O cultuado estúdio inglês “Hammer” produziu, entre o final da década de 50 e meados dos anos 70 do século passado, uma série de filmes sobre o Dr. Frankenstein e sua criatura monstruosa, num já bastante conhecido argumento inspirado na famosa história de Mary Shelley. São sete filmes no total, começando com “A Maldição de Frankenstein” (The Curse of Frankenstein, 57), passando por “A Vingança de Frankenstein” (The Revenge of Frankenstein, 58), “O Monstro de Frankenstein” (The Evil of Frankenstein, 64), “Frankenstein Criou a Mulher” (Frankenstein Created Woman, 67), “Frankenstein Tem Que Ser Destruído” (Frankenstein Must Be Destroyed!, 69), “Horror de Frankenstein” (Horror of Frankenstein, 70), e concluindo a saga com “Frankenstein and the Monster From Hell” (74), o único ainda inédito no Brasil. Nesta série, Peter Cushing fez o papel do cientista que cria um monstro a partir de pedaços de cadáveres em quase todos, exceto por “Horror de Frankenstein”, onde o papel ficou com Ralph Bates. Já a criatura foi interpretada por vários atores diferentes, com destaque para Christopher Lee na primeira produção da série.
O quinto filme, “Frankenstein Tem Que Ser Destruído”, dirigido por Terence Fisher e com Peter Cushing liderando o elenco ao lado da bela Veronica Carlson e do veterano Thorley Walters, foi lançado em DVD no Brasil pela “Warner”, trazendo como material extra apenas um trailer de cinema, com dois minutos e meio de duração e sem legendas em português.
Na história, o sinistro Dr. Barão Victor Frankenstein (Peter Cushing) está precisando urgentemente montar seu laboratório para continuar suas experiências científicas, e para isso conta com a ajuda forçada do jovem médico Dr. Karl Holst (Simon Ward) e sua noiva Anna Spengler (Veronica Carlson), proprietária de uma pensão onde o cientista foi se hospedar. Karl trabalha num hospício e por ter acesso a vários tipos de drogas ele acabou se envolvendo num tráfico ilegal para conseguir dinheiro para pagar as despesas hospitalares da mãe enferma de Anna. Mas eles são descobertos pelo Dr. Frankenstein e passam a ser vítimas de chantagem.
O objetivo do cientista é descobrir o segredo de sucesso de transplantes de cérebros, obtendo as informações de um outro médico especialista no assunto, o Dr. Frederick Brandt (George Pravda), que enlouqueceu por causa das pesquisas e está internado num manicômio. Uma série de eventos obriga o cientista a transplantar o cérebro do Dr. Brandt no corpo de um outro médico que trabalha no asilo de loucos, o Prof. Richter (Freddie Jones). Porém, para tentar atrapalhar seus planos maquiavélicos, surgem no caminho a esposa do Dr. Brandt, Ella (Maxine Audley), e um investigador de polícia, Inspetor Frisch (Thorley Walters), auxiliado por um médico (Geoffrey Bayldon).
Em “Frankenstein Tem Que Ser Destruído”, o fato mais percebido no filme, através do roteiro de Bert Batt, é o tratamento conferido à personalidade do Dr. Frankenstein, que está bem diferente dos outros filmes da série. Neste caso, a idéia é mostrar o cientista como o monstro e não sua criatura. Ele é um homem bem menos aristocrático do que o habitual, agindo de forma totalmente inescrupulosa, não medindo esforços para conseguir seus objetivos, mesmo que para isso tenha que assassinar friamente pessoas que possam contribuir com suas pesquisas, cedendo partes de seus corpos, ou aquelas que estão atrapalhando seu caminho, ou ainda utilizar-se de chantagem barata para obrigar outras a ajudá-lo na montagem de seu laboratório e poder continuar seu trabalho científico e experiências bizarras. Temos até uma inusitada tentativa de estupro do cientista contra a bela mocinha do filme, algo que soou meio estranho quando vemos o nobre Peter Cushing agarrando uma mulher à força. Tanto que uma das taglines de divulgação do filme evidencia essa característica do Dr. Frankenstein: “Mais monstruoso do que o monstro que ele criou!”
