberg, história de Rod Serling, com Joan Crawford, Barry Sullivan, Tom Bosley.
“The escape route” – direção de Barry Shear, história de Rod Serling, com Richard Kiley, Sam Jaffe.
Primeira Temporada (6 programas de 60 minutos)
# 1 (16/12/70)
“O morto” (The dead man) – direção de Douglas Heyes, história de Fritz Leiber Jr., com Carl Betz, Jeff Corey, Louise Sorel.
“A empregada” (The housekeeper) – direção de John Meredyth Lucas, história de Matthew Howard, com Larry Hagman, Jeanette Nolan, Suzy Parker.
#2 (23/12/70)
“Quarto com vista” (Room with a view) – direção de Jerrold Freedman, história de Hal Dresner, com Joseph Wiseman, Diane Keaton, Angel Tompkins.
“A pequena valise preta” (The little black bag) – direção de Jeannot Szwarc, história de Cyril M. Kornbluth, com Burgess Meredith, Chill Wills.
“A natureza do inimigo” (The nature of the enemy) – direção de Allen Reisner, história de Rod Serling, com Joseph Campanella.
#3 (30/12/70)
“A casa” (The house) – direção de John Astin, história de André Maurois, com Joanna Pettet.
“Certas sombras na parede” (Certain shadows on the wall) – direção de Jeff Corey, história de Mary Eleanor Freeman, com Louis Hayward, Rachel Roberts, Agnes Moorehead, Grayson Hall.
#4 (06/01/71)
“Make me laugh” – direção de Steven Spielberg, história de Rod Serling, com Godfrey Cambridge, Jackie Vernon, Tom Bosley.
“Clean kills and other trophies” – direção de Walter Doniger, história de Rod Serling, com Raymond Massey.
#5 (13/01/71)
“A voz de Pamela” (Pamela’s voice) – direção de Richard Benedict, história de Rod Serling, com Phyllis Diller, John Astin.
“O último sobrevivente” (Lone survivor) – direção de Gene Levitt, história de Rod Serling, com John Colicos, Torin Thatcher.
“A boneca” (The doll) – direção de Rudi Dorn, história de Algernon Blackwood, com John Williams, Shani Wallis, Henry Silva.
#6 (20/01/71)
“Estão demolindo o bar do Tim Riley” (They’re tearing down Tim Riley’s bar) – direção de Don Taylor, história de Rod Serling, com William Windom, Diane Baker, Bert Convy, John Randolph.
“O último prêmio” (The last laurel) – direção de Daryl Duke, história de Davis Grubb, com Jack Cassidy, Martine Beswick.
Segunda Temporada (22 programas de 60 minutos)
#7 (15/09/71)
“The boy who predicted earthquakes” – direção de John Badham, história de Margaret St. Clair, com Michael Constantine, Clint Howard.
“Miss Lovecraft sent me” – direção de Gene R. Kearney, história de Jack Laird, com Joseph Campanella, Sue Lyon.
“The hand of Borgus Weems” – direção de John Meredyth Lucas, história de George Langelaan, com George Maharis, Ray Milland.
“Phantom of what opera?” – direção e história de Gene R. Kearney, com Leslie Nielsen.
#8 (22/09/71)
“Uma morte em família” (Death in the family) – direção de Jeannot Szwarc, história de Miriam Allen DeFord, com E.G. Marshall, Desi Arnaz, Jr.
“Misericórdia” (The merciful) – direção de Jeannot Szwarc, história de Charles L. Sweeney Jr., com Imogene Coca, King Donovan.
“A classe de 99” (Class of 99) – direção de Jeannot Szwarc, história de Rod Serling, com Vincent Price, Brandon de Wilde.
“Witches feast” – com Agnes Moorehead, Ruth Buzzi.
#9 (29/09/71)
“Since aunt Ada came to stay” – direção de William Hale, história de A. E. Van Vogt, com James Farentino, Michele Lee, Jeanette Nolan, Jonathan Harris.
