Perdidos no Espaço (1965/68) - série de TV



16 de Outubro de 1997. Este é o início. Este é o grande dia. Vocês estão para presenciar o desenrolar de uma das maiores aventuras da história: a colonização espacial pelo Homem além das estrelas.

Para quem teve o privilégio de acompanhar na televisão a exibição das quatro famosas séries de Ficção Científica com elementos de Horror dos saudosos anos 60, criadas pelo lendário produtor Irwin Allen (1916 / 1991), “Viagem ao Fundo do Mar” (Voyage to the Bottom of the Sea, 64/68), “Perdidos no Espaço” (Lost in Space, 65/68), “Túnel do Tempo” (The Time Tunnel, 66) e “Terra de Gigantes” (Land of the Giants, 68/69), sempre é interessante recordar aqueles momentos preciosos do mais puro entretenimento. E com o lançamento em DVD no Brasil da primeira e segunda temporadas de “Perdidos no Espaço”, esse sentimento de nostalgia pode ser guardado e conferido agora por toda a vida, pois com o desenvolvimento do mercado de DVDs em nosso país quem sai ganhando é o fã colecionador.
A “20th Century Fox Home Entertainment” lançou em Julho de 2004 um belo pack com oito DVDs com a primeira temporada completa em preto e branco da nostálgica série de TV de ficção científica “Perdidos no Espaço”. São no total 30 episódios, incluindo o inédito piloto da série intitulado “No Place to Hide”, e o pack ainda traz um pequeno livro com os nomes em português, roteiro, direção e breve sinopse dos episódios, que podem ser conferidos em versão original legendada em português ou com a dublagem da época em que foram exibidos na televisão brasileira. É um investimento bem aplicado para o colecionador que, como eu, cresceu assistindo “Perdidos no Espaço” na TV.
Em Dezembro de 2004 foi lançado mais um pack com outros oito DVDs trazendo toda a segunda temporada completa em cores, em mais 30 episódios com as aventuras da família Robinson à bordo da nave “Júpiter 2”, visitando planetas hostis e entrando em contato com alienígenas estranhos. O pack traz novamente um guia dos episódios com os nomes em português, roteiro, direção e breve sinopse, além de uma galeria de entrevistas legendadas em português como material extra. E finalmente, no primeiro semestre de 2005, a “Fox” lançou a terceira e última temporada da série, com 24 episódios divididos em sete discos, sendo que no último estão disponibilizados alguns materiais extras, como um intervalo de “Ataque à Terra”, erros de gravação de Intervalo, um clipe com entrevista de Bill Mumy (1995), e um clipe com entrevistas de Jonathan Harris (também de 1995). Uma jogada de marketing visando mais lucros foi empregada pela distribuidora e todas as temporadas foram lançadas também em packs divididos ao meio, com cada disco recebendo um estojo próprio.
Esperamos agora que também venham em DVD no Brasil as outras séries do mestre Irwin Allen...


O ARGUMENTO BÁSICO

A história é simples, mas interessante. Os cientistas do “Controle Alpha” estão preocupados com o incrível crescimento demográfico na Terra e estudam a possibilidade de utilizar outros planetas similares para a sobrevivência da humanidade. Então é recrutado um grupo de colonizadores espaciais formado por uma família de cinco pessoas, o pai John Robinson (Guy Williams), um professor de astrofísica e geólogo, a mãe Maureen (June Lockhart), uma técnica em bioquímica, as filhas Judy (Marta Kristen), de 19 anos, e Penny (Angela Cartwright), de 11 anos e que tem como hobby a zoologia, além do caçula Will (Billy Mumy), de 9 anos e estudioso de eletrônica. Eles são auxiliados pelo piloto Major Don West (Mark Goddard) e por um robô de controle ambiental, além da presença clandestina do Dr. Zachary Smith (Jonathan Harris), um médico responsável pela saúde do grupo durante os testes de preparação para a viagem espacial, e espião a serviço de um governo inimigo na Guerra Fria.
Eles embarcam na nave estelar Júpiter 2 numa missão de cinco anos e meio pelo espaço com destino ao terceiro planeta do sistema solar de Alpha Centaury, que abrigaria condições de vida semelhantes as da Terra. Porém, ocorre uma tentativa de sabotagem do Dr. Smith, reprogramando o robô para destruir a nave num horário determinado após a decolagem. E como um imprevisto impede o agente espião de sair em tempo, ele é obrigado a embarcar também e seu peso adicional altera o curso da nave, deixando todos “perdidos no espaço”. São no total 83 episódios de 50 minutos (incluindo o piloto não oficial “No Place to Hide” e um episódio duplo), em três temporadas, onde eles tentam encontrar o caminho de volta ou localizar seu destino original, enfrentando uma série de perigos, aventuras e contatos com monstros, estranhas criaturas alienígenas e planetas hostis.


ALGUMAS CURIOSIDADES

Após assistir novamente a primeira temporada nos DVDs (já tinha os episódios gravados em VHS quando exibidos na TV Gazeta de São Paulo em 1988), anotei uma infinidade de curiosidades e observações sobre a série, e depois de uma cuidadosa pesquisa decidi registrar algumas notas, informações e comentários nesse artigo, abordando a série em geral, e principalmente com uma maior ênfase nos episódios do primeiro ano, os quais inegavelmente possuem mais qualidade e histórias mais autênticas com elementos de ficção científica e horror, do que as temporadas seguintes, mais voltadas para a sátira do gênero.
Apesar de “Perdidos no Espaço” ser considerado infantil e ingênuo demais quando em comparação com o que é produzido hoje em dia (onde a violência e a quantidade de sangue são infinitamente superiores), eu particularmente cresci assistindo as aventuras da família Robinson perdida no espaço, encontrando criaturas alienígenas e monstros de todos os tipos, transformando-se em algo que ficará na memória para sempre. É uma honra ser fã de “Perdidos no Espaço” e esse texto é a minha homenagem e tributo para manter sempre viva a série na imaginação de todos que se divertiram com suas histórias.
A narração existente no final de alguns episódios, enfatizando uma determinada situação de suspense e chamando a atenção do espectador para o próximo capítulo, na verdade não tem na versão original, sendo uma criação da dublagem brasileira, e demonstrando uma interessante criatividade com resultados melhores que o original.
A série teve três aberturas diferentes, sendo uma para cada temporada. No primeiro ano, apareciam os desenhos toscos de Billy Mumy e Angela Cartwright dentro de uma pequena nave, com a diferença no ano seguinte de que os desenhos deles já os mostravam fora da nave. E finalmente no terceiro e último ano da série, as animações foram trocadas por cenas em que apareciam os rostos dos atores. Nessas aberturas foram utilizadas duas trilhas sonoras diferentes, sendo uma para as primeiras duas temporadas, e outra para o terceiro ano.
Uma curiosidade interessante é que a mensagem que normalmente é exibida antes dos créditos finais de cada episódio, convidando o espectador para assistir a próxima aventura na semana seguinte, recebeu uma alteração no caso dos episódios “O Ataque das Plantas Monstruosas” (Attack of the Monster Plants, 14), “Volta à Terra” (Return From Outerspace, 15) e “O Espelho Mágico” (The Magic Mirror, 20), informando o público para ver as continuações depois de duas semanas, pois quando foram exibidas pela primeira vez na televisão americana entre o final de 1965 e início do ano seguinte, um outro programa seria exibido na semana imediatamente posterior.
Após o término da exibição de estréia da primeira temporada em 27/04/1966, passaram-se aproximadamente cinco meses até o início do segundo ano em 16/09, e o mesmo aconteceu para com a terceira e última temporada, num intervalo de tempo de mais cinco meses.
O ator Bob May era o responsável pela manipulação do robô, modelo B-9 da classe M-3, trabalhando dentro da couraça que simulava a máquina e realizando os seus movimentos dos braços e pernas, além de apertar um dispositivo especial internamente que piscava uma luz no visor principal no peito do robô, sempre nos momentos em que ele falava. Aliás, a voz original do robô é de Dick Tufeld, que também fazia a narração das histórias. Tanto Bob May quanto Dick Tufeld não tinham seus nomes aparecendo nos créditos. Já o ator Jonathan Harris, que fez o hilariante Dr. Smith, aparece nos créditos de abertura como “ator especialmente convidado”, um título solicitado e imposto por ele para que fosse reconhecido num mesmo nível dos atores principais da série. E na verdade ele se transformou graças ao seu talento e performance, no mais reconhecido e lembrado ator do elenco. Ele também trabalhou como dublador, fazendo entre outros trabalhos, a voz do cibernético sombrio Lúcifer, da série “Galactica – Astronave de Combate” (78).
As vozes da dublagem nacional são incrivelmente bem melhores que as originais, principalmente nos casos do Dr. Smith (muito mais sonora e intensa) e do piloto Don, que aliás tem uma voz horrível na vida real, sendo tão sem graça que é até ridícula. A dublagem acabou tornando-se infinitamente superior, o que é um fato curioso. Nesse caso, além das vozes nacionais serem melhores é recomendável também assistir os episódios dublados pois as legendas em português apenas resumem as falas dos personagens, omitindo muitas palavras, apesar de não comprometer o entendimento das histórias. E outro detalhe a favor da dublagem é o fato dos fãs que viram a série na televisão estarem tão acostumados com as vozes dos dubladores que a versão original legendada acaba perdendo um pouco da magia da série, daquele resgate de um sentimento nostálgico de puro entretenimento quando acompanhávamos as aventuras da família Robinson perdida na imensidão do espaço sideral.


