Nota do Autor:
Antes da leitura desse artigo, é necessário informar que o texto está dividido
em duas partes. Primeiro abordando o filme de 1973, e depois com o lançamento
de uma versão ampliada com cenas inéditas em 2000, foi escrita outra matéria
enfocando as novidades em relação ao original. Como são dois textos escritos em
épocas diferentes, e que foram agrupados posteriormente para montar uma espécie
de dossiê mais completo do filme, algumas informações, observações e
comentários estão duplicados.
(Atenção:
o texto a seguir contém spoilers)
O que há de comum entre “A Noite dos
Mortos-Vivos” (1968), “The Evil Dead” (1982) e “O Exorcista” (1973)?
Na minha opinião, são três dos maiores de todos
os filmes de horror da história. A Noite
dos Mortos-Vivos (The Night of the Living Dead,
Nota do Autor (2005): No caso de “O Exorcista”, em 2004 foi lançada
a parte 4, “Exorcista: O Início” (Exorcist: The Beginning), apresentando
eventos anteriores ao filme original de 1973. E no caso de “A Noite dos
Mortos-Vivos”, em 2005 foi lançado outro filme da saga de George Romero, “Terra
dos Mortos” (Land of the Dead).
Eu nunca me esqueço quando fui assistir O Exorcista pela primeira vez, em 1984,
num cinema barato e já extinto chamado “Cine Londres”, no centro do bairro de
Santo Amaro, zona sul de São Paulo. Eu tinha 16 anos e o filme era proibido
para menores de 18. Consegui entrar assim mesmo e a sessão já havia começado.
Quando entrei no cinema e estava tentando me acostumar com o escuro, olhei para
a tela e... a cena que estava passando era justamente a da garota possuída pelo
demônio se masturbando violentamente com um crucifixo, rasgando a sua vagina e
espalhando sangue por todos os lados, vociferando com uma voz que parecia vir
do próprio inferno, “Deixe Jesus te foder!”. À sua frente, a mãe olhava
horrorizada para a inesperada atitude da filha de apenas 12 anos de idade, que
ainda agarrou sua cabeça e esfregou na vagina ensangüentada gritando
freneticamente “Me chupe! Me chupe!”. Levei um susto tão grande, que quase me
arrependi de ter entrado no cinema, porém a atração pelo horror foi maior.
Foi a mais cara produção de horror da época
(hoje já são normais as grandes produções como por exemplo Drácula, de Francis Ford Coppola, lançado em 1992) e que trouxe às
telas o livro homônimo de William Peter Blatty, sobre um padre católico que
batalha com um demônio.
O filme começa com o padre Lankester Merrin
(Max Von Sydow, envelhecido) desenterrando uma estátua no Iraque e libertando
um demônio luxuriante chamado Pazuzu, que eventualmente se apossa lentamente do
corpo de uma pequena jovem, Regan Theresa MacNeil (Linda Blair), que vive com
sua mãe (Ellen Burstyn), uma atriz divorciada, em Georgetown, nos arredores de
Washington. Aos poucos, a garota começa a tornar-se selvagem e passa a cometer
atos estranhos, como urinar na frente de convidados, vociferar palavras de
baixo calão, se masturbar com um crucifixo e levitar sobre a cama, vindo a se
transformar fisicamente em um pútrido demônio coberto de tumores, que é
amarrado com cordas em sua cama. Uma vez indiferente aos médicos e últimos
equipamentos da medicina, a família é obrigada a chamar um padre psiquiatra,
Damien Karras (Jason Miller), que tenta ajudar. Ao não obter sucesso, eles
recorrem então à Igreja e é chamado o padre Merrin, para juntos tentarem o
exorcismo.
A voz rouca do demônio, produzida pela atriz
veterana Mercedes McCambridge, é fenomenal e assustadora, o que não aconteceu
com uma versão dublada exibida pela televisão brasileira aberta (SBT), que foi
uma voz artificial, sintetizada, forçada e ridícula.
Algumas das melhores seqüências
foram as vomitadas e escarradas de Regan possuída na cara dos padres, um
líquido verde viscoso que lembra uma bílis de leite com abacate; as blasfêmias
ditas pelo demônio ao padre Karras como “sua mãe chupa pênis no inferno”; e
quando aparecem grandes vergões na barriga da garota enquanto dorme em quase
estado de coma, formando letras com a desesperada frase de pedido de socorro
“Ajudem-me”.
Os trabalhos de maquiagem de Dick Smith são
fantásticos, ao envelhecer Max Von Sydow, transformando-o num verdadeiro
octogenário; e na garota possuída, transformando seu rosto num amontoado de
feridas abertas e úlceras pestilentas. Dick Smith é até hoje um dos melhores
profissionais da área em todo o mundo, juntamente com Rick Baker (de Um Lobisomem Americano em Londres e O Incrível Homem que Derreteu), Tom
Savini (de Sexta-Feira 13 e O Dia dos Mortos), e Screaming Mad
George, um dos grandes artistas da década de 1990, considerado um mago dos
efeitos de maquiagem no cinema.
