Os Adolescentes do Espaço (Teenagers From Outer Space, EUA, 1959, PB)


Nós somos a raça suprema. Nós temos as armas supremas.” - Capitão

O filme é de 1959, com fotografia em preto e branco, além de direção, roteiro e produção de Tom Graeff (que também atuou como um repórter investigativo). Trata-se da bagaceira “Os Adolescentes do Espaço” (Teenagers From Outer Space), lançado em DVD no Brasil pela extinta “Works” na “Sci-Fi Collection”, num mesmo disco trazendo o ultra trash “Papai Noel Conquista os Marcianos” (Santa Claus Conquers the Martians, 1964), de Nicholas Webster.

Um disco voador chega à Terra com uma expedição de alienígenas parecidos com humanos. Sua missão é testar as condições climáticas de nosso planeta para validar a criação de “gargons”, animais similares a lagostas, que crescem em tamanhos descomunais e servem de alimento para os extraterrestres. A equipe é formada pelo capitão (Robert King Moody) e outros tripulantes jovens adolescentes como Derek (David Love), Thor (Bryan Grant), Moreal (Ralph Lowe) e Saul (Bill DeLand). Eles vêm de um planeta com um governo totalitário e militar, e procuram um local adequado para a criação de seu “gado”, independente das conseqüências destrutivas causadas pelos “gargons”.
Derek não concorda com o plano maquiavélico contra a Terra e decide se rebelar fugindo dos companheiros e sendo perseguido por Thor. O jovem alienígena entra em contato com a bela Betty Morgan (Dawn Anderson), que o recebe em sua casa, surgindo um inevitável romance entre eles. Porém, além de Derek ter que lutar contra a ameaça de Thor, armado com uma pistola com um poderoso raio invisível capaz de transformar suas vítimas em esqueletos, ele terá também que impedir seus semelhantes de invadir a Terra com os terríveis monstros parecidos com lagostas gigantes.

A história é inacreditavelmente ingênua, com diálogos superficiais e eventos convenientes demais para facilitar o trabalho de roteiro. Os atores são péssimos e amadores ao extremo (as expressões faciais são sempre as mesmas, ou quando mudam, são de uma artificialidade exagerada). A tentativa de apresentar o monstro ameaçando uma cidade é hilária de tão pobre e ridícula (nada mais do que uma sombra tentando simular uma criatura gigante).
Mas, essas são exatamente as características de um filme “trash” genuíno e autêntico. E um fato evidente que se pode observar é a honestidade dos envolvidos na produção em tentar fazer um filme sério de ficção científica com elementos de suspense e horror, mas cujo resultado final é ruim, por causa da falta de recursos e principalmente pela incompetência total da equipe, desde atores até os responsáveis pelas funções técnicas.
Então, é justamente por tudo isso, pela história absurda e produção tosca, que filmes como esse “Os Adolescentes do Espaço” despertam o interesse pelo cinema fantástico bagaceiro, instigando a curiosidade dos fãs de tranqueiras antigas, e garantindo um leve e rápido entretenimento descompromissado, além de servir como registro do cinema “trash” oriundo do nostálgico período entre os anos 50 e 60 do século passado.

“Os Adolescentes do Espaço” (Teenagers From Outer Space, Estados Unidos, 1959) # 514 – data: 26/12/08
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(postado em 27/12/08)

O Planeta Pré-Histórico (Voyage to the Prehistoric Planet, EUA, 1965)

O Planeta Pré-Histórico” é uma tosqueira a cores produzida em 1965. Foi lançada em DVD no Brasil pela extinta “Works” na “Sci-Fi Collection”, num mesmo disco com “Viagem ao Planeta das Mulheres Selvagens” (Voyage to the Planet of Prehistoric Women, 1967).
Com direção e roteiro de Curtis Harrington, o filme tem a curiosidade de ter em seu elenco nomes como Basil Rathbone (astro de inúmeros filmes de horror) e Faith Domergue (do clássico "Guerra Entre Planetas", 1955), apesar que em papéis pequenos: Rathbone é o cientista Prof. Hartman, que lidera uma expedição com destino ao planeta Vênus (e que não sai do centro de comando, de onde dá suas ordens e orientações), e Domergue é a cientista e astronauta Marsha Evans, que também não sai de seu foguete, nunca se expondo ao perigo.

Ambientado em 2020, após a exploração da lua, a Terra inicia uma conquista maior do espaço com uma expedição que é formada por dois grupos de astronautas viajando em naves diferentes. De um lado (Sirius), temos os astronautas Brendan Lockhart (Vladimir Yemelyanov), Andre Ferneau (Gennadi Vernov) e Hans Walters (Georgi Zhzhyonov), e em outra nave (Vega), temos Allen Sherman (Yuri Sarantsev) e Kern (Georgi Tejkh), acompanhados por um robô chamado John (John Bix), desajeitado e pesado. Esses últimos descem à superfície do planeta Vênus para uma missão de exploração e perdem o contato com o centro de comando. Para tentar resgatá-los, a nave Sirius vai ao seu encontro, e seus tripulantes enfrentam uma série de situações tensas num ambiente desconhecido e hostil com ataques de animais pré-históricos e revolta da natureza com uma erupção vulcânica.

Diversão discreta num filme de baixo orçamento produzido há quase meio século atrás, e que curiosamente teve várias cenas aproveitadas do filme russo “Planeta das Tempestades” (Planeta Bur, 1962), de Pavel Klushantsev. Aliás, “O Planeta Pré-Histórico” recebeu uma espécie de refilmagem dois anos depois, com o acréscimo de outros eventos na história tendo como resultado o filme “Viagem ao Planeta das Mulheres Selvagens”, dirigido por Peter Bogdanovich (de “Na Mira da Morte”, 1968, com Boris Karloff) e com a musa Mamie Van Doren liderando uma tribo de belas mulheres loiras habitantes de Vênus, que se comunicam telepaticamente e planejam vingança contra os astronautas humanos que chegaram em seu planeta numa missão de exploração e matam um pássaro pré-histórico num confronto, o qual era considerado um deus para as nativas. O filme consegue ser mais tosco que seu antecessor, uma vez que a inclusão forçada e fora do contexto de mulheres semi nuas na história deixou o roteiro ainda mais bagaceiro.

“O Planeta Pré-Histórico” (Voyage to the Prehistoric Planet, Estados Unidos, 1965) # 513 – data: 28/11/08
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(postado em 28/11/08)

Morte Súbita (Rogue, EUA / Austrália, 2007)


Outro exemplo de filme dentro da temática “vingança da natureza”, sendo dessa vez novamente com a presença de um crocodilo imenso atacando os invasores de seu território. “Morte Súbita” entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 24/10/08 com direção e roteiro de Greg Mclean (do ótimo “Wolf Creek – Viagem ao Inferno”, 2005).

