Quando os Dinossauros Dominavam a Terra (When Dinosaurs Ruled the Earth, Inglaterra, Hammer, 1970)

 


Quando os Dinossauros Dominavam a Terra (1970)


Produzido pelo cultuado estúdio inglês “Hammer”, sendo uma de suas contribuições para o sub-gênero dos filmes com dinossauros. A direção de é Val Guest, de outros divertidos trabalhos da mesma produtora como “Terror Que Mata” (1955) e “A Usina dos Monstros” (1957), com roteiro desenvolvido a partir de uma história do escritor J. G. Ballard. 


Numa época fictícia, onde humanos e animais gigantescos convivem no mesmo local, uma tribo de aborígenes tem o hábito de sacrificar mulheres loiras em tributo ao Sol, considerado por eles um “deus”. Porém, uma das escolhidas, Sanna (Victoria Vetry), consegue escapar do ritual e é resgatada por Tara (Robin Hawdon), um nativo de um grupo rival. Ambos agora precisam lutar por suas vidas, sendo perseguidos pelos antigos companheiros e enfrentando a fúria de dinossauros interessados em matá-los. 


É um filme menor da “Hammer” e o fato de ser falado numa língua “inventada”, com palavras simulando um idioma aborígene, o filme acaba tornando-se entediante e arrastado, valendo a pena somente mesmo pelas cenas com os dinossauros, filmados com o auxílio da técnica do “stop motion”. Um destaque são os ataques de caranguejos gigantes numa praia contra os nativos.


(RR – 01/01/14)









A Máquina Assassina / 83 Horas de Desespero / Desespero (Killdozer, EUA, 1974)

 


Lloyd Kelly: “Como se mata uma máquina?”

Dennis Holvig: “Uma máquina? É pesada demais para enforcar e grande demais para colocar na câmara de gás.”

 

A Máquina Assassina” (Killdozer, EUA, 1974), nome nacional ruim e que deveria ser chamado por aqui apenas pelo original, é um filme dirigido por Jerry London, com roteiro co-escrito pelo conceituado autor de Ficção Científica Theodore Sturgeon, a partir de sua história publicada originalmente na revista “Astouding Science Fiction” em 1944. Está disponível no “Youtube” na versão original com legendas em português.

Também conhecido no Brasil quando exibido nas telinhas pelos títulos alternativos igualmente ruins e mal escolhidos “Desespero” e “83 Horas de Desespero”, é uma produção especialmente para a televisão com apenas 74 minutos, que faz parte do programa “ABC Movie of the Week”, uma série semanal dos anos 70 do século passado da rede de TV “ABC” (American Broadcasting Company), sendo o número 48 da temporada 5.

 

Uma pequena equipe de trabalhadores de exploração de petróleo está numa ilha na costa da África realizando escavações. O grupo é liderado pelo supervisor Lloyd Kelly (Clint Walker), e conta ainda com os demais mecânicos e operadores de máquinas Dennis Holvg (Carl Betz), McCarthy (Robert Urich), Chub Foster (Neville Brand), Dutch Krasner (James Wainwright) e Beltram (James A. Watson Jr.).

Um meteorito de cor azul pulsante está se dirigindo à Terra. Os homens encontram essa rocha metálica enterrada, não sabendo que trouxe uma força alienígena hostil que se apossa de uma grande escavadeira Caterpillar D9 espalhando o caos, destruição e morte. Andando sozinha com seus próprios controles, possuída pela energia maligna vinda do espaço, a escavadeira destrói tudo em seu caminho, colecionando vítimas, obrigando os trabalhadores a lutarem por suas vidas num ambiente isolado e remoto no meio do oceano.  

 

O filme tem um enredo bizarro de Ficção Científica com elementos de Horror através de uma forma de vida de fora da Terra que chegou ao planeta num meteorito, se apossando de uma máquina (a escavadeira do título original), desorientando os trabalhadores que não imaginariam que teriam que combater a ameaça mortal de seu próprio instrumento de trabalho.

Uma vez num ambiente isolado e com dificuldades para administrar o desconforto de uma ameaça mortal, surgem diversos conflitos internos entre os trabalhadores, apesar de um grupo pequeno, com discordâncias, desconfianças e dificuldades para agir em equipe.

Como a escavadeira se movimenta numa velocidade baixa devido ao seu peso e dificuldades de locomoção num piso irregular, não deveria ser muito difícil escapar de sua fúria mecânica, tornando as mortes bem improváveis e a história inverossímil, mas justamente vem daí boa parte do entretenimento pelo exagero escapista e bizarrice de uma máquina assassina. Como um destaque, temos o duelo surreal entre a escavadeira fantasma e um trator com pá, principalmente pelo fato inusitado desse tipo de confronto.

