Cry Wolf - O Jogo da Mentira (2005)


Depois de ver o trailer e obter informações sobre a história de “Cry Wolf – O Jogo da Mentira” (Cry_Wolf), que estreou nos cinemas brasileiros em 10/03/06, novamente e de forma inevitável, surgiu aquele sentimento negativo significando algo como “lá vem mais um filme de horror adolescente com um psicopata mascarado”. E, após assistir o filme, que ganhou notoriedade por ter sido produzido com apenas um milhão de dólares, minha impressão acabou se confirmando. “Cry Wolf” até tenta ser um pouco diferente dos tradicionais filmes de assassinos perseguindo jovens estudantes, com o roteiro explorando um jogo de mentiras e verdades com o uso da tecnologia e a dinâmica das comunicações através da rede mundial de computadores, mas o resultado final não impediu de ser apenas mais um filme do gênero, entre tantos outros.

Um grupo de estudantes ricos de uma escola preparatória para a faculdade, idealiza uma brincadeira originada depois da morte misteriosa de uma jovem numa floresta nos arredores do campus. Eles inventam um assassino virtual chamado “The Wolf” (O Lobo), utilizando a internet como forma de propagar os rumores das ações do “serial killer”.
O grupo por trás da armação é formado por Owen Matthews (Julian Morris), um aluno problemático recém chegado na escola e enviado por seu pai (Gary Cole), a bela Dodger (Lindy Booth, de “Pânico na Floresta” e “Madrugada dos Mortos”), Tom (Jared Padalecki, de “Casa de Cera”), Randall (Jesse Janzen), Graham (Ethan Cohn), Regina (Kristy Wu), e o casal de namorados Lewis (Paul James) e Mercedes (Sandra McCoy). E para tentar alertá-los sobre as ações perigosas de assassinos que se disfarçam através da internet, surge o professor de jornalismo Rich Walker (o cantor de rock Jon Bon Jovi).
Porém, a situação torna-se complicada quando surgem mortes violentas reais e os estudantes que participam do “jogo da mentira” já não sabem mais separar o que faz parte da brincadeira e o que é verdade, sendo obrigados a lutarem por suas vidas.

Para começar, e sendo um equívoco da distribuidora no Brasil (“Imagem”), o filme recebeu um subtítulo nacional seguido da reprodução do original, numa tendência que vem sendo adotada nos filmes que chegam por aqui (basta mencionar outros filmes lançados na mesma época como “Wolf Creek” e “Doom”). Eu não concordo com esse procedimento e acho bem mais apropriada a escolha de duas opções, ou apenas reproduzir o título original ou então adotar um nome nacional, mas não os dois juntos.
“Cry Wolf” é um thriller curto, com apenas 85 minutos de duração, dirigido por Jeff Wadlow e escrito por ele em parceria com Beau Bauman. O filme apresenta aquele tradicional grupo de jovens estereotipados que já é marca registrada nas produções de horror adolescente com um assassino mascarado. Nesse caso, temos uma espécie de líder, linda e aparentemente mais inteligente que os demais integrantes do grupo de amigos (Dodger), uma jovem com descendência oriental (Regina), outra com traços latinos (Mercedes), um negro (Lewis), um nerd obeso (Graham), um acéfalo metido a garanhão (Randall), um atleta (Tom), e um mocinho (Owen) que vai se destacar na trama e fazer o par romântico com a mocinha bonita.
Por mais que nos esforcemos para tentar criar algum tipo de empatia com eles, não conseguimos evitar um sentimento de indiferença com seus destinos enfrentando a fúria do vilão. Sua história básica lembra um cultuado filme dos anos 80 cuja menção do nome pode até significar a revelação de um “spoiler”, e que depois de assistir “Cry Wolf”, o espectador logo saberá identificar qual é o filme em questão. De positivo podemos citar a boa intenção de seus realizadores em apresentar um desfecho que investe numa idéia de reviravolta e surpresa reveladora.

“Cry Wolf – O Jogo da Mentira” (Cry_Wolf, Estados Unidos, 2005) # 381 – data: 19/03/06 – avaliação: 4,5 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 20/03/06)