“The Dead Walk”, diz a manchete de um jornal para enfatizar o caos em que se transformou uma cidade controlada por uma poderosa corporação que permitiu num acidente que um vírus se espalhe e devolva a vida aos mortos.
Com a moda atual de transformar videogames populares com temática de horror em filmes para o cinema, em 2002 foi a vez do jogo “Resident Evil”, lançado pela primeira vez em 1996. O filme foi dirigido pelo especialista Paul W. S. Anderson (“O Soldado do Futuro”, “O Enigma do Horizonte”, “Alien Vs. Predador”, entre outros) e estrelado por Milla Jovovich, como a heroína que combate uma legião de zumbis criados por um vírus de laboratório.
Com um argumento filmado especialmente com o propósito de gerar uma franquia, em 08/10/04 entrou em cartaz em nossos cinemas a continuação “Resident Evil 2: Apocalipse” (Resident Evil: Apocalypse), com direção de Alexander Witt, roteiro de Paul W. S. Anderson e novamente com elenco liderado por Milla Jovovich, chegando rapidamente ao Brasil após aproximadamente um mês do lançamento nos Estados Unidos em 10 de Setembro.
A história começa exatamente onde termina o primeiro filme, com a sobrevivente Alice (Milla Jovovich) se encontrando na cidade de “Raccoon City”, destruída e invadida por uma legião de mortos-vivos criados por um vírus de laboratório que foi acidentalmente libertado de um complexo subterrâneo secreto conhecido como “A Colméia” (The Hive), de propriedade de uma obscura e milionária empresa chamada “Umbrella Corporation”. Alice foi transformada contra a sua vontade numa espécie de mulher sobre-humana, com poderes especiais adquiridos em experiências genéticas, ganhando mais força e agilidade nos movimentos.
Com o comando da Umbrella pelo frio e calculista Major Cain (Thomas Kretschmann), a empresa perdeu o controle sobre o vírus que reanima os mortos e foi obrigada a isolar a cidade não permitindo a fuga de ninguém, mesmo os que não estavam ainda infectados. Dois grupos de sobreviventes da chacina dos zumbis acabam se encontrando no meio do caos. Um é formado pela corajosa policial Jill Valentine (Sienna Guillory), além de Peyton Wells (Razaaq Adoti) e da jornalista Terri Morales (Sandrine Holt). O outro tem os policiais Carlos Olivera (Oded Fehr) e Nicholai Sokolov (Zack Ward), entre outros, que trabalhavam para a Umbrella e foram traídos pela empresa sendo abandonados na cidade dos mortos. Ao se juntarem com Alice, eles são requisitados para tentar encontrar e resgatar a filha pequena, Angie Ashford (Sophie Vavasseur), de um cientista renegado da corporação, Dr. Ashford (Jared Harris), que vive numa cadeira de rodas e tem participação na criação do vírus.
Paralelamente, enquanto eles formam uma equipe de resistência em “Raccoon City”, lutando por suas vidas e tentando impedir o domínio dos mortos-vivos, Alice tem que enfrentar um poderoso inimigo criado como arma biológica em laboratório, conhecido como o projeto Nemesis (Matthew G. Taylor), uma criatura enorme mutante e extremamente violenta, fortemente armada e programada para matar.
É interessante notar como a indústria do cinema de entretenimento, procurando sempre encontrar meios de aumentar os lucros, tem se dedicado nos últimos anos a adaptar para a tela grande uma infinidade de super heróis dos quadrinhos e jogos interativos populares (videogames, role playing games e atrações de parques de diversões), além de produzir encontros especiais de personagens de filmes diferentes (os chamados “crossovers”). Mas nem sempre os executivos do cinema acertam e bombas inacreditáveis de tão ruins são lançadas no mercado como por exemplo “Mulher-Gato”, uma tranqueira que chegou a ser exibida na tela grande por aqui (e que tem apenas a presença da bela Halle Berry de interessante), ou o completamente dispensável “House of the Dead – O Filme”, que somente foi distribuído no Brasil no mercado de vídeo (e que nem isso deveria ter acontecido, pois é uma das piores coisas que tive oportunidade de ver nos últimos anos).