OS REALIZADORES

Entre os diversos atores convidados para os episódios estão nomes conhecidos da telinha e cinema como Don Matheson e Kevin Hagen (Mark Wilson e Inspetor Kobick, respectivamente, da série “Terra de Gigantes”), Michael Rennie (do clássico de FC “O Dia Em Que a Terra Parou”, 51), Mercedes McCambridge (que faleceu em Março de 2004 e fez a voz gutural do demônio Pazuzu ao possuir o corpo da garota Regan em “O Exorcista”, 73), Melinda Fee (da série “O Homem Invisível”), Ted Cassidy (o mordomo da série “A Família Adams”), Al Lewis (o vovô vampiro da série “Os Monstros”), Robert Pine e Lou Wagner (da série “Chips”), Warren Oates (do clássico western “Meu Ódio Será Tua Herança”, 69), Kurt Russell (ainda adolescente e que mais tarde faria filmes como “O Enigma do Outro Mundo”, 82 e “Stargate”, 94), Michael Ansara, Strother Martin, Albert Salmi, Francine York, Lew Gallo, John Carradine (um dos maiores astros do horror de todos os tempos), entre outros.
O dublê Dawson Palmer, nascido em 1937 e falecido prematuramente num acidente automobilístico aos 35 anos de idade, foi um dos convidados que mais participou da série, na maioria das vezes não creditado e principalmente no papel de monstros e debaixo de pesada maquiagem ou usando alguma roupa de borracha ou peluda simulando criaturas de outros mundos, conforme aconteceu em episódios como “A Lâmpada de Aladim” (Wish Upon a Star, número 11, onde faz um alienígena sem rosto), “A Miniespaçonave” (The Raft, 12, no papel de um monstro vegetal de duas cabeças), “O Cão Desaparecido” (One of Our Dogs is Missing, 13, como uma estranha criatura peluda com chifres), “O Fantasma do Espaço” (Ghost in Space, 18, fazendo um monstro do pântano com um olho só e enormes pés de três dedos), ou ainda na segunda temporada a cores com “Circo do Espaço” (Space Circus, 33), “A Máquina Andróide” (The Android Machine, 35), “O Monstro do Pesadelo” (The Dream Monster, 42), “O Fabricante de Brinquedos” (The Toymaker, 46), “A Caverna dos Mágicos” (Cave of the Wizards, 50), entre outros. Uma das raras vezes onde pudemos ver seu rosto verdadeiro foi no episódio “Os Semeadores do Universo” (The Space Croppers, 24), onde faz o personagem Keel, um caipira alto, mudo, desajeitado e totalmente idiota, que se comunica com grunhidos e se transforma em lobisomem nas noites de lua cheia (aliás, duas luas cheias que rodeiam o planeta). Nesse episódio, em compensação, temos também a presença da belíssima atriz Sherry Jackson, trajando roupas exageradamente curtas e expondo suas admiráveis pernas.
Outro convidado especial foi o robô Robby, que apareceu pela primeira vez no clássico de FC “O Planeta Proibido” (Forbidden Planet, 56). Em “Perdidos no Espaço”, ele participa dos episódios “A Guerra dos Robôs” (War of the Robots, 19) da primeira temporada, e “Os Condenados” (The Condemned of Space, 59), primeira história do terceiro ano. Conhecido como um dos mais famosos robôs do cinema, Robby foi criado em 1955 pelo estúdio “Metro Goldwyn Mayer”, sendo projetado por Robert Kinoshita, que também é o responsável pelo robô de “Perdidos no Espaço”. Em “A Guerra dos Robôs”, Robby faz o papel de um robotóide, uma máquina que age além de sua programação, tendo livre escolha de seus atos e por isso mesmo considerado perigoso. Um dos ápices de toda a série certamente é uma sequência de diálogos de aproximadamente dois minutos entre os robôs, em momentos antológicos com duas das maiores e mais divertidas máquinas robóticas da história do cinema fantástico.
Do elenco fixo da série, a maioria dos atores ficaram apenas lembrados por “Perdidos no Espaço”, pois suas carreiras não decolaram como no caso principalmente de Mark Goddard (que nasceu em 1936), Marta Kristen (atriz nascida na Noruega em 1945) e Angela Cartwright (inglesa de 1952). Guy Williams (1924 / 1989) já era bem conhecido antes da série, principalmente por interpretar Zorro na série homônima, mas depois do cancelamento de “Perdidos no Espaço” sua carreira como ator praticamente acabou. June Lockhart (nascida em 1925) também já era bem conhecida do público por sua atuação de destaque na telinha na série “Lassie”, e depois de “Perdidos no Espaço” apenas fez algumas participações em outras séries de TV e filmes menores. Já Jonathan Harris, que ficou eternamente associado à imagem do Dr. Smith, morreu em 2002 aos 88 anos de idade, e sua carreira foi bem sucedida depois da série de Irwin Allen, com participações em várias outras séries de TV e dublando muitos filmes nos últimos anos de sua vida.
O time de diretores e roteiristas é formado por uma grande e diversificada quantidade de profissionais. Atrás das câmeras estiveram cineastas como o próprio criador da série Irwin Allen, além de Justus Addiss, Tony Leader, Harry Harris, Nathan Juran (diretor austríaco conhecido por inúmeros filmes bagaceiros como “O Ataque da Mulher de Quinze Metros”, 58, ou o clássico da FC “Os Primeiros Homens na Lua”, 64), Sobey Martin, Don Richardson, Sutton Roley, Alexander Singer, entre outros. A maioria deles também dirigiram vários episódios das outras séries de Allen.
E escrevendo as histórias da família Robinson perdida na vastidão do Universo estão autores como Bob e Wanda Duncan, Robert Hamner, Peter Packer, Barney Slater, Shimon Wincelberg e William Welch, entre outros mais.
O diretor e produtor americano Irwin Allen nasceu em New York no dia 12/06/1916 e faleceu em 02/11/1991 na California, deixando um enorme legado através de seus filmes e séries, imortalizando sua imagem para sempre principalmente entre os apreciadores do gênero fantástico. Desde a infância Allen foi fascinado por esse universo onde a fantasia, ficção científica e o horror sempre estavam juntos para criar mundos repletos de aventura e imaginação. A literatura fantástica representada por obra de autores famosos como Jules Verne, Jonathan Swiff, Rudolf Wyss, H. G. Wells e Lewis Carrol influenciaram seus trabalhos no cinema e televisão, onde podemos até fazer uma associação com suas quatro séries, encontrando elementos de “20 Mil Léguas Submarinas” (Jules Verne) em “Viagem ao Fundo do Mar”, ou “A Família Robinson” (Rudolf Wyss) em “Perdidos no Espaço”, ou “A Máquina do Tempo” (H. G. Wells) em “O Túnel do Tempo”, ou ainda “As Viagens de Gulliver” (Jonatham Swiff ) em “Terra de Gigantes”.
Durante a década de 70, o cineasta ficou também conhecido como uma espécie de “Mestre dos Desastres” por causa de vários filmes abordando essa temática como “O Destino do Poseidon” (The Poseidon Adventure, 72), sobre o naufrágio de um navio imenso durante as festas de final de ano, e “Inferno na Torre” (The Towering Inferno, 74), sobre um incêndio num prédio colossal. Em ambos os filmes um destaque é o elenco formado por uma infinidade de atores famosos como Gene Hackman, Ernest Borgnine, Shelley Winters, Roddy McDowall, Steve McQueen, Paul Newman, William Holden, Faye Dunaway, Fred Astaire, Richard Chamberlain, Robert Wagner e outros.