Uma ideia similar também foi vista em “Comboio do Terror” (Maximum Overdrive, 1986), baseado em um conto do popular escritor Stephen King (e único filme que ele dirigiu), onde diversas máquinas ganham vida própria e atacam as pessoas.

No elenco, Clint Walker esteve no clássico de guerra “Os Dozes Condenados” (1967), ao lado de ícones como Lee Marvin, Ernest Borgnine, Charles Bronson, George Kennedy, Telly Savallas, Donald Sutherland e outros. Já Robert Urich, que teve uma participação rápida, é um rosto conhecido das telinhas como na série “S.W.A.T.” (1975 / 1976), assim como Neville Brand, de séries como o western “Laredo” (1965 / 1967).

 

(RR – 29/04/25)






The Earth Dies Screaming (Inglaterra, 1964, PB)

 


“A Terra Morre Gritando numa divertida produção bagaceira inglesa de invasão alienígena

Um dos sub-gêneros mais divertidos do cinema bagaceiro de ficção científica dos anos 50 e 60 do século passado certamente foi aquele que abordava o tema de invasão alienígena. Existe uma quantidade imensa de filmes desse período com roteiros explorando o drama da humanidade tentando sobreviver ao enfrentar uma invasão de criaturas hostis vindas do espaço sideral com propósitos de conquista. Seja por causa dos valiosos recursos naturais ou simplesmente pelo domínio de uma raça inferior em tecnologia e força militar.
The Earth Dies Screaming” é uma produção inglesa com fotografia em preto e branco que tem um título original sonoro e sensacionalista, típico dos filmes bagaceiros do gênero fantástico daquele período, e que foi dirigida por um especialista na área. Terence Fisher foi o principal cineasta da lendária e cultuada produtora inglesa “Hammer”, sendo o responsável por diversos filmes clássicos que ficaram eternizados na história do gênero como “A Maldição de Frankenstein” (The Curse of Frankenstein, 1957) e “O Vampiro da Noite” (Horror of Dracula, 1958), ambos com os ícones Christopher Lee e Peter Cushing.

Escrito por Harry Spalding (creditado como Henry Cross), o filme é curto com apenas 62 minutos de duração, e mostra um vilarejo no interior da Inglaterra onde os moradores são mortos misteriosamente. Jeff Nolan (Willard Parker) é um piloto de testes americano em exercícios militares na Inglaterra e que ao aterrissar seu avião encontra uma cidade em silêncio e com várias pessoas mortas espalhadas pelo chão. Ao investigar o mistério, ele encontra num hotel outros sobreviventes, Quinn Taggart (Dennis Price) e Peggy Hatton (Virginia Field), além do casal formado por Edgar Otis (Thorley Walters) e a esposa Violet Courtland (Vanda Godsell), que se recuperavam de um acidente com seu carro.
O pequeno grupo de sobreviventes especula sobre o mistério ao redor e acham que a cidade sofreu um ataque de gás venenoso, fato que poderia explicar as mortes repentinas dos habitantes e sem traços aparentes de violência física. E então surge outro casal, dessa mais bem mais jovem, formado por Mel Brenard (David Spenser) e a mulher grávida Lorna (Anna Palk). Enquanto tentam entender a origem do caos, encontram robôs humanoides assustadores caminhando pelas ruas silenciosas com cadáveres espalhados, e são atacados pelos mortos que voltam a andar como zumbis escravos controlados pelos robôs, com seus olhos esbugalhados como bolas cinzas. Restando apenas lutar pela sobrevivência enquanto “A Terra Morre Gritando”...

O filme é uma produção tranqueira de baixíssimo orçamento abordando o tema da invasão alienígena, com uma atmosfera sinistra de mistério e a presença de robôs alienígenas toscos ao extremo, além de mortos caminhando novamente sobre a Terra. A especulação sobre uma guerra com gases venenosos nos remete à paranóia da guerra fria daquele conturbado período tenso que a humanidade vivia após a Segunda Guerra Mundial, com a ameaça de um holocausto nuclear causado pelas potências opostas da época, Estados Unidos e a antiga União Soviética.
O ritmo é arrastado em alguns momentos, mas isso não chega a prejudicar o entretenimento por causa da curta duração com pouco mais de uma hora de filme. Os robôs são bizarros e lentos, criação de uma tecnologia superior de alguma raça de outro planeta, e possuem poderes para matar facilmente os humanos apenas com um toque. Os zumbis são toscos, com seus olhos inertes, seguindo obedientes os comandos das máquinas. “The Earth Dies Screaming” é o cinema fantástico bagaceiro dos anos 60, divertido e indispensável para os apreciadores do gênero.
Curiosamente, algumas cenas do clássico “Aldeia dos Amaldiçoados” (1960) foram inseridas no início do filme antes dos créditos de abertura, a queda de um avião explodindo com o impacto e um carro se chocando contra um muro.  
   