Outra diferença que ficou evidente é que dessa vez, o trabalho do homem da ciência que nunca foi compreendido por parte de uma sociedade intolerante, está centrado exclusivamente em transplantes de cérebros, sendo que seu objetivo é conseguir congelar um cérebro inteligente e privilegiado para poder utilizá-lo em outro corpo no futuro.
Entre os destaques, podemos citar a seqüência onde o cientista está serrando o crânio de duas vítimas preparadas para ter seus cérebros trocados de lugar. Apesar das cenas serem “off screen”, são momentos perturbadores onde é inevitável não sentirmos um certo desconforto. Outra seqüência digna de registro é quando um cano estourado de água revela num jardim o cadáver enterrado de mais uma vítima do Dr. Frankenstein (essa cena é citada no texto de divulgação na contra capa do estojo do DVD).
Curiosamente, em certo momento numa conversa entre o Dr. Frankenstein e seu assistente Dr. Karl Holst, é citado o famoso caso verídico envolvendo o Dr. Knox, um médico que realizava experiências com cadáveres, e seus ajudantes criminosos Burke e Hare, que providenciavam o material de pesquisa, roubando os corpos para os trabalhos científicos do médico, um tema que serviu de idéia para vários filmes como “O Túmulo Vazio” (45), com Boris Karloff e Bela Lugosi, e “A Carne e o Diabo” (60), com Peter Cushing e Donald Pleasence.
“Frankenstein Tem Que Ser Destruído” (Frankenstein Must Be Destroyed!, 1969) # 351 – data: 20/11/05 – avaliação: 7,5 (de 0 a 10) – site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 20/11/05)
Frankenstein Tem Que Ser Destruído (Frankenstein Must Be Destroyed!, Inglaterra, 1969). Hammer. Duração: 98 minutos. Direção de Terence Fisher. Roteiro de Bert Batt, a partir de história de Anthony Nelson Keys. Produção de Anthony Nelson Keys. Música de James Bernard. Fotografia de Arthur Grant. Edição de Gordon Hales. Direção de Arte de Bernard Robinson. Maquiagem de Eddie Knight. Elenco: Peter Cushing (Dr. Barão Victor Frankenstein), Veronica Carlson (Anna Spengler), Simon Ward (Dr. Karl Holst), George Pravd (Dr. Frederick Brandt), Maxine Audley (Ella Brandt), Freddie Jones (Prof. Richter), Thorley Walters (Inspetor Frisch), Geoffrey Bayldon (médico da polícia), Colette O´Neil, Frank Middlemass, George Belbin, Norman Shelley, Michael Gover, Peter Copley, Jim Collier.
O quinto filme, “Frankenstein Tem Que Ser Destruído”, dirigido por Terence Fisher e com Peter Cushing liderando o elenco ao lado da bela Veronica Carlson e do veterano Thorley Walters, foi lançado em DVD no Brasil pela “Warner”, trazendo como material extra apenas um trailer de cinema, com dois minutos e meio de duração e sem legendas em português.
Na história, o sinistro Dr. Barão Victor Frankenstein (Peter Cushing) está precisando urgentemente montar seu laboratório para continuar suas experiências científicas, e para isso conta com a ajuda forçada do jovem médico Dr. Karl Holst (Simon Ward) e sua noiva Anna Spengler (Veronica Carlson), proprietária de uma pensão onde o cientista foi se hospedar. Karl trabalha num hospício e por ter acesso a vários tipos de drogas ele acabou se envolvendo num tráfico ilegal para conseguir dinheiro para pagar as despesas hospitalares da mãe enferma de Anna. Mas eles são descobertos pelo Dr. Frankenstein e passam a ser vítimas de chantagem.
O objetivo do cientista é descobrir o segredo de sucesso de transplantes de cérebros, obtendo as informações de um outro médico especialista no assunto, o Dr. Frederick Brandt (George Pravda), que enlouqueceu por causa das pesquisas e está internado num manicômio. Uma série de eventos obriga o cientista a transplantar o cérebro do Dr. Brandt no corpo de um outro médico que trabalha no asilo de loucos, o Prof. Richter (Freddie Jones). Porém, para tentar atrapalhar seus planos maquiavélicos, surgem no caminho a esposa do Dr. Brandt, Ella (Maxine Audley), e um investigador de polícia, Inspetor Frisch (Thorley Walters), auxiliado por um médico (Geoffrey Bayldon).