AS HISTÓRIAS

A história é ambientada em 1997, um passado para nós, porém um futuro relativamente distante para a produção da época em meados dos anos 1960 (aproximadamente 30 anos no futuro). E é interessante notar como foram imaginados pelos produtores os instrumentos futuristas que aparecem na nave espacial ou na sala de controle operacional na Terra, com computadores enormes repletos de luzes piscando para todos os lados, pesadas alavancas de acionamento, botões de todos os tipos, grandes rolos de fitas magnéticas e outras parafernálias. E mais curioso ainda é ver o Prof. Robinson escrevendo o diário de bordo com papel e caneta nos primeiros episódios, quando então poderiam ser tranquilamente substituídos por um computador. Curiosamente, no piloto não oficial “No Place to Hide”, suas anotações manuscritas evidenciam claramente as datas como sendo em Dezembro de 2001, sendo depois antecipadas em alguns anos na série.
O primeiro episódio dos náufragos do espaço em que aparece um personagem diferente do elenco fixo da série foi o de número 6, “Hapgood Esteve Aqui” (Welcome Stranger), onde o ator Warren Oates faz o papel de um astronauta solitário e aventureiro que aparece no planeta onde está a família Robinson. Segundo o roteiro, ele havia saído da Terra em 18/06/1982 numa missão à Saturno, quinze longos anos no passado em relação à época da história (1997), mas também cerca de quinze anos no futuro real em relação à produção da série (em torno de 1965). Ele chega numa nave similar a um pequeno foguete, cruzando o espaço sideral num “efeito especial” bem tosco, sem contar que aparece vestido com um chapéu de vaqueiro e fumando um cachimbo...
Na primeira temporada, filmada em fotografia preto e branco, e em alguns episódios do segundo ano, a jovem Penny tinha um animal de estimação que encontrou no primeiro planeta em que a nave pousou. É uma espécie de chimpanzé que para simular uma criatura alienígena e desconhecida para a humanidade, utilizava um capacete com chifres pontudos e emitia ruídos estranhos, numa idéia que ficou um pouco ridícula. Apelidado de Debby por sua nova dona, o bicho na verdade era a mesma macaca de outra série de TV da época, “Daktari”.
Aliás, a adolescente Penny foi o destaque no episódio “Um Estranho Amigo” (My Friend, Mr. Nobody, 7), onde o roteiro centrou as ações ao seu redor, quando ao brincar numa fonte perto de uma caverna ela conheceu uma poderosa força cósmica habitante do lugar (voz de William Bramley), de quem somente ouve a voz, fazendo amizade e chamando a criatura de Sr. Ninguém (daí o título da história). Curiosamente, em “A Guerra dos Robôs” a voz do robotóide também foi feita por William Bramley, e Penny não participa desse episódio, onde estranhamos o fato de simplesmente o roteiro não se preocupar em esclarecer os motivos de sua percebida ausência. Mas, em compensação, no episódio seguinte “O Espelho Mágico”, ela novamente é o centro das atenções e quem não aparece dessa vez é o caçula Will e o robô, que estão ausentes e sem explicação. Nesse episódio, Penny está passando por uma crise típica da adolescência, se negando a aceitar o fato de crescer e ficar mais velha. Ela encontra um espelho mágico que permite uma passagem para uma dimensão paralela, um mundo existente além da fronteira de todos os espelhos do universo, onde vive um menino (Michael J. Pollard) cuja vida é dedicada apenas em observar as pessoas que se olham nos espelhos e fugir de forma divertida de um monstro peludo com um olho enorme no lugar da cabeça (aliás, uma criatura com um visual tão tosco que acaba se tornando hilária).
Inevitavelmente é fácil perceber vários furos de roteiro ao longo dos episódios, como no caso de “O Cão Desaparecido”, onde um cachorro é encontrado pela família Robinson, chegando intacto ao planeta numa cápsula espacial enviada nos primeiros anos do programa espacial da Terra. Ele logicamente é o centro das atenções do episódio, tendo até participação ativa num confronto com um monstro peludo que habita uma cratera de areia, mas ao final da história o animal simplesmente desaparece com as ações já se voltando para a próxima aventura dos Robinsons. O autor da história, William Welch, preferiu esquecer a existência do cachorro ao final do episódio do que pensar em um destino interessante para ele sem comprometer as histórias posteriores. Algo similar aconteceu no episódio seguinte, “O Ataque das Plantas Monstruosas”, onde estranhas plantas são capazes de duplicar qualquer coisa, desde objetos até pessoas, sendo que Judy acaba tornando-se uma vítima tendo sido clonada pelos vegetais monstruosos. Ao final da história com o desfecho da aventura, os roteiristas William Read Woodfield e Allan Balter simplesmente preferiram esquecer a cópia de Judy, que desaparece como se nunca tivesse existido, e o melhor certamente seria que ela recebesse um destino, de preferência coerente. Esse tipo de furo no roteiro aconteceu em vários outros episódios, onde os personagens exclusivos de cada história desapareciam ao final sem explicações lógicas.
Em “Volta à Terra”, temos o primeiro episódio onde as ações são centradas fora do ambiente hostil do planeta onde o Júpiter 2 aterrizou. Aliás, descobrimos também nessa história que ele foi batizado de “Priplanus” pela família Robinson. O roteiro leva o garoto Will de volta à Terra, na pequena cidade de Hatfield, em Vermond, transportado através da máquina de transferência de matéria deixada pelos Taurons quando partiram do planeta (visto no episódio “Os Seres Eletrônicos”). Will retorna para a Terra em 1998, um ano após o início da missão espacial que os levaria à Alpha Centauri, e após tentar insistentemente sem sucesso um contato com os cientistas do “Controle Alpha”, ele consegue retornar para junto de sua família em “Priplanus”, com o auxílio do robô.
No episódio “O Pirata do Céu” (The Sky Pirate, 17) é revelado que o ano em curso é 1998. A história apresenta a visita de um outro humano ao planeta onde está a família Robinson, uma espécie de pirata do espaço chamado de Capitão Alonzo P. Tucker (Albert Salmi), que chega em sua nave avariada. Ele revela que foi abduzido em 1876 por uma raça alienígena conhecida como Telurianos, e que ficou congelado por muitos anos não envelhecendo. Como todo pirata tradicional, só que em vez de um papagaio, ele tem uma ave metálica falante em seu ombro, uma espécie de robô da raça Asper, que possui poderes especiais. O visitante faz amizade com Will e conta suas aventuras pelo espaço, em especial sobre sua viagem à Cignet 4, de onde trouxe uma estranha máquina similar a um rifle futurista que prevê o futuro. Mas para recuperar esse objeto, uma criatura está em seu encalço, uma massa disforme fluorescente que caminha se rastejando, sendo um dos monstros mais ridículos e bagaceiros de toda a série através de efeitos especiais incrivelmente toscos e por isso mesmo dignos de ficarem na memória por muito tempo. Aliás, o Capitão Tucker retornou à série no episódio 51 a cores “O Tesouro do Planeta Perdido” (Treasure of the Lost Planet) e sua nave espacial foi também utilizada, para baratear os custos de produção, em “O Mercador do Espaço” (The Space Trader, 22), trazendo um alienígena que comercializa todo tipo de produtos pelo Universo, um vilão interpretado por Torin Thatcher.
A história seguinte, “O Fantasma do Espaço”, apresenta um ser estranho que se alimenta de energia, despertado de um pântano após uma explosão provocada de forma equivocada pelo atrapalhado Dr. Smith, na tentativa de encontrar combustível atômico para o Júpiter 2 poder decolar do planeta. Inicialmente invisível sendo confundido com um fantasma, o monstro depois materializou-se revelando suas feições horríveis para o desespero do Dr. Smith, que aliás protagoniza uma sequência extremamente hilariante ao vestir-se como um verdadeiro templário rezando para o espírito de seu tio falecido Tadeu. Nesse episódio, um outro furo grotesco não conseguiu passar despercebido, quando o jovem Will perde sua bota do pé direito ao cair desequilibrado no pântano, tornando-se invisível logo a seguir. Ele então caminha pela areia deixando suas pegadas e revelando o pé descalço como sendo erroneamente o esquerdo.
No episódio “O Desafio” (The Challenge, 21), um garoto alienígena chamado Quano está no mesmo planeta da família Robinson, enfrentando sozinho os perigos do ambiente hostil como um teste de força e coragem para poder ser digno de herdar a liderança de seu planeta, que está nas mãos de seu pai, O Dirigente (interpretado por Michael Ansara, outro rosto muito conhecido da telinha). Entre as curiosidades dessa história temos a apresentação de um monstro que se esconde numa caverna e que mais parece uma criatura com cabeça de mosca (lembrando o cientista mutante do clássico “A Mosca da Cabeça Branca”, 58), além do fato do planeta de Quano ser tão machista que as mulheres são tratadas como seres inferiores e submissas aos homens, existindo apenas para servir. Nesse episódio existe uma cena hilariante onde o robô está manifestando uma emoção tipicamente humana, rindo de forma debochada do Dr. Smith. O personagem Quano é interpretado por um jovem Kurt Russell, e ninguém imaginaria que o ator mirim iria se destacar no futuro e participar de uma infinidade de filmes significativos, principalmente na área do fantástico como “Fuga de Nova Iorque” (81) e “O Soldado do Futuro” (98). Em uma cena de luta com espadas voltaicas entre o Prof. Robinson e o Dirigente alienígena, o ator Guy Williams novamente encenou um duelo no melhor estilo da série de TV “Zorro”, na qual ele também interpretava o anti-herói mascarado homônimo, que manuseava uma espada com habilidade fora do comum.
“Sua Majestade Smith” (His Majesty Smith, 23), a história mostra o Dr. Smith transformando-se num rei de uma raça alienígena depois de encontrar uma bela coroa e colocá-la na cabeça. Porém, para sua surpresa e decepção, o escolhido deve ser na verdade utilizado como sacrifício numa cerimônia em vez de desfrutar das riquezas e mordomias conhecidas da realeza. O líder alienígena é interpretado por Kevin Hagen (que mais tarde estaria no elenco de “Terra de Gigantes”), sob uma pesada maquiagem que simula uma criatura peluda. Ele inclusive é um cientista que cria seres artificiais como andróides e até uma cópia do Dr. Smith, utilizando um laboratório em sua nave repleto de instrumentos e máquinas estranhas, lembrando um típico Dr. Frankenstein. Nesse episódio, vale a pena citar uma das inúmeras interpretações diferentes da dublagem brasileira quando a cópia do Dr. Smith é chamada de Tio Zach, sendo que no original é Papai Zach.
Nas aventuras dos episódios “Nem Tudo Que Reluz...” (All That Glitters, 25) e “A Civilização Perdida” (The Lost Civilization, 26), o grupo de náufragos do espaço foi dividido em dois, sendo que numa das histórias participam apenas o Dr. Smith e as três mulheres, Maureen e suas filhas Judy e Penny, e na outra aparecem o robô, Will, o Prof. Robinson e Don, que haviam deixado a base do Júpiter 2 viajando de carro à procura de água potável. A primeira história mostra um alienígena humanóide foragido da polícia, Ohan (Larry Ward), sendo perseguido por um agente de segurança do planeta Tauron, a serviço da “Força Legal Intergaláctica”, Bolix (Werner Klemperer), acompanhado por dois animais ferozes peludos. O Dr. Smith encontra então um anel metálico que tem a capacidade de transformar tudo em que se toca em platina, e que estava em poder do ladrão em fuga, sendo que na verdade era esse artefato poderoso que o agente Bolix estava procurando. Já em “A Civilização Perdida”, os homens do grupo conseguem escapar de uma violenta erupção vulcânica e para fugir do forte calor do sol entram numa caverna para fazer reparos no aparelho de ar condicionado. Lá encontram no subterrâneo uma incrível civilização perdida em meio a um oceano e uma floresta, além de um exército de soldados alienígenas congelados aguardando apenas serem chamados quando sua princesa (Kym Karath) fosse acordada de seu sono profundo. Quando a garota é despertada por um beijo de Will, o líder dos soldados conhecido como Primeiro Ministro (interpretado por Royal Dano) convoca seu exército para conquistar o Universo, começando pelo planeta Terra. É interessante notar que apesar do Prof. Robinson, Don e Will sentirem um calor sufocante à bordo do carro e debaixo de um sol escaldante, eles insistem em continuar usando suas camisas de mangas compridas. Os interiores das instalações do país subterrâneo estão repletos de painéis com luzes piscando, com o set de filmagens lembrando muito o da série “Viagem ao Fundo do Mar”. O roteirista desse episódio, William Welch, utilizou como referência para contar sua história uma variação da famosa fábula infantil “A Bela Adormecida”, sendo inclusive citada pelo robô. A dublagem nacional preferiu chamar o papel do vilão feito por Royal Dano como sendo um Primeiro Ministro da civilização perdida, em vez de Mordomo da Princesa (Major Domo), como está no original.
No último episódio da primeira temporada, “A Voz do Espírito” (Follow the Leader, 28), o Prof. Robinson fica preso numa caverna após um desabamento e encontra os restos de uma tumba antiga alienígena e uma máscara mortuária que revela-se ser de Kanto, um líder guerreiro do planeta Quasti, que existe apenas em espírito não possuindo mais o seu corpo físico. Planejando voltar para seu planeta natal através do Júpiter 2, Kanto toma posse do corpo do Prof. Robinson mudando radicalmente seu comportamento e personalidade em relação ao resto da família, e projeta uma máquina de fabricação de combustível para a força propulsora necessária para a decolagem da nave. Para combater os planos do alienígena hostil resta apenas o amor de Will por seu pai, demonstrado numa sequência tensa passada no alto de um precipício. Aqui podemos notar uma falha quando vemos a sombra do Prof. Robinson refletida na tela pintada que serve de fundo do cenário, simulando uma paisagem com montanhas.