“With apologies to Mr. Hide” – direção de Jeannot Szwarc, história de Hal Dresner, com Adam West.
“The flip side of Satan” – direção de Jerrold Freedman, história de Malcolm Marmorstein, com Arte Johnson.
#10 (06/10/71)
“Um medo de aranhas” (A fear of spiders) – direção de John Astin, história de Elizabeth M. Walter, com Patrick O'Neal, Kim Stanley.
“Junior” (Junior) – direção de Theodore J. Flicker, história de Gene R. Kearney, com Wally Cox.
“Vinho de laranja” (Marmalade wine) – direção de Jerrold Freedman, história de Joan Aiken, com Robert Morse, Rudy Vallee.
“A academia” (The academy) – direção de Jeff Corey, história de David Ely, com Pat Boone, Leif Erickson.
#11 (20/10/71)
“A fazenda fantasma” (The phantom farmhouse) – direção de Jeannot Szwarc, história de Seabury Quinn, com David McCallum, Linda Marsh, David Carradine.
“Neve silenciosa, neve secreta” (Silent snow, secret snow) – direção de Gene R. Kearney, história de Conrad Aiken, narrado por Orson Welles.
#12 (27/10/71)
“Uma questão de medo” (A question of fear) – direção de Jack Laird, história de Bryan Lewis, com Leslie Nielsen, Fritz Weaver.
“Não se brinca com o diabo” (The devil is not mocked) – direção de Gene R. Kearney, história de Manly Wade Wellman, com Helmut Dantine, Francis Lederer.
#13 (03/11/71)
“Meia-noite sem fim” (Midnight never ends) – direção de Jeannot Szwarc, história de Rod Serling, com Susan Strasberg, Robert F. Lyons.
“Brenda” (Brenda) – direção de Allen Reisner, história de Margaret St. Clair, com Laurie Prange, Glenn Corbett.
#14 (10/11/71)
“O diário” (The diary) – direção de William Hale, história de Rod Serling, com Patty Duke, David Wayne, Virginia Mayo.
“Uma questão de semânticas” (A matter of semantics) – direção de Jack Laird, história de Gene R. Kearney, com Cesar Romero, E.J. Peaker.
“A grande surpresa” (Big surprise) – direção de Jeannot Szwarc, história de Richard Matheson, com John Carradine.
“A última aula do Professor Peabody” (Professor Peabody’s last lecture) – direção de Jerrold Freedman, história de Jack Laird, com Carl Reiner.
#15 (17/11/71)
“Casa com fantasma” (House – with ghost) – direção de Gene R. Kearney, história de August Derleth, com Bob Crane, Jo Anne Worley.
“A midnight visit to the neighborhood blood bank” – direção de William Hale, história de Jack Laird, com Victor Buono.
“O rejuvelhescente do Dr. Stringfellow” (Dr. Stringfellow’s rejuvenator) – direção de Jerrold Freedman, história de Rod Serling, com Forrest Tucker, Murray Hamilton.
“Os sinos do inferno” (Hell’s bells) – direção de Theodore J. Flicker, história de Harry Turner, com John Astin.
#16 (24/11/71)
“O menino moreno” (The dark boy) – direção de John Astin, história de August Derleth, com Elizabeth Hartman, Gale Sondergaard.
“Mantenha contato – vamos dar um jeito” (Keep in touch – we’ll think of something) – direção e história de Gene R. Kearney, com Alex Cord, Joanna Pettet.
#17 (01/12/71)
“O modelo de Pickman” (Pickman’s model) – direção de Jack Laird, história de H. P. Lovecraft, com Bradford Dillman, Louise Sorel.
“O falecido amado” (The dear departed) – direção de Jeff Corey, história de Alice-Mary Schnirring, com Steve Lawrence, Harvey Lembeck, Maureen Arthur.