A história é simples: Kate Ryan (Rhada Mitchell) é a proprietária de um barco que faz turismo pelos rios de um território selvagem belíssimo na Austrália, cuja principal característica atrativa é a presença de crocodilos que podem ser observados pelos visitantes. Numa expedição rotineira estão em seu barco diversos turistas comuns e entre eles o jornalista americano Pete McKell (Michael Vartan), enviado para escrever uma matéria sobre a região. Os problemas começam a surgir quando o barco de passeio decide averiguar um pedido de socorro alertado por um sinalizador lançado ao céu, desviando-se de seu percurso normal e sendo surpreendido pelo ataque de um gigantesco crocodilo que quer estocar carne humana em seu covil, furioso pela invasão de seu território.

A bela atriz australiana Rhada Mitchell tem aparecido em vários filmes de horror como “Eclipse Mortal” (2000), “Visitors” (2003) e “Terror em Silent Hill” (2006). E as imagens da fascinante paisagem selvagem que serve de atração turística é um verdadeiro colírio para os olhos num show de beleza da natureza. Porém, parece que os pontos positivos param por aí, pois a história do crocodilo em busca de vingança é exagerada demais na exploração de clichês cansativos. Pouco sangue, pouca violência, poucas cenas de tensão, muita previsibilidade, inverossimilhança e falta de ousadia, com um desfecho óbvio e improvável. É lamentável constatar que mais um outro cineasta talentoso como o australiano Greg Mclean (assim como o francês Alexandre Aja em “Espelhos do Medo”, e os irmãos orientais Oxide Pang Chun e Danny Pang em “Os Mensageiros”, entre outros exemplos), tenha também se submetido ao cinema comercial americano e feito apenas mais um filme comum.

“Morte Súbita” (Rogue, Estados Unidos / Austrália, 2007) # 512 – data: 07/11/08
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(postado em 07/11/08)

James West (The Wild Wild West, Estados Unidos, 1965 / 1969)


James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Spanish Curse” – episódio 14, temporada 4 (1969). 
O agente secreto do governo americano James West (Robert Conrad), sempre com respaldo do Presidente General Ulysses S. Grant, é enviado até a fronteira com o México para investigar misteriosos assaltos e roubos de banco efetuados por homens vestindo armaduras sob o comando do lendário tirano espanhol Cortez (interpretado por Thayer David), conhecido pela fama de conquistador violento de terras no passado da América. Auxiliado pelo comparsa Artemus Gordon (o polonês Ross Martin), especialista em disfarces, eles se aventuram no interior de uma montanha que abriga um vulcão adormecido para tentarem descobrir a tal “maldição espanhola” do título, que impõe medo a um pequeno povoado localizado próximo. Divertido episódio onde não falta a tradicional premissa de “mistério” que permeia toda a série e os famosos “brinquedinhos” que os detetives tanto utilizam em suas missões, como pequenas bombas de grande poder de destruição e armas pouco convencionais dos mais variados tipos e funções, num toque meio futurista para uma ambientação no oeste selvagem americano do século XIX.

James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Sabatini Death” – episódio 17, temporada 4 (1969).
James West é convocado para um encontro com um famoso criminoso doente e à beira da morte (O Sabatini do título, interpretado por Ted de Corsia), que lhe propõe uma troca de favores: ele forneceria informações para o agente secreto do governo americano poder capturar um bandido procurado há muito tempo e em troca quer que James West proteja uma moça, Sylvia Nolan (Jill Townsend). Ele aceita a proposta e parte para uma cidade que esconde um misterioso segredo sobre uma fortuna em dinheiro roubado, procurado por muitas pessoas. Artemus Gordon não participa dessa vez, pois estava afastado da produção por causa de um ataque cardíaco (e sua ausência inevitavelmente diminui o interesse pela história), dando seu lugar para um outro agente, Ned Brown (Alan Hale), que fez sua única participação na série. Esse episódio apresenta uma história típica de detetive, com todos os elementos característicos desse gênero, com James West investigando um misterioso caso envolvendo o criminoso Sabatini e uma grande soma em dinheiro roubado, cuidadosamente escondida.

James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Janus” – episódio 18, temporada 4 (1969). 
Um agente secreto do governo numa missão de investigação sobre a fabricação de dinheiro duplicado, é assassinado por um traidor e James West é convocado para descobrir o que aconteceu. A única pista que consegue é uma partitura musical que teria uma mensagem a ser codificada. Com o auxílio de Jeremy Pike (Charles Aidman), também mestre em disfarces, eles investigam a casa da moeda, local fortemente protegido e que fica num complexo onde também existem salas para o treinamento de agentes do governo. Outra divertida história de detetive, onde o roteiro tentar manipular o espectador durante todo o tempo, incitando-nos a descobrir a identidade do criminoso entre uma lista de suspeitos. Curiosamente, Artemus Gordon não participa desse episódio, sendo substituído por Jeremy Pike, outro agente que participou em 4 episódios da série fazendo o papel de companheiro de investigação de James West. Aqui também temos a presença de Anthony Eisley, um rosto conhecido em várias séries de TV da época como “Os Invasores” e filmes bagaceiros de FC como “Os Monstros da Noite” (The Navy Vs. The Night Monsters, 1966).

James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Diva” – episódio 20, temporada 4 (1969). 
A famosa cantora italiana de ópera Rosa Montebello (Patrice Munsel), sobrinha do Ministro da Itália e jovem bela, porém arrogante ao extremo, sempre reclamando de tudo e todos, está realizando uma turnê pelos Estados Unidos, e o Presidente Grant solicitou para Artemus Gordon acompanhá-la, obrigando-o a ouvir suas lamúrias e críticas. Depois de uma tentativa de seqüestro da cantora em uma de suas apresentações, o agente secreto do governo americano James West é também convocado para investigar o ocorrido, encontrando relações misteriosas entre a tentativa de seqüestro e o desaparecimento de outras cantoras de ópera no mesmo local. Nesse episódio temos o retorno de Artemus Gordon, após a licença de Ross Martin por três meses devido a problemas de saúde. E ele retorna com seus disfarces sensacionais, fazendo aqui um nobre arrogante de um fictício país do leste europeu. Mantendo a característica da série, “The Night of the Diva” é outra história de detetive com a dupla de agentes secretos tentando desvendar o mistério que envolve um teatro de ópera em New Orleans.

James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Pistoleros” – episódio 19, temporada 4 (1969). 
Um grupo de criminosos mexicanos (conhecidos como “Os Pistoleiros”) está aterrorizando a fronteira com os Estados Unidos, intimidando uma equipe do exército americano sitiada num forte próximo, liderada pelo Coronel Roper (Edward Binns) e seu subalterno o Tenente Murray (Robert Pine). Eles estão querendo provocar uma guerra com objetivos políticos para um misterioso líder revolucionário mexicano. Os agentes federais James West e Artemus Gordon são então convocados pelo Presidente Grant para intervir e controlar a situação tensa. Episódio com temática de conspiração política, com muita ação, tiroteios, assassinatos e que apresenta duas curiosidades interessantes: a presença de Robert Pine, ainda jovem, e que depois seria um rosto conhecido por sua participação na série televisiva “CHiPs” (1977-83), sobre o cotidiano de policiais rodoviários, como o Sargento Joseph Getraer, e exaustivamente exibida no Brasil, além da incursão de um elemento fantástico na trama (aliás, algo sempre presente em toda a série, e motivo de torná-la tão especial), que seria as ações de um cientista cirurgião, Dr. Winterich (William O´Connell), com habilidades incomuns para a criação de sósias.