EFEITOS ESPECIAIS, NAVES, ALIENÍGENAS E MONSTROS DO ESPAÇO SIDERAL

Os efeitos especiais, a cargo dos técnicos L. B. Abbott, Greg C. Jensen e Howard Lydecker, são típicos de uma produção dos anos 60 para a televisão de baixo orçamento, sem o uso das agora conhecidas e modernas técnicas de computação gráfica. Em “Perdidos no Espaço” eram utilizados maquetes, miniaturas, modelos, e telas pintadas como cenários, que permitem claramente a visualização de suas falhas, o que pode ser notado sem esforço em praticamente todos os episódios. Mas ainda assim eram considerados muito bons para a época, e um destaque da série, principalmente na primeira temporada.
Só para citar um exemplo, no episódio número 4, “Terra de Gigantes” (There Were Giants in the Earth), na cena em que um monstro gigante de um olho só ataca a família num carro semelhante a um tanque de guerra, porém sem a blindagem, percebemos que é um homem fantasiado de cíclope atacando um modelo do carro reduzido com cerca de meio metro de comprimento, simulando as pessoas em seu interior. Aliás, no original o carro é chamado de “Chariot”, que traduzindo seria algo como “Carruagem”, um veículo especial que anda sobre a terra e também no mar, utilizando energia atômica. Porém, nesse mesmo episódio, mostrando o esforço dos produtores em apresentar situações verossímeis temos a presença do Prof. Robinson literalmente “voando” num aparelho real movido por propulsão a jato chamado de “cinturão voador”.
Um detalhe interessante utilizado pela produção para economizar nos custos com os efeitos especiais, foi o fato de nunca filmar as naves alienígenas pousando ou decolando nos planetas onde se passam as histórias. Elas simplesmente aparecem e desaparecem no meio de uma fumaça e com uma trilha sonora específica. Aliás, as naves foram cada vez mais se tornando simples e até meio decepcionantes com o avanço dos episódios, abandonando suas características tradicionais de máquinas voadoras com visual futurista. No episódio “A Miniespaçonave”, o reator atômico da sala de máquinas do Júpiter 2 é retirado e adaptado como uma pequena nave para tentar levar duas pessoas de volta à Terra em busca de socorro para os náufragos do espaço, sendo puxada por um balão até uma determinada altitude para somente depois os motores de propulsão serem ativados.
Uma das poucas naves espaciais realmente bela e interessante apareceu numa das melhores histórias de toda a série, “O Estranho Colecionador” (The Keeper, episódio duplo número 16). O veículo era enorme e utilizado por um alienígena para manter os espécimes que coletava em suas viagens pelo espaço. Suas grandes dimensões só podiam ser avistadas de longe, para facilitar as filmagens e baratear os custos de produção, e apenas um pedaço dela foi construída como cenário para as cenas com os atores. Aliás, vale a pena alguns comentários adicionais sobre esse episódio de duas partes, o único em toda a série e que poderia tranquilamente se passar por um bom filme de FC de quase duas horas de duração. O ator convidado Michael Rennie, além do clássico dos anos 50 “O Dia Em Que a Terra Parou”, participou também de outro filme de Irwin Allen, “O Mundo Perdido” (The Lost World, 60), uma refilmagem de um homônimo do cinema mudo de 1925. Um destaque de “O Estranho Colecionador” é a presença de um gigantesco monstro similar a uma aranha, tosco até a medula e por isso mesmo super divertido, além de lagartos verdadeiros filmados de tal forma a simular imensos dragões ameaçadores. Para os mais atentos é curioso registrar um erro grosseiro da dublagem brasileira no final da história e já entrando para a próxima aventura, onde o robô informa a chegada de uma nave espacial não identificada que pousou a cerca de 800 Km de distância do Júpiter 2, quando na verdade deveria ser apenas 800 metros. E outra observação interessante é o conteúdo de um diálogo entre o Dr. Smith e o alienígena conhecido como “Colecionador”, num momento de tensão devido aos animais de propriedade desse último terem sido acidentalmente soltos de sua nave e espalharem-se pelo planeta:
Dr. Smith – “Vamos procurar não perder a calma, agindo como seres inteligentes.
O Colecionador – “Seres inteligentes? Vocês são inferiores aos insetos que esmago ao caminhar!”.