(RR – 06/12/17)








O Amuleto Egípcio (The Cat Creature, EUA, 1973)

 


Sabe aquela caixa de múmia que você disse que chegou pouco antes de ele morrer? Você nunca olhou dentro, né? Bem, tem alguma coisa lá dentro!... É uma múmia com um amuleto de ouro no pescoço, com cara de gato e esmeraldas no lugar dos olhos! ...” – Frank Lucas

 

O Amuleto Egípcio” (The Cat Creature, EUA, 1973) foi dirigido por Curtis Harrington a partir de um roteiro co-escrito por Robert Bloch (o autor de “Psicose”), produzido diretamente para a televisão. Curto com apenas 72 minutos, foi exibido originalmente no programa “ABC Movie of the Week”, uma série semanal dos anos 70 do século passado da rede de TV “ABC” (American Broadcasting Company), sendo o filme 34 da temporada 5.

Disponível no “Youtube” na versão original com legendas em português com tradução automática, o elenco principal tem dois rostos conhecidos das telinhas, David Hedison (o Capitão Crane da série “Viagem ao Fundo do Mar”) e Stuart Whitman (o xerife Jim Crown da série de western “Cimarron”), além também de uma participação rápida (mas sempre bem-vinda) do lendário John Carradine, numa ponta como um atendente de um hotel decadente.

 

Após a morte de um rico colecionador de artefatos antigos egípcios, o valioso acervo formado por estátuas, ataúdes, joias e objetos de arte é submetido à avaliação pelo advogado Frank Lucas (Kent Smith), e conforme suas palavras no início desse texto, ele encontrou uma misteriosa múmia num sarcófago, com um amuleto com o rosto de gato, não imaginando que o objeto seria amaldiçoado. O amuleto é roubado por um ladrão, Joe Sung (Keye Luke), que tenta vender para uma loja de penhores e objetos de feitiçaria da Sra. Hester Black (Gale Sondergaard). Em paralelo, surge uma misteriosa jovem, Rena Carter (Meredith Baxter), à procura de emprego e que é contratada para trabalhar de balconista na loja de artefatos de ocultismo.

Depois que ocorrem mortes violentas com sinais de arranhões e cicatrizes profundas no pescoço das vítimas, além de um suicídio suspeito da antiga atendente da loja, Sherry Hastings (Renne Jarrett), uma investigação policial tem início.

Com a liderança do Tenente Marco (Stuart Whitman), que é auxiliado pelo professor de egiptologia Roger Edmonds (David Hedison), a investigação coleta informações do legista da polícia (Milton Parsons) sobre as vítimas e do bibliotecário Dr. Reinhart (John Abbott) sobre livros da cultura do Egito Antigo, e eles descobrem relações entre os assassinatos brutais, a maldição do amuleto, a múmia da Deusa egípcia Bast, que tem o poder de controle mental nas pessoas e de se transformar num gato preto, e os ataques de uma criatura felina (do título original).  

 

Com um ótimo elenco contribuindo para o entretenimento com a dupla de investigadores e a veterana proprietária da loja de magia negra, temos uma história interessante, independente de eventuais clichês e previsibilidade, onde sabemos com certa antecedência a autoria dos assassinatos e a ideia toda do roteiro envolvendo a múmia, o amuleto e a “criatura gato”. Por ser um filme voltado especialmente para a televisão, as mortes são fora de cena com a silhueta de um gato sinistro sempre antecedendo os assassinatos de vítimas com algum envolvimento com o amuleto. 

“O Amuleto Egípcio” explora as lendas ao redor do mundo sobre os humanos se transformando em animais, como é o caso dos seguidores da Deusa Bast que se transformavam em gatos que adquirem imortalidade ao beberem sangue humano, num paralelo com as lendas dos vampiros que se transformavam em morcegos nas terras selvagens da Transilvânia. Ou os homens assumindo formas de lobos na Alemanha, de raposas na China, de leopardos na África, ou os esquimós do Ártico cujos magos se transformavam em ursos.

Entre as curiosidades, o diretor Curtis Harrington tem em seu currículo títulos como “A Noite do Terror” (Night Tide, 1961), “O Planeta Pré-Histórico” (Voyage to the Prehistoric Planet, 1965), “Planeta Sangrento” (Queen of Blood, 1966) e “Abelhas Assassinas” (Killer Bees, 1974), entre outras bagaceiras divertidas. Para se adequar ao padrão de metragem mais curta de filme para a TV, foram editados doze minutos que são desconhecidos e nunca exibidos. Um dos atores coadjuvantes é creditado como Peter Lorre Jr., mas seu nome verdadeiro é Eugene Weingand e não tem parentesco com o famoso ator homônimo que se tornou ícone do cinema de horror contracenando com Boris Karloff, Bela Lugosi, Vincent Price e outros mestres. O filme é uma homenagem do diretor Curtis Harrington para os cultuados “Sangue de Pantera” (1942) e “A Maldição do Sangue de Pantera” (1944) do cineasta Val Lewton.

