Para Onde Foram Todos? (Where Have All the People Gone?, EUA, 1974)


A década de 1970 foi muito produtiva na produção de filmes com elementos de horror e ficção científica especialmente para a televisão, com muitos deles exibidos no Brasil nos saudosos tempos da TV de tubo. “Para Onde Foram Todos?” (Where Have All the People Gone?, EUA, 1974) é mais um deles com uma história pós-apocalíptica, sendo distribuído pela “NBC” (National Broadcasting Corporation), e para a sorte dos apreciadores desses filmes menores com orçamentos pequenos, está disponível no “Youtube” na versão original com legendas em português.

Foi dirigido pelo especialista na telinha John Llewellyn Moxey (1925 / 2019), o mesmo cineasta de outras preciosidades com as mesmas características de formato para TV como “Volte Ammie, Volte!” (1970), “Trama Diabólica” (1971), “A Última Criança” (1971), “Pânico e Morte na Cidade” (1972), “A Casa dos Horrores Mortais” (1974), e outros.

 

Uma família que reside em Malibu, Califórnia, numa casa à beira do mar, está em férias acampando e fazendo escavações arqueológicas no interior próximo da pequena cidade de Rainbow. Formada por Steven Anders (Peter Graves), a esposa Barbara (Jay W. Macintosh) e o casal de filhos adolescentes David (George O´Hanlon Jr.) e Deborah (Kathleen Quinlan), enquanto a mãe retorna para casa com o amigo da família Tom Clancy (Doug Chapin), os outros estão explorando cavernas. Repentinamente ocorre um imenso clarão no céu, seguido de um terremoto, e Jim Clancy (Noble Willingham), outro amigo da família e companhia na expedição, fica gravemente doente.

Eles especulam sobre o evento estranho, se algum tipo de explosão, teste, acidente ou guerra nuclear, tempestade solar, meteoro ou cometa, e sem respostas e com os aparelhos elétricos danificados, impedindo o funcionamento de seu carro, eles tentam encontrar ajuda para o amigo doente caminhando até a cidade.

No caminho o corpo de Jim desintegra em pó branco, sobrando apenas as roupas, e eles descobrem um mundo vazio, sem pessoas, com os cadáveres virando pó, com os cachorros ainda vivos, mas enlouquecidos e agressivos, enfrentando os perigos de um ambiente desolado e hostil, e encontrando poucos seres humanos iguais a eles, imunes ao cataclisma que assolou o planeta.

Na jornada de volta para casa na tentativa de reencontrar a mãe, a família cruza com pessoas desesperadas e confusas com a nova realidade do mundo, tornando-se uma ameaça adicional pela perda de humanidade devido ao medo e instinto de luta pela sobrevivência. E também encontram outras pessoas desorientadas e que se juntam a eles como Jenny (Verna Bloom), uma jovem mãe traumatizada pela morte dos filhos pequenos num ataque de cães ferozes, e o menino Michael (Michael-James Wixted), órfão recente depois que ladrões invadiram sua fazenda e mataram os pais.

 

Com duração de apenas 73 minutos, o filme foi produzido como piloto para uma série de TV que infelizmente nunca foi lançada, e perdemos a oportunidade de ver um interessante argumento de ficção científica apocalíptica com grande potencial para contar várias histórias com os sobreviventes enfrentando os desafios de um mundo devastado pela radiação solar.

No elenco, a liderança é do ator Peter Graves (1926 / 2010), um rosto conhecido nas telinhas principalmente pela série “Missão Impossível” (1967 / 1973).

O filme é simples, com pequeno orçamento, sem efeitos especiais ou ação com ritmo acelerado, apostando mais na construção de uma história dramática com um grupo de sobreviventes de um desastre global tentando se adaptar a uma nova realidade caótica.

Curiosamente, podemos identificar semelhanças com vários outros filmes com a mesma temática, como “Os Últimos Cinco” (Five, 1951), onde um grupo de cinco pessoas são os únicos sobreviventes de uma guerra atômica, ou “O Dia do Fim do Mundo” (Day the World Ended, 1955), de Roger Corman, ou ainda “Pânico no Ano Zero” (Panic in Year Zero, 1962), sobre uma família tentando sobreviver em meio ao caos de um holocausto nuclear.

 

(RR – 17/10/25)