Alguns dos seres alienígenas apresentados em “Perdidos no Espaço” eram bastante interessantes como foi o caso do episódio 2 “A Nave Fantasma” (The Derelict), com criaturas que se comunicam com descargas elétricas. Ou no episódio 8 “Invasores da 5ª Dimensão” (Invaders From the Fifth Dimension), mostrando uma dupla de criaturas inteligentes infinitamente mais avançadas que a humanidade, que não possuem corpo nem boca, apenas a cabeça evidenciando um cérebro enorme, e que se comunicam mentalmente. Ou ainda no episódio 10 “Os Seres Eletrônicos” (The Sky is Falling), com uma família de alienígenas colonizadores humanóides conhecidos como Taurons e formada por um casal e um filho pequeno, que se transporta pelo espaço através de uma máquina de transferência de matéria (que mais parece um disco voador de dimensões reduzidas), que tem como característica curiosa o uso de um amuleto pendurado no pescoço, e que chegam ao planeta onde está a família Robinson se instalando numa moradia provisória, com uma casa e utensílios futuristas.
Outro alienígena que vale a pena destacar apareceu no episódio “Um Passeio à 6ª Dimensão” (A Change of Space, 27), que tem uma aparência de réptil e fala um idioma completamente irreconhecível. Essa mesma criatura apareceu também na série “Viagem ao Fundo do Mar”. A história desse episódio é muito interessante mostrando Will e o Dr. Smith encontrando uma pequena nave que faz viagens multidimensionais com penetração espacial até a sexta dimensão. Ao experimentar uma viagem no veículo alienígena, Will retorna como um gênio, adquirindo uma enorme quantidade de conhecimentos, porém quando o Dr. Smith resolve fazer o mesmo, ele retorna muito mais velho e com a saúde mais abalada do que antes, com suas “famosas dores nas costas e constituição física delicada”. Uma cena antológica é um diálogo entre o robô e o alienígena réptil num idioma estranho, num momento extremamente hilariante.
Porém, a partir da segunda temporada os alienígenas perderam muito de seu interesse com a intenção dos roteiristas em apresentar uma infinidade de criaturas exóticas mais voltados para a sátira e humor negro, como por exemplo o monstro pássaro de “O Mundo Proibido” (episódio 32), o cibernético IDAK em “A Revolta dos Andróides” (52), ou a amaldiçoado Angus em “O Viajante Astral” (57). Para se ter uma idéia melhor dos argumentos e seres apresentados basta citar alguns títulos de episódios como “O Ladrão do Espaço Sideral” (37), “A Oeste de Marte” (39), “O Cavaleiro Espacial” (45), “Os Vikings do Céu” (48), “O Tesouro do Planeta Perdido” (51), “O Ataque dos Homens-Relógio” (61), “Primitivos do Espaço” (63), “Jardim Zoológico das Galáxias” (70), “A Princesa do Espaço” (75), ou “O Concurso de Beleza Cósmica” (79).


AS CORES E MUDANÇAS NA SÉRIE

A partir do segundo ano, com inclusão de fotografia colorida, houveram mudanças significativas na estrutura da série devido à concorrência gerada pela exibição de “Batman” (1966) na televisão. “Perdidos no Espaço” tornou-se mais psicodélico apresentando histórias cada vez mais carregadas de situações absurdas e hilárias, com muito humor satirizando elementos de ficção científica e horror através da exposição de uma infinidade de monstros alienígenas exagerados, perdendo com isso as características originais dos roteiros mais sérios que procuravam abordagens científicas. As histórias passaram também a serem mais centralizadas no trio formado pelo Dr. Smith, o jovem Will Robinson e o robô, que se destacaram do resto do elenco, ganhando uma maior popularidade junto ao público. Com isso, os roteiros eram mais voltados na exploração da amizade e relacionamento entre estes três personagens, deixando o restante para um segundo plano.
O Dr. Smith teve sua personalidade radicalmente alterada ao longo dos episódios, passando de um vilão inicialmente perigoso nas primeiras histórias para um anti-herói popular e engraçado que não esconde seus defeitos como covardia, preguiça, egoísmo e ganância, com o único interesse voltado para seu retorno à Terra.
O robô também mudou seu estilo na série, deixando de ser uma máquina ameaçadora quando fora de controle e tornando-se bastante carismático e simpático, desenvolvendo sentimentos tipicamente humanos como afeição à família Robinson, especialmente o garoto Will. Muitas vezes chamado pelo Dr. Smith de “lata de sardinhas”, a primeira cena hilariante envolvendo o robô aconteceu no episódio 5, “O Mar Revolto” (The Hungry Sea), onde no final da história ele aparece tocando um violão. O mesmo aconteceu no episódio 18 “O Fantasma do Espaço”, cantando e tocando um violão enquanto o Dr. Smith fazia uma reunião espírita. Nessa mesma história, o robô aparece no final segurando uma vara e pescando numa lagoa. Já no episódio 9 “O Estranho Oásis” (The Oasis), ele aparece cantando ópera enquanto segura um chuveiro, auxiliando o Dr. Smith para tomar seu banho. A propósito, nesse episódio é impossível não notar mais um grande furo no roteiro, quando o Dr. Smith transforma-se num gigante depois de comer uma fruta do planeta que afeta sua glândula de crescimento. Seu tamanho fica enorme e suas roupas crescem também acompanhando o corpo, quando deveriam se rasgar e deixar o médico nu, acontecendo a mesma coisa no processo inverso quando ele volta ao normal após um banho de chuva. Em “A Guerra dos Robôs”, percebemos que é o primeiro episódio onde realmente o robô demonstra mais claramente emoções humanas como ciúmes e raiva em relação ao seu rival, um robotóide, e também um sentimento de afeição à família Robinson e especialmente ao garoto Will. Já no episódio “A Civilização Perdida”, o robô dá uma deliciosa gargalhada de deboche para o Dr. Smith no final da história e já entrando no próximo capítulo, sendo digna de “registro”.


MAIS CURIOSIDADES E OBSERVAÇÕES

Os roteiristas da série tentaram esboçar nos primeiros episódios um relacionamento romântico entre o casal de jovens Judy Robinson e o piloto Don West, mas depois essa idéia foi abandonada, dando preferência para o desenvolvimento de outras situações como as aventuras com o robô, o atrapalhado Dr. Smith e o caçula da família Will.
Uma das frases que tornou-se marca registrada do Dr. Smith, e que foi pronunciada pela primeira vez no final do episódio 10 “Os Seres Eletrônicos”, e também várias vezes ao longo da série ficando na memória dos fãs, foi a famosa “Nada tema, com Smith não há problema!”, uma tradução bem adaptada para rimar as palavras em relação ao original “Never fear, Smith is here!” (“Nunca tema, Smith está aqui!”).
Ao longo de toda a série, em muitos episódios percebemos que os roteiros nunca utilizam a palavra “matar”, que inegavelmente tem um significado forte, sendo substituída por “destruir”, que possui um impacto relativamente menor. Talvez os autores das histórias preferissem essa opção para não influenciarem ou impressionarem as audiências infantis do programa.
Uma curiosidade incrível sobre a série é o fato dos personagens John e Maureen Robinson terem ficado de fora de dois episódios da terceira temporada, em “Os Fugitivos” e “O Concurso de Beleza Cósmica”, porque foram penalizados pela produção por mau comportamento. Os atores Guy Williams e June Lockhart não aguentaram os absurdos do roteiro do episódio “A Revolta das Plantas”, produzido antes mas exibido apenas depois, onde ficaram rindo e debochando do roteiro de Peter Packer o tempo todo, sendo punidos por Irwin Allen, que aliás tinha um temperamento bastante forte.