Os atores tiveram ótimas performances, com
Ellen Burstyn, Max Von Sydow, Jason Miller, Lee J. Cobb (como o tenente de
polícia William Kinderman), e Linda Blair, que até hoje é lembrada pelo papel
de Regan, apesar das cenas com a garota possuída serem feitas por uma dublê.
Porém, a carreira cinematográfica de Blair não decolou, se restringindo apenas
a aparições em pequenos filmes “B” de horror.
A música tema, uma pequena balada, é imortal e
eternamente associada ao filme, creditada como “Tubular Bells”, de Mike
Oldfield. Ela foi utilizada como uma homenagem na introdução da música The Exorcist, da banda americana de
Death Metal “Possessed”, em
1985, no disco “Seven Churches”.
O
Exorcista foi o único filme de
horror até aquela época (1973), a ganhar o cobiçado prêmio Oscar, nas categorias técnicas de roteiro adaptado, de William
Peter Blatty, e de som. Atualmente as obras de horror ganham até o prêmio de
melhor filme, como aconteceu em 1991 com O
Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme.
O ponto mais alto do filme certamente foi a
grande e antológica seqüência do exorcismo que no final, como sempre no cinema
politicamente correto, o Bem prevalece sobre o Mal, com o demônio sendo
derrotado, libertando a jovem garota, mas às custas das mortes dos padres, em
especial, a do padre Karras, que desaba violentamente de uma enorme escadaria,
mergulhando para a morte, agonizando numa imensa poça de sangue.
O
Exorcista é até hoje
considerado um dos grandes filmes da história da produtora Warner e certamente
está na lista dos melhores filmes de horror de todos os tempos, com seu
impressionante argumento de possessão demoníaca, mantendo o seu prestígio ao
longo do tempo e merecendo ser homenageado sempre.
O EXORCISTA 2000 – VERSÃO DO DIRETOR
Em 02/03/01 entrou novamente em cartaz nos cinemas brasileiros um dos maiores clássicos do horror de todos os tempos, “O Exorcista” (The Exorcist, 1973). Só que dessa vez foi exibida a chamada versão oficial do diretor (director’s cut), no caso, do cineasta William Friedkin, com 11 minutos a mais e conseqüentemente algumas cenas inéditas, que haviam sido cortadas na edição final do filme na época.
Essas seqüências adicionais são
quase todas bem discretas, precisando de muita atenção para reconhecê-las e de
preferência tendo assistido o original pouco tempo antes para justamente
facilitar o entendimento das diferenças. Com a ajuda de material pesquisado e
recolhido da internet, e por observações retiradas na exibição do filme, segue
posteriormente um descritivo das novidades nesse “Exorcista
Já faz mais de trinta anos que “O
Exorcista” foi lançado nos Estados Unidos e ainda hoje continua assustador,
principalmente por tratar de um tema que inevitavelmente choca as pessoas, que
é o confronto direto entre o “Bem” e o “Mal”. No caso, a possessão lenta e
gradual de uma jovem e inocente garota de apenas doze anos de idade por um
demônio pútrido e feroz chamado “Pazuzu”, que somente é expulso de dentro da
menina após uma tortuosa sessão de exorcismo que levou dois padres à morte. O
corpo da garota acabou transformando-se em vergões e feridas pestilentas e sua
voz e comportamento tornaram-se agressivos e extremamente violentos, com
direito à masturbação sangrenta com um crucifixo, blasfêmias vociferadas com
ódio, levitação, insultos proferidos em idiomas desconhecidos, vomitadas
asquerosas na cara dos padres, e todo tipo de agressão à famosa moral e bons
costumes.
Se comparado aos filmes do cinema
dos anos 1980 e 90, como por exemplo os sanguinolentos “The Evil Dead” e
“Braindead”, “O Exorcista” pode até ser considerado mais “leve”, principalmente
devido ao fato de que as cenas aterrorizantes são seqüências curtas e
intercaladas na história, dando um fôlego ao espectador (com exceção do ritual
do exorcismo que é mais demorado e por isso extremamente tenso). Porém, a
história é completamente envolvida num clima macabro que interage com o público
tornando-o testemunha dos horrendos acontecimentos que levaram uma inocente
menina à condição de um pútrido demônio. Já em “The Evil Dead” (no Brasil,
lançado em vídeo com o nome equivocado de “A Morte do Demônio”), o talentoso
diretor Sam Raimi utilizou-se de um velho clichê comum do horror, um grupo de
jovens isolados numa cabana nas montanhas em meio a um ataque de demônios, e
despejou sobre o público uma tormenta de sangue, mutilações e todo tipo de
atrocidades e possessões demoníacas sem permitir um leve descanso sequer ao
espectador, de uma forma nervosa, tensa e sem direito a qualquer tipo de humor.
