Comentários curtos de cinema Parte 7 – (29/06 a 28/07/13)

Filmes abordados:

Banho de Sangue (Reazione a Catena, Itália, 1971)
Cavaleiro Solitário, O (The Lone Ranger, EUA, 2013)
Guerra Mundial Z (World War Z, EUA, 2013)
Homem de Aço, O (Man of Steel, EUA / Canadá / Inglaterra, 2013)
Queen of Blood (EUA, 1966)
The Lost Skeleton of Cadavra (EUA, 2001)
Todo Mundo em Pânico 5 (Scary Movie 5, EUA, 2013)
Um Balde de Sangue (A Bucket of Blood, EUA, 1959)
Wolverine: Imortal (The Wolverine, EUA, 2013)




* Banho de Sangue (Reazione a Catena, 1971) – Também conhecido como “A Bay of Blood” (título americano) e “A Mansão da Morte” (outro nome alternativo no Brasil). Filme italiano do cultuado diretor Mario Bava (1914 / 1980), de “A Maldição do Demônio” / “A Máscara de Satã” (1960). Uma baía rodeada por uma floresta e belas casas, é alvo de disputa por várias pessoas interessadas em sua riqueza imobiliária, depois que a proprietária, uma velha senhora numa cadeira de rodas, é brutalmente assassinada por enforcamento. Na ambição de tomar posse do local, muitas mortes violentas acontecem com todos os envolvidos tornando-se suspeitos. Considerado como um dos precursores do sub-gênero “slasher”, estilo bastante explorado depois, principalmente nos Estados Unidos com “Halloween”, “Sexta-Feira 13” e tantos outros, esse filme italiano filmado com baixo orçamento apresenta muitas mortes gráficas sangrentas e de formas variadas, algo ousado na época, com um roteiro cheio de reviravoltas e suspeitos dos crimes para todos os lados. (RR – 08/07/13)

* Cavaleiro Solitário, O (The Lone Ranger, 2013) – Western com elementos de humor que estreou nos cinemas em 12/07/13. Um índio comanche renegado, Tonto (Johnny Depp), se une a um advogado que quer que a justiça no selvagem oeste americano seja feita sem o uso de violência, John Reid (Armie Hammer). Juntos, eles tentam combater um criminoso assassino, Butch Cavendish (William Fichtner) e um empresário sem escrúpulos, Cole (Tom Wilkinson), que está construindo uma estrada de ferro e está disposto a eliminar qualquer obstáculo que atrapalhe seus planos de fazer dos trens um negócio bem sucedido para o futuro. Com direção de Gore Verbinski e produção milionária de Jerry Bruckheimer, o filme tem quase 150 minutos de pura aventura e ação em exageradas cenas mirabolantes de situações improváveis, que somente a magia do cinema e a imaginação sem limites dos roteiristas pode proporcionar. Johnny Depp é um ator muito carismático e está ótimo, como de costume, dessa vez no papel de um índio com a cara pintada. Diversão garantida.  (RR – 20/07/13)

* Guerra Mundial Z (World War Z, 2013) – Blockbuster de ação com elementos de Horror, entrando nos cinemas em 28/06/13 com opção de exibição em 3D, e trazendo o famoso ator Brad Pitt na liderança do elenco. Um vírus espalha rapidamente uma contaminação no planeta, transformando os infectados em zumbis extremamente ágeis e agressivos, destruindo cidades inteiras e ameaçando a continuidade da humanidade. Um ex-agente da ONU, Gerry Lane (Brad Pitt), experiente na atuação em áreas de conflito ao redor do mundo, tenta salvar sua família em meio ao caos, mantendo-na em algum local seguro. Ele é novamente convocado para encontrar uma solução para a epidemia, viajando por diversos países à procura de informações que possam interromper ou combater a praga. Os elementos de Horror são os zumbis, que infelizmente são apenas coadjuvantes numa história de ação repleta de correrias e todos os clichês característicos. Quase não há sangue e a violência é moderada, com as cenas mais fortes ocorrendo “off screen”, num filme com apelo popular para atingir um público maior e obter melhor retorno de bilheteria. Brad Pitt está pouco inspirado e apesar das quase duas horas serem bem agitadas e até garantirem uma diversão passageira, “Guerra Mundial Z” como filme de horror e de zumbis, é apenas mediano e rapidamente esquecível. E o desfecho, diferente do habitual clima depressivo das histórias similares, proporciona um gancho para uma sequência que já foi anunciada pelos produtores. (RR – 29/06/13)

