“No ano de 1860, o Barão Frankenstein foi condenado à morte pelos assassinatos brutais cometidos pelo monstro que ele havia criado... A Europa inteira respirou aliviada quando a guilhotina pôs fim a sua vida de infâmia.”
Em 1957 a produtora inglesa Hammer havia iniciado o seu ciclo de filmes inspirados na famosa obra de Mary Shelley e lançou o clássico “A Maldição de Frankenstein” (The Curse of Frankenstein), com Peter Cushing como o cientista louco e Christopher Lee como o monstro. Com o sucesso do filme, os produtores logo pensaram numa sequência e no ano seguinte veio “A Vingança de Frankenstein” (The Revenge of Frankenstein), novamente com direção de Terence Fisher e com elenco liderado por Peter Cushing. Porém, dessa vez foi Michael Gwynn quem fez o papel da criatura, no lugar de Christopher Lee.
A história começa exatamente onde termina o filme anterior, e conforme diz a introdução narrada (e reproduzida acima), o cientista (Peter Cushing) está a caminho da guilhotina, condenado à morte pelos assassinatos cometidos pelo monstro que ele criou em seu laboratório, formado por pedaços de cadáveres e com o cérebro deformado num acidente. Porém, o Dr. Frankenstein consegue escapar da prisão na Suiça e foge para outra cidade, se estabelecendo em Carlsbruck, na Alemanha, com o nome alternativo de Dr. Victor Stein, atuando por três anos como um médico popular que aproveita os momentos livres para continuar suas experiências macabras, tendo a sua disposição um estoque ilimitado de pedaços de corpos humanos para seu trabalho. Sua popularidade na cidade, liderando uma clínica para pacientes indigentes e criminosos, incomoda a junta médica local, que decide fazer uma investigação em seu passado.
Um dos médicos da junta, o Dr. Hans Kleve (Francis Matthews), descobre a real identidade do cientista, mas como sendo um admirador sedento por conhecimento, ele acaba se transformando num fiel e dedicado assistente e discípulo do Dr. Stein. Ambos então passam a se dedicar na criação de um ser artificial, formado por pedaços de pessoas mortas. A parte mais importante da experiência, a implantação de um cérebro, foi possível graças à doação espontânea do ajudante corcunda Karl (Oscar Quitak), que devido a sua deficiência física pediu para o cientista um corpo novo e forte.
A experiência tem sucesso e surge um homem sintético, o novo Karl (interpretado por Michael Gwynn), que praticamente não tem cicatrizes, parecendo uma pessoa normal e saudável. Experiências anteriores com répteis e macacos provaram para o cientista que o cérebro se adaptava bem ao novo corpo independente do ambiente, apesar de que no caso de um macaco uma deformação no cérebro fez com que ele estranhamente adotasse um comportamento inédito, passando a ser carnívoro.
Enquanto isso, surge uma nova personagem, a jovem Margaret Conrada (Eunice Gayson), filha do Ministro da cidade, que politicamente foi obrigada a trabalhar na clínica do Dr. Frankenstein num projeto social com os pacientes pobres (o que é apenas um pretexto do roteirista Jimmy Sangster para incluir uma “mocinha” totalmente dispensável na história).
Após uma breve recuperação secreta do novo Karl, ele fica abalado quando ouve que a intenção de seus criadores é expô-lo como uma valiosa descoberta científica mundial, e uma vez coincidindo com uma rejeição e degeneração progressiva de seu cérebro, ele transformou-se numa criatura assassina, fazendo algumas vítimas nos arredores da clínica.
As mortes chamaram a atenção de todos na cidade para um caso similar ocorrido na Suiça, e logo a real identidade do Dr. Stein foi descoberta com a notícia se espalhando rapidamente, até ele tornar-se vítima de seus próprios pacientes. Porém, uma cirurgia de transplante de seu cérebro, executada com perfeição pelo assistente Dr. Kleve, trouxe-o novamente à vida num novo corpo, para continuar seu trabalho em outro lugar, em Londres, agora como o Dr. Franck.
“A Vingança de Frankenstein” é bem inferior ao primeiro filme da série, investindo bem menos nas cenas de horror, com poucas mortes, violência e sangue, preferindo concentrar as ações na figura do célebre cientista e seu trabalho macabro, em vez do monstro criado a partir de pedaços de cadáveres. Tanto que a criatura é uma pessoa normal, com poucas cicatrizes, não tendo nenhuma deformidade ou visual assustador, fato que foi alterado novamente no terceiro filme da série produzido seis anos depois, “O Monstro de Frankenstein” (The Evil of Frankenstein), onde a criatura vivida por Kiwi Kingston voltou ao visual macabro, lembrando um pouco Boris Karloff no filme da Universal de 1931, justamente porque o grande estúdio americano finalmente havia liberado os direitos sobre a maquiagem do monstro.