O EPISÓDIO PILOTO NÃO OFICIAL

O disco número 8 do pack lançado no Brasil traz como material extra o episódio piloto não oficial “No Place to Hide” e um pequeno documentário de apresentação da série pela rede de televisão CBS, ambos nunca exibidos anteriormente por aqui, disponíveis em suas versões originais com opção de legendas em português.
Em “No Place to Hide”, temos uma abertura diferente e não existe a presença do Dr. Smith e do robô, que foram incluídos somente mais tarde na série oficial, numa decisão dos executivos que se mostrou acertada, pois esses personagens tornaram-se indispensáveis e um dos grandes motivos do sucesso de “Perdidos no Espaço”. Entre as inúmeras diferenças, nesse piloto não oficial a viagem da família Robinson seria de 98 anos (em vez dos 5,5 anos definidos na série), com eles permanecendo congelados na nave sem envelhecerem. Aliás, a nave se chamava inicialmente Gemini 12, alterado depois para o definitivo Júpiter 2, nome preferido pelos produtores para evitar qualquer problema com a NASA e seu programa espacial homônimo. O único tripulante que não era da família Robinson, Don West, era um cientista com o título de Doutor, sendo depois alterado na série para um militar com a patente de Major, e piloto da nave espacial.
Na história, os astronautas partiam na Gemini 12 rumo à Alpha Centauri, mas ao enfrentarem pouco depois da decolagem uma grave chuva de meteoros com velocidades de 40 mil Km/h, que formavam uma elipse gigante de 1600 Km de diâmetro, a nave ficou avariada e desviou sua rota indo em direção a um planeta desconhecido. Lá, eles são acordados da hibernação e começam a enfrentar as primeiras aventuras e ameaças perigosas, como o ataque de um cíclope gigante, a fúria de um terremoto no interior de uma caverna que escondia os restos de uma antiga civilização extinta, e uma violenta tempestade no meio de um mar interno, numa fuga forçada em busca de regiões com mais calor. Para o início da série foi aproveitado apenas a idéia básica do roteiro desse piloto não oficial, que na verdade foi estendida transformando-se nos cinco primeiros episódios. Duas cenas que claramente não foram utilizadas na série foram uma em que Will está perseguindo um animal alienígena simulando uma variação do nosso conhecido avestruz, e a sequência final onde a família Robinson escapa de um feroz maremoto chegando a um local com uma floresta tropical e sendo observados por uma dupla de seres alienígenas humanóides com cabeças enormes. Provavelmente teríamos a partir daí o primeiro contato deles com uma raça extraterrestre, mas como a série recebeu mudanças em sua estrutura esse gancho para uma aventura da família Robinson não foi aproveitado, sendo que uma variação desses alienígenas mais avançados intelectualmente foi mostrada no episódio “Invasores da 5ª Dimensão”.
Já o documentário da CBS tem apenas seis minutos de duração e mostra basicamente uma apresentação narrada com cenas do episódio piloto não oficial “No Place to Hide”, com o objetivo de vender um produto que se tornaria a série de TV “Perdidos no Espaço”, contando um resumo da história, seus personagens e suas aventuras perigosas, enfatizando o público alvo como sendo de todas as idades.

O FILME DO CINEMA

Em 1998 foi produzido um filme para o cinema baseado na série “Perdidos no Espaço”, considerado uma “bomba” de tão ruim e que foi um grande fracasso de bilheteria. O novo filme destruiu a essência e o charme dos personagens e a magia nostálgica das despretensiosas aventuras espaciais da família Robinson. O divertido e atrapalhado Dr. Smith, o memorável robô e todos os outros personagens eram inesquecíveis para os fãs, e a produção do cinema introduziu música eletrônica na trilha sonora (que ficou ridícula), e estragou os personagens principalmente do Dr. Smith e da jovem Penny, que mais parecia uma ridícula adolescente rebelde acéfala, além do robô altamente tecnológico, porém sem nenhum charme. Os efeitos especiais são muito bons, mas isso é o que menos importa. E curiosamente, alguns atores da série original da TV como June Lockhart, Mark Goddard, Marta Kristen e Angela Cartwright, tiveram rápidas participações em pequenas pontas como forma de homenagem.

“Perdidos no Espaço” (Lost in Space, 1965/68) # 269 – data: 12/09/04
avaliações: 8 (de 0 a 10) para a primeira temporada, 7 para a segunda e 6 para a terceira
site: www.bocadoinferno.com.br
blog: www.juvenatrix.blogspot.com.br (postado em 08/12/05)

Perdidos no Espaço (Lost in Space, Estados Unidos, 1965/68). Twentieth Century-Fox / CBS. Criação de Irwin Allen. Produção de Irwin Allen, Jerry Briskin, Gaston Glass e Hal Herman. Música de Bernard Herrman, John Williams, Alexander Courage, Robert Jackson Drasnin, Cyril J. Mockridge, Josep Mullendore, Herman Stein, Leith Stevens e Lionel Newman. Fotografia de Gene Polito e Frank G. Carson. Edição de Fred Baratta, Clay Bartels e Roland Gross. Direção de Arte de Robert Kinoshita, Jack Martin Smith e Carl Macauley. Maquiagem de Ben Nye. Efeitos Espaciais de L. B. Abbott, Greg C. Jensen e Howard Lydecker. Elenco fixo: Guy Williams (Prof. John Robinson), June Lockhart (Maureen), Mark Goddard (Major Don West), Marta Kristen (Judy), Angela Cartwright (Penny), Billy Mumy (Will), Jonathan Harris (Dr. Zachary Smith), Bob May (corpo do robô), Dick Tufeld (voz do robô e narração).


LISTA COMPLETA DOS EPISÓDIOS

São 83 episódios com 50 minutos de duração, incluindo o piloto não oficial “No Place to Hide” e um episódio duplo, “O Estranho Colecionador”. Eles estão dispostos pela ordem cronológica da primeira exibição na televisão americana, trazendo informações interessantes como diretor, autor da história, elenco convidado e o título recebido na exibição no Brasil.

Filme piloto (Não oficial, fotografado em preto e branco)
“No Place to Hide” – direção de Irwin Allen, roteiro de Irwin Allen e Shimon Wincelberg, com Don Forbes (Jornalista), Ford Rainey (Presidente dos EUA), Lamar Lundy (Cíclope gigante).

Primeira Temporada (28 episódios em preto e branco, sendo um deles duplo)

# 1 (15/09/65) – Piloto oficial – “O Clandestino Teimoso” (The Reluctant Stowaway) – direção de Tony Leader, roteiro de Shimon Wincelberg, com Don Forbes (Comentarista da TV), Ford Rainey (Presidente dos EUA), Byron Morrow (General Squires), Hol Torey, Hoke Howell, Brett Parker.

# 2 (22/09/65) – “A Nave Fantasma” (The Derelict) – direção de Alexander Singer, roteiro de Peter Packer, com Don Forbes (Comentarista da TV), Dawson Palmer (Criatura alienígena).

# 3 (29/09/65) – “Ilha no Céu” (Island in the Sky) – direção de Tony Leader, roteiro de Norman Lessing, a partir de história de Shimon Wincelberg.

# 4 (06/10/65) – “Terra de Gigantes” (There Were Giants in the Earth) – direção de Leo Penn, roteiro de Carey Wilbur, a partir de história de Shimon Wincelberg, com Lamar Lundy e Dawson Palmer (Cíclopes gigantes).

# 5 (13/10/65) – “O Mar Revolto” (The Hungry Sea) – direção de Sobey Martin, roteiro de William Welch, a partir de história de Shimon Wincelberg.

# 6 (20/10/65) – “Hapgood Esteve Aqui” (Welcome Stranger) – direção de Alvin Ganzer, roteiro de Peter Packer, com Warren Oates (Jimmy Hapgood).

# 7 (27/10/65) – “Um Estranho Amigo” (My Friend, Mr. Nobody) – direção de Paul Stanley, roteiro de Jackson Gillis, com William Bramley (Voz do Sr. Ninguém).

# 8 (03/11/65) – “Invasores da 5a Dimensão” (Invaders From the Fifth Dimension) – direção de Leonard Horn, roteiro de Shimon Wincelberg, com Ted Lehmann e Joe Ryan (Alienígenas).

# 9 (10/11/65) – “O Estranho Oásis” (The Oasis) – direção de Sutton Roley, roteiro de Peter Packer.

# 10 (17/11/65) – “Os Seres Eletrônicos” (The Sky is Falling) – direção de Sobey Martin, roteiro de Barney Slater e Herman Groves, com Don Matheson (Rethso), Françoise Riggieri (Moela), Eddie Rosson (Garoto alienígena).

