"Eles ousaram entrar na
Caverna da Morte para explorar os segredos do inferno!”
“A Caverna do Terror” (The Unknown Terror, EUA, 1957), disponível no
Youtube, foi dirigido por Charles Marquis Warren a partir de um roteiro de Kenneth
Higgins. Com fotografia em preto e branco e metragem curta de apenas 77
minutos, é mais uma tanqueira divertida de baixo orçamento com elementos de
horror e ficção científica com humanos transformados em monstros através de
experiências de um “cientista louco” com fungos para medicamentos.
Um explorador de cavernas, Jim
Weatley (Charles Gray), desaparece misteriosamente numa região inóspita no
Caribe, num local conhecido pelos nativos como “Caverna dos Mortos”, onde eram
realizados sacrifícios humanos. Sua irmã Gina Matthews (Mala Powers) está
tentando descobrir seu paradeiro e juntamente com o marido Dan (John Howard)
organizam uma expedição de resgate. Junta-se a eles também o especialista em
cavernas Peter Morgan (Paul Richards), que no passado formou um triângulo
amoroso com Gina e Dan, e que sofre agora com uma deficiência permanente na
perna direita por causa de um acidente.
Chegando num pequeno vilarejo
com a ajuda do jovem nativo Raoul Koom (Richard Gilden), que logo depois também
desaparece misteriosamente, eles são recebidos pelo médico americano Dr. Ramsey
(Gerald Milton), envolvido em pesquisas com fungos parasitas. Ele é temido
pelos aldeões supersticiosos e se casou com a nativa Concha (May Wynn),
resgatada de um ritual de sacrifício.
Eles procuram pela “caverna do
terror”, auxiliados pelo corrupto e traiçoeiro nativo Lino (Duane Gray), e
encontram o “terror desconhecido” nas profundezas escuras de um conjunto de
cavernas habitadas por homens deformados por feridas pestilentas das experiências
bizarras do Dr. Ramsey, tendo que lutar por suas vidas contra uma ameaça na
forma de espumas gosmentas que brotam das paredes para invadir a superfície.
Esses filmes bagaceiros
antigos com elementos fantásticos sempre possuem cartazes e slogans chamativos
e exagerados para tentar atrair a atenção do público com histórias repletas de
clichês e furos, adaptadas pelos roteiristas de modo a facilitar o máximo
possível as filmagens e atender a produção com pequenos orçamentos. Em “A
Caverna do Terror” não é diferente, seguindo as características da infinidade
de similares do mesmo período. E a diversão é garantida sem muita exigência,
pelo escapismo de sempre com uma história bizarra de “cientista louco” e pelos
efeitos práticos precários dos monstros, que somente surgem em cena após quase
a metade do filme, sendo aqui homens que serviram de cobaias para as
experiências malucas do médico, transformados em criaturas horrendas cobertas
de fungos, ou seja, atores com pedaços de algodão colados no corpo, simulando deformações
e feridas pútridas. E ainda tem a invasão das “espumas de sabão” que brotam em
grande quantidade das paredes das cavernas para dominar o mundo. Bagaceiro,
hilário e divertido.
(RR
– 03/02/25)