James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Cossacks” – episódio 22, temporada 4 (1969). 
A família real de um país fictício europeu, Karovnia, está visitando os Estados Unidos, com destino à cidade de New Petersburg, onde um rico compatriota, Petrovsky (Oscar Beregi Jr.), possui uma fazenda nos arredores. Formada pelo Príncipe Gregor (Guy Stockwell), sua irmã Princesa Linna (Jennifer Douglas) e sua tia Duquesa Sophia (Nina Foch), eles estão visitando a América com o suposto propósito de um safári com os búfalos locais, mas o objetivo mesmo é o de recuperarem uma antiga e sagrada estátua, deixada numa igreja no passado por imigrantes de seu país, a qual seria utilizada como instrumento para reunir novamente o povo e instaurar a paz em Karovnia, que está enfrentando uma guerra civil após o assassinato de seu líder pelo Conde Balkovitch (John Van Dreelen), que também veio aos EUA junto de seus comparsas à procura da estátua. James West e Artemus Gordon são enviados pelo governo anfitrião para escoltar e proteger a família real estrangeira e acabam interferindo também na disputa de poder entre eles. Novamente um episódio divertido de conspiração política envolvendo um país fictício europeu, ambientado no oeste selvagem americano, e ainda bem que o destemido e sempre presente agente secreto James West está por perto para trazer soluções para os momentos de crise...

James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Deadly Bubble” – episódio 22, temporada 2 (1967). 
Um cientista, Prof. McClennon (Nelson Welch), envia uma mensagem para o governo solicitando a presença de James West e Artemus Gordon, indicando ser um assunto de segurança nacional. Ele menciona algo envolvendo a misteriosa ação das marés que causam inundações nas cidades litorâneas, porém é assassinado antes de revelar o resultado de seus estudos. A dupla de agentes secretos passa então a investigar o caso, entrando em contato com a cientista Abigail J. Pringle (Judy Lang), colaboradora do Prof. McClennon, e com um homem rico e excêntrico, Capitão Horatio Philo (Alfred Ryder), que mora num castelo no alto de um penhasco à beira do mar, e que revela ser um admirador dos oceanos e de tudo que eles representam. Episódio com foco numa divertida história de “cientista louco”, onde o abnegado homem da ciência não mede esforços para colocar em prática um plano maquiavélico de vingança contra a humanidade por causa da destruição e poluição crescente dos mares, com direito a todos os elementos típicos desse subgênero como um laboratório subterrâneo repleto de máquinas e equipamentos científicos, um ajudante manco e corcunda, Felix (Lou Krugman), e todos aqueles discursos com palavras bem escolhidas para justiçar suas ações. Alfred Ryder é um rosto conhecido por diversas participações em séries de TV dos anos 60 como “Os Invasores”, “Viagem ao Fundo do Mar” e “Missão: Impossível”, geralmente fazendo o papel de vilão.

James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Brain” – episódio 21, temporada 2 (1967). 
James West e Artemus Gordon estão recebendo jornais com informações prévias sobre a morte de amigos como o mágico Americ (Phil Arnold) e o Coronel Royce Arnett (John Warburton), descobrindo que na verdade estão sendo manipulados como marionetes por um homem excêntrico e inteligente estrategista, Braine (Edward Andrews, em ótima e exagerada interpretação), que utiliza uma sofisticada engenhoca como cadeira motorizada e que tem o objetivo de substituir os principais líderes do mundo por pessoas de sua confiança utilizando máscaras perfeitas, criadas pela bela Voulee (Brioni Farrell). Outro episódio de “cientista louco”, com Braine sendo um maluco que quer dominar o mundo com o pretexto clichê de eliminar as guerras e violência urbana que tem instaurado o caos na humanidade, não hesitando em usar a força para isso. Ele tem grande interesse em James West, para convencê-lo a participar de sua causa liderando sua equipe, e também obter algumas informações secretas sobre a segurança da Casa Branca, e mais especificamente a sala de conferências onde os governantes da Espanha, Inglaterra, França e Rússia, juntamente com o Presidente americano Grant, discutem os rumos políticos do planeta. Mais uma diversão garantida, desde que desconsideremos os absurdos habituais do roteiro, como a existência de uma caverna cheia de túneis, ao lado da subterrânea sala de conferências da Casa Branca, onde Braine se instalou para executar seu plano maquiavélico.

James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Tartar” – episódio 19, temporada 2 (1967). 
O Presidente Grant envia uma carta para a dupla de agentes James West e Artemus Gordon informando sua nova missão: escoltar um prisioneiro russo, Feodor Rimsky (Andre Phillippe), numa viagem de navio até Vladivostok (Rússia), para trocá-lo por um prisioneiro americano, o diplomata Millard Boyer (Martin Blaine), que está mantido preso pelo Conde Nikolai Sazanov (John Astin) e seu ajudante Kuprin (Malachi Throne). Porém, as negociações são ofuscadas por um mistério envolvendo o desaparecimento de cinco milhões de dólares. Episódio abordando o tema de conspiração internacional, de interesse menor, principalmente pela ausência de elementos fantásticos, que são realmente o grande charme da série. Porém, em contrapartida, o episódio tem a curiosidade da presença de dois atores muito conhecidos pelos fãs da telinha: John Astin foi o patriarca Gomez Addams na divertida série de humor negro “A Família Addams” (1964/66), e Malachi Throne foi coadjuvante com participação regular em muitas séries na década de 1960 como “Star Trek”, “Perdidos no Espaço”, “O Túnel do Tempo”, “Viagem ao Fundo do Mar” e “Terra de Gigantes”, entre outras.

James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Bogus Bandits” – episódio 28, temporada 2 (1967).
Uma quadrilha de assaltantes de banco está atuando com sucesso em várias cidades, sempre utilizando métodos diferenciados e inteligentes nas ações, despertando a atenção da dupla de agentes do governo James West e Artemus Gordon, que seguem a única pista que encontram, ou seja, duas notas queimadas de cem dólares. A investigação os leva até o Prof. Miguelito Loveless (Michael Dunn), um anão de inteligência incomum que montou um centro de treinamento de bandidos e que pretende colocar em prática um tipo de revolução que lhe daria poder para governar os Estados Unidos. Miguelito Loveless é um dos vilões que mais apareceram na série, participando de um total de 10 episódios, sempre arquitetando planos maquiavélicos para conquistar poder, sempre confrontando James West como seu principal inimigo, e sempre conseguindo a façanha de escapar de seus perseguidores para continuar sua carreira criminosa. Todos os episódios envolvendo esse personagem são muito divertidos e memoráveis, onde não faltam aqueles diálogos cheios aristocráticos repletos de ironia e jogos psicológicos com suas vítimas. O anão Michael Dunn faleceu em 1973, aos 39 anos de idade, e pouco antes de morrer participou do filme de horror “Estranhas Mutações” (The Mutations, 1974), de Jack Cardiff e com Donald Pleasence, numa história situada nos divertidos subgêneros “cientista louco” e “homem transformado em monstro”.