 

(RR – 27/04/25)






O Demônio de Fogo (The Night of the Big Heat, Inglaterra, 1967)

 


"O Demônio de Fogo" (The Night of the Big Heat, Inglaterra, 1967) é uma tranqueira de horror com elementos de ficção cientítica, produzida pelo estúdio inglês “Planet Film” e que traz como atrações a direção do especialista Terence Fisher e a presença sempre carismática da dupla de ícones do gênero Christopher Lee e Peter Cushing. 

Em pleno inverno rigoroso na Inglaterra, uma ilha misteriosamente apresenta um calor imenso que desperta a curiosidade de seus moradores e em especial do cientista Godfrey Hanson (Christopher Lee). Homem de poucas palavras, ele está hospedado num hotel de propriedade do escritor Jeff Callum (Patrick Allen) e sua esposa Frankie (Sarah Lawson), e está realizando observações na ilha com experiências secretas em seu quarto. Suas ações estranhas também chamam a atenção do médico local, o Dr. Vernon Stone (Peter Cushing). 
Além do calor infernal e crescente, para tumultuar ainda mais o lugar, surge uma bela jovem, Angela Roberts (Jane Merrow), que se apresenta como secretária do escritor Callum, mas na verdade é sua amante. Após a ocorrência de algumas mortes com os corpos misteriosamente carbonizados, eles são obrigados a unirem forças para combater criaturas alienígenas gosmentas e rastejantes que precisam de calor para sobreviver, e estão utilizando a ilha para realizar testes adaptando o ambiente para uma invasão. 

O roteiro de “O Demônio de Fogo” é baseado no livro “Night of the Big Heat” de John Lymington, e apesar de contar com o cineasta Terence Fisher, especialista em filmes góticos da “Hammer”, esse é um filme menor da dupla Lee e Cushing. A ideia da história é bem bagaceira e até interessante, mas a narrativa em geral é arrastada, e somente perto do desfecho ocorre uma movimentação maior, com a participação mais intensa dos monstros gosmentos motivando as reações do elenco, principalmente do cientista interpretado por Lee, pois infelizmente Cushing aparece pouco. 
Devido às notórias dificuldades de orçamento, os efeitos dos alienígenas são toscos ao extremo, tornando-os mais hilários do que ameaçadores. Mas, é inegável que apenas o fato da participação do trio Terence Fisher, Christopher Lee e Peter Cushing, já garante a conferida. 
Curiosamente, o filme também é conhecido pelo sonoro título alternativo de “Island of the Burning Damned”. 

(RR – 04/01/15)

A Fúria das Feras Atômicas (The Food of the Gods, EUA / Canadá, 1976)


A Fúria das Feras Atômicas (The Food of the Gods, EUA / Canadá, 1976) é uma produção do especialista em bagaceiras Samuel Z. Arkoff, da “American International Pictures”, a direção é de Bert I. Gordon (“Mister B.I.G.”, ou “senhor grande” numa tradução do inglês para as iniciais de seu nome), cineasta conhecido por seus inúmeros filmes com monstros, animais e pessoas gigantes, e a história é parcialmente inspirada em livro do popular escritor de Ficção Científica H. G. Wells. “A Fúria das Feras Atômicas” tem um título nacional sonoro para o original “The Food of the Gods” (“O Alimento dos Deuses”). 


Um jogador profissional de futebol americano, Morgan (Marjoe Gortner), vai com seu amigo também jogador Davis (Chuck Courtney) e seu empresário Brian (Jon Cypher), para uma ilha canadense com o objetivo de descansar alguns dias e caçar. Porém, eles enfrentam o ataque de vespas, galinhas e ratos gigantescos, que ficaram enormes e violentos após ingerirem uma misteriosa gosma branca que surgiu nas terras da fazenda do Sr. e Sra. Skinner (John McLiam e Ida Lupino, respectivamente). A descoberta do estranho alimento despertou o interesse comercial do empresário ganancioso Jack Bensington (Ralph Meeker), que juntamente com a jovem bacteriologista Lorna Scott (Pamela Franklin), visita a fazenda para comprar os direitos do misterioso “alimento dos deuses”. Em paralelo, um casal em passeio pelo lugar num motor home, Thomas (Tom Stovall) e sua esposa grávida Rita (Belinda Balaski), sofre um acidente com o carro e todos juntos ficam encurralados na casa da fazenda, lutando por suas vidas contra um ataque de dezenas de ratos imensos famintos por suas carnes. 


