“Que modo horrível de morrer!”
Após um incidente trágico no
deserto de Mojave, Califórnia, com a morte violenta de duas crianças com
múltiplas picadas de cobras cascavéis, o xerife Gates (Tony Ballen) contrata os
serviços do cientista herpetólogo Dr. Tom Parkinson (Sam Chew Jr.) para
investigar as mortes misteriosas e o comportamento anormal das cobras. Ele é
auxiliado pela fotógrafa feminista Ann Bradley (Elisabeth Chauvet), que tem
experiência com fotografias em ambientes de guerras.
A quantidade de vítimas mortas
violentamente pelos répteis assassinos aumenta progressivamente, como um
mecânico de manutenção hidráulica que fazia um serviço embaixo de uma casa, uma
dona de casa divorciada enquanto se banhava numa banheira, e dois soldados numa
ronda noturna no deserto, entre outros.
A dupla formada pelo cientista
e a fotógrafa inicia uma investigação na região, acampando no deserto, e eles recebem
algumas informações sigilosas do biomédico alcoólatra Capitão Delaney (Ronald
Gold), descobrindo uma provável relação entre o “ataque das cobras” (do título
nacional) e uma base militar comandada pelo oficial inescrupuloso Coronel
Stroud (Dan Priest), envolvendo uma experiência secreta com gás venenoso utilizado
como arma biológica, que tinha como objetivo desestabilizar os soldados
inimigos com atos de violência e loucura entre eles próprios.
“O Ataque das Cobras” é um
filme com orçamento reduzido que aposta mais na tentativa de uma atmosfera de
suspense com várias cenas de mortes por picadas de cobras agressivas. A violência
é apenas moderada e sem sangue, com mais ênfase na sugestão do que no horror
gráfico. O fato do roteiro ter crianças mortas logo no início é bem ousado para
uma produção de TV e a ideia geral, mesmo sendo um grande clichê, tem seus
momentos de interesse, principalmente com a motivação do comportamento
assassino das cobras devido ao contato com uma arma biológica proibida, e o filme
acaba servindo como diversão rápida dentro do sub-gênero “vingança da natureza”.
Foram utilizadas cobras reais
nas filmagens, as temíveis cascavéis (“Rattlers”, do título original),
simulando criaturas mutantes que atacam em grupo e aleatoriamente tanto as
pessoas como outros animais com violência exagerada, devido ao contato com o
gás experimental do exército. São várias cenas de ataques que devem criar um
desconforto naqueles que tem problemas com ofidiofobia.
Curiosamente, 45 anos depois a
ideia foi retomada na continuação “Rattlers 2” (2021), dirigida por Dustin
Ferguson e com a veterana “scream queen” Brinke Stevens no elenco.
(RR
– 08/04/25)