E em “Braindead” (no Brasil, “Fome Animal”), do também talentoso Peter Jackson,
a mesma fórmula foi utilizada, e inacreditavelmente com mais sangue ainda, numa
história repleta de zumbis famintos, porém dessa vez mesclado com vários
elementos de humor negro.
“O Exorcista” tem pouco sangue
quando comparado a filmes como estes, só que suas poucas cenas agressivas tem
um impacto muito grande, principalmente pelo clima de horror psicológico do
roteiro (adaptado de obra homônima de William Peter Blatty, escrita em 1971).
Aliás, Blatty se inspirou em um caso supostamente real ocorrido em Maryland
(EUA) em 1949, só que envolvendo um garoto de quatorze anos que demonstrou
comportamentos estranhos e agressivos como cuspir e falar em latim, um idioma
desconhecido para ele. Porém, o escritor aproveitou esse argumento e certamente
criou a sua versão de possessão, dessa vez numa garota, e com atitudes muito
mais violentas.
Uma curiosidade muito interessante
em “O Exorcista” é que a voz da garota possuída pelo demônio é real, num
trabalho de dublagem de uma veterana atriz chamada Mercedes McCambridge,
tornando as cenas com as falas da menina muito mais aterrorizantes, em vez de
se utilizar algum efeito digital para distorcer a voz artificialmente.
Nessa nova versão para o clássico,
algumas cenas são inéditas e agora
reeditadas pelo diretor William Friedkin, assim como também tanto o início como
o final foram levemente modificados. Friedkin era um diretor muito conceituado
na época, principalmente pelo policial “Operação França”, porém tanto ele como
também a atriz Linda Blair (que interpretou a garota possuída Regan) ficaram
marcados para sempre por seus envolvimentos com “O Exorcista” e curiosamente
suas carreiras não conseguiram decolar mais nos anos seguintes. Até hoje, Linda
Blair só consegue papéis menores em pequenos filmes de horror.
O sucesso de “O Exorcista” foi tão grande que
conseguiu a rara indicação, para um filme de horror, para dez categorias do
conceituado Prêmio “Oscar”, entre elas a de melhor filme, direção, fotografia,
roteiro adaptado, montagem, cenografia, som e direção de arte. Os atores Jason
Miller (padre Karras), Ellen Burstyn (Chris MacNeil, a mãe de Regan) e Linda
Blair também foram indicados em suas categorias. O filme acabou vencendo como
melhor som e roteiro.
As novidades na versão do diretor
incluem uma nova trilha sonora e efeitos digitais inexistentes em 1973. Foram
acrescentados os trabalhos dos técnicos Steve Boeddeker na engenharia de som e
Jennifer Law-Stump na arte dos efeitos digitais.
Podemos constatar essas mudanças em
cenas como a do padre Karras quando ele é possuído pelo demônio. Na primeira
versão, seu rosto está sereno e de repente num corte brusco passa a estar
possuído. Isto foi melhorado com um corte mais elaborado, onde primeiro aparece
a face normal do padre, depois um corte para uma janela, e por fim um outro
corte para sua face já possuída.
Ou na cena
Como já mencionado, foram
acrescentadas algumas cenas inéditas nessa versão
Outra cena nova, só que bem mais
notada e comentada, vista também no trailer de apresentação do filme, é aquela
onde Regan possuída desce rapidamente uma escada na posição de quatro e de
costas (como se fosse uma aranha), mostrando sua boca cheia de sangue quando
chega ao final do trajeto. Essa cena do sangue na boca da garota faz parte da
nova safra de efeitos digitais e o resultado final ficou bem assustador. Essa
seqüência acabou não indo até o final que culmina com Regan pulando em cima da
secretária de sua mãe, Sharon (Kitty Winn), como ocorreu na primeira versão.
Uma outra cena adicional foi
acrescentada visando melhorar um detalhe meio “solto” no roteiro original, que
é a ausência total do pai de Regan, principalmente num momento crítico que ela
estava enfrentando com a possessão demoníaca. Para justificar melhor essa
ausência, tivemos uma seqüência onde o padre Karras está em um laboratório de
som analisando um telefonema de Regan para o seu pai. A menina está alegre,
porém não sabe bem o que dizer, o que demonstra a grande falta de intimidade e
distância entre os dois. Na verdade, o pai dela vive na Europa e não aparece
mesmo.