Os ataques dos ratos assassinos foram realizados com animais reais filmados como se fossem gigantes em meio a maquetes de carros e casas. E muitos deles foram mortos para a obtenção do realismo das cenas. Já para os momentos de confrontos diretos com os atores, foram utilizadas cabeças mecânicas de ratos imensos. Quando o grupo de pessoas está encurralado na casa de campo sob o ataque enlouquecido dos roedores, não faltaram os tradicionais conflitos internos num ambiente sob forte pressão psicológica na luta pela vida, com diferenças de opiniões entre os sobreviventes sobre as ações a serem tomadas, além de constantes questionamentos pela liderança. Os ataques das vespas e galinhas gigantes ficaram bem toscos e até hilários, mas por outro lado, as imensas ratazanas garantem bastante tensão em suas investidas ferozes, com interessantes efeitos simulando seus tamanhos descomunais e as agressões sangrentas contra as pessoas. 


Curiosamente, o cultuado escritor H. G. Wells teve muitas de suas divertidas obras adaptadas para o cinema em várias versões, como “Daqui a Cem Anos”, “O Homem Invisível”, “A Ilha do Dr. Moreau”, “A Guerra dos Mundos”, “A Máquina do Tempo” e “Os Primeiros Homens na Lua”. O multifuncional Bertram Ira Gordon ficou conhecido como diretor, roteirista, produtor e técnico em efeitos especiais de inúmeros filmes com criaturas gigantes, como “King Dinosaur” (55), “O Começo do Fim” (1957), “A Maldição do Monstro” (57), “O Monstro Atômico” (1957), “Attack of the Puppet People” (58), “War of the Colossal Beast” (58), “A Maldição da Aranha” (58), “A Cidade dos Gigantes” (65) e “O Império das Formigas” (77). E por isso ganhou o apelido de “Mister BIG” do lendário editor, colecionador e pesquisador de cinema de ficção científica e horror Forrest J. Ackerman. No elenco temos Pamela Franklin, que foi uma garotinha no clássico de fantasmas “Os Inocentes” (1961), e também esteve em “O Feiticeiro” (1972) e “A Casa da Noite Eterna” (1973), além da presença dos experientes Ida Lupino (1918 / 1995) e Ralph Meeker (1920 / 1988). 


(RR – 11/01/15)









The Aftermath (EUA, 1982)

 


“O Homem desenvolveu a sua tecnologia e a tecnologia tornou-se um monstro e o destruiu.”

– Sr. Clark (Forrest J. Ackerman) – curador de um museu num mundo pós-apocalíptico

 

A ideia básica do filme “The Aftermath” (EUA, 1982) sempre foi um tema muito explorado no cinema de horror e ficção científica, mas também igualmente interessante, ao mostrar o mundo selvagem após a devastação por uma guerra nuclear, com a decadência da humanidade transformando-se em escória dividida entre mutantes radioativos e gangues de assassinos brutais. Dirigido, escrito e produzido por Steve Barkett, que também é o ator principal, o filme está disponível no Youtube com opção de legendas em português.

 

Na história, dois astronautas retornam à Terra depois de uma missão espacial com a nave “Nautilus”, e encontram o planeta destruído por uma guerra atômica e biológica. Newman (Steve Barkett) e Mathews (Larry Latham) caminham por um mundo desolado, mais especificamente em Los Angeles, Califórnia, e são atacados por mutantes afetados pela radiação e enfrentam a fúria de um grupo de rebeldes arruaceiros matadores cruéis de mulheres e crianças, liderados pelo vilão Cutter (Sid Haig, o Capitão Spaulding de “A Casa dos 1000 Corpos” e “Rejeitados pelo Diabo”).

Eles também precisam se proteger de tempestades radioativas e conhecem o curador de um museu, interpretado pelo lendário Forrest J. Ackerman, famoso colecionador e dono de um acervo precioso de itens originais de memorabília e adereços de filmes de horror e FC, além de editor da revista “Famous Monsters of Filmland”, criada em 1958. Doente terminal, ele pede para Newman cuidar de um menino, Christopher (interpretado pelo filho do diretor, Christopher Barkett). Na jornada pelo caos de um mundo devastado, o astronauta também encontra uma jovem fugitiva da gangue de Cutter, Sarah (Lynne Margulies), por quem se apaixona. Ele também resgata das garras dos assassinos uma mulher, Helen (Linda Stiegler) e sua filha pequena Laura (Laura Anne Barkett, filha do diretor, também conhecida como Laura McQuay).

Constantemente ameaçado por mutantes canibais e perseguidos pelo grupo psicótico de Cutter, Newman terá que lutar bravamente pela vida e para proteger seus novos acompanhantes nesse ambiente hostil de um mundo desolado pela guerra nuclear.

 

“The Aftermath”, como a maioria dos filmes independentes com produção de baixo orçamento, tem qualidades e defeitos já esperados e sempre identificados pelos apreciadores do cinema fantástico bagaceiro. Como já mencionado, o argumento de uma aventura pós-apocalíptica normalmente desperta interesse, com um planeta destruído por uma hecatombe nuclear, trazendo consequências como ataques de mutantes e ações de assassinos impiedosos num novo mundo sem leis e apenas a luta instintiva pela sobrevivência.