Como particularmente não sou grande apreciador de nenhuma dessas mídias, prefiro observar todos esses filmes apenas e tão somente como um fã do gênero fantástico e de cinema em geral. E no caso de “Resident Evil – O Hóspede Maldito”, que estreou nos cinemas daqui em 26/07/02, o filme foi bem recebido e apesar de não ser nenhuma obra-prima do subgênero “Zumbis”, até que cumpriu seu objetivo de entretenimento, com uma história mesclando bastante ação e elementos de horror, apesar da menor agressividade dos mortos-vivos, menos autênticos quando em comparação por exemplo com os filmes de George Romero.
A continuação que traz o subtítulo “Apocalipse” está num nível parecido, apresentando os já esperados melhores efeitos especiais e mantendo a proposta de mistura de ação e horror, porém priorizando excessivamente os momentos de ação, com todos aqueles clichês do estilo, com tiroteios, correrias, perseguições e lutas demais para momentos autênticos de horror de menos. Para exemplificar, basta citar o filme de Quentin Tarantino, “Kill Bill – Vol. 2”, que estreou no Brasil no mesmo dia que RE2 e que apesar de não fazer parte do cinema fantástico, apresentou cenas do mais puro, verdadeiro e autêntico horror, o que muitos filmes do gênero não conseguem proporcionar, como a sequência da personagem de Uma Thurman sendo amarrada e lacrada viva num caixão de madeira, e enterrada sob um enorme volume de terra, num sentimento extremamente perturbador de claustrofobia, além da cena onde um olho é arrancado literalmente de sua órbita com as mãos num movimento rápido de uma luta violenta entre duas mulheres assassinas (com o olho sendo posteriormente esmagado de forma humilhante pelo pé da vitoriosa).
Entre os clichês dispensáveis em “Resident Evil 2” está mais uma cena com o famoso “bullet time”, utilizado com maestria em “Matrix” (1999) e copiado a exaustão depois, além da presença inconveniente de um personagem cômico, o responsável pelas piadas e comentários ridículos e que torcemos sem sucesso para morrer logo (nesse caso o papel do irritante infeliz ficou com Mike Epps, interpretando um civil perdido entre os mortos, um motorista de táxi chamado L. J.).
Por apresentar várias referências ao videogame do qual se originou, o filme é mais indicado para os fãs específicos do jogo e para quem procura uma diversão barulhenta e repleta de cenas exageradas com uma heroína sobre-humana no centro das atenções, combatendo uma criatura mutante criada como arma biológica de guerra, além de cachorros infectados (que assim como no filme original, voltaram agora e mais violentos ainda), e uma imensa legião de mortos-vivos enfurecidos e famintos por carne humana.
Entre as diversas curiosidades temos o fato de que o filme, que teve um orçamento de US$ 50 milhões, iria se chamar originalmente “Resident Evil: Nemesis”, que é o nome do terceiro jogo da série, porém com o lançamento em 2002 do décimo filme da franquia de “Jornada nas Estrelas” (Star Trek) com o mesmo nome, os produtores decidiram alterar o subtítulo para “Apocalipse”. Aliás, já foi anunciada também a produção de outra sequência da franquia, já que essa segunda parte teve um desfecho filmado com um gancho enorme para o próximo filme, que deverá receber o nome de “Resident Evil: After Life”, com previsão de lançamento em 2006 e novamente com Milla Jovovich. Seguindo a mesma idéia interessante de marketing que tem sido utilizada com certa frequência atualmente, os produtores de “Resident Evil” realizaram um concurso entre os fãs para a criação do pôster oficial do filme, num mesmo procedimento também utilizado com o original dois anos antes. O cineasta Marcus Nispel, responsável pela refilmagem de 2003 do clássico “O Massacre da Serra Elétrica”, dirigiu o primeiro trailer que foi disponibilizado sobre “Resident Evil 2”.
Com a moda atual de transformar videogames populares com temática de horror em filmes para o cinema, em 2002 foi a vez do jogo “Resident Evil”, lançado pela primeira vez em 1996. O filme foi dirigido pelo especialista Paul W. S. Anderson (“O Soldado do Futuro”, “O Enigma do Horizonte”, “Alien Vs. Predador”, entre outros) e estrelado por Milla Jovovich, como a heroína que combate uma legião de zumbis criados por um vírus de laboratório.
Com um argumento filmado especialmente com o propósito de gerar uma franquia, em 08/10/04 entrou em cartaz em nossos cinemas a continuação “Resident Evil 2: Apocalipse” (Resident Evil: Apocalypse), com direção de Alexander Witt, roteiro de Paul W. S. Anderson e novamente com elenco liderado por Milla Jovovich, chegando rapidamente ao Brasil após aproximadamente um mês do lançamento nos Estados Unidos em 10 de Setembro.