Apesar de ter na equipe técnica o mesmo diretor e roteirista do anterior “A Maldição de Frankenstein”, essa sequência não conseguiu manter o mesmo clima gótico característico do cinema produzido pela “Hammer”, ambientando a história numa grande cidade e abandonando os tradicionais elementos do estilo. Talvez o destaque ainda seja o bizarro laboratório do cientista, nos porões de sua clínica médica, onde visualizamos uma série de instrumentos e equipamentos elétricos repletos de alavancas pesadas e enormes eletrodos.
Curiosamente, o filme recebeu outros nomes alternativos em sua distribuição pelo mundo, sendo também conhecido como “Blood of Frankenstein” e “I Frankenstein”. A série de filmes da “Hammer” baseado na história de Mary Shelley ainda teve outras cinco produções, “O Monstro de Frankenstein” (64), “Frankenstein Criou a Mulher” (67), “Frankenstein Tem Que Ser Destruído” (69), “Horror de Frankenstein” (70) e “Frankenstein and the Monster From Hell” (74). Neles, o ator Peter Cushing fez o papel do cientista em quase todos, exceto em “Horror de Frankenstein”, onde foi substituído por Ralph Bates. E o monstro foi interpretado por vários atores diferentes, tendo entre eles Dave Prowse, o vilão “Darth Vader” da primeira trilogia filmada de “Star Wars”.
“Lembrem-se que os gritos que vocês ouvirem poderão ser os seus próprios!”
“A Vingança de Frankenstein” (The Revenge of Frankenstein, 1958) – artigo # 227 – data: 06/03/04 – avaliação: 6 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 29/11/05)
A Vingança de Frankenstein (The Revenge of Frankenstein, Inglaterra, 1958). Hammer, 90 minutos. Direção de Terence Fisher. Roteiro de Jimmy Sangster, Hurford Janes e George Baxt. Produção de Anthony Hinds e Anthony Nelson Keys. Produção Executiva de Michael Carreras. Fotografia de Jack Asher. Música de Leonard Salzedo. Edição de Alfred Cox. Desenho de Produção de Bernard Robinson. Maquiagem de Philip Leakey. Elenco: Peter Cushing (Dr. Victor Frankenstein / Dr. Victor Stein / Dr. Franck), Francis Matthews (Dr. Hans Kleve), Eunice Gayson (Margaret Conrad), Michael Gwynn (Karl, depois como a criatura), John Welsh (Bergman), Lionel Jeffries (Fritz), Oscar Quitak (Karl, antes de se transformar na criatura), Richard Wordsworth (Slensky), Charles Lloyd Pack, John Stuart, Arnold Diamond, Margery Cresley, Anna Walmsley, George Woodbridge, Michael Ripper, Ian Whittaker.
Em 1957 a produtora inglesa Hammer havia iniciado o seu ciclo de filmes inspirados na famosa obra de Mary Shelley e lançou o clássico “A Maldição de Frankenstein” (The Curse of Frankenstein), com Peter Cushing como o cientista louco e Christopher Lee como o monstro. Com o sucesso do filme, os produtores logo pensaram numa sequência e no ano seguinte veio “A Vingança de Frankenstein” (The Revenge of Frankenstein), novamente com direção de Terence Fisher e com elenco liderado por Peter Cushing. Porém, dessa vez foi Michael Gwynn quem fez o papel da criatura, no lugar de Christopher Lee.
A história começa exatamente onde termina o filme anterior, e conforme diz a introdução narrada (e reproduzida acima), o cientista (Peter Cushing) está a caminho da guilhotina, condenado à morte pelos assassinatos cometidos pelo monstro que ele criou em seu laboratório, formado por pedaços de cadáveres e com o cérebro deformado num acidente. Porém, o Dr. Frankenstein consegue escapar da prisão na Suiça e foge para outra cidade, se estabelecendo em Carlsbruck, na Alemanha, com o nome alternativo de Dr. Victor Stein, atuando por três anos como um médico popular que aproveita os momentos livres para continuar suas experiências macabras, tendo a sua disposição um estoque ilimitado de pedaços de corpos humanos para seu trabalho. Sua popularidade na cidade, liderando uma clínica para pacientes indigentes e criminosos, incomoda a junta médica local, que decide fazer uma investigação em seu passado.
Um dos médicos da junta, o Dr. Hans Kleve (Francis Matthews), descobre a real identidade do cientista, mas como sendo um admirador sedento por conhecimento, ele acaba se transformando num fiel e dedicado assistente e discípulo do Dr. Stein. Ambos então passam a se dedicar na criação de um ser artificial, formado por pedaços de pessoas mortas. A parte mais importante da experiência, a implantação de um cérebro, foi possível graças à doação espontânea do ajudante corcunda Karl (Oscar Quitak), que devido a sua deficiência física pediu para o cientista um corpo novo e forte.
A experiência tem sucesso e surge um homem sintético, o novo Karl (interpretado por Michael Gwynn), que praticamente não tem cicatrizes, parecendo uma pessoa normal e saudável. Experiências anteriores com répteis e macacos provaram para o cientista que o cérebro se adaptava bem ao novo corpo independente do ambiente, apesar de que no caso de um macaco uma deformação no cérebro fez com que ele estranhamente adotasse um comportamento inédito, passando a ser carnívoro.