* Homem de Aço, O (Man of Steel, 2013) – Mais um filme situado no universo ficcional de “Superman”, estreando nos cinemas em 12/07/13 com opção de exibição em 3D, e dirigido por Zack Snyder. O planeta Krypton está enfrentando um colapso natural por causa da exploração desenfreada de seus recursos, e antes da destruição total, um bebê é enviado numa nave para o espaço para fugir da catástrofe, indo parar na Terra. Adotado pelo casal Jonathan Kent (Kevin Costner) e sua esposa Martha (Diane Lane), o garoto recebeu o nome Clark e passou sua infância e adolescência tentando entender e administrar seus poderes de força descomunal devido sua origem alienígena em contato com as condições naturais de nosso planeta. Já adulto (Henry Cavill), ele procura descobrir suas origens, conhece uma repórter investigativa, Lois Lane (Amy Adams), por quem se apaixona, e tem que enfrentar sobreviventes remanescentes rebeldes de Krypton, liderados pelo General Zod (Michael Shannon), que querem exterminar a humanidade. “O Homem de Aço” é uma Ficção Científica com exagerados elementos de ação, numa overdose de explosões, destruições em massa, tiroteios e brigas acrobáticas, tudo devidamente amparado pela tecnologia da computação gráfica. O visual de Krypton é bem interessante, assim como as naves alienígenas e as cenas de perseguições aéreas. O roteiro, a despeito das inevitáveis situações previsíveis como a relação entre Clark Kent e Lois Lane, tem bons momentos dramáticos, principalmente nas cenas com o pai adotivo do herói. Exemplar típico do cinema pipoca que diverte em suas quase duas horas e meia de duração, apesar dos exageros e clichês. (RR – 13/07/13)

* Queen of Blood (1966) – Ficção científica bagaceira dos anos 60 do século passado, com direção e roteiro de Curtis Harrington, o mesmo de outras tranqueiras como “O Planeta Pré-histórico” (Voyage to the Prehistoric Planet, 1965). O elenco tem nomes conhecidos como o veterano Basil Rathbone e os sempre presentes John Saxon e Dennis Hopper. A produção é de Roger Corman e Samuel Z. Arkoff, e foi distribuído pela “AIP” (American-International Pictures). A história é ambientada em 1990 (no futuro da época de produção), e a humanidade trabalha unida numa agência espacial international. Eles recebem uma transmissão de rádio com uma raça alienígena se comunicando informando a intenção em visitar nosso planeta. Porém, a nave deles sofre um acidente e cai no caminho em Marte, forçando o envio de uma equipe de resgate da Terra. Sob o comando do cientista Dr. Farraday (Basil Rathbone), coordenando os trabalhos na base, uma nave terráquea é enviada levando os astronautas Anders Brockman (Robert Boon), Paul Grant (Dennis Hopper) e Laura James (Judi Meredith). Após não encontrarem sobreviventes na nave alienígena, outro foguete pousa num satélite de Marte, com os astronautas Allan Brenner (John Saxon) e Tony Barrata (Don Eitner), e lá eles localizam uma pequena nave auxiliar alienígena com misteriosa mulher de pele verde (Florence Marly), que é resgatada. Os astronautas humanos então se encontram e rumam de volta para casa, porém a hóspede de outro planeta revela um desejo mortal pelo sangue dos humanos (daí um dos títulos originais do filme). Produção de baixíssimo orçamento com todos os clichês típicos dos filmes bagaceiros (e por isso mesmo divertidos) de FC com elementos de Horror das décadas de 1950 e 60. Os efeitos especiais das naves viajando pelo espaço foram retirados de filmes russos do mesmo período. Curiosamente, temos a presença numa ponta do colecionador e editor Forrest J. Ackerman, responsável pela revista “Famous Monsters of Filmland”, como o ajudante do Dr. Farraday. Já o renomado ator Basil Rathbone teve uma participação especial tanto neste como no anterior “O Planeta Pré-histórico”, emprestando seu prestígio para a produção. No Brasil, segundo o livro “Ficção Científica” (1986), de Gilberto Schoereder, o filme recebeu o nome de “Planeta Sangrento”. (RR – 23/07/13)