James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Firebrand” – episódio 02, temporada 3 (1967). 
James West recebe a missão de investigar as ações de um perigoso bandido, Sean O´Reilley (Pernell Roberts), que invadiu um forte do exército e lidera um grupo de contrabandistas de armas para apoiar uma revolução no Canadá, planejada pelo vilão Andre Durain (Paul Lambert) e seu comparsa caolho Briscoe (Russ McCubbin). O agente do governo americano recebe o auxílio do companheiro Artemus Gordon, devidamente infiltrado e disfarçado, e juntos eles tentam impedir o golpe armado e recuperar o armamento para o forte antes de ser atacado pelos índios selvagens da região. Pernell Roberts teve participação fixa na longa série de TV de western “Bonanza” (1959/1973) como Adam, o irmão mais velho da família Cartwright. Como uma característica sempre presente na série é a introdução de uma bela mulher na história, dessa vez o papel ficou para Lana Wood, que interpretou Sheila O´Shaugnessy, uma jovem e imatura estudante com ideais libertários, sobrinha de um senador americano que se juntou à O´Reilley por uma suposta causa revolucionária.

James West (The Wild Wild West, EUA, 1965/69) – “The Night of the Wolf” – episódio 27, temporada 2 (1967). 
O Rei Stephan IX (John Marley) é o herdeiro do trono de um país fictício europeu, após o assassinato de seu irmão. Ele vive como um camponês exilado nos Estados Unidos, depois de ser deserdado pela família real, mas agora terá que ser coroado líder de seu país, e sua filha Leandra Novokolik (Lorri Scott), deverá ser a princesa. Porém, um vilão opositor, Talamantes (Joseph Campanella), que utiliza um estranho e misterioso soro capaz de controlar pessoas e animais como lobos selvagens, quer assumir o poder manipulando seu novo líder. A dupla de agentes James West e Artemus Gordon, enviados pelo Presidente Grant, tem a missão de intervir e garantir a posse do reino sem a interferência de Talamantes. Outro episódio tendo como tema do roteiro a disputa política pelo poder de um país fictício na Europa, um assunto recorrente na série. Tem também a curiosidade de abordar a licantropia, utilizando como elemento fantástico o controle hipnótico do vilão em suas vítimas, tanto animais como pessoas, que estariam submetidas a sua vontade, como escravos manipulados. Tem interessantes filmagens noturnas em meio à escuridão fantasmagórica da floresta e aos uivos ameaçadores de lobos, dando uma atmosfera de horror à história. Joseph Campanella e John Marley são atores lembrados por várias participações em séries de TV do passado.

“James West” (The Wild Wild West, Estados Unidos, 1965 / 1969) # 512 – data: 27/08/08
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Mundos Que Se Chocam (Killers From Space, EUA, 1954, PB)

Mundos Que Se Chocam” (Killers From Space, 1954) é outra tranqueira de ficção científica dos anos 50 do século passado, lançada em DVD pela extinta “Works” junto com “Fantasma do Espaço” (1953). Em comum com esse filme, temos os mesmos diretor W. Lee Wilder, roteirista William Raynor e autor da história, Myles Wilder. Também com fotografia em preto e branco e um pouco menos bagaceiro num contexto geral, que seu antecessor.

Um cientista e piloto de avião, Dr. Douglas Martin (Peter Graves), participa de um teste de lançamento de uma bomba atômica, mas seu avião sofre um misterioso acidente e o companheiro de vôo morre na queda. Ele, porém, após dado como desaparecido, surge de forma estranha e com um lapso de memória. Uma vez hipnotizado, ele revela que foi retirado dos escombros por alienígenas que fizeram uma cirurgia em seu coração e que tinham como objetivo manipulá-lo para obter informações secretas dos testes de bombas para auxiliá-los num plano maquiavélico de invasão do planeta, utilizando insetos mutantes gigantescos e carnívoros para devastar a humanidade (seu planeta natal estava morrendo e eles precisavam de um outro mundo para viver). Cabe a sua bela esposa Ellen (Barbara Bestar), ao Coronel Banks (James Seay), ao agente do FBI Briggs (Steve Pendleton) e ao cientista Dr. Curt Kruger (Frank Gerstel), a função de entender o que está acontecendo e tentar ajudá-lo, evitando o sucesso do plano dos alienígenas hostis.

Peter Graves (aqui ainda jovem) é mais conhecido por sua participação fixa na série de TV “Missão: Impossível” (1967/73). O roteiro investe numa analogia da paranóia de invasão comunista, tema muito recorrente na época da guerra fria, principalmente após a Segunda Guerra Mundial. Os alienígenas poderiam servir como uma referência de espionagem nos Estados Unidos e uma ameaça incômoda na ideia de uma invasão. Os efeitos são toscos e hilários, tendo seu ápice nos alienígenas de olhos esbugalhados (literalmente duas bolas de ping-pong colocadas nas órbitas), nas imagens de suas cidades (maquetes bagaceiras), no laboratório no interior de uma caverna, e nos insetos gigantes criados para atacar a Terra.

Mundos Que Se Chocam” (Killers From Space, Estados Unidos, 1954) # 511 – data: 26/08/08
(postado em 26/08/08)

Fantasma do Espaço (Phantom From Space, EUA, 1953, PB)

Fantasma do Espaço” (Phantom From Space, 1953) é uma bagaceira de ficção científica em preto em branco produzida na nostálgica década de 1950. Lançada em DVD por aqui pela extinta “Works” em sua “Sci-Fi Collection”, num mesmo disco com “Mundos Que Se Chocam” (Killers From Space, 1954). O filme foi dirigido por W. Lee Wilder, irmão do conhecido cineasta Billy Wilder, com roteiro de William Raynor inspirado numa história de Myles Wilder, filho do diretor, e tem um elenco inexpressivo, com nomes como Harry Landers e Noreen Nash.

Um O.V.N.I. é perseguido pelos militares americanos e cai em Santa Monica. Seu ocupante sobrevive (Dick Sands) e vestindo uma roupa inusitada, um traje espacial com um capacete parecido com um escafandro de mergulho, ele anda sem rumo deixando um rastro de mortos pelo caminho, sendo perseguido pela polícia e chamado de “fantasma” por causa de sua invisibilidade, segundo a descrição de testemunhas que indicaram não ver ninguém por trás do capacete com antenas. Um policial, Tenente Bowers (Harry Landers), se encarrega das investigações, tendo que proteger também a mocinha Barbara Randall (Noreen Nash), que conseguiu contato com o alienígena e é auxiliar do cientista Dr. Wyatt (Rudolph Anders).

Filme “Z”, curto (só 73 minutos), com história óbvia e interpretações fuleiras. A pobreza de recursos é tamanha que nem um simples disco voador tosco foi mostrado, com os produtores preferindo utilizar um efeito medíocre de luz. A presença de um narrador parece estranha e desnecessária, e o capacete espacial do alienígena, de importância fundamental para sua respiração, é no mínimo incomum. Curiosamente, o ator alemão Rudolph Anders participou de outras bagaceiras de horror e FC como “The Snow Creature” (54), “She Demons” (58), e “Frankenstein 1970” (58). O filme até diverte um pouco justamente pela ruindade em geral e não proposital, mas não significa nada e sua lembrança é descartada logo após a indicação do fim da projeção.

