O escritor escocês Sir Arthur Conan Doyle (1859 / 1930) é bastante conhecido na literatura fantástica principalmente pela criação do detetive Sherlock Holmes, um homem aristocrático de grande inteligência e astúcia para desvendar casos misteriosos e de difícil solução. Entre suas diversas histórias envolvendo o famoso detetive, uma das mais conhecidas e utilizadas como inspiração para o cinema é “O Cão dos Baskervilles” (The Hound of the Baskervilles).
A história procura explorar uma trama com supostos elementos sobrenaturais e recebeu muitas versões no cinema, sendo que as mais importantes são a produção em preto e branco de 1939 dirigida por Sidney Lanfield e estrelada por Basil Rathbone, Nigel Bruce, Lionel Atwill e John Carradine, e o filme colorido da “Hammer” lançado vinte anos depois, com direção do especialista Terence Fisher (cineasta responsável pelos filmes mais cultuados do estúdio inglês), e protagonizado pela dupla Peter Cushing e Christopher Lee, dois dos maiores ícones do horror de todos os tempos.
O filme começa com uma narração do médico Dr. Richard Mortimer (Francis De Wolff), falando da lenda do “Cão dos Baskervilles”, intercalada com um prólogo apresentando um nobre excêntrico, Sir Hugo Baskerville (David Oxley), que gosta de realizar encontros em sua mansão com os amigos de bebida, em Dartmoor, no interior da Inglaterra, onde ele aproveita para exibir seu comportamento arrogante e prepotente, características que despertaram a ira de seus inimigos e a criação de uma lenda maldita que se abateu sobre sua família.
“Vou lhes contar a lenda do Cão dos Baskervilles. Saibam que a grande mansão dos Baskervilles uma vez foi ocupada por um certo Sir Hugo, um homem violento, profano, ateu e perverso. Na verdade, nele existia um certo humor cruel e ameaçador, que fez do seu nome objeto de desprezo no país...”
“… Então, o destino de Sir Hugo Baskerville apareceu sob a forma de um cão do inferno, e trouxe eternamente para a família Baskerville a desgraça. Portanto, atenção, e tenha cuidado nos pântanos durante a noite, quando o Mal está à espreita. Ou então, com certeza você encontrará o Cão do Inferno, o Cão dos Baskervilles... Assim termina a lenda...”
O Dr. Mortimer convoca então o detetive Sherlock Holmes (Peter Cushing) e seu fiel parceiro Dr. John H. Watson (Andre Morell, de “Epidemia de Zumbis”, filme de mortos-vivos também da “Hammer”, de 1966), para tentarem desvendar a maldição da lenda do “Cão dos Baskervilles”, após a morte em circunstâncias misteriosas de Sir Charles, encontrado morto no pântano nas redondezas da mansão da família, com o rosto marcado por um olhar completamente aterrorizado.
As atenções estão voltadas agora para a segurança de Sir Henry Baskerville (Christopher Lee), sobrinho do falecido e o último descendente vivo da família amaldiçoada. Ele chegou para tomar posse da mansão, a qual está sob os cuidados de um velho casal de empregados, Sr. Barrymore (John Le Mesurier) e sua esposa (Helen Goss). Nas imediações, existem apenas florestas e campos de caça, sendo que os vizinhos mais próximos são um fazendeiro mais pobre, Sr. Stapleton (Ewen Solon), e sua bela filha Cecile (Marla Landi), por quem Sir Henry se sente perigosamente atraído.
O desafio do detetive Sherlock Holmes e seu companheiro Dr. Watson é investigar a verdade por trás da lenda do “cão do inferno” que aterroriza a família Baskerville, e tentar evitar que a maldição transforme Sir Henry em sua próxima vítima.
O filme apresenta basicamente uma história de vingança e maldição histórica na forma de uma lenda envolvida em eventos sobrenaturais. Para a satisfação dos apreciadores das produções da “Hammer”, não faltam aqueles elementos tradicionais e característicos dos filmes do estúdio na figura de uma mansão gótica localizada numa floresta fantasmagórica e ameaçadora à noite, envolta em névoas que poderiam ocultar charcos mortais, além de ruínas abandonadas e uivos noturnos aterrorizantes.
