O Ataque das Cobras (Rattlers, EUA, 1976)

 


“Que modo horrível de morrer!

 

O Ataque das Cobras” (Rattlers, EUA, 1976) é um filme dirigido, produzido e co-escrito por John McCauley, que foi exibido em nossas telinhas e está disponível no “Youtube” dublado na “versão brasileira Herbert Richers”. A história é sobre a revolta da natureza contra a humanidade, um tema muito recorrente no cinema de horror, com todos os tipos de animais atacando as pessoas como abelhas, sapos, ratos, aranhas, pássaros, formigas, coelhos, tubarões, piranhas e cobras, entre outros.

 

Após um incidente trágico no deserto de Mojave, Califórnia, com a morte violenta de duas crianças com múltiplas picadas de cobras cascavéis, o xerife Gates (Tony Ballen) contrata os serviços do cientista herpetólogo Dr. Tom Parkinson (Sam Chew Jr.) para investigar as mortes misteriosas e o comportamento anormal das cobras. Ele é auxiliado pela fotógrafa feminista Ann Bradley (Elisabeth Chauvet), que tem experiência com fotografias em ambientes de guerras.

A quantidade de vítimas mortas violentamente pelos répteis assassinos aumenta progressivamente, como um mecânico de manutenção hidráulica que fazia um serviço embaixo de uma casa, uma dona de casa divorciada enquanto se banhava numa banheira, e dois soldados numa ronda noturna no deserto, entre outros.

A dupla formada pelo cientista e a fotógrafa inicia uma investigação na região, acampando no deserto, e eles recebem algumas informações sigilosas do biomédico alcoólatra Capitão Delaney (Ronald Gold), descobrindo uma provável relação entre o “ataque das cobras” (do título nacional) e uma base militar comandada pelo oficial inescrupuloso Coronel Stroud (Dan Priest), envolvendo uma experiência secreta com gás venenoso utilizado como arma biológica, que tinha como objetivo desestabilizar os soldados inimigos com atos de violência e loucura entre eles próprios.   

 

“O Ataque das Cobras” é um filme com orçamento reduzido que aposta mais na tentativa de uma atmosfera de suspense com várias cenas de mortes por picadas de cobras agressivas. A violência é apenas moderada e sem sangue, com mais ênfase na sugestão do que no horror gráfico. O fato do roteiro ter crianças mortas logo no início é bem ousado para uma produção de TV e a ideia geral, mesmo sendo um grande clichê, tem seus momentos de interesse, principalmente com a motivação do comportamento assassino das cobras devido ao contato com uma arma biológica proibida, e o filme acaba servindo como diversão rápida dentro do sub-gênero “vingança da natureza”.

Foram utilizadas cobras reais nas filmagens, as temíveis cascavéis (“Rattlers”, do título original), simulando criaturas mutantes que atacam em grupo e aleatoriamente tanto as pessoas como outros animais com violência exagerada, devido ao contato com o gás experimental do exército. São várias cenas de ataques que devem criar um desconforto naqueles que tem problemas com ofidiofobia.    

Curiosamente, 45 anos depois a ideia foi retomada na continuação “Rattlers 2” (2021), dirigida por Dustin Ferguson e com a veterana “scream queen” Brinke Stevens no elenco.

 

(RR – 08/04/25)