“Um ato cavalheiresco” (An act of chivalry) – direção e história de Jack Laird, com Diedre Hall.
#18 (08/12/71)
“Ar gelado” (Cool air) – direção de Jeannot Szwarc, história de H. P. Lovecraft, com Barbara Rush, Henry Darrow.
“Câmera obscura” (Camera obscura) – direção de John Badham, história de Basil Copper, com Ross Martin, René Auberjonois.
“Disse o corvo mais ou menos” (Quote the raven) – direção de Jeff Corey, história de Jack Laird, com Marty Allen.
#19 (15/12/71)
“O messias vem à Rua Mott” (The messiah on Mott Street) – direção de Don Taylor, história de Rod Serling, com Edward G. Robinson, Yaphet Kotto, Tony Roberts.
“O espelho pintado” (The painted mirror) – direção de Gene R. Kearney, história de Donald Wandrei, com Zsa Zsa Gabor, Arthur O'Connell.
#20 (29/12/71)
“Os diferentes” (The different ones) – direção de John Meredyth Lucas, história de Rod Serling, com Dana Andrews.
“Diga David...” (Tell David...) – direção de Jeff Corey, história de Penelope Wallace, com Sandra Dee, Jared Martin.
“As cabeças de Logoda” (Logoda’s heads) – direção de Jeannot Szwarc, história de Robert Bloch, com Patrick Macnee, Brock Peters, Denise Nicholas.
#21 (05/01/72)
“Dedos verdes” (Green fingers) – direção de John Badham, história de R. C. Cook, com Cameron Mitchell, Elsa Lanchester.
“O enterro” (The funeral) – direção de John Meredyth Lucas, história de Richard Matheson, com Joe Flynn, Werner Klemperer.
“A música no bar de Dan” (The tune in Dan’s Café) – direção de David Rawlins, história de Shamus Frazier, com Pernell Roberts, Susan Oliver.
#22 (12/01/72)
“Lindemann's catch” – direção de Jeff Corey, história de Rod Serling, com Stuart Whitman.
“The late Mr. Peddington” – direção de Jeff Corey, história de Frank Sisk, com Harry Morgan, Kim Hunter.
“A feast of blood” – direção de Jeannot Szwarc, história de Dulcie Gray, com Sondra Locke, Norman Lloyd, Hermione Baddeley.
#23 (19/01/72)
“O milagre de Camafeo” (The miracle at Camafeo) – direção de Ralph Senensky, história de C. B. Gilford, com Harry Guardino, Julie Adams, Ray Danton.
“O fantasma da mansão Sorworth” (The ghost of Sorworth place) – direção de Ralph Senensky, história de Russell Kirk, com Richard Kiley, Jill Ireland.
#24 (26/01/72)
“A sala de espera” (The waiting room) – direção de Jeannot Szwarc, história de Rod Serling, com Steve Forrest, Buddy Ebsen, Gilbert Roland, Albert Salmi, Jim Davis, Lex Barker.
“O último ritual para um crime de amor” (Last rites for a dead druid) – direção de Jeannot Szwarc, história de Alvin Sapinsley, com Bill Bixby, Carol Lynley, Donna Douglas.
#25 (09/02/72)
“Entrega pelos fundos” (Deliveries in the rear) – direção de Jeff Corey, história de Rod Serling, com Cornel Wilde, Rosemary Forsyth.
“Pare de me matar” (Stop killing me) – direção de Jeannot Szwarc, história de Hal Dresner, com Geraldine Page, James Gregory.
“Peso morto” (Dead weight) – direção de Timothy Galfas, história de Jeffry Scott, com Jack Albertson, Bobby Darin.
#26 (16/02/72)
“Jamais te deixarei” (I’ll never leave you-ever) – direção de Daniel Haller, história de Rene Morris, com Lois Nettleton, John Saxon, Royal Dano.
