Terror in the Haunted House / My World Dies Screaming (EUA, 1958)

 


“E então, através dos galhos das velhas árvores, vejo a casa novamente. Ela fica lá esperando por mim. Silenciosa, maligna. Um lugar de horror indescritível. Não há ninguém lá agora.” – Sheila Wayne

 

Terror in the Haunted House”, também conhecido como “My World Dies Screaming”, ambos títulos sonoros e chamativos, é uma produção americana de baixo orçamento com apenas 77 minutos, com direção de Harold Daniels e fotografia original em preto e branco, que também ganhou uma versão colorizada por computador. Para a satisfação dos apreciadores de filmes antigos de horror, ambas as versões estão disponíveis no “Youtube” com a opção de legendas em português.

 

A americana Sheila Wayne (Cathy O´Donnell) vive na Suiça desde a infância e sofre com constantes pesadelos envolvendo uma casa misteriosa. Ela participa de sessões de terapia com o Dr. Victor Forel (Barry Bernard) na tentativa de encontrar alívio para seu tormento. Casada há pouco tempo com Philip Tierney (Gerald Mohr), e sem resultados positivos com o tratamento, eles partem para os Estados Unidos, indo morar numa velha casa de campo na Flórida, grande, isolada e onde Sheila encontra similaridades sinistras com a mesma casa de seus pesadelos.

Lá eles encontram o amargurado zelador Jonah Snell (John Qualen), que toma conta da casa há muitos anos, além também do proprietário, Mark Snell (Bill Ching), que tenta convencer a atormentada moça a abandonar o local para sua segurança, indo contra a vontade do marido, que insiste na permanência no local, com um interesse especial pelo sótão, que parece guardar segredos obscuros.

 

“Terror in the Haunted House” possui as conhecidas características de uma produção de baixo orçamento, com elenco reduzido formado por apenas cinco atores (mais o cachorro Jaggard) e filmagens praticamente numa única locação, a casa amaldiçoada do título, envolta em mistério e palco de uma tragédia sangrenta. Tem alguns bons momentos de suspense e atmosfera de horror psicológico, mas o roteiro de Robert C. Dennis explora os velhos clichês com um conjunto de ideias recicladas misturando família amaldiçoada, trauma de infância, assassinatos com violência extrema, perturbação mental, e a tradicional reviravolta que não surpreende, pois não exige muita atenção do espectador já habituado com uma infinidade de situações iguais.

Curiosamente, o filme se apresenta como o primeiro com a técnica chamada “Psycho-Rama”, que utiliza comunicação subliminar com apresentação de flashes muito rápidos ao longo do filme mostrando imagens como o rosto de um diabo, outro com olhos arregalados, uma caveira e frases enfatizando situações de horror. Lembrando os filmes do diretor e produtor William Castle, que lançou muitos no mesmo período utilizando diversas técnicas promocionais para assustar e entreter o público com interação entre as histórias e os espectadores. Aliás, essa mesma técnica de mensagens subliminares foi utilizada na versão do diretor William Friedkin para “O Exorcista” (The Exorcist) em 2000, com imagens rápidas do demônio Pazuzu ao longo do filme.   

 

“O machado, ele está usando o machado. Parem ele! O sangue. O sangue está em mim! Está em todo lugar. É sangue! Estão todos mortos.” – Sheila Wayne

 

(RR – 29/10/24)