O Submarino Atômico (The Atomic Submarine, EUA, 1959, PB)


O inimigo que condena a nação está escondido sob o Polo Norte.”

 

Diversos navios e submarinos estão sendo atacados e destruídos misteriosamente enquanto estão navegando numa rota regular pela região do Ártico, com um inimigo desconhecido à espreita e que talvez não seja desse mundo.

Com história ambientada em 1968 em tempos turbulentos da guerra fria entre Estados Unidos e a antiga União Soviética, e um pouco à frente da época de lançamento do filme, “O Submarino Atômico” (The Atomic Submarine, EUA, 1959) é uma produção de baixo orçamento dirigida por Spencer Gordon Bennet e com fotografia em preto e branco.

Disponível no Youtube com legendas em português e metragem curta de 70 minutos, o filme é mais uma daquelas pequenas preciosidades para os apreciadores do cinema bagaceiro antigo de ficção científica e horror, explorando elementos de drama de guerra com invasão alienígena hostil.

 

O poderoso e letal submarino atômico “Tigershark”, sob o comando do Capitão Dan Wendover (Dick Foran), é enviado ao Ártico numa missão secreta para descobrir a causa dos desastres e eliminar a ameaça. Após uma longa jornada pelas águas geladas do Polo Norte os militares americanos descobrem que a responsabilidade pelos naufrágios é de uma imensa nave aquática com formato discoide e origem desconhecida pela tecnologia humana.

Uma investigação com a ajuda do cientista Dr. Clifford Kent (Victor Varconi) revela que a nave é de origem extraterrestre e parece ser um organismo vivo com intenções de exploração, invasão e colonização da Terra, necessitando do magnetismo da Terra como combustível para recarregar suas baterias. Uma equipe liderada pelo Tenente Richard “Reef” Holloway (Arthur Franz) e outros tripulantes como o jovem e pacifista Dr. Carl Neilson Jr. (Brett Halsey), entra em contato com um alienígena ciclope com aparência repugnante, repleto de tentáculos e um único globo ocular imenso na cabeça deformada, travando uma batalha pelo futuro da humanidade.   

 

Para quem gosta desses velhos filmes tranqueiras de meados do século passado, vai se divertir com a história escapista e exagerada, e principalmente com os efeitos práticos toscos, com o uso de miniaturas simples simulando o submarino “Tigershark”, além de outro veículo menor, um explorador submergível de águas profundas chamado “Lungfish”. E tem também a nave aquática de outro mundo, comandada por um alienígena bizarro com um único olho enorme esbugalhado. Certamente esses são os maiores destaques do filme, em meio a cenas inevitáveis e geralmente descartáveis com romances dos oficiais (especialmente de Reef com a bela Julie, interpretada por Joi Lansing), e situações arrastadas com diálogos entediantes sobre estratégias de combate e heroísmo forçado de guerra com propaganda militar. O que importa mesmo são os momentos divertidos com o submarino atômico, a nave alienígena e o monstro do espaço.

“O Submarino Atômico” serviu de inspiração para o lendário produtor Irwin Allen fazer o seu filme e poucos anos depois veio “Viagem ao Fundo do Mar” (Voyage to the Bottom of the Sea, 1961), seguido pela cultuada série de TV homônima, que teve 110 episódios entre 1964 e 1968, com o submarino “Tigershark” sendo um precursor do popular “Seaview”, numa infinidade de histórias que povoaram a imaginação de muitos fãs grudados nas telinhas.

Curiosamente, o oficial de operações Griffin é interpretado pelo ator Bob Steele, conhecido por uma infinidade de filmes de western.

(RR – 23/09/25)