Fantasma do Espaço” (Phantom From Space, Estados Unidos, 1953) # 510 – data: 25/08/08
(postado em 25/08/08)

Star Wars: The Clone Wars (EUA, 2008)

Animação que entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 15/08/08, ambientada no universo ficcional da cultuada franquia “Star Wars”, narrando eventos acontecidos no período de tempo entre os filmes “Ataque dos Clones” e “A Vingança dos Sith”, ou seja, com Anakin Skywalker (voz de Matt Lanter) sendo um Cavalheiro Jedi ainda lutando a favor da República contra os separatistas do Império, antes de se converter para o lado negro da força e se transformar no temível Darth Vader. Ele recebe a orientação de treinar a jovem padawan Ahsoka Tano (voz de Ashley Eckstein), e juntos partem numa missão de localizar o filho sequestrado do perigoso gangster Jabba the Hutt, cujo resgate com sucesso teria importante conotação estratégica para os rumos da guerra, numa aliança política com o criminoso que controla rotas importantes de navegação. 
Participam também da história os mestres Jedi Mace Windu (voz de Samuel L. Jackson), Yoda (voz de Tom Kane) e Obi-Wan Kenobi (voz de James Arnold Taylor), a diplomata e senadora da República Padmé Amidala (voz de Catherine Taber), além dos vilões Conde Dooku (voz do veterano Christopher Lee) e Asajj Ventress (voz de Nika Futterman). 

Diversão garantida com muita ação, cenas de batalhas entre clones da República e androides do Império, tiroteios, perseguições, lutas com sabres de luz e todos os elementos característicos e sempre presentes na saga “Star Wars”.

“Star Wars: The Clone Wars” (Estados Unidos, 2008) # 509 – data: 16/08/08
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(postado em 16/08/08)

Encarnação do Demônio (Brasil, 2008)


Terceiro filme da trilogia do personagem “Zé do Caixão”, de José Mojica Marins, filmado 40 anos depois de “Esta Noite Encarnarei em Teu Cadáver” (1968), seqüência de “À Meia-Noite Levarei Sua Alma” (1963). 

Zé do Caixão está preso e finalmente é libertado. Uma vez nas ruas, ele continua seu projeto obsessivo em busca de uma mulher ideal para gerar o filho perfeito que continuaria seu sangue e existência. Porém, em seu caminho ele encontra desafetos e perseguidores que recebem as piores torturas e mortes violentas. 

Filmaço nacional, ousado e repleto de cenas de extremo horror, com direito a baratas, ratos e aranhas verdadeiras, banhos de sangue, ganchos rasgando a carne, boca costurada, pele arrancada, dilacerações, necrofilia, canibalismo, etc. É o retorno do personagem maldito “Zé do Caixão” em grande estilo. 
Curiosamente, fui o único espectador numa sessão exclusiva no dia 11/08/08 às 17:55 horas no Cinemark do Shopping SP Market. Por um lado, foi uma honra para mim ter a enorme sala ao meu dispor assistindo “Encarnação do Demônio”, por outro lado é um fato lamentável o público não prestigiar tal significativo evento: um filme nacional de alto nível para atormentar o mundo e divulgar o Brasil no cenário internacional do cinema de horror.

“Encarnação do Demônio” (Brasil, 2008) # 508 – data: 11/08/08
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(postado em 11/08/08)

Nightmares and Dreamscapes: From the Stories of Stephen King (EUA / Austrália, 2006)

Battleground (episódio 1 / 60 min.)
Mini série de TV baseada em histórias de Stephen King. O episódio “Battleground” tem roteiro de Richard Christian Matheson, filho do grande Richard Matheson, veterano especialista em contos de horror e FC. O conceituado ator William Hurt é o assassino profissional Jason Renshaw, que após matar um bem sucedido fabricante de misteriosos brinquedos, recebe um pacote em seu apartamento contendo uma equipe do exército em miniatura, com soldados, armas e helicópteros. O aparentemente inofensivo brinquedo torna-se um instrumento de vingança numa batalha sangrenta no apartamento do assassino. Ótima história, efeitos especiais caprichados e atuação marcante de William Hurt, que não diz uma única palavra. Uma hora de diversão garantida.

Crouch End (episódio 2 / 60 min.)
Um jovem casal americano recém casado, Lonnie Freeman (Eion Bailey) e Doris (Claire Forlani), viajam em lua de mel para Londres, Inglaterra. Uma vez lá, o homem, um advogado bem sucedido, recebe um convite para um jantar de negócios. Ao se dirigirem ao destino, ele e sua esposa vão parar num subúrbio misterioso e obscuro chamado “Crouch End”, onde dimensões paralelas habitadas por criaturas bizarras se misturam o tempo todo, causando grande confusão. Nesse episódio da mini série de TV “Nightmares and Dreamscapes: From the Stories of Stephen King”, percebe-se claramente a influência e homenagem de King ao mestre igualmente cultuado H. P. Lovecraft, o criador dos “Mitos de Cthulhu” e de toda uma horda de seres indizíveis e imemoriais.

Umney´s Last Case (episódio 3 / 60 min.)
Um detetive particular nas Los Angeles de 1938 (William H. Macy) é um homem sedutor, admirado pelas mulheres e bem sucedido nos casos em que é contratado para a investigação. Porém, repentinamente, ele acorda um dia e as coisas a sua volta estão alteradas, principalmente depois que encontra um misterioso escritor parecido com ele fisicamente e que informa que sua vida é apenas uma ficção. O escritor busca uma fuga de sua realidade, após a morte trágica e prematura de seu filho pequeno e a conseqüente crise no relacionamento com a esposa. Esse é um episódio menos interessante e o destaque fica por conta da ótima interpretação dupla de William H. Macy, outro ator renomado que contribuiu para a série com seu talento.

The End of the Whole Mess (episódio 4 / 60 min.)
Um cineasta, Howard Fornoy (Ron Livingston), está fazendo um último e derradeiro documentário, onde conta a história de seu irmão Robert (Henry Thomas, eternamente lembrado como o garotinho Elliott de “ET – O Extraterrestre”, 1982), que sempre teve uma inteligência muito acima da média. Porém, numa das invenções dele, com o objetivo de eliminar a violência cada vez mais crescente no mundo, não imaginou um efeito colateral com conseqüências apocalípticas. Outro episódio de interesse menor, principalmente por causa do tema clichê (a disseminação de uma epidemia sem controle) e algumas situações exageradas (como a forma escolhida para colocar em prática a invenção que eliminaria a violência urbana e daria um fim às guerras).

