Aranhas (Spiders 3D, EUA, 2013)


As aranhas são muita exploradas como tema para filmes com elementos de ficção científica e horror, principalmente quando são transformadas em criaturas gigantes e ainda mais ameaçadoras.
Com produção americana e filmagens em Sofia, capital da Bulgária, para baratear os custos, o filme “Aranhas” (Spiders 3D) foi lançado em 2013, com o propósito de mostrar em três dimensões os ataques desses aracnídeos que geralmente povoam os pesadelos das pessoas.
É mais um daqueles típicos filmes que costumo situar dentro do cinema bagaceiro de horror do século XXI, com monstros gerados por computador e história cheia de clichês e ideias recicladas. Porém, devido essas mesmas características talvez até possa um dia no futuro ser lembrado como uma tranqueira que não agrega, mas poderia divertir, mesmo que apenas um pouco. Num paralelo com os filmes antigos bagaceiros de roteiros absurdos e efeitos toscos produzidos dezenas de anos atrás, e que agora são cultuados e garantem uma diversão hilária.
Uma chuva de meteoros atinge uma estação espacial da antiga União Soviética e destroços caem em direção à Terra, atingindo uma estação de metrô no centro da cidade de New York. Esses detritos espaciais trazem também aranhas que logo se espalham pelos túneis escuros de obras abandonadas do metrô. O controlador de tráfego Jason Cole (Patrick Muldoon, de “Tropas Estelares”) e sua esposa Rachel (Christa Campbell), que trabalha no Departamento de Saúde, tentam investigar a queda do objeto e descobrem a invasão das aranhas, que procuram hospedeiros para depositar seus ovos, crescem de tamanho descomunal e são disciplinadas para proteger a rainha, que se transforma num monstro gigantesco.
Em paralelo, uma conspiração governamental liderada pelo inescrupuloso Coronel Jenkins (William Hope), está por trás de uma obscura pesquisa com as aranhas geneticamente modificadas, para através dos estudos do cientista russo Dr. Darnoff (Pete Lee-Wilson), desenvolver uma couraça super resistente para fins miliares. Cabe então ao casal de heróis tentar evitar a proliferação das aranhas mutantes, proteger sua filha pequena Emily (Sydney Sweeney), e impedir o caos na cidade. 
A direção de “Aranhas” é do húngaro Tibor Takacs, que tem em seu currículo títulos como “984 – Prisioneiro do Futuro” (1982), “O Portão” (1987) e “MosquitoMan” (2005). A história não tem elementos muito atrativos, explorando clichês cansativos com a velha ideia de objeto que cai do espaço trazendo alguma ameaça aterradora para a humanidade, nesse caso aranhas mutantes que crescem e gostam da carne humana no cardápio. Temos o militar arrogante com propósitos obscuros, o “cientista louco” com um interesse bizarro nas aranhas, e o casal típico de heróis que tenta combater a ameaça e salvar a cidade. Tem correrias, perseguições, tiroteios, ação desenfreada, ataques, corpos despedaçados, sangue jorrado e aranhas de CGI com dois metros de comprimento, sem contar a rainha colossal que arremessa carros como se fossem bolas de tênis (e estampa o pôster promocional do filme numa jogada de marketing como sempre exagerada).
“Aranhas” diverte um pouco nas cenas violentas de confrontos, mas como filme bagaceiro de horror, ainda prefiro as tranqueiras mais antigas, com seus monstros de borracha e maquetes.    

(Juvenatrix – 10/04/20)