Enquanto isso, surge uma nova personagem, a jovem Margaret Conrada (Eunice Gayson), filha do Ministro da cidade, que politicamente foi obrigada a trabalhar na clínica do Dr. Frankenstein num projeto social com os pacientes pobres (o que é apenas um pretexto do roteirista Jimmy Sangster para incluir uma “mocinha” totalmente dispensável na história).
Após uma breve recuperação secreta do novo Karl, ele fica abalado quando ouve que a intenção de seus criadores é expô-lo como uma valiosa descoberta científica mundial, e uma vez coincidindo com uma rejeição e degeneração progressiva de seu cérebro, ele transformou-se numa criatura assassina, fazendo algumas vítimas nos arredores da clínica.
As mortes chamaram a atenção de todos na cidade para um caso similar ocorrido na Suiça, e logo a real identidade do Dr. Stein foi descoberta com a notícia se espalhando rapidamente, até ele tornar-se vítima de seus próprios pacientes. Porém, uma cirurgia de transplante de seu cérebro, executada com perfeição pelo assistente Dr. Kleve, trouxe-o novamente à vida num novo corpo, para continuar seu trabalho em outro lugar, em Londres, agora como o Dr. Franck.
“A Vingança de Frankenstein” é bem inferior ao primeiro filme da série, investindo bem menos nas cenas de horror, com poucas mortes, violência e sangue, preferindo concentrar as ações na figura do célebre cientista e seu trabalho macabro, em vez do monstro criado a partir de pedaços de cadáveres. Tanto que a criatura é uma pessoa normal, com poucas cicatrizes, não tendo nenhuma deformidade ou visual assustador, fato que foi alterado novamente no terceiro filme da série produzido seis anos depois, “O Monstro de Frankenstein” (The Evil of Frankenstein), onde a criatura vivida por Kiwi Kingston voltou ao visual macabro, lembrando um pouco Boris Karloff no filme da Universal de 1931, justamente porque o grande estúdio americano finalmente havia liberado os direitos sobre a maquiagem do monstro.
Apesar de ter na equipe técnica o mesmo diretor e roteirista do anterior “A Maldição de Frankenstein”, essa sequência não conseguiu manter o mesmo clima gótico característico do cinema produzido pela “Hammer”, ambientando a história numa grande cidade e abandonando os tradicionais elementos do estilo. Talvez o destaque ainda seja o bizarro laboratório do cientista, nos porões de sua clínica médica, onde visualizamos uma série de instrumentos e equipamentos elétricos repletos de alavancas pesadas e enormes eletrodos.
Curiosamente, o filme recebeu outros nomes alternativos em sua distribuição pelo mundo, sendo também conhecido como “Blood of Frankenstein” e “I Frankenstein”. A série de filmes da “Hammer” baseado na história de Mary Shelley ainda teve outras cinco produções, “O Monstro de Frankenstein” (64), “Frankenstein Criou a Mulher” (67), “Frankenstein Tem Que Ser Destruído” (69), “Horror de Frankenstein” (70) e “Frankenstein and the Monster From Hell” (74). Neles, o ator Peter Cushing fez o papel do cientista em quase todos, exceto em “Horror de Frankenstein”, onde foi substituído por Ralph Bates. E o monstro foi interpretado por vários atores diferentes, tendo entre eles Dave Prowse, o vilão “Darth Vader” da primeira trilogia filmada de “Star Wars”.
“Lembrem-se que os gritos que vocês ouvirem poderão ser os seus próprios!”
“A Vingança de Frankenstein” (The Revenge of Frankenstein, 1958) – artigo # 227 – data: 06/03/04 – avaliação: 6 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 29/11/05)
A Vingança de Frankenstein (The Revenge of Frankenstein, Inglaterra, 1958). Hammer, 90 minutos. Direção de Terence Fisher. Roteiro de Jimmy Sangster, Hurford Janes e George Baxt. Produção de Anthony Hinds e Anthony Nelson Keys. Produção Executiva de Michael Carreras. Fotografia de Jack Asher. Música de Leonard Salzedo. Edição de Alfred Cox. Desenho de Produção de Bernard Robinson. Maquiagem de Philip Leakey. Elenco: Peter Cushing (Dr. Victor Frankenstein / Dr. Victor Stein / Dr. Franck), Francis Matthews (Dr. Hans Kleve), Eunice Gayson (Margaret Conrad), Michael Gwynn (Karl, depois como a criatura), John Welsh (Bergman), Lionel Jeffries (Fritz), Oscar Quitak (Karl, antes de se transformar na criatura), Richard Wordsworth (Slensky), Charles Lloyd Pack, John Stuart, Arnold Diamond, Margery Cresley, Anna Walmsley, George Woodbridge, Michael Ripper, Ian Whittaker.
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