"Se você for até a floresta hoje, talvez nunca saia vivo!”
O subgênero “slasher”, com psicopatas assassinos com grandes facas
afiadas (entre outras armas letais), perseguindo e matando violentamente suas
vítimas, é um dos mais explorados no cinema de horror. E principalmente na
década de 1980 tivemos uma infinidade de filmes cm essa temática, sempre muito
parecidos entre si, variando apenas levemente nas histórias com as origens,
motivações e mistérios sobre os assassinos, a ambientação das ações, e a
quantidade, nível de violência sangrenta e formas utilizadas nas mortes
gráficas.
“A Floresta” (The Forest,
EUA, 1982), que está disponível no Youtube com a opção de legendas em
português, mistura o tradicional “slasher” com elementos de canibalismo e horror
sobrenatural com assombração de fantasmas perturbados, na sempre temível
ambientação de uma floresta. É uma produção de baixo orçamento de 85 minutos, e
com direção e roteiro de Don Jones, que curiosamente tem uma participação
rápida como um guarda florestal que alerta os campistas mochileiros sobre os
perigos da floresta, com aquele típico discurso clichê sobre pessoas que acabam
desaparecendo misteriosamente, conforme a frase promocional de divulgação do
filme, que ilustra o cartaz.
Dois casais de amigos planejam acampar nas florestas da
Califórnia, para escaparem da rotina estressante e o caos do trânsito da cidade
grande. Steve (Dean Russell) e a esposa Sharon (Tommi Barrett), e Charlie (John
Batis) e Teddi (Ann Wilkinson) viajam separados, com as mulheres na estrada antes,
mesmo sem experiência como campistas. Elas chegam na base de uma cachoeira e ficam
esperando pelos maridos, que acabam se atrasando por causa de um problema
mecânico no carro, percorrendo a trilha na mata durante a noite, se perdendo e
refugiando no interior de uma caverna.
Lá eles encontram um homem misterioso, John (Gary Kent), que conta
sua história, uma tragédia familiar envolvendo a esposa adúltera e péssima mãe
(Jeanette O´Connor), e um casal de filhos pequenos, John Jr. (Corky Pigeon) e
Jennifer (Becki Burke).
Entre outras bizarrices, ao procurarem pelas esposas no meio da floresta,
os homens são surpreendidos pela aparição fantasmagórica de uma mulher
perguntando pelos filhos, e as moças entram em contato com as crianças
fantasmas que alertam sobre os perigos do pai caçador à procura de carne.
Também conhecido pelo manjado título original alternativo “Terror
in the Forest”, o filme tem aquelas falhas típicas que costumamos encontrar facilmente
em produções de orçamentos reduzidos, como uma história mirabolante misturando
um assassino louco ermitão e canibal, vivendo numa caverna, com a aparição de
fantasmas atormentados, filmagens diurnas e noturnas numa mesma sequência, além
de diálogos e comportamentos inverossímeis dos personagens, principalmente ao
interagir com maníacos e fantasmas no meio de uma floresta.
Mas, por outro lado e tentando apenas observar pelo entretenimento
escapista, o filme tem várias perseguições, confrontos e mortes sangrentas,
além dos fantasmas atormentados, tanto a mãe maluca à procura dos filhos para
puni-los, como as próprias crianças vítimas de tirania familiar e perdidas no
limbo.
(RR – 23/07/25)