* The Lost Skeleton of Cadavra (2001) – Com fotografia intencionalmente em preto e branco para homenagear e parodiar os divertidos filmes bagaceiros de Ficção Científica e Horror da década de 1950, com histórias absurdas e efeitos toscos, “The Lost Skeleton of Cadavra” é dirigido e escrito por Larry Blamire (que também participa como ator). No roteiro, temos três subtramas em paralelo que se cruzam pelo mesmo objetivo, que é utilizar o forte poder de um elemento radioativo que veio do espaço num meteoro. Um cientista, Dr. Paul Armstrong (Blamire) e sua esposa Betty (Fay Masterson), procuram numa floresta o local da queda desse meteoro, objeto de estudo do concentrado cientista para o bem da humanidade. Outro “cientista louco”, Dr. Roger Fleming (Brian Howe), está procurando uma caverna onde estaria escondido um “esqueleto perdido” (do sonoro título original) com poderes sobrenaturais. Ele utiliza esses poderes para criar uma mulher, Animala (Jennifer Blaire), que traz características de animais da floresta como esquilos e raposas. E uma nave espacial parecida com um foguete, tripulada pelo casal de alienígenas humanóides Kro-Bar (Andrew Parks) e sua esposa Lattis (Susan McConnell), teve que fazer uma aterrissagerm forçada na Terra e precisa do mesmo elemento radioativo para voltar para casa. Tudo foi filmado de forma proposital e exagerada para lembrar aquelas preciosas tranqueiras dos anos 50 do século passado, com diálogos ridículos e efeitos fuleiros, não faltando o monstro mutante do espaço numa fantasia de borracha, e a nave espacial de fundo de quintal, sem contar o tal esqueleto, que é hilário de tão bagaceiro. Teve uma sequência em 2009, “The Lost Skeleton Returns Again”, também com direção e roteiro de Larry Blamire, e parte do mesmo elenco. (RR – 02/07/13)

* Todo Mundo em Pânico 5 (Scary Movie 5, 2013) – A franquia “Todo Mundo em Pânico”, criada para parodiar principalmente os filmes de horror, foi iniciada em 2000 e teve sequências em 2001, 2003 e 2006, todas lançadas nos cinemas daqui. Depois de sete anos, os produtores decidiram retormar a série e veio então a parte 5, que entrou em cartaz em 28/06/13. Dessa vez o alvo escolhido inclui filmes como “Planeta dos Macacos: A Origem”, a franquia “Atividade Paranormal”, “Mama”, “A Morte do Demônio”, “Cisne Negro” e outros. A história é extremamente banal, não tem a menor importância e não faz sentido, pois a proposta mesmo é intencionalmente, através de puro besteirol, tirar um sarro de outros filmes. Só que, se em alguns dos filmes anteriores e em alguns poucos momentos, até existiram cenas de razoável diversão, nesse episódio 5 a coisa não funciona em nenhum momento, mesmo com um esforço imenso em tentar rir de alguma situação. Ou seja, a franquia deveria acabar definitivamente, pois esse filme 5 é tão patético que nem deveria ter sido produzido. Totalmente dispensável, não vale nem ver em DVD alternativo. (RR – 01/07/13)