Entre as curiosidades, podemos citar o fato de que os produtores tinham a intenção de criar uma série de filmes com Peter Cushing fazendo papel de Sherlock Holmes, mas “O Cão dos Baskervilles” foi o único por causa da reação desfavorável do público, que demonstrou sua preferência pelos filmes com monstros como o vampiro Drácula, a criatura de Frankenstein e a Múmia, entre outros. Esse filme também pode ser lembrado como um dos poucos da “Hammer” em que Christopher Lee não aparece como um vilão, e ao contrário, ele faz o papel de um homem aristocrático e galã conquistador (mesmo que discreto), tanto que não faltam cenas mais românticas envolvendo Sir Henry Baskerville e a jovem Cecile, vizinha de sua mansão. Outra curiosidade notável é que o destemido detetive Sherlock Holmes não deixou de dizer para seu amigo e confidente Dr. Watson, a conhecida frase que caracterizou suas performances nas investigações dos diversos casos misteriosos: “Elementar, meu caro Watson”.
Para a felicidade da imensa legião de fãs da produtora “Hammer”, “O Cão dos Baskervilles” foi lançado em DVD no Brasil pela “PlayArte” em 02/06/05. Porém, sem extras relacionados ao filme, pois o disco traz apenas três trailers de divulgação de outros lançamentos da distribuidora, o clássico de horror “O Corvo” (The Raven, 63), de Roger Corman e com Vincent Price, Boris Karloff e Peter Lorre, “A Ilha da Garganta Cortada” (Cuthroat Island, 95), uma aventura de capa e espada com Geena Davis, e o drama de suspense “Justiça Vermelha” (Red Corner, 97), com Richard Gere. Em compensação, o DVD traz a opção de dublagem em português, com as mesmas vozes da época em que foi exibido na televisão, e que são bem conhecidas por aqueles que acompanhavam os filmes da “Hammer” na telinha nos anos 70 e 80.
“O Cão dos Baskervilles” (The Hound of the Baskervilles, 1959) # 332 – data: 13/08/05 – avaliação: 8 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com.br
A história procura explorar uma trama com supostos elementos sobrenaturais e recebeu muitas versões no cinema, sendo que as mais importantes são a produção em preto e branco de 1939 dirigida por Sidney Lanfield e estrelada por Basil Rathbone, Nigel Bruce, Lionel Atwill e John Carradine, e o filme colorido da “Hammer” lançado vinte anos depois, com direção do especialista Terence Fisher (cineasta responsável pelos filmes mais cultuados do estúdio inglês), e protagonizado pela dupla Peter Cushing e Christopher Lee, dois dos maiores ícones do horror de todos os tempos.
O filme começa com uma narração do médico Dr. Richard Mortimer (Francis De Wolff), falando da lenda do “Cão dos Baskervilles”, intercalada com um prólogo apresentando um nobre excêntrico, Sir Hugo Baskerville (David Oxley), que gosta de realizar encontros em sua mansão com os amigos de bebida, em Dartmoor, no interior da Inglaterra, onde ele aproveita para exibir seu comportamento arrogante e prepotente, características que despertaram a ira de seus inimigos e a criação de uma lenda maldita que se abateu sobre sua família.
“Vou lhes contar a lenda do Cão dos Baskervilles. Saibam que a grande mansão dos Baskervilles uma vez foi ocupada por um certo Sir Hugo, um homem violento, profano, ateu e perverso. Na verdade, nele existia um certo humor cruel e ameaçador, que fez do seu nome objeto de desprezo no país...”
“… Então, o destino de Sir Hugo Baskerville apareceu sob a forma de um cão do inferno, e trouxe eternamente para a família Baskerville a desgraça. Portanto, atenção, e tenha cuidado nos pântanos durante a noite, quando o Mal está à espreita. Ou então, com certeza você encontrará o Cão do Inferno, o Cão dos Baskervilles... Assim termina a lenda...”
O Dr. Mortimer convoca então o detetive Sherlock Holmes (Peter Cushing) e seu fiel parceiro Dr. John H. Watson (Andre Morell, de “Epidemia de Zumbis”, filme de mortos-vivos também da “Hammer”, de 1966), para tentarem desvendar a maldição da lenda do “Cão dos Baskervilles”, após a morte em circunstâncias misteriosas de Sir Charles, encontrado morto no pântano nas redondezas da mansão da família, com o rosto marcado por um olhar completamente aterrorizado.
As atenções estão voltadas agora para a segurança de Sir Henry Baskerville (Christopher Lee), sobrinho do falecido e o último descendente vivo da família amaldiçoada. Ele chegou para tomar posse da mansão, a qual está sob os cuidados de um velho casal de empregados, Sr. Barrymore (John Le Mesurier) e sua esposa (Helen Goss). Nas imediações, existem apenas florestas e campos de caça, sendo que os vizinhos mais próximos são um fazendeiro mais pobre, Sr. Stapleton (Ewen Solon), e sua bela filha Cecile (Marla Landi), por quem Sir Henry se sente perigosamente atraído.