Outra falha do roteiro teve que ser esclarecida
com uma cena nova. O padre Merrin (Max von Sydow), que foi chamado para
realizar o exorcismo juntamente com o padre Karras, em determinado momento do
ritual chama a garota pelo seu nome completo, Regan Theresa MacNeil, porém ele
não tinha como saber o segundo nome da menina. Uma cena inédita agora mostra um
diálogo antes do início do exorcismo entre o padre Merrin e a mãe de Regan,
onde ele pergunta a ela o nome completo de sua filha.
A nova versão do diretor acrescentou também um
diálogo entre os padres Merrin e Karras onde eles tentam encontrar um
significado para o caso da possessão demoníaca de Regan. Eles discutem sobre
quais seriam os motivos que levariam uma inocente garota a ser dominada por
forças malignas.
Finalizando, “O Exorcista” 2000
trouxe também um final levemente alterado. No original de 1973, após o término
do pesadelo vivido por Regan e sua mãe, elas resolvem se mudar de casa. Nisso,
aparece o padre Dyer, amigo da família e colega do padre Karras. Eles trocam algumas
palavras e enquanto um carro leva as mulheres embora, o padre se despede e
caminha sozinho retirando-se do local. Na versão do diretor, quando o padre
Dyer está se retirando ele encontra um investigador de polícia que acompanhou
todo o caso, o tenente Kinderman (Lee J. Cobb). Ambos conversam um pouco sobre
Regan e terminam o filme falando sobre cinema, interesse comum deles, e do
amigo também cinéfilo padre Karras, falecido no exorcismo. O tom do diálogo é
levemente humorístico para tentar terminar com um tradicional “final feliz”, ou
pelo menos de forma menos agressiva, já que o demônio, mesmo derrotado ao ser
expulso de dentro de Regan, de certa forma conseguiu alguma vantagem no
confronto com os dois padres exorcistas, pois ambos perderam suas vidas para
salvarem a alma da menina possuída.
“O Exorcista”, tanto na versão
original de 1973 quanto nessa nova versão melhorada do diretor William Friedkin
em 2000, continua aterrorizando as platéias em todo o mundo, sendo um dos
principais expoentes do cinema de horror de todos os tempos, mesmo com mais
clima psicológico e bem menos sangue que a maioria das produções “splatter” modernas, pois é o filme que
melhor soube trabalhar o tema que mais choca as pessoas: a possessão demoníaca.
Principalmente quando mais voltada para a realidade do cotidiano em vez da
fantasia e ficção de demônios sobrenaturais. É muito difícil ficar indiferente
ao vermos uma inocente garota de apenas doze anos de idade se transformar em um
ser asqueroso, repleto de feridas, devido à influência maligna de um espírito
demoníaco. É diferente de vermos um filme com o roteiro infestado por demônios
e monstros fantasiosos e exagerados envolvidos em alguma aventura ou situação
qualquer. É justamente aí que “O Exorcista” garante o seu forte impacto de
chocar o público e povoar por muito tempo as noites com os piores pesadelos,
abrindo portas para os mais profundos medos.
“O Exorcista” (The Exorcist, 1973)
site: www.bocadoinferno.com.br
blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado
em 10/12/05)
O Exorcista (The Exorcist, Estados Unidos, 1973). Duração:
122 minutos.
O Exorcista – A Versão Que Você
Nunca Viu (The Exorcist – The
Version You´ve Never Seen / The Exorcist – Director’s Cut, Estados Unidos,
2000). Duração: 132 minutos.
Direção de William Friedkin. Roteiro de William Peter Blatty, baseado em
seu livro homônimo. Produção de Noel Marshall, William Peter Blatty e David
Salven. Fotografia de Owen Roizman. Maquiagem de Dick Smith e William A.
Farley. Direção de elenco: Louis DiGiaimo, Nessa Hyams e Juliet Taylor.
Cenários: Jerry Wunderlich. Figurinos: Joseph Fretwell
III. Efeitos Especiais de Marcel
Vercoutere. Efeitos Visuais de Marv Ystrom. Cenografia de Jerry Wunderlich.
Sonoplastia de Chris Newman. Música de Krzysztof Pendercki. Efeitos Sonoros de
Ron Nagle, Doc Siegel, Gonzalo Gavira e Bob Fine. Montagem de Evan A. Lottman e
Norman Gray. Assistente de Direção: Terence A. Donnelly e Alan R. Green.
Sequência do Iraque: Fotografia de Billy Williams. Sonoplastia de Jean-Louis
Ducarme. Montagem de Bud Smith. Elenco: Ellen Burstyn (Chris MacNeil), Max von
Sydow (padre Merrin), Jason Miller (padre Karras), Linda Blair (Regan), Lee J.
Cobb (tenente Kinderman), Kitty Winn (Sharon Spencer), Jack MacGowran (Burke
Dennings), Mercedes McCambridge (voz do demônio Pazuzu), Reverendo William
O’Malley, Barton Heyman, Pete Masterson, Rudolf Schundler.