# 11 (24/11/65) – “A Lâmpada de Aladim” (Wish Upon a Star) – direção de Sutton Roley, roteiro de Barney Slater, com Dawson Palmer (Alienígena).

# 12 (01/12/65) – “A Miniespaçonave” (The Raft) – direção de Sobey Martin, roteiro de Peter Packer, com Dawson Palmer (Monstro de duas cabeças).

# 13 (08/12/65) – “O Cão Desaparecido” (One of Our Dogs is Missing) – direção de Sutton Roley, roteiro de William Welch, com Dawson Palmer (Monstro peludo).

# 14 (15/12/65) – “O Ataque das Plantas Monstruosas” (Attack of the Monster Plants) – direção de Justus Addiss, roteiro de William Read Woodfield e Allan Balter.

# 15 (29/12/65) – “Volta à Terra” (Return From Outerspace) – direção de Nathan Juran, roteiro de Peter Packer, com Reta Shaw (Tia Clara), Walter Sande (Xerife Baxendale), Donald Loxby (Davey Sims), Sheila Matthews (Ruth Templeton), Keith Taylor (Theodore), Robert Easton (Sr. Lacy / Fotógrafo), Harry Harvey, Sr. (Grover), Helen Kleeb (Srta. Raquel / Telefonista), Ann Dore (Membro do conselho municipal), Johnny Tuohy (Menino).

# 16 (12 e 19/01/66) – 2 partes – “O Estranho Colecionador” (The Keeper) – direção de Sobey Martin (1ª parte) e Harry Harris (2ª parte), roteiro de Barney Slater, com Michael Rennie (Colecionador), Wilbur Evans (Líder alienígena).

# 17 (26/01/66) – “O Pirata do Céu” (The Sky Pirate) – direção de Sobey Martin, roteiro de Carey Wilbur, com Albert Salmi (Capitão Alonzo P. Tucker).

# 18 (02/02/66) – “O Fantasma do Espaço” (Ghost in Space) – direção de Don Richardson, roteiro de Peter Packer, com Dawson Palmer (Monstro do pântano).

# 19 (09/02/66) – “A Guerra dos Robôs” (War of the Robots) – direção de Sobey Martin, roteiro de Barney Slater, com Robby, o robô (Robotóide), William Bramley (Voz do robotóide).

# 20 (16/02/66) – “O Espelho Mágico” (The Magic Mirror) – direção de Nathan Juran, roteiro de Jackson Gillis, com Michael J. Pollard (Menino alienígena).

# 21 (02/03/66) – “O Desafio” (The Challenge) – direção de Don Richardson, roteiro de Barney Slater, com Kurt Russell (Quano), Michael Ansara (Dirigente).

# 22 (09/03/66) – “O Mercador do Espaço” (The Space Trader) – direção de Nathan Juran, roteiro de Barney Slater, com Torin Thatcher (Mercador).

# 23 (16/03/66) – “Sua Majestade Smith” (His Majesty Smith) – direção de Harry Harris, roteiro de Carey Wilbur, com Liam Sullivan (Nexus), Kevin Hagen (Alienígena).

# 24 (23/03/66) – “Os Semeadores do Universo” (The Space Croppers) – direção de Sobey Martin, roteiro de Peter Packer, com Mercedes McCambridge (Sybilla), Sherry Jackson (Effra), Dawson Palmer (Keel / Lobisomem).

# 25 (06/04/66) – “Nem Tudo Que Reluz...” (All That Glitters) – direção de Harry Harris, roteiro de Barney Slater, com Larry Ward (Ohan), Werner Klemperer (Bolix), Ted Lehmann (Voz alienígena).

# 26 (13/04/66) – “A Civilização Perdida” (The Lost Civilization) – direção de Don Richardson, roteiro de William Welch, com Kym Karath (Princesa), Royal Dano (Primeiro Ministro), Dawson Palmer (Soldado).

# 27 (20/04/66) – “Um Passeio à 6ª Dimensão” (A Change of Space) – direção de Sobey Martin, roteiro de Peter Packer, com Frank Graham (Alienígena).

# 28 (27/04/66) – “A Voz do Espírito” (Follow the Leader) – direção de Don Richardson, roteiro de Barney Slater, com Gregory Morton (Voz de Kanto, o espírito alienígena).

Segunda Temporada (30 episódios em cores)

# 29 (16/09/66) – “Fuga Desesperada” (Blast Off Into Space) – direção de Nathan Juran, roteiro de Peter Packer, com Strother Martin (Nerim).

# 30 (21/09/66) – “A Estranha Dama Verde” (Wild Adventure) – direção de Don Richardson, roteiro de William Read Woodfield e Allan Balter, com Vitina Marcus (Dama verde).

# 31 (28/09/66) – “O Planeta Fantasma” (The Ghost Planet) – direção de Nathan Juran, roteiro de Peter Packer, com Michael Fox (Voz do líder cibernético), Sue England (Voz da oficial 03), Dawson Palmer (Cyborg).

# 32 (05/10/66) – “O Mundo Proibido” (Forbidden World) – direção de Don Richardson, roteiro de Barney Slater, com Wally Cox (Tiabo), Janos Prohaska (Monstro pássaro).

# 33 (12/10/66) – “Circo do Espaço” (Space Circus) – direção de Harry Harris, roteiro de Bob e Wanda Duncan, com James Westerfield (Dr. Marvello), Melinda Fee (Madame Fenestra), Michael Greene (Nubu), Harry Vartresian (Bisho), Dawson Palmer (Monstro cósmico).

# 34 (19/10/66) – “O Tribunal das Galáxias” (Prisoners of Space) – direção de Nathan Juran, roteiro de Barney Slater, com Gregory Morton (Voz do juiz).

# 35 (26/10/66) – “A Máquina Andróide” (The Android Machine) – direção de Don Richardson, roteiro de Bob e Wanda Duncan, com Dee Harford (Varda), Fritz Feld (Sr. Zumdish), Tiger Joe Marsh (Ascensorista), Dawson Palmer (Monstro).

# 36 (02/11/66) – “Os Torneios Mortais de Gamma Seis” (The Deadly Games of Gamma Six) – direção de Nathan Juran, roteiro de Barney Slater, com Mike Kellin (Myko), Peter Brocco (Líder alienígena), Harry Monty (Geoo), Ronald Weber (Gromak), Chuck Robertson (Lutador grande).

# 37 (09/11/66) – “O Ladrão do Espaço Sideral” (The Thief From Outer Space) – direção de Sobey Martin, roteiro de Jackson Gillis, com Malachi Throne (Xeique Ali Bem Bar), Ted Cassidy (Escravo), Maxine Gates (Princesa).

# 38 (16/11/66) – “A Maldição do Primo Smith” (The Curse of Cousin Smith) – direção de Justus Addiss, roteiro de Barney Slater, com Henry Jones (Jeremia Smith), Allan Melvin (Voz do pequeno Joe).

# 39 (30/11/66) – “A Oeste de Marte” (West of Mars) – direção de Nathan Juran, roteiro de Michael Fessier, com Allan Melvin (Policial Claudius), Mickey Manners (Dee), Ken Mayer (Pleiades Pete), Eddie Quillan (Barman), Charles Arthur (Sósia de Smith).

# 40 (07/12/66) – “Uma Visita ao Inferno” (A Visit to Hades) – direção de Don Richardson, roteiro de Carey Wilbur, com Gerald Mohr (Morbus).

# 41 (14/12/66) – “A Destruição do Robô” (Wreck of the Robot) – direção de Nathan Juran, roteiro de Barney Slater, com Jim Mills (Líder alienígena).

# 42 (21/12/66) – “O Monstro do Pesadelo” (The Dream Monster) – direção de Don Richardson, roteiro de Peter Packer, com John Abbot (Sesmar), Dawson Palmer (Radion), Harry Monty e Frank Deifino (Anões).

# 43 (28/12/66) – “O Homem Dourado” (The Golden Man) – direção de Don Richardson, roteiro de Barney Slater, com Dennis Patrick (Keema), Ronald Gans e Bill Troy (Alienígenas).

# 44 (04/01/67) – “A Moça da Dimensão Verde” (The Girl From the Green Dimension) – direção de Nathan Juran, roteiro de Peter Packer, com Vitina Marcus (Athena), Harry Raybould (Urso).

# 45 (11/01/67) – “O Cavaleiro Espacial” (The Questing Beast) – direção de Don Richardson, roteiro de Carey Wilbur, com Hans Conreid (Dom Sagramonte), Jeff County (Gundemar), Sue England (Voz de Gundemar).