Tem uma considerável quantidade de violência com mortes sangrentas e uma ousadia diferenciada dos realizadores em mostrar mulheres e crianças inocentes assassinadas. Tem os mutantes disformes com uma maquiagem bizarra digna dos filmes bagaceiros com monstros criados pela exposição à radiação. Tem a nave espacial com seu interior colorido e repleto de painéis com botões, interruptores e luzes piscando, e uma cena extremamente tosca simulando sua queda no oceano (ou “uma miniatura mergulhando numa piscina”). Tem o plano geral com os escombros de uma grande cidade destruída pela guerra. E tem a presença ilustre numa ponta de Forrest J. Ackerman (1916 / 2008), nome completamente associado ao gênero Horror e Ficção Científica na literatura e cinema.

O filme poderia ter uma duração bem menor do que seus 95 minutos, eliminando vários momentos entediantes com lutas e perseguições, principalmente o longo confronto com tiroteios entre Newman e o maníaco Getman (Alfie Martin), da gangue de Cutter. Exceto por Sid Haig como um ótimo vilão sanguinário, o elenco é bem ruim, com interpretações sofríveis que não convencem ou não se alinham com o caos de um mundo em ruínas, principalmente as crianças (filhos do diretor).    

Vale registrar duas curiosidades bizarras: Uma refilmagem não oficial foi lançada em 1987 chamada “1999 – O Sobrevivente do Fim do Mundo” (Survivor), que utilizou o mesmo enredo de um astronauta que retorna à Terra encontrando um mundo devastado pela guerra. E o filme ganhou um título alternativo oportunista, “Zombie Aftermath”, com um cartaz sensacionalista mostrando um mutante bem diferente dos encontrados no filme.    

 

(RR – 21/04/25)






A Morte Numa Noite Fria (A Cold Night´s Death, EUA, 1973)

 


17 de janeiro, Centro de Pesquisa de Base, Ryan Horner, Diretor de Projeto. Hoje é o nosso 5º dia sem contato via rádio com o Dr. Vogel. Tentativas anteriores de chegar ao Laboratório Summit falharam devido às contínuas tempestades de neve. Temo pelo bem-estar de Vogel. Antes de perdermos a transmissão, os seus contatos de rádio estavam tornando-se cada vez mais esporádicos e irracionais. A tal ponto que ele relatou ter conversado com figuras como Napoleão e Alexandre, o Grande. Estou profundamente preocupado com o fato de ele não estar alimentando os macacos e os chimpanzés, nem registrando os resultados das nossas experiências de altitude com eles. Se for esse o caso, antes que anos de pesquisa para o programa espacial tenham sido desperdiçados. Nossa data de entrega prometida é daqui a menos de 3 meses e precisamos salvar o projeto. Dr. Robert Jones e Dr. Frank Enari chegaram da Universidade esta manhã para substituir Vogel e continuar os experimentos. Estou muito aliviado que esta equipe específica tenha sido disponibilizada para finalizar o projeto. Como foi a sua investigação em situações de stress que o homem pode encontrar na exploração espacial que é a base do nosso programa. A tempestade se acalmou o suficiente para Val Adams levá-los junto com um novo chimpanzé para controle do experimento. Devo confessar a minha profunda preocupação quanto ao que irão encontrar.” – Ryan Horner

 

Com essa introdução narrada tem início “A Morte Numa Noite Fria” (A Cold Night´s Death, EUA, 1973), dirigido por Jerrold Freedman, escrito por Christopher Knopf, e com elenco reduzido de apenas três atores em cena. Foi produzido diretamente para a televisão pela dupla Aaron Spelling e Leonard Goldberg, com apenas 74 minutos, no programa “ABC Movie of the Week”, uma série semanal da década de 1970 que foi ao ar na rede de TV “ABC” (American Broadcasting Company), apresentando filmes de diversas temáticas, muitos deles com histórias de ficção científica, suspense, mistério e horror.

Sendo o número 32 da temporada 4, o filme foi exibido por aqui na saudosa época das televisões de tubo, e está disponível dublado no “Youtube” na “versão brasileira Cine Castro Rio de Janeiro e São Paulo", além também da opção de versão original com legendas em português.

 

O cientista Dr. Vogel está trabalhando na estação de pesquisas “Tower Mountain”, isolada em altitude extrema e baixíssimas temperaturas com ventos fortes e tempestades constantes de neve, estudando os efeitos dessas condições desconfortáveis em macacos de laboratório, com o objetivo de auxiliar no programa de exploração espacial, na forma de lidar com o stress em condições adversas. Porém, conforme a narração acima do Diretor do Projeto Ryan Horner (voz de Vic Perrin, não creditado, o mesmo narrador da série “Quinta Dimensão”), o contato com o Dr. Vogel foi perdido e suspeita-se que tenha enlouquecido.