* Um Balde de Sangue (A Bucket of Blood, 1959) – Produzido e dirigido pelo “Rei dos Filmes B” Roger Corman em 1959, e com roteiro de Charles B. Griffith (de “A Besta da Caverna Assombrada”), “Um Balde Sangue” é uma comédia de humor negro com elementos sutis de horror e violência sugerida. Foi filmado em preto e branco em apenas 5 dias, utilizando os mesmos cenários de “A Pequena Loja dos Horrores” (1960), outra parceria de humor negro entre Corman e o mesmo roteirista Griffith. Na história, Walter Paisley (Dick Miller), é um garçon que trabalha num bar noturno, que sempre é ignorado pelos clientes e colegas de trabalho, e tem um sonho de ser um artista reconhecido. Depois que acidentalmente ele mata o gato de uma vizinha curiosa, e para esconder o delito ele cobre o cadáver do animal com argila, transformando-o numa escultura, todos ao seu redor passam a admirá-lo como um artista notável. Mas, para manter a fama, ele se vê obrigado a continuar a “fabricar” estátuas, tornando-se com isso um assassino. Filme bem curto, com pouco mais de uma hora de duração, numa produção de baixíssimo orçamento, característica de Corman. Diversão rápida indicada para os apreciadores de filmes “B”, com um desfecho trágico. Teve uma refilmagem em 1995, numa produção especialmente para a televisão.  (RR – 27/07/13)

* Wolverine: Imortal (The Wolverine, EUA, 2013) – Filme situado dentro do universo ficcional de “X-Men”, que já conta com vários filmes, e que entrou em cartaz nos cinemas em 26/07/13. O mutante Logan (Hugh Jackman), o “Wolverine” de “X-Men”, está vivendo como um andarilho quando é convidado a ir até o Japão para receber o agradecimento de um homem idoso doente terminal, Yashida (Hal Yamanouchi), que havia sido salvo por ele na Segunda Guerra Mundial, e que tornou-se um bem sucedido empresário de uma corporação de empresas de tecnologia. Lá, Logan conhece a neta do velho, Mariko (Tao Okamoto), que deverá herdar o império e está sendo perseguida por mafiosos. Ele então passa a protegê-la, com a ajuda da jovem Yukio (Rila Fukushima), envolvendo-se numa complicada conspiração e enfrentando pela primeira vez dificuldades físicas após ter sido infectado por uma mutante, Viper (a russa Svetlana Khodchenkova). Diversão para quem aprecia overdose de ação, pancadarias, lutas e perseguições em várias cenas extravagantes (especialmente uma num trem bala em movimento), e com um desfecho exagerado. Atenção para uma cena interessante após os créditos finais. (RR – 28/07/13)

Comentários curtos de cinema - Parte 6 (06/05 a 23/06/13)

Filmes abordados:

Além da Escuridão – Star Trek (Star Trek Into Darkness, EUA, 2013)
Depois da Terra (After Earth, EUA, 2013)
Fuga do Planeta Terra, A (Escape From Planet Earth, EUA / Canadá, 2013) animação
Horror Vem do Espaço, O / Monstro Sem Face (Fiend Without a Face, Inglaterra, 1958)
Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua, O (Texas Chainsaw 3D, EUA, 2013)
Rastros do Espaço (The Monolith Monsters, EUA, 1957)
Reino Escondido (Epic, EUA, 2013) animação
Último Exorcismo – Parte 2, O (The Last Exorcism – Part 2, EUA, 2013)
Universidade Monstros (Monsters University, EUA, 2013) animação


