Um dos mais importantes filmes do famoso conde vampiro,
definitivo para registrar Bela Lugosi na história do gênero
Em 1897, o escritor irlandês Bram Stoker
presenteou o mundo com seu livro de horror gótico “Drácula”, que conta a
história do famoso conde vampiro que deixa seu castelo na Transilvânia
(Romênia) e vai para a Inglaterra, onde compra alguns imóveis e se alimenta do
sangue de suas vítimas.
Em 1931, os fãs do cinema de horror e
vampirismo são novamente presenteados com o clássico “Drácula”, produção com fotografia em preto e branco, direção de Tod
Browning, o mesmo de “Monstros” (Freaks, 1932), e com o ator húngaro Bela
Lugosi encarnando magistralmente o conde vampiro.
O advogado Reinfield (Dwight Frye) está a
caminho da Transilvânia com o objetivo de entregar para o Conde Drácula em seu
castelo no alto de uma montanha, alguns documentos referentes à locação de uma velha
abadia em Londres. Quando chega ao vilarejo próximo do castelo, ele é alertado
pelos aldeões supersticiosos que é “Noite de Walpurgis”, e que os vampiros saem
de seis caixões para se transformar em lobos e morcegos, vagando à noite em
busca de sangue dos vivos.
Desconsiderando os avisos, ele é levado
até o castelo numa carruagem conduzida por um cocheiro sinistro. Ao entrar na
imponente construção de pedra, se depara com aposentos enormes repletos de
poeira e teias de aranhas, numa atmosfera sinistra de gelar a alma. Depois, é
recepcionado pelo misterioso anfitrião Conde Drácula e acertam os detalhes
burocráticos do aluguel da abadia inglesa.
Depois de transformar Reinfield em seu
servo através de controle hipnótico, tornando-o um louco comedor de moscas e
aranhas, eles vão para Londres num navio que chega ao destino com seus
tripulantes misteriosamente mortos. Ao se apossar da abadia de Carfax, que fica
ao lado de um sanatório dirigido pelo Dr. Seward (Herbert Bunston), o conde
vampiro instaura o horror alimentando-se do sangue de suas vítimas. Ele também conhece
os novos vizinhos, as belas jovens Lucy (Frances Dade) e Mina (Helen Chandler),
além de John Harker (David Manners) e o temível Prof. Van Helsing (Edward Van
Sloan), que se tornaria seu inimigo mortal.
A versão americana de 1931 para “Drácula”
é curta, com apenas 75 minutos de duração. Tem produção com orçamento reduzido e
as características daqueles primeiros filmes sonoros que foram concebidos
naquela distante época, com interpretações exageradamente teatrais do elenco,
num ritmo narrativo lento e com efeitos toscos na criação dos morcegos. Porém,
a história cativante do conde vampiro assustou de forma decisiva as plateias do
período e marcou para sempre o cinema de horror gótico, popularizando o mito do
vampirismo em uma infinidade de filmes posteriores.
O roteiro apresentou com respeito algumas
das características tradicionais dos vampiros e que se tornariam eternizadas no
imaginário popular, como o fato deles não terem reflexo em espelhos, não
tolerarem símbolos religiosos como crucifixos, não gostarem de sol, não
suportarem uma erva conhecida como acônito, dormirem em caixões com terra de
seu local de origem, e serem criaturas imortais, porém que poderiam ser
destruídos com uma estaca de madeira cravada no coração.
O filme é altamente recomendado para os
apreciadores do vampirismo e do cinema gótico de horror, seja pela atmosfera
sombria do castelo na Transilvânia ou da abadia abandonada em Londres, e pela
interpretação convincente de Bela Lugosi, tornando o Conde Drácula um vilão
ameaçador, povoando os pesadelos dos espectadores da época e registrando para
sempre seu nome na galeria de astros do Horror. Ele é reconhecido como o
principal Drácula do cinema, ao lado do ícone Christopher Lee, que fez o
vampiro em vários filmes da cultuada produtora inglesa “Hammer”.
“Tem coisas bem
piores à espera do Homem que a morte” – Conde Drácula
(RR
– 14/10/18)