Vírus (Carriers, EUA, 2009)



Escolher viver é a forma mais dolorosa de escolher a morte”.

Um grupo formado por quatro jovens, os irmãos Danny (Lou Taylor Pucci) e Brian (Chris Pine), e as garotas Bobby (Piper Perabo) e Kate (Emily VanCamp), tentam sobreviver em meio ao caos apocalíptico que se instalou no mundo com a disseminação de uma doença infecciosa que está dizimando a humanidade. Eles decidem viajar de carro até uma praia na esperança de encontrar algum refúgio, porém o plano esbarra no meio do caminho com a falta de gasolina e uma série de situações imprevistas que os levarão a lutar selvagemente por suas vidas.
Vírus” (Carriers, EUA, 2009) entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 05/03/10, e seu roteiro vai direto ao ponto explorando um tema apocalíptico com o planeta sendo impiedosamente devastado por um vírus incontrolável. Não é um filme de horror sangrento, com infectados devorando os vivos em cenas de ação e suspense, mas sim um drama bem construído e dolorosamente pessimista sobre o fim do mundo e a tentativa desesperada de sobrevivência de quem ainda não sucumbiu à doença. O filme é curto (apenas 84 minutos), e percebemos que algumas situações até poderiam ser melhor trabalhadas ao longo da história, mas parece que a idéia mesmo do roteiro é dar uma porrada no estômago do espectador, mostrando diretamente a civilização perecendo sob os efeitos de uma pandemia com a mensagem para abandonar todas as esperanças. Nada é mais perturbador que vermos tudo a nossa volta deserto ou morto, ou ainda pior, morrendo dolorosamente.
“Vírus” não é um filme para o público comum, que sempre espera ver histórias excessivamente explicadas ou finais felizes (no final da sessão que assisti no cinema ouvi alguém reclamando que é “chato”). Ao contrário, é um filme pessimista que mostra a desesperança de um mundo morrendo, e as dificuldades de relacionamento entre as pessoas, principalmente em situações adversas (é difícil não se sentir incomodado quando alguém infectado é abandonado para trás para enfrentar a morte, soberana e triunfante).
A “PlayArte”, empresa responsável pela distribuição do filme no Brasil, e conhecida pelos erros absurdos que comete, seja na péssima nomeação dos títulos nacionais ou nos cortes imperdoáveis, se equivocou novamente ao escolher o nome “Vírus”, pois em 1999 outro filme já havia recebido o mesmo título, um thriller de ficção científica estrelado por Donald Sutherland, Jamie Lee Curtis e William Baldwin.
Nota do Autor: Foi distribuído também no mercado de “DVD´s alternativos” com o nome de “Infectados”.

“Vírus” (Carriers, EUA, 2009) # 548 – data: 06/03/10
www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 06/03/10)