* Além da Escuridão – Star Trek (Star Trek Into Darkness, 2013) – Mais um filme da cultuada franquia “Star Trek”, criada por Gene Roddenberry (1921 / 1991) e cujo fenômeno popular se iniciou com uma série de TV nos anos 60 do século passado, abrangendo um universo ficcional imenso composto por várias outras séries para a telinha, animação, quadrinhos e filmes para cinema. O assunto é tão vasto e complexo que seria necessário um texto gigantesco para tentar situar o espectador não muito familiarizado com a saga. Esse filme em questão, dirigido por J. J. Abrams e que entrou oficialmente nos cinemas brasileiros em 14/06/13 com opção de exibição em 3D, é o segundo com atores mais jovens interpretando a tripulação original, seguido de “Star Trek” (2009), com o Capitão Kirk (Chris Pine), o Oficial de Ciências Spock (Zachary Quinto), o médico Dr. McCoy (Karl Urban) e os outros tripulantes que marcaram a memória dos fãs. Em “Além da Escuridão”, a história utiliza elementos apresentados em “Jornada nas Estrelas 2: A Ira de Khan” (1982), onde a tripulação da nave estelar Enterprise precisa enfrentar um vilão extremamente perigoso e inteligente (interpretado por Benedict Cumberbacht), que está por trás de violentos atos terroristas e esconde segredos que podem mudar o rumo da Federação. Muita ação em cenas bem improváveis (não para a magia do cinema), e efeitos especiais impressionantes típicos de uma grande produção de FC, recomendada para os apreciadores do gênero. (RR – 21/06/13)

* Depois da Terra (After Earth, 2013) – Aventura de Ficção Científica dirigida por M. Night Shyamalan e com Will Smith, estreando nos cinemas brasileiros em 07/06/13. Após 1000 anos de uma catástrofe transformar a Terra num ambiente impróprio para a humanidade, esta se refugiou em outro planeta chamado Nova Prime. O General Cypher Raige (Will Smith), conhecido pela bravura e disciplina militar decide levar seu filho de 13 anos Kitai (Jaden Smith) para uma missão de treinamento, porém a nave se choca com uma chuva de asteróides e na tentativa de fuga cai na perigosa Terra, repleta de animais selvagens e ambiente hostil para humanos. A única chance de vida para o garoto e seu pai ferido é encontrar um sinalizador perdido na queda, obrigando o jovem a enfrentar uma aventura mortal pela selva à procura do artefato. Shyamalan é um cineasta indiano conhecido pelas incursões no gênero fantástico, e pelas reviravoltas nos roteiros, geralmente dividindo radicalmente a opinião dos fãs. Nesse caso de “Depois da Terra”, ele optou por um filme mais tradicional com roteiro adaptado de uma história do ator Will Smith, trazendo todos os clichês de filmes de luta pela vida num ambiente adverso, exagerando em muitos momentos com situações inverossímeis de chances quase nulas de sobrevivência em eventos previsíveis. Will Smith está estranho num papel extremamente sério e seu filho na vida real Jaden parece deslocado na grande responsabilidade de personagem principal. Um filme apenas mediano, que vale pelos bons efeitos especiais, mas que não ficará na memória por muito tempo. (RR – 09/06/13)

* Fuga do Planeta Terra, A (Escape From Planet Earth, 2013) – Animação com elementos de ficção científica que entrou em cartaz nos cinemas em 30/05/13. No planeta Baab, onde a população é azul, o astronauta truculento Scorch Supernova é um herói por suas aventuras espaciais, fazendo dupla com seu irmão inteligente Gary, que controla as missões “apertando botões” em solo. As coisas se complicam quando uma missão para o temível planeta Terra fracassa e o astronauta é capturado, forçando Gary a sair da base e resgatar seu irmão. Aventura de FC para todas as idades com todos os clichês do gênero num roteiro trivial, não faltando a tão misteriosa “Área 51” e o militar terráqueo arrogante. Além de várias homenagens e citações de outros filmes, uma em especial é a cena de perseguição no interior de um canyon entre aviões da Terra e a nave alienígena de Baab pilotada por Gary, numa clara referência ao clássico “Star Wars” (1977). (RR – 08/06/13)