The Road Virus Heads North (episódio 5 / 60 min.)
Richard Kinnell (Tom Berenger) é um famoso escritor de livros de horror, que após participar de uma convenção e fazer um exame médico preliminar, descobre a possibilidade de um problema sério no resultado. Abalado com a notícia, as coisas pioram progressivamente depois que ele compra um misterioso quadro com uma pintura bizarra, de autoria de um homem que se suicidou. A partir daí, o escritor passa a ser atormentado por visões de um assassino, enquanto não consegue se livrar do quadro, cuja ilustração muda-se constantemente. Tom Berenger é um grande ator, mas não foi capaz de conseguir despertar o interesse nessa história fraca de Stephen King, resultando em outro episódio comum e esquecível da série.

“Nightmares and Dreamscapes: From the Stories of Stephen King” (Estados Unidos / Austrália, 2006) # 507 – data: 02/08/08
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Devil´s Den (EUA, 2006)

Depois da seqüência do bar dos vampiros, com uma carnificina de grandes proporções, em “Um Drink no Inferno” (From Dusk Till Dawn, 1996), de Robert Rodriguez, vários filmes posteriores se utilizaram dessa ideia, como por exemplo “Devil´s Den” (2006), que tem como única curiosidade que merece citação a presença de Ken Foree, eternamente lembrado por “Despertar dos Mortos” (1978), de George Romero. 
No mais, é uma grande besteira e perda de tempo, onde um grupo formado por uma assassina profissional (Kelly Hu), um estranho caçador de monstros (Foree) e um babaca que distribui pílulas alucinógenas em festas (Devon Sawa), tenta sobreviver lutando contra uma horda de dançarinas canibais deformadas, após entrarem numa boate no meio do nada.

“Devil´s Den” (Estados Unidos, 2006) # 506 – data: 01/08/08
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Km 31 (México / Espanha, 2006)

Outro filme sobre fantasmas perturbados, uma temática muita utilizada principalmente pelo cinema oriental. “Km 31” é uma co-produção entre México e Espanha, baseada em fatos reais. 

No Km 31 de uma estrada, acidentes e supostos atropelamentos sempre acontecem de forma misteriosa, envolvendo a aparição sinistra de um menino. Depois que uma moça se envolve violentamente num acidente e é hospitalizada em coma, sua irmã gêmea que tem uma ligação psíquica com ela, passa a sentir seu desespero na procura de uma solução para um mistério histórico. 

Tem um clima pesado de suspense que procura prender a atenção do espectador, porém a história exagera na fantasia, investindo em situações inverossímeis que desviam boa parte do interesse.

“Km 31” (México / Espanha, 2006) # 505 – data: 31/07/08
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Cativeiro (Captivity, EUA / Rússia, 2007)

Com direção do inglês Roland Joffé, “Cativeiro” (Captivity) é apenas mais um thriller comum e com ausência de ousadia. 

Uma bela modelo é seqüestrada e acorda num cativeiro, onde encontra um homem aparentemente em situação similar. Ambos são mantidos e observados por um homem misterioso. As condições adversas aproximam o casal para um envolvimento amoroso, culminado numa reviravolta no desfecho. 

Filme passageiro e facilmente esquecível.

“Cativeiro” (Captivity, Estados Unidos / Rússia, 2007) # 504 – data: 30/07/08
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Morra ou Diga Sim (Say Yes / Sae-yi Yaeseu, Coréia do Sul, 2001)



Mais um bom exemplo do cinema de horror oriental. 

Um psicopata urbano decide perseguir um jovem casal em férias numa cidade à beira do mar. 

O filme faz questão de apresentar o casal de forma a criar uma inevitável identificação e empatia com o espectador, fazendo-nos sentir o tormento enfrentado por eles. Os momentos finais são perturbadores e memoráveis. Recomendável.

“Morra ou Diga Sim” (Say Yes / Sae-yi Yaeseu, Coréia do Sul, 2001) # 503 – data: 29/07/08
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Por Trás da Máscara - O Surgimento de Leslie Vernon (Behind the Mask: The Rise of Leslie Vernon, EUA, 2006)

Outro filme que brinca com os clichês e convenções já banalizadas do cinema “slasher”, servindo às vezes de paródia do gênero e às vezes como uma espécie de homenagem. 

Uma equipe de TV filma os bastidores das ações, estratégias e planejamentos de um psicopata mascarado em ascensão. 

Curiosamente, tem as participações de Robert Englund (o eterno “Freddy Krueger” da franquia “A Hora do Pesadelo”) e Zelda Rubinstein (a sensitiva de “Poltergeist”).

“Por Trás da Máscara - O Surgimento de Leslie Vernon” (Behind the Mask: The Rise of Leslie Vernon, Estados Unidos, 2006) # 502 – data: 28/07/08
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Halloween (Halloween, EUA, 2007)

O novo “Halloween”, de Rob Zombie, é um filme totalmente diferente do original de John Carpenter (1978), que investia mais no clima de suspense. Nessa nova versão, tem mais mortes e mais violentas, e ao especular sobre a infância de Michael Myers ele deixou de ser aquele psicopata que matava por instinto e sem explicações sobre seu passado. Acho que Rob Zombie banalizou o personagem... 
As únicas coisas memoráveis e dignas de nota são: a presença da bela esposa do diretor (Sheri Moon Zombie) no papel da Sra. Myers, o excesso de palavras de baixo calão e cenas de putaria, numa ousadia bem vinda do diretor (fazia tempo que não ouvia tantas vezes a palavra “fuck” num filme), e o elenco repleto de atores veteranos e com participação importante no cinema fantástico como Malcolm McDowell, Brad Dourif, Udo Kier, William Forsythe, Danny Trejo, Ken Foree e Dee Wallace Stone.

“Halloween” (Estados Unidos, 2007) # 501 – data: 13/07/08
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Viagem ao Centro da Terra – O Filme (Journey to the Center of the Earth, EUA, 2008)

Viagem ao Centro da Terra” (versão 2008) não correspondeu às expectativas nem metade do que esperava. O filme tinha que ter uma duração maior e não apenas a metragem tradicional de uma hora e meia. O clássico de 1959, de Henry Levin e com James Mason, com mais de 2 horas, é muito mais divertido, mesmo sem efeitos especiais modernos. E por que a “PlayArte” (que é especialista na escolha de péssimos títulos nacionais) colocou o subtítulo “O Filme”? A resposta é simples: Incompetência.

“Viagem ao Centro da Terra” (Journey to the Center of the Earth, Estados Unidos, 2008) # 500 – data: 12/07/08
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Corvos (Kaw, EUA, 2007)

Apenas mais um filme comum de diversão questionável e passageira, abordando a temática da “revolta da natureza contra a humanidade”, a qual teve seu ápice com o clássico de Alfred Hitchcock “Os Pássaros” (The Birds, 1963). 

Em “Corvos”, uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos é invadida por uma revoada de corvos que se unem e agem de forma inteligente para atacar violentamente as pessoas. O xerife local, Wayne (Sean Patrick Flanery), está à frente de um grupo de habitantes que tentam sobreviver ao ataque dos pássaros. 

Curiosamente, o agora veterano Rod Taylor, do clássico “A Máquina do Tempo” (1960), e que também foi o protagonista de “Os Pássaros”, foi convidado a sair da aposentadoria e participou de “Corvos” fazendo o papel coadjuvante de um médico.