# 46 (26/01/67) – “O Fabricante de Brinquedos” (The Toymaker) – direção de Robert Douglas, roteiro de Bob e Wanda Duncan, com Walter Burke (Sr. MV), Fritz Feld (Sr. Zumdish), Larry Dean (Soldado de madeira), Tiger Joe Marsh (Segurança), Dawson Palmer (Monstro).

# 47 (01/02/67) – “Motim no Espaço” (Mutiny in Space) – direção de Don Richardson, roteiro de Peter Packer, com Ronald Long (Almirante Zahrk).

# 48 (08/02/67) – “Os Vikings do Céu” (Space Vikings) – direção de Ezra Stone, roteiro de Margaret Brookman, com Sheila Matthews (Brumhilda), Bern Hoffman (Thor).

# 49 (15/02/67) – “Foguete Para a Terra” (Rocket to Earth) – direção de Don Richardson, roteiro de Barney Slater, com Al Lewis (Zalto).

# 50 (22/02/67) – “A Caverna dos Mágicos” (Cave of the Wizards) – direção de Don Richardson, roteiro de Peter Packer, com Michael Fox (Cérebro cósmico), Larry Dean (Múmia), Dawson Palmer (Monstro).

# 51 (01/03/67) – “O Tesouro do Planeta Perdido” (Treasure of the Lost Planet) – direção de Harry Harris, roteiro de Carey Wilbur, com Albert Salmi (Capitão Alonzo P. Tucker), Jime Boles (Smeke), Craig Duncan (Deke), Dawson Palmer (Isruland).

# 52 (08/03/67) – “A Revolta dos Andróides” (Revolt of the Androids) – direção de Don Richardson, roteiro de Bob e Wanda Duncan, com Dee Hartford (Varda), Don Matheson (IDAK Alfa 12), Dawson Palmer (IDAK Ômega 17 e monstro).

# 53 (15/03/67) – “Os Colonizadores” (The Colonists) – direção de Ezra Stone, roteiro de Peter Packer, com Francine York (Niolani).

# 54 (22/03/67) – “Viagem Através do Robô” (Trip Through the Robot) – direção de Don Richardson, roteiro de Barney Slater.

# 55 (29/03/67) – “A Família Fantasma” (The Phantom Family) – direção de Ezra Stone, roteiro de Peter Packer, com Alan Hewitt (Lemnoc).

# 56 (05/04/67) – “Os Homens Mecânicos” (The Mechanical Men) – direção de Seymour Robbie, roteiro de Barney Slater.

# 57 (12/04/67) – “O Viajante Astral” (The Astral Traveler) – direção de Don Richardson, roteiro de Carey Wilbur, com Sean McClory (Hamish), Dawson Palmer (Angus).

# 58 (26/04/67) – “O Amuleto da Galáxia” (The Galaxy Gift) – direção de Ezra Stone, roteiro de Barney Slater, com John Carradine (Archon), Jim Mills (Líder Saticon).

Terceira Temporada (24 episódios em cores)

# 59 (06/09/67) – “Os Condenados” (The Condemned of Space) – direção de Nathan Juran, roteiro de Peter Packer, com Marcel Hillaire (Phanzig), Robby (Robô sentinela).

# 60 (13/09/67) – “Visita a um Planeta Hostil” (Visit to a Hostile Planet) – direção de Sobey Martin, roteiro de Peter Packer, com Robert Foulk (Cragmire), Pitt Herbert (Grover), Claire Wilcox (Stacey), Normon Leavitt (Charlie), Robert Pine (Craig).

# 61 (20/09/67) – “O Ataque dos Homens-Relógio” (Kidnapped in Space) – direção de Don Richardson, roteiro de Robert Hamner, com Grant Sullivan (Alienígena 764), Carol Williams (Alienígena 1220), Joey Russo (Jovem Smith).

# 62 (27/09/67) – “A Noite do Caçador” (Hunter´s Moon) – direção de Don Richardson, roteiro de Jack Turley, com Vincent Beck (Megazor).

# 63 (04/10/67) – “Primitivos do Espaço” (Space Primevals) – direção de Nathan Juran, roteiro de Peter Packer, com Arthur Batanides (Rongah).

# 64 (11/10/67) – “O Terrível Exército Cyborg” (Space Destructors) – direção de Don Richardson, roteiro de Robert Hamner, com Tommy Farrell (Cyborg).

# 65 (18/10/67) – “O Inacreditável Zaybo” (The Haunted Lighthouse) – direção de Sobey Martin, roteiro de Jackson Gillis, com Lou Wagner (J-5), Kenya Coburn (Zaybo), Woodrow Parfrey (Silas J. Fogey).

# 66 (25/10/67) – “O Misterioso Planeta Verde” (Flight Into the Future) – direção de Sobey Martin, roteiro de Peter Packer, com Lew Gallo (Comandante Fletcher), Don Eitner (Sargento Smith).

# 67 (08/11/67) – “Colisão de Planetas” (Collision of Planets) – direção de Don Richardson, roteiro de Peter Packer, com Dan Travanti (Ilan), Linda Gaye Scott (Garota alienígena), Joey Tata (Alienígena).

# 68 (15/11/67) – “Criaturas da Névoa” (Space Creatures) – direção de Sobey Martin, roteiro de William Welch, com Ronald Gans (Criatura).

# 69 (22/11/67) – “A Namorada do Robô” (Deadliest of the Species) – direção de Don Richardson, roteiro de Robert Hamner, com Ronald Gans (Líder alienígena), Lyle Waggoner e Ralph Lee (Homens mecânicos), Sue England (Voz feminina do robô).

# 70 (29/11/67) – “Jardim Zoológico das Galáxias” (A Day at the Zoo) – direção de Irving Moore, roteiro de Jackson Gillis, com Leonard Stone (Farnum B), Gary Tigerman (Oggo), Ronald Weber (Mort).

# 71 (13/12/67) – “O Grande Hotel Espacial” (Two Weeks in Space) – direção de Don Richardson, roteiro de Robert Hamner, com Fritz Feld (Zumdish), Richard Krisher (MXR), Eric Matthews (QZW), Edy Williams (Non), Carrol Roebke (Tat).

# 72 (20/12/67) – “A Princesa do Planeta Gelado” (Castles in Space) – direção de Sobey Martin, roteiro de Peter Packer, com Corina Tsopei (Princesa do gelo), Alberto Monte (Chavo).

# 73 (27/12/67) – “Robinson Número 2” (The Anti-Matter Man) – direção de Sutton Roley, roteiro de Barney Slater e Robert Hamner (creditado como K. C. Alison).

# 74 (03/01/68) – “Ataque à Terra” (Target Earth) – direção de Nathan Juran, roteiro de Peter Packer, com James Gosa (Líder alienígena).

# 75 (10/01/68) – “A Princesa do Espaço” (Princess of Space) – direção de Don Richardson, roteiro de Jackson Gillis, com Robert Foulk (Capitão Kraspo), Arte Johnson (Fédor), Sheila Matthews (Tia Gamma).

# 76 (17/01/68) – “O Mercador do Tempo” (The Time Merchant) – direção de Ezra Stone, roteiro de Bob e Wanda Duncan, com John Crawford (Cronos), Byron Morrow (General Squires), Hoke Howell (Sargento Roger).

# 77 (24/01/68) – “O Planeta Prometido” (The Promised Planet) – direção de Ezra Stone, roteiro de Peter Packer, com Gil Rogers (Bartolomeu), Keith Taylor (Edgar).

# 78 (31/01/68) – “Os Fugitivos” (Fugitives in Space) – direção de Ezra Stone, roteiro de Robert Hamner, com Michael Conrad (Creech), Tol Avery (Diretor), Charles Hovarth (Guarda).

# 79 (14/02/68) – “O Concurso de Beleza Cósmica” (Space Beauty) – direção de Irving J. Moore, roteiro de Jackson Gillis, com Leonard Stone (Farnum), Dee Hartford (Nancy Pi-Quadrado), Miriam Schiller (Miss Teutônio).

# 80 (21/02/68) – “O Inacreditável Monstro Vegetal” (The Flaming Planet) – direção de Don Richardson, roteiro de Barney Slater, com Abraham Sofaer (Sobram).

# 81 (28/02/68) – “A Revolta das Plantas” (The Great Vegetable Rebellion) – direção de Don Richardson, roteiro de Peter Packer, com Stanley Adams (Tybo), James Milhollin (Willoughby).

# 82 (06/03/68) – “A Enorme Sucata do Espaço” (Junkyard in Space) – direção de Ezra Stone, roteiro de Barney Slater, com Marcel Hillaire (Sucateiro).