* Horror Vem do Espaço, O / Monstro Sem Face (Fiend Without a Face, 1958) – Produção inglesa com fotografia em preto e branco, dirigida por Arthur Crabtree e com roteiro baseado na história “The Thought Monster”, de Amelia Reynolds Long. Filme curto (apenas 75 minutos) da década de 1950 do século passado, com história absurdamente divertida, e com dois títulos nacionais. O primeiro e mais coerente pela tradução literal, “Monstro Sem Face” (conforme o livro “Ficção Científica”, de Gilberto Schoereder, 1986), e o outro pessimamente escolhido quando lançado em DVD, “O Horror Vem do Espaço”, pois a história não tem relação com algo vindo do espaço. As ações se passam numa base militar americana e canadense, que trabalha com pesquisas com energia nuclear para o desenvolvimento de um potente radar atômico que possibilitaria espionar atividades suspeitas na antiga União Soviética, durante o conturbado período da guerra fria. Porém, soldados e moradores de uma pequena cidade próxima, aparecem mortos e estampando o horror em suas faces desesperadas. O Major Cummings (Marshall Thompson) é destinado para invertigar os misteriosos assassinatos e em paralelo, tenta defender a mocinha Barbara Griselle (Kim Parker), irmã de uma das vítimas dos demônios invisíveis. Ele descobre relações entre as bizarras experiências de um cientista, Prof. Walgate (Kynaston Reeves), com a materialização de pensamentos e a influência destrutiva da energia radiativa dos reatores atômicos da base militar, criando monstros inicialmente “sem rostos” e depois visíveis na forma grotesca de um cérebro com espinha dorsal. Percebemos aqui uma influência e relações com a ideia central do clássico de FC “Planeta Proibido” (1956), onde um terrível monstro invisível, criado pela mente perturbada de um cientista, ataca um grupo de astronautas que chegam num planeta colonizado por humanos. Com efeitos especiais de “stop motion” complexos para a época, ao mostrar os monstros e seus movimentos de ataque, e situado dentro do ambiente que retrata a paranóia da guerra fria e o medo dos efeitos nocivos da energia nuclear, o filme “O Horror Que Vem do Espaço” (na verdade, que vem do “pensamento”), é mais uma garantia de diversão para quem aprecia essas preciosas tranqueiras do cinema bagaceiro antigo de FC & Horror. (RR – 26/05/13)

* Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua, O (Texas Chainsaw 3D, 2013) – Mais um filme dentro do universo ficional criado pelo indispensável clássico “O Massacre da Serra Elétrica” em 1974, dirigido por Tobe Hooper. Dessa vez, estreando em nossos cinemas em 17/05/13 com exibição em 3D, a história se inicia com uma continuação exata de onde termina o clássico dos anos 70. Após a família canibal de “Leatherface” (o maníaco que mata suas vítimas com uma serra motorizada e usa uma máscara de pele humana) ser dizimada num incêndio criminoso, as ações passam para muitos anos à frente onde uma garota, Heather Miller (Alexandra Daddario), recebe uma notificação informando que herdou uma casa numa região rural no Texas. Ela parte então para lá acompanhada de alguns amigos, não imaginando os horrores que a aguardavam obrigando-a a lutar pela vida. Tem sangue e cenas violentas. Mas, é só isso, pois o roteiro é ruim e cheio de falhas, não conseguindo estabelecer aquele clima sombrio tão evidente no filme original, fazendo o espectador não se envolver com a história banal. Algumas cenas são patéticas como a perseguição de Leatherface, ávido em dilacerar a mocinha e indo parar num parque de diversões lotado, sem contar que os jovens acéfalos apenas nos fazem torcer por suas mortes dolorosas. Ainda assim vale conhecer, mas somente por fazer parte da franquia. (RR – 25/05/13)

* Rastros do Espaço (The Monolith Monsters, 1957) – Produção menor da “Universal”, dirigido por John Sherwood e com fotografia em preto e branco, vindo da saudosa década de 1950, um período fértil em filmes bagaceiros de FC & Horror com histórias absurdas e por isso mesmo super divertidas. Nesse caso, um meteoro chega à Terra trazendo misteriosas pedras negras que em contato com água crescem de forma descomunal, transformando-se em imensos monolitos monstruosos (daí o título original), que desabam destruindo tudo ao redor e gerando novas pedras num processo contínuo de crescimento e destruição, impulsionado pelas chuvas. Além também de trazer o horror para as pessoas que entram em contato com essas pedras, as quais retiram o silício de seus corpos, endurecendo a carne e transformando suas vítimas em estátuas solidificadas. Uma pequena cidade no deserto americano, San Angelo, no Estado da California, através de um geólogo, Dave Muller (Grant Williams), tenta impedir o avanço dos monolitos gigantes procurando uma solução para deter a ameaça. “Rastros do Espaço” é uma daquelas tranqueiras divertidas, de curta duração (só 77 minutos), com um roteiro baseado em história de Jack Arnold, mais conhecido como diretor de preciosidades como “Veio do Espaço” (1953), “O Monstro da Lagoa Negra” (1954), “Tarântula” (1955) e “O Incrível Homem Que Encolheu” (1957), este que também tem Grant Williams como protagonista. A ideia central procura especular sobre os perigos que chegam ao nosso planeta através das quedas de meteoros, e seus segredos ancestrais vindos do espaço que podem resultar em terríveis ameaças para a humanidade. (RR – 06/05/13)