“Corvos” (Kaw, Estados Unidos, 2007) # 499 – data: 07/07/08
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A Fera Assassina (Big Bad Wolf, EUA, 2006)

Filme de lobisomem que homenageia claramente o clássico “Um Lobisomem Americano em Londres” (1981), de John Landis, e que tenta inserir novas situações à mitologia tradicional da licantropia no cinema, com resultados questionáveis e reações diferentes entre os apreciadores do estilo.

Particularmente, não gostei das piadas idiotas, dos adolescentes fúteis (ainda bem que morreram de forma dolorosa) e do fato do monstro falar com suas vítimas, apesar do uso constante de ironias e deboche contra suas presas vulneráveis. Mas, por outro lado, vale ressaltar a ousadia do diretor Lance W. Dreesen nas cenas fortes de violência, com sangue em demasia, tripas, desmembramentos, castração e diversas atrocidades exibidas à vontade. 

O filme preferiu explorar mais o lado humano (com as piadas e falas do predador) do que o lado animal na condição de uma fera irracional na mutação entre o homem e o lobo, e essa escolha pode influenciar na apreciação final do espectador. Em resumo, para mim esse fato foi negativo, mas houve a compensação com a enxurrada de sangue e vísceras. O final, convencional e óbvio, permite um gancho para continuação.

Lançado em DVD no Brasil como “A Fera Assassina”.

“Big Bad Wolf” (Estados Unidos, 2006) # 498 – data: 15/06/08
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Fim dos Tempos (The Happening, EUA / Índia, 2008)

Estreando nos cinemas brasileiros em 13/06/08, o cineasta indiano radicado nos Estados Unidos M. Night Shyamalan (especialista em filmes do gênero fantástico) nos brinda novamente com uma história intrigante. 

Estrelado por Mark Wahlberg (que é apenas um ator esforçado, mas nitidamente deficiente no ofício), acompanhado da bela morena de olhos azuis Zooey Deschanel, o filme mostra como um fenômeno natural pode levar a humanidade a pensar no “fim dos tempos”, como sugere o título nacional. E mostra também o poder da natureza em revolta contra a raça predominante do planeta, que progressivamente tem causado a sua destruição. 

O mais interessante é justamente acompanhar o drama dos protagonistas tentando sobreviver contra a ameaça de algo completamente estranho e misterioso, não sabendo como agir e nem para onde ir, num desconforto realmente perturbador.

“Fim dos Tempos” (The Happening, Estados Unidos / Índia, 2008) # 497 – data: 14/06/08
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O Orfanato (El Orfanato, Espanha / México, 2007)

Ótimo filme sobre fantasmas perturbados, com ambientação num casarão antigo, que serviu de orfanato no passado e que guarda um terrível e misterioso segredo oculto há décadas. 

Remete-nos diretamente para um outro excelente filme de casa assombrada, “Os Outros” (The Others, 2001), com a bela Nicole Kidman. Sem a exposição de sangue, e apenas explorando um horror psicológico, o filme é envolvente e prende a atenção do espectador à espera angustiante do desfecho.

“O Orfanato” (El Orfanato, Espanha / México, 2007) # 496 – data: 14/06/08
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Carver (EUA, 2008)

O cineasta Franklin Guerrero Jr. tem apenas dois trabalhos no currículo (onde faz de tudo, direção, produção e roteiro), e ambos são filmes de horror extremamente violentos, levando-nos a imaginar que sua intenção é se especializar em cinema com mortes sangrentas. Em 2006 ele lançou “The 8th Plague”, filme ensangüentado de possessões demoníacas, e em 2008 foi a vez de “Carver”, uma história banal sobre assassinatos brutais de jovens numa floresta, porém caprichada no quesito violência, com exposição de grande variedade de atrocidades na tela, indo de castração com alicate, pregos na testa, passando por pauladas na cabeça, crânio explodido por marreta, até serrote no pescoço, braço dilacerado por porta...

Quatro jovens estão a caminho de uma floresta para acampar. São eles: Pete (Matt Carmody), seu irmão Bryan (Neil Kubath), e o casal de namorados Zack (Jonathan Rockett) e Rachel (Kristyn Green). No local do acampamento eles encontram uma outra garota, Kate (Ursula Taherian), que se junta a eles. Após aceitarem a oferta de um pequeno serviço para o dono de um bar local, Billy Hall Carver (David G. Holland), eles chegam até uma cabana no meio da floresta onde encontram rolos de filmes amadores com assassinatos tão chocantes que pareciam reais. Porém, os problemas iriam se tornar muito piores quando um psicopata escroto, Bobby Shaw Carver (Erik Fones), começa a persegui-los para aumentar a coleção de filmes.

Apresentado ao público como inspirado em fatos reais, a única coisa que parece mesmo ser real é a intenção em apenas mostrar violência e sangue em profusão, pois a história é tão ridícula como a de centenas de outros filmes similares. Toda a premissa básica se resume a um grupo de jovens idiotas que acampam na floresta em busca de diversão e encontram a morte dolorosa nas mãos de um psicopata. O resto é exposição de atrocidades. Tem até uma brincadeira do roteiro com um dos velhos clichês do gênero, quando uma loira acéfala, vestindo apenas lingerie, sai sozinha à noite pela floresta em busca do namorado, com o desfecho óbvio que todos os conhecedores de filmes “slasher” já sabem. “Carver” é uma salada vermelha com elementos de filmes como “O Massacre da Serra Elétrica”, “O Albergue”, “Viagem Maldita” e a série “Jogos Mortais”, que serve como entretenimento rápido pelas cenas de violência, não deixando de ser apenas mais um filme de horror trivial, ousado no sangue, mas limitado no resto.

“Carver” (Estados Unidos, 2008) # 495 – data: 25/05/08
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Dia dos Mortos (Day of the Dead, EUA, 2008)