Para substitui-lo surge a dupla de cientistas Dr. Robert Jones (Robert Culp), que prefere explorar o desconhecido e se entedia com a rotina do isolamento, e Dr. Frank Enari (Eli Wallach), que gosta dos trabalhos rotineiros de pesquisa. Eles irão verificar as condições da estação de pesquisas e tentar salvar o projeto. São levados pelo piloto de helicóptero Val Adams (Michael C. Gwynne) e encontram o local todo revirado e parcialmente destruído, com os macacos de testes enjaulados e morrendo de frio, além do cadáver congelado do Dr. Vogel.

Após organizarem as coisas novamente, eles retomam as experiências com os chimpanzés, enfrentando as condições agressivas e desfavoráveis de frio polar, isolamento e sentimento de claustrofobia, além de tentarem administrar a ocorrência de vários eventos estranhos, suas próprias diferenças de convivência e decifrar o mistério da morte do cientista anterior, lutando também para manter a sanidade num ambiente hostil no alto de uma montanha gelada.

 

“A Morte Numa Noite Fria” é um exemplo de como um filme de baixo orçamento para a televisão, com duração curta e elenco de apenas dois atores presos numa estação de pesquisas isolada, pode manter o interesse e atenção do espectador com uma boa história e atmosfera de mistério. Sem precisar necessariamente de monstros disformes, fantasmas perturbados e sangue jorrando (apesar desses elementos também serem sempre bem-vindos, principalmente em filmes bagaceiros).

 Aqui temos algo com diversão garantida que lembra e se encaixaria muito bem como um episódio estendido de séries icônicas com elementos de horror, suspense e ficção científica como “Além da Imaginação” (The Twilight Zone) ou a já citada “Quinta Dimensão” (The Outer Limits).

Curiosamente recebeu também o título alternativo “The Chill Factor”.

 

(RR – 20/04/25)





O Ataque das Cobras (Rattlers, EUA, 1976)

 


“Que modo horrível de morrer!

 

O Ataque das Cobras” (Rattlers, EUA, 1976) é um filme dirigido, produzido e co-escrito por John McCauley, que foi exibido em nossas telinhas e está disponível no “Youtube” dublado na “versão brasileira Herbert Richers”. A história é sobre a revolta da natureza contra a humanidade, um tema muito recorrente no cinema de horror, com todos os tipos de animais atacando as pessoas como abelhas, sapos, ratos, aranhas, pássaros, formigas, coelhos, tubarões, piranhas e cobras, entre outros.

 

Após um incidente trágico no deserto de Mojave, Califórnia, com a morte violenta de duas crianças com múltiplas picadas de cobras cascavéis, o xerife Gates (Tony Ballen) contrata os serviços do cientista herpetólogo Dr. Tom Parkinson (Sam Chew Jr.) para investigar as mortes misteriosas e o comportamento anormal das cobras. Ele é auxiliado pela fotógrafa feminista Ann Bradley (Elisabeth Chauvet), que tem experiência com fotografias em ambientes de guerras.

A quantidade de vítimas mortas violentamente pelos répteis assassinos aumenta progressivamente, como um mecânico de manutenção hidráulica que fazia um serviço embaixo de uma casa, uma dona de casa divorciada enquanto se banhava numa banheira, e dois soldados numa ronda noturna no deserto, entre outros.

A dupla formada pelo cientista e a fotógrafa inicia uma investigação na região, acampando no deserto, e eles recebem algumas informações sigilosas do biomédico alcoólatra Capitão Delaney (Ronald Gold), descobrindo uma provável relação entre o “ataque das cobras” (do título nacional) e uma base militar comandada pelo oficial inescrupuloso Coronel Stroud (Dan Priest), envolvendo uma experiência secreta com gás venenoso utilizado como arma biológica, que tinha como objetivo desestabilizar os soldados inimigos com atos de violência e loucura entre eles próprios.   

 

“O Ataque das Cobras” é um filme com orçamento reduzido que aposta mais na tentativa de uma atmosfera de suspense com várias cenas de mortes por picadas de cobras agressivas. A violência é apenas moderada e sem sangue, com mais ênfase na sugestão do que no horror gráfico. O fato do roteiro ter crianças mortas logo no início é bem ousado para uma produção de TV e a ideia geral, mesmo sendo um grande clichê, tem seus momentos de interesse, principalmente com a motivação do comportamento assassino das cobras devido ao contato com uma arma biológica proibida, e o filme acaba servindo como diversão rápida dentro do sub-gênero “vingança da natureza”.

Foram utilizadas cobras reais nas filmagens, as temíveis cascavéis (“Rattlers”, do título original), simulando criaturas mutantes que atacam em grupo e aleatoriamente tanto as pessoas como outros animais com violência exagerada, devido ao contato com o gás experimental do exército. São várias cenas de ataques que devem criar um desconforto naqueles que tem problemas com ofidiofobia.    

Curiosamente, 45 anos depois a ideia foi retomada na continuação “Rattlers 2” (2021), dirigida por Dustin Ferguson e com a veterana “scream queen” Brinke Stevens no elenco.

 

(RR – 08/04/25)






O Começo do Fim (Beginning of the End, EUA, 1957, PB)

 


“Podemos testemunhar o início de uma era que significará a aniquilação completa do Homem. O Começo do Fim.” – Dr. Ed Wainwright

 

Inegavelmente o cinema fantástico bagaceiro dos anos 50 do século passado é extremamente divertido, com seus monstros, paranoias e histórias exageradas no escapismo. “O Começo do Fim” (Beginning of the End, EUA, 1957) é um filme do sub-gênero “Big Bugs” (“Insetos Gigantes”) com gafanhotos imensos resultantes dos efeitos da radiação atômica, naquele período de tensão mundial com a guerra fria entre EUA e a antiga União Soviética.

É uma produção de baixo orçamento com fotografia em preto e branco, curto com apenas 76 minutos, que foi exibido na televisão brasileira e está disponível no “Youtube” em versão original em inglês, com a opção de tradução simultânea e legendas em português.

Com direção e produção de Bert I. Gordon (1922 / 2023), especialista em filmes com insetos e outras criaturas gigantes, responsável por filmes preciosos como “A Maldição do Monstro Sinistro” (1957), “O Monstro Atômico” (1957), “A Maldição da Aranha” (1958), “A Cidade dos Gigantes” (1965), “A Fúria das Feras Atômicas” (1976) e “O Império das Formigas” (1977), entre outros.

 

A jornalista Audrey Aimes (Peggie Castle) está viajando para fazer uma matéria sobre o projeto de um avião a jato quando é interrompida na estrada por um bloqueio do exército. Curiosa, ela descobre que ocorreu a destruição de uma pequena cidade chamada Ludlow com o desaparecimento misterioso de seus habitantes. Em contato com os militares Capitão James Barton (James Seay) e Coronel Tom Sturgeon (Thomas B. Henry), ela é informada que o caso está sob investigação do exército e que não deve ser divulgado.

A jornalista então informa a situação para seu editor, Norman Taggart (Douglas Evans), e decide fazer uma investigação própria descobrindo atividades na região com experiências do Departamento de Agricultura envolvendo materiais radioativos e cultivo de alimentos com o objetivo de aumentar os seus tamanhos. O diretor do projeto é o cientista entomologista Dr. Ed Wainwright (Peter Graves), auxiliado pelo ajudante surdo mudo Frank Johnson (Than Wyenn). Eles especulam que os gafanhotos poderiam estar se alimentando de trigo contaminado e com isso aumentando seus tamanhos para tornarem-se monstros imensos e ameaçadores, destruindo cidades e emitindo gritos estridentes antes de matar as pessoas.

O cientista e a jornalista informam o alto escalão do exército, representado pelo General John Hanson (Morris Ankrum), da ameaça mortal dos insetos gigantes, que estão rumando agora para Chicago, uma cidade maior e mais importante. Para tentar impedir o avanço destrutivo eles utilizam inseticidas e bombas incendiárias, sem sucesso, com os insetos atacando as pessoas e subindo em prédios. Restando ao Dr. Wainwright a tentativa desesperada de encontrar uma forma de detê-los antes que uma bomba atômica seja lançada na cidade já evacuada.     

 

O filme é mais uma tranqueira divertida dos anos 1950 com seus insetos gigantes e monstros mutantes criados pelo efeito desconhecido da radiação, no conturbado período após a Segunda Guerra Mundial com os constantes testes envolvendo energia atômica.

E o grande destaque que garante o entretenimento são os efeitos práticos toscos dos gafanhotos colossais, onde o cineasta Bert I. Gordon utilizou insetos reais filmados numa perspectiva que simulasse tamanhos descomunais. Totalmente hilário e bizarro, principalmente quando eles sobem em prédios enormes, ou melhor, andam sobre fotografias de prédios. Numa época sem as facilidades da computação gráfica, a solução estava na criatividade dos técnicos em efeitos especiais que conseguiam com poucos recursos criar situações que impressionaram as plateias daquele período precioso do cinema fantástico bagaceiro.

Curiosamente, o ator Peter Graves (1926 / 2010) teve muitas participações na televisão, sendo principalmente reconhecido pela série “Missão Impossível” (1966 / 1973).  Outra curiosidade interessante é que o filme foi homenageado como referência e inspiração para o episódio “Mant!” da divertida paródia “Matinee – Uma Sessão Muita Louca” (1993), de Joe Dante.     

 

“Chegará o tempo em que as feras herdarão a Terra.” – Dr. Ed Wainwright

 

(RR – 02/04/25)