A história começa exatamente onde termina o primeiro filme, com a sobrevivente Alice (Milla Jovovich) se encontrando na cidade de “Raccoon City”, destruída e invadida por uma legião de mortos-vivos criados por um vírus de laboratório que foi acidentalmente libertado de um complexo subterrâneo secreto conhecido como “A Colméia” (The Hive), de propriedade de uma obscura e milionária empresa chamada “Umbrella Corporation”. Alice foi transformada contra a sua vontade numa espécie de mulher sobre-humana, com poderes especiais adquiridos em experiências genéticas, ganhando mais força e agilidade nos movimentos.
Com o comando da Umbrella pelo frio e calculista Major Cain (Thomas Kretschmann), a empresa perdeu o controle sobre o vírus que reanima os mortos e foi obrigada a isolar a cidade não permitindo a fuga de ninguém, mesmo os que não estavam ainda infectados. Dois grupos de sobreviventes da chacina dos zumbis acabam se encontrando no meio do caos. Um é formado pela corajosa policial Jill Valentine (Sienna Guillory), além de Peyton Wells (Razaaq Adoti) e da jornalista Terri Morales (Sandrine Holt). O outro tem os policiais Carlos Olivera (Oded Fehr) e Nicholai Sokolov (Zack Ward), entre outros, que trabalhavam para a Umbrella e foram traídos pela empresa sendo abandonados na cidade dos mortos. Ao se juntarem com Alice, eles são requisitados para tentar encontrar e resgatar a filha pequena, Angie Ashford (Sophie Vavasseur), de um cientista renegado da corporação, Dr. Ashford (Jared Harris), que vive numa cadeira de rodas e tem participação na criação do vírus.
Paralelamente, enquanto eles formam uma equipe de resistência em “Raccoon City”, lutando por suas vidas e tentando impedir o domínio dos mortos-vivos, Alice tem que enfrentar um poderoso inimigo criado como arma biológica em laboratório, conhecido como o projeto Nemesis (Matthew G. Taylor), uma criatura enorme mutante e extremamente violenta, fortemente armada e programada para matar.
É interessante notar como a indústria do cinema de entretenimento, procurando sempre encontrar meios de aumentar os lucros, tem se dedicado nos últimos anos a adaptar para a tela grande uma infinidade de super heróis dos quadrinhos e jogos interativos populares (videogames, role playing games e atrações de parques de diversões), além de produzir encontros especiais de personagens de filmes diferentes (os chamados “crossovers”). Mas nem sempre os executivos do cinema acertam e bombas inacreditáveis de tão ruins são lançadas no mercado como por exemplo “Mulher-Gato”, uma tranqueira que chegou a ser exibida na tela grande por aqui (e que tem apenas a presença da bela Halle Berry de interessante), ou o completamente dispensável “House of the Dead – O Filme”, que somente foi distribuído no Brasil no mercado de vídeo (e que nem isso deveria ter acontecido, pois é uma das piores coisas que tive oportunidade de ver nos últimos anos).
Como particularmente não sou grande apreciador de nenhuma dessas mídias, prefiro observar todos esses filmes apenas e tão somente como um fã do gênero fantástico e de cinema em geral. E no caso de “Resident Evil – O Hóspede Maldito”, que estreou nos cinemas daqui em 26/07/02, o filme foi bem recebido e apesar de não ser nenhuma obra-prima do subgênero “Zumbis”, até que cumpriu seu objetivo de entretenimento, com uma história mesclando bastante ação e elementos de horror, apesar da menor agressividade dos mortos-vivos, menos autênticos quando em comparação por exemplo com os filmes de George Romero.
A continuação que traz o subtítulo “Apocalipse” está num nível parecido, apresentando os já esperados melhores efeitos especiais e mantendo a proposta de mistura de ação e horror, porém priorizando excessivamente os momentos de ação, com todos aqueles clichês do estilo, com tiroteios, correrias, perseguições e lutas demais para momentos autênticos de horror de menos. Para exemplificar, basta citar o filme de Quentin Tarantino, “Kill Bill – Vol. 2”, que estreou no Brasil no mesmo dia que RE2 e que apesar de não fazer parte do cinema fantástico, apresentou cenas do mais puro, verdadeiro e autêntico horror, o que muitos filmes do gênero não conseguem proporcionar, como a sequência da personagem de Uma Thurman sendo amarrada e lacrada viva num caixão de madeira, e enterrada sob um enorme volume de terra, num sentimento extremamente perturbador de claustrofobia, além da cena onde um olho é arrancado literalmente de sua órbita com as mãos num movimento rápido de uma luta violenta entre duas mulheres assassinas (com o olho sendo posteriormente esmagado de forma humilhante pelo pé da vitoriosa).