O desafio do detetive Sherlock Holmes e seu companheiro Dr. Watson é investigar a verdade por trás da lenda do “cão do inferno” que aterroriza a família Baskerville, e tentar evitar que a maldição transforme Sir Henry em sua próxima vítima.
O filme apresenta basicamente uma história de vingança e maldição histórica na forma de uma lenda envolvida em eventos sobrenaturais. Para a satisfação dos apreciadores das produções da “Hammer”, não faltam aqueles elementos tradicionais e característicos dos filmes do estúdio na figura de uma mansão gótica localizada numa floresta fantasmagórica e ameaçadora à noite, envolta em névoas que poderiam ocultar charcos mortais, além de ruínas abandonadas e uivos noturnos aterrorizantes.
Entre as curiosidades, podemos citar o fato de que os produtores tinham a intenção de criar uma série de filmes com Peter Cushing fazendo papel de Sherlock Holmes, mas “O Cão dos Baskervilles” foi o único por causa da reação desfavorável do público, que demonstrou sua preferência pelos filmes com monstros como o vampiro Drácula, a criatura de Frankenstein e a Múmia, entre outros. Esse filme também pode ser lembrado como um dos poucos da “Hammer” em que Christopher Lee não aparece como um vilão, e ao contrário, ele faz o papel de um homem aristocrático e galã conquistador (mesmo que discreto), tanto que não faltam cenas mais românticas envolvendo Sir Henry Baskerville e a jovem Cecile, vizinha de sua mansão. Outra curiosidade notável é que o destemido detetive Sherlock Holmes não deixou de dizer para seu amigo e confidente Dr. Watson, a conhecida frase que caracterizou suas performances nas investigações dos diversos casos misteriosos: “Elementar, meu caro Watson”.
Para a felicidade da imensa legião de fãs da produtora “Hammer”, “O Cão dos Baskervilles” foi lançado em DVD no Brasil pela “PlayArte” em 02/06/05. Porém, sem extras relacionados ao filme, pois o disco traz apenas três trailers de divulgação de outros lançamentos da distribuidora, o clássico de horror “O Corvo” (The Raven, 63), de Roger Corman e com Vincent Price, Boris Karloff e Peter Lorre, “A Ilha da Garganta Cortada” (Cuthroat Island, 95), uma aventura de capa e espada com Geena Davis, e o drama de suspense “Justiça Vermelha” (Red Corner, 97), com Richard Gere. Em compensação, o DVD traz a opção de dublagem em português, com as mesmas vozes da época em que foi exibido na televisão, e que são bem conhecidas por aqueles que acompanhavam os filmes da “Hammer” na telinha nos anos 70 e 80.
“O Cão dos Baskervilles” (The Hound of the Baskervilles, 1959) # 332 – data: 13/08/05 – avaliação: 8 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com.br
blog: www.juvenatrix.blogspot.com.br (postado em 06/12/05)
O Cão dos Baskervilles (The Hound of the Baskervilles, Inglaterra, 1959). Hammer. Duração: 87 minutos. Direção de Terence Fisher. Roteiro de Peter Bryan, a partir de história de Sir Arthur Conan Doyle. Produção de Anthony Hinds. Produção Executiva de Michael Carreras. Elenco: Peter Cushing (Sherlock Holmes), Christopher Lee (Sir Henry Baskerville), Andre Morell (Dr. John H. Watson), Francis De Wolff (Dr. Richard Mortimer), David Oxley (Sir Hugo Baskerville), John Le Mesurier (Sr. Barrymore), Helen Goss (Sra. Barrymore), Ewen Solon (Sr. Stapleton), Marla Mandi (Cecile Stapleton).
O Cão dos Baskervilles (The Hound of the Baskervilles, Inglaterra, 1959). Hammer. Duração: 87 minutos. Direção de Terence Fisher. Roteiro de Peter Bryan, a partir de história de Sir Arthur Conan Doyle. Produção de Anthony Hinds. Produção Executiva de Michael Carreras. Elenco: Peter Cushing (Sherlock Holmes), Christopher Lee (Sir Henry Baskerville), Andre Morell (Dr. John H. Watson), Francis De Wolff (Dr. Richard Mortimer), David Oxley (Sir Hugo Baskerville), John Le Mesurier (Sr. Barrymore), Helen Goss (Sra. Barrymore), Ewen Solon (Sr. Stapleton), Marla Mandi (Cecile Stapleton).