“Não existem mais MacBanes” (There aren’t anymore MacBanes) – direção de John Newland, história de Stephen Hall, com Joel Grey, Howard Duff.
#27 ( 2-23-72 )
“The sins of the fathers” – direção de Jeannot Szwarc, história de Cristianna Brand, com Geraldine Page, Richard Thomas, Michael Dunn, Barbara Steele.
“You can't get help like that anymore” – direção de Jeff Corey, história de Rod Serling, com Cloris Leachman, Broderick Crawford, Lana Wood.
#28 (01/03/72)
“A lacraia” (The caterpillar) – direção de Jeannot Szwarc, história de Oscar Cook, com Laurence Harvey, Joanna Pettet, John Williams.
“A menininha que se foi” (Little girl lost) – direção de Timothy Galfas, história de E. C. Tubb, com Ed Nelson, William Windom.
Terceira Temporada (15 programas de 30 minutos)
#29 (24/09/72)
“A volta do feiticeiro” (The return of the sorcerer) – direção de Jeannot Szwarc, história de Clark Ashton Smith, com Vincent Price, Bill Bixby, Patricia Sterling.
#30 (01/10/72)
“A garota dos olhos famintos” (The girl with the hungry eyes), com James Farentino, Joanna Pettet, John Astin.
#31 (15/10/72)
“Noite espantosa” (Fright night), com Stuart Whitman, Barbara Anderson.
#32 (22/10/72)
“Rare objects” – direção de Jeannot Szwarc, história de Rod Serling, com Mickey Rooney, Raymond Massey.
#33 (29/10/72)
“Spectre in tap-shoes” – direção de Jeannot Szwarc, história de Jack Laird, com Sandra Dee, Dane Clark, Christopher Connelly.
#34 (05/11/72)
“O ringue de cordas de veludo vermelho” (The ring with the red velvet ropes) – direção de Jeannot Szwarc, história de Edward D. Hoch, com Gary Lockwood, Chuck Connors, Joan van Ark.
#35 (12/11/72)
“You can come up now, Mrs. Millikan”, com Ozzie Nelson, Harriet Nelson, Roger Davis.
“Smile, please”, com Cesare Danova, Lindsay Wagner.
#36 (19/11/72)
“The other way out”, com Ross Martin, Burl Ives.
#37 (17/12/72)
“Finnegan’s flight”, com Burgess Meredith, Cameron Mitchell, Barry Sullivan.
#38 (24/12/72)
“She'll be company for you” – direção de Gerald Perry Finnerman, história de Andrea Newman, com Leonard Nimoy, Lorraine Gary, Kathryn Hays.
#39 (14/01/73)
“Something in the woodwork”, com Geraldine Page, Leif Erickson.
#40 (04/03/73)
“Death on a barge”, com Lesley Warren, Robert Pratt, Lou Antonio, Brooke Bundy.
#41 (13/05/73)
“Whisper” – direção de Jeannot Szwarc, história de Martin Waddell, com Sally Field, Dean Stockwell.
#42 (20/05/73)
“The doll of death” – direção de John Badham, história de Vivian Meik, com Susan Strasberg, Alejandro Rey, Barry Atwater, Murray Matheson.
#43 (27/05/73)
“Hatred unto death” – direção de Gerald Perry Finnerman, história de Milton Geiger, com Steve Forrest, Dina Merrill, Fernando Lamas.
“How to cure the common vampire” – direção e história de Jack Laird, com Richard Deacon, Johnny Brown.
Observações:
“Satisfação garantida” (Satisfaction guaranteed) – direção de Jeannot Szwarc, história de Jack Laird, com Victor Buono. Exibido pela primeira vez em 22/03/72 na reprise do programa #8, no lugar do episódio “Witches feast”.
“Room for one less” – produzido para a segunda temporada mas nunca exibido.
“Die now, pay later” – produzido para a segunda temporada mas nunca exibido.