Em “Frankenstein Tem Que Ser Destruído”, o fato mais percebido no filme, através do roteiro de Bert Batt, é o tratamento conferido à personalidade do Dr. Frankenstein, que está bem diferente dos outros filmes da série. Neste caso, a idéia é mostrar o cientista como o monstro e não sua criatura. Ele é um homem bem menos aristocrático do que o habitual, agindo de forma totalmente inescrupulosa, não medindo esforços para conseguir seus objetivos, mesmo que para isso tenha que assassinar friamente pessoas que possam contribuir com suas pesquisas, cedendo partes de seus corpos, ou aquelas que estão atrapalhando seu caminho, ou ainda utilizar-se de chantagem barata para obrigar outras a ajudá-lo na montagem de seu laboratório e poder continuar seu trabalho científico e experiências bizarras. Temos até uma inusitada tentativa de estupro do cientista contra a bela mocinha do filme, algo que soou meio estranho quando vemos o nobre Peter Cushing agarrando uma mulher à força. Tanto que uma das taglines de divulgação do filme evidencia essa característica do Dr. Frankenstein: “Mais monstruoso do que o monstro que ele criou!”
Outra diferença que ficou evidente é que dessa vez, o trabalho do homem da ciência que nunca foi compreendido por parte de uma sociedade intolerante, está centrado exclusivamente em transplantes de cérebros, sendo que seu objetivo é conseguir congelar um cérebro inteligente e privilegiado para poder utilizá-lo em outro corpo no futuro.
Entre os destaques, podemos citar a seqüência onde o cientista está serrando o crânio de duas vítimas preparadas para ter seus cérebros trocados de lugar. Apesar das cenas serem “off screen”, são momentos perturbadores onde é inevitável não sentirmos um certo desconforto. Outra seqüência digna de registro é quando um cano estourado de água revela num jardim o cadáver enterrado de mais uma vítima do Dr. Frankenstein (essa cena é citada no texto de divulgação na contra capa do estojo do DVD).
Curiosamente, em certo momento numa conversa entre o Dr. Frankenstein e seu assistente Dr. Karl Holst, é citado o famoso caso verídico envolvendo o Dr. Knox, um médico que realizava experiências com cadáveres, e seus ajudantes criminosos Burke e Hare, que providenciavam o material de pesquisa, roubando os corpos para os trabalhos científicos do médico, um tema que serviu de idéia para vários filmes como “O Túmulo Vazio” (45), com Boris Karloff e Bela Lugosi, e “A Carne e o Diabo” (60), com Peter Cushing e Donald Pleasence.
“Frankenstein Tem Que Ser Destruído” (Frankenstein Must Be Destroyed!, 1969) # 351 – data: 20/11/05 – avaliação: 7,5 (de 0 a 10) – site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 20/11/05)
Frankenstein Tem Que Ser Destruído (Frankenstein Must Be Destroyed!, Inglaterra, 1969). Hammer. Duração: 98 minutos. Direção de Terence Fisher. Roteiro de Bert Batt, a partir de história de Anthony Nelson Keys. Produção de Anthony Nelson Keys. Música de James Bernard. Fotografia de Arthur Grant. Edição de Gordon Hales. Direção de Arte de Bernard Robinson. Maquiagem de Eddie Knight. Elenco: Peter Cushing (Dr. Barão Victor Frankenstein), Veronica Carlson (Anna Spengler), Simon Ward (Dr. Karl Holst), George Pravd (Dr. Frederick Brandt), Maxine Audley (Ella Brandt), Freddie Jones (Prof. Richter), Thorley Walters (Inspetor Frisch), Geoffrey Bayldon (médico da polícia), Colette O´Neil, Frank Middlemass, George Belbin, Norman Shelley, Michael Gover, Peter Copley, Jim Collier.
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