* Reino Escondido (Epic, 2013) – Animação que entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 17/05/13, com a opção de exibição em 3D. Uma adolescente em crise com o pai é obrigada a visitá-lo em sua casa no meio de uma floresta. Ele é um cientista obcecado em provar a existência de criaturas pequenas que vivem num “reino escondido” na floresta, mas é desacreditado pela esposa, que o abandonou e pela filha. Porém, a menina muda de opinião rapidamente depois que ela própria é miniaturizada pelos poderes mágicos de uma rainha da floresta, e se vê no meio de uma batalha entre o Bem, representado pelos homens-folha que defendem a vida nas matas, e o Mal, na figura de criaturas sombrias que querem a decomposição das árvores e vegetações. Esse velho clichê da eterna luta do Bem contra o Mal, utilizado à exaustão no cinema, continuará sempre sendo tema de muitas histórias, e novamente é o foco em “Reino Escondido”. Mas, apesar da fórmula repetitiva, ela ainda pode funcionar. Aqui, temos uma diversão para todas as idades, num mergulho sem compromisso num mundo de fantasia épica. Um destaque são todas as cenas envolvendo uma dupla atrapalhada de lesma e caramujo, que reservam sempre momentos engraçados. (RR – 19/05/13)

* Último Exorcismo – Parte 2, O (The Last Exorcism – Part 2, 2013) – Sequência direta de um filme de 2010, onde a garota Nell (Ashley Bell), vítima de um ritual demoníaco numa floresta, sobrevive e é encontrada desorientada e perturbada. Tratada inicialmente num hospital psiquiátrico, ela depois vai morar numa casa de recuperação para jovens com passados violentos e tenta uma vida nova. Porém, seguidores de uma seita satânica e o poderoso demônio “Abalam” voltam a atormentá-la. O primeiro filme, produzido no estilo “found footage”, até tem momentos interessantes, com um final pessimista e clima sombrio, mas essa continuação se situa dentro do que existe de mais comum e trivial nos filmes de horror comerciais: sustos fáceis e artificiais, história superficial e banal, quase nada de violência e sangue, e cenas exageradas e carregadas de fantasia, fugindo de qualquer tentativa de se criar uma atmosfera realmente sinistra. Ou seja, um filme desnecessário e dispensável. (RR – 18/05/13)

* Universidade Monstros (Monsters University, 2013) – Pré-sequência da cultuada animação “Monstros S.A.” (2001), que chegou aos cinemas em 21/06/13, com a opção de exibição em 3D, contando a história da dupla de monstros James P. Sullivan (voz original de John Goodman) e Mike Wazowski (voz original de Billy Crystal) mais jovens na época da faculdade. O descolado Sulley e o nerd estudioso Mike inicialmente não eram amigos e até se evitavam pelas grandes diferenças entre eles, mas com o passar do tempo e o fato de fazerem parte juntos de uma equipe num torneio de jogos para assustadores, a relação de amizade ganhou força. Com produção da “Pixar”, “Universidade Monstros” é uma divertida animação crianças, adolescentes e adultos, apresentando uma enorme quantidade de personagens curiosos, monstros estranhos de todos os tipos, tamanhos e formas, cujo mundo precisa dos gritos das crianças humanas para a geração de energia. (RR –23/06/