George Romero é um cineasta consagrado, principalmente por seus filmes de zumbis. Ele dirigiu “A Noite dos Mortos-Vivos” (Night of the Living Dead, 1968), “Despertar dos Mortos” (Dawn of the Dead, 1978), “Dia dos Mortos” (Day of the Dead, 1985), e “Terra dos Mortos” (Land of the Dead, 2005), todos com roteiros carregados de ultra violência e interessantes críticas sociais. Seus filmes inspiraram novas versões, algumas boas e outras péssimas.
Em 1990, o primeiro filme de Romero serviu de base para uma refilmagem de Tom Savini, que honrou a saga. Em 2004, foi a vez do segundo filme inspirar a produção de “Madrugada dos Mortos” (Dawn of the Dead), de Zack Snyder, que trouxe a novidade em tornar os zumbis velocistas e mais predadores e ferozes que de costume (esse filme não foi uma unanimidade positiva entre os fãs, mas eu pessoalmente gostei). Em 2005, os oportunistas e incompetentes Ana Clavell e James Glenn Dudelson dirigiram uma bomba chamada “Dia dos Mortos 2: O Contágio” (Day of the Dead 2: Contagium), uma tranqueira que usou o título do filme de Romero, mas que não é uma continuação. E em 2008 chegou a vez da refilmagem “Dia dos Mortos” (Day of the Dead), de Steve Miner, uma produção da “Nu Image”, conhecida pelos péssimos filmes de seu catálogo.
O fato de ter a direção de um cineasta habituado ao horror como Steve Miner (“Sexta-Feira 13” partes 2 e 3, “A Casa do Espanto”, “Warlock – O Demônio”, “Halloween H-20”, “Pânico no Lago”) não trouxe credibilidade ao projeto, pois o filme é um lixo dispensável que não acrescenta nada à mitologia dos zumbis nem aos filmes de George Romero. A melhor palavra que o define é “clichê”, com um elenco amador, e um roteiro assinado por Jeffrey Reddick que é uma ofensa à inteligência do público, com piadas idiotas e personagens fúteis e descartáveis. Tem muito sangue, violência, corpos putrefatos, gosmas escorrendo para todos os lados. Porém, isso é absolutamente inexpressivo sem uma história com um mínimo de interesse. Fazer filmes violentos e repletos de mortos vivos devoradores de carne humana já é algo comum demais. A violência no cinema está se tornando banal, sendo necessário criar e oferecer algo adicional, mesmo que pequeno. Mas, definitivamente, o que menos o cinema americano tem para oferecer é criatividade. Como dinheiro fácil é o mais importante no pensamento dos produtores mercenários, a idéia é apostar em refilmagens descartáveis (outro exemplo é a onda de lançamentos de filmes americanos baseados nas boas produções orientais, a maioria com fantasmas perturbados).

Filmado na Bulgária, e com uma equipe imensa de produtores (característica da “Nu Image”), entre eles os picaretas Boaz Davidson, Avi Lerner e o já citado James Glenn Dudelson, a versão de 2008 de “Dia dos Mortos” é tão ruim que não merece mais do que poucas linhas para contar a história medíocre: uma dupla de soldados, Sarah Bowman (Mena Suvari), e o idiota Salazar (Nick Cannon, autor de piadas constrangedoras obrigando-nos a torcer por sua morte o mais dolorosa possível), se juntam a um casal de jovens fúteis, Trevor (Michael Welch), irmão de Sarah, e sua namorada Nina (AnnaLynne McCord), que demonstraram uma improvável habilidade com armas de fogo. O grupo tenta sobreviver a um ataque de mortos-vivos super ágeis (aqui a idéia tradicional de zumbis lentos também foi abandonada), infectados por uma doença desconhecida.

Existe a tentativa sem sucesso de apresentar alguns dos mesmos personagens do filme original de 1985, como Sarah, Salazar, o cientista Dr. Logan (papel agora de Matt Rippy), Capitão Rhodes (Ving Rhames, em péssima atuação), e até o zumbi Bub, que se transformou numa espécie de mascote desse sub-gênero do horror, mas que foi totalmente ridicularizado na refilmagem, interpretado por Stark Sands, um soldado mordido por um infectado. De uma maneira geral, o novo “Dia dos Mortos” tem pouquíssimas relações com o filme original de 1985, apresentando uma história excessivamente diferente e sem interesse, abusando da liberdade de criação artística (e nesse caso, de “destruição artística”, com uma história ridícula). Exagerando nos clichês, na gritaria e correrias desenfreadas, nos tiroteios ensurdecedores, convidando o espectador ao sono. Não consegue prestar nenhuma homenagem, não acrescenta nada e ainda desonra o universo ficcional dos mortos-vivos de George Romero. Já encheu o saco assistir filmes com infectados podres perseguindo os vivos, com exceção notável dos dois ótimos filmes da franquia “Extermínio”, da dupla de ingleses Danny Boyle e Alex Garland.

Obs.: Como o assunto desse texto também é o diretor George Romero, o “pai dos mortos-vivos”, vale registrar que em 2007 ele lançou um quinto filme dentro do sub-gênero em que é especialista. Trata-se de “Diary of the Dead”, utilizando a moda de histórias filmadas com câmeras de mão em primeira pessoa. E existe o projeto de uma seqüência em 2009.

“Dia dos Mortos” (Day of the Dead, Estados Unidos, 2008) # 494 – data: 22/05/08
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(postado em 22/05/08)

O Nevoeiro (The Mist, EUA, 2007)


A filmografia baseada na obra literária de Stephen King é muito grande e normalmente considerada de qualidade duvidosa, com algumas exceções. Mas, o ano de 2007 revelou dois filmes especialmente relevantes que foram dignos das histórias de King: “1408” e “O Nevoeiro” (The Mist), onde este último entrou em cartaz nos cinemas brasileiros somente no final do primeiro semestre de 2008, baseado na novela homônima do famoso autor, e que foi publicada em 1985 na coletânea “Tripulação de Esqueletos” (Skeleton Crew). O roteiro e direção são de Frank Darabont, o mesmo de outras duas ótimas adaptações de King, “Um Sonho de Liberdade” (The Shawshank Redemption, 1994), com Morgan Freeman, e “À Espera de Um Milagre” (The Green Mile, 1999), com Tom Hanks.

David Drayton (Thomas Jane) é um artista que faz ilustrações para posters de filmes (curiosamente, em sua galeria aparece o cartaz de “O Enigma de Outro Mundo”, filme de 1982 dirigido por John Carpenter). Ele vive nos arredores de uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos e quando vai com o filho pequeno, Billy (Nathan Gamble), até o supermercado fazer compras de mantimentos após uma severa tempestade que derrubou árvores em sua propriedade, ele é surpreendido por um misterioso fenômeno, um nevoeiro colossal. Uma vez refugiado no interior da loja, juntamente com várias outras pessoas, entre elas a professora Amanda Dumfries (a bela Laurie Holden), a fanática religiosa Sra. Carmody (Marcia Gay Harden), e seu vizinho encrenqueiro e cético Brent Norton (Andre Braugher), David descobre que o nevoeiro esconde criaturas horrendas de todos os tipos, desde monstros enormes com tentáculos até insetos alados menores, além de aranhas e outros seres similares. Agora, seu desafio é tentar entender o que aconteceu, defender a vida de seu filho e sobreviver tanto ao ataque dos monstros repulsivos ocultos na névoa quanto dos conflitos da própria raça humana, gerados no interior do supermercado nos momentos de adversidade.

Um ótimo filme de horror, com final perturbador e a presença de criaturas indizíveis e grotescas que parecem vindas diretamente da literatura macabra de outro escritor famoso, H. P. Lovecraft, que talvez tenha servido de influência para Stephen King criar sua história. Temos também a tradicional “conspiração militar”, com o Exército sempre envolvido em projetos secretos, escondendo da opinião pública suas atividades obscuras, além da exploração bem arquitetada das conseqüências equivocadas do fanatismo religioso e os conflitos pessoais da espécie humana, onde os relacionamentos tensos passam também a tornarem-se uma preocupação para a sobrevivência, quando um grupo de pessoas está acuado num lugar fechado e isolado, sob a ameaça de algo desconhecido.

“O Nevoeiro” (The Mist, Estados Unidos, 2007) # 493 – data: 21/05/08
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