Entre os clichês dispensáveis em “Resident Evil 2” está mais uma cena com o famoso “bullet time”, utilizado com maestria em “Matrix” (1999) e copiado a exaustão depois, além da presença inconveniente de um personagem cômico, o responsável pelas piadas e comentários ridículos e que torcemos sem sucesso para morrer logo (nesse caso o papel do irritante infeliz ficou com Mike Epps, interpretando um civil perdido entre os mortos, um motorista de táxi chamado L. J.).
Por apresentar várias referências ao videogame do qual se originou, o filme é mais indicado para os fãs específicos do jogo e para quem procura uma diversão barulhenta e repleta de cenas exageradas com uma heroína sobre-humana no centro das atenções, combatendo uma criatura mutante criada como arma biológica de guerra, além de cachorros infectados (que assim como no filme original, voltaram agora e mais violentos ainda), e uma imensa legião de mortos-vivos enfurecidos e famintos por carne humana.
Entre as diversas curiosidades temos o fato de que o filme, que teve um orçamento de US$ 50 milhões, iria se chamar originalmente “Resident Evil: Nemesis”, que é o nome do terceiro jogo da série, porém com o lançamento em 2002 do décimo filme da franquia de “Jornada nas Estrelas” (Star Trek) com o mesmo nome, os produtores decidiram alterar o subtítulo para “Apocalipse”. Aliás, já foi anunciada também a produção de outra sequência da franquia, já que essa segunda parte teve um desfecho filmado com um gancho enorme para o próximo filme, que deverá receber o nome de “Resident Evil: After Life”, com previsão de lançamento em 2006 e novamente com Milla Jovovich. Seguindo a mesma idéia interessante de marketing que tem sido utilizada com certa frequência atualmente, os produtores de “Resident Evil” realizaram um concurso entre os fãs para a criação do pôster oficial do filme, num mesmo procedimento também utilizado com o original dois anos antes. O cineasta Marcus Nispel, responsável pela refilmagem de 2003 do clássico “O Massacre da Serra Elétrica”, dirigiu o primeiro trailer que foi disponibilizado sobre “Resident Evil 2”.
Notas do Autor: O terceiro filme da série chamou-se “Resident Evil 3: A Extinção” (Resident Evil: Extinction, 2007), novamente com Milla Jovovich e Oded Fehr, e dirigido por Russell Mulcahy. Foi lançado nos cinemas brasileiros em 05/10/07. O quarto filme da série chamou-se “Resident Evil 4: O Recomeço” (Resident Evil: Afterlife, 2010), com estréia nos cinemas brasileiros em 17/09/10.
“Resident Evil 2: Apocalipse” (Resident Evil: Apocalypse, 2004) # 274 – data: 12/10/04 – avaliação: 6 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 24/02/06)
Resident Evil 2: Apocalipse (Resident Evil: Apocalypse, Alemanha / França / Inglaterra, 2004). Columbia / Sony. Duração: 94 minutos. Direção de Alexander Witt. Roteiro de Paul W. S. Anderson. Produção de Paul W. S. Anderson, Jeremy Bolt e Don Carmody. Produção Executiva de Bernd Eichinger, Samuel Hadida, Victor Hadida e Robert Kulzer. Música de Jeff Danna e Elia Cmiral. Fotografia de Derek Rogers e Christian Sebaldt. Edição de Eddie Hamilton. Desenho de Produção de Paul D. Austerberry. Direção de Arte de Nigel Churcher. Elenco: Milla Jovovich (Alice), Sienna Guillory (Jill Valentine), Oded Fehr (Carlos Olivera), Thomas Kretschmann (Major Cain), Sophie Vavasseur (Angie Ashford), Razaaq Adoti (Peyton Wells), Jared Harris (Dr. Ashford), Mike Epps (L. J.), Sandrine Holt (Terri Morales), Matthew G. Taylor (Nemesis), Zack Ward (Nicholai Sokolov), Iain Glen, Dave Nichols, Stefan Hayes, Geoffrey Pounsett.