Lloyd Kelly: “Como se mata uma
máquina?”
Dennis Holvig: “Uma máquina? É
pesada demais para enforcar e grande demais para colocar na câmara de gás.”
“A Máquina Assassina” (Killdozer, EUA, 1974), nome nacional ruim e
que deveria ser chamado por aqui apenas pelo original, é um filme dirigido por Jerry
London, com roteiro co-escrito pelo conceituado autor de Ficção Científica
Theodore Sturgeon, a partir de sua história publicada originalmente na revista
“Astouding Science Fiction” em 1944. Está disponível no “Youtube” na versão original com legendas em português.
Também conhecido no Brasil
quando exibido nas telinhas pelos títulos alternativos igualmente ruins e mal
escolhidos “Desespero” e “83 Horas de Desespero”, é uma produção especialmente
para a televisão com apenas 74 minutos, que faz parte do programa “ABC
Movie of the Week”, uma série semanal dos anos 70 do século passado da rede de
TV “ABC” (American Broadcasting Company), sendo o número 48 da temporada 5.
Uma pequena equipe de
trabalhadores de exploração de petróleo está numa ilha na costa da África
realizando escavações. O grupo é liderado pelo supervisor Lloyd Kelly (Clint
Walker), e conta ainda com os demais mecânicos e operadores de máquinas Dennis
Holvg (Carl Betz), McCarthy (Robert Urich), Chub Foster (Neville Brand), Dutch
Krasner (James Wainwright) e Beltram (James A. Watson Jr.).
Um meteorito de cor azul
pulsante está se dirigindo à Terra. Os homens encontram essa rocha metálica
enterrada, não sabendo que trouxe uma força alienígena hostil que se apossa de
uma grande escavadeira Caterpillar D9 espalhando o caos, destruição e morte.
Andando sozinha com seus próprios controles, possuída pela energia maligna vinda
do espaço, a escavadeira destrói tudo em seu caminho, colecionando vítimas,
obrigando os trabalhadores a lutarem por suas vidas num ambiente isolado e
remoto no meio do oceano.
O filme tem um enredo bizarro
de Ficção Científica com elementos de Horror através de uma forma de vida de
fora da Terra que chegou ao planeta num meteorito, se apossando de uma máquina
(a escavadeira do título original), desorientando os trabalhadores que não
imaginariam que teriam que combater a ameaça mortal de seu próprio instrumento
de trabalho.
Uma vez num ambiente isolado e
com dificuldades para administrar o desconforto de uma ameaça mortal, surgem
diversos conflitos internos entre os trabalhadores, apesar de um grupo pequeno,
com discordâncias, desconfianças e dificuldades para agir em equipe.
Como a escavadeira se
movimenta numa velocidade baixa devido ao seu peso e dificuldades de locomoção
num piso irregular, não deveria ser muito difícil escapar de sua fúria
mecânica, tornando as mortes bem improváveis e a história inverossímil, mas
justamente vem daí boa parte do entretenimento pelo exagero escapista e
bizarrice de uma máquina assassina. Como um destaque, temos o duelo surreal
entre a escavadeira fantasma e um trator com pá, principalmente pelo fato
inusitado desse tipo de confronto.
Uma ideia similar também foi
vista em “Comboio do Terror” (Maximum Overdrive, 1986), baseado em um conto do
popular escritor Stephen King (e único filme que ele dirigiu), onde diversas
máquinas ganham vida própria e atacam as pessoas.
No elenco, Clint Walker esteve
no clássico de guerra “Os Dozes Condenados” (1967), ao lado de ícones como Lee
Marvin, Ernest Borgnine, Charles Bronson, George Kennedy, Telly Savallas,
Donald Sutherland e outros. Já Robert Urich, que teve uma participação rápida,
é um rosto conhecido das telinhas como na série “S.W.A.T.” (1975 / 1976), assim
como Neville Brand, de séries como o western “Laredo” (1965 / 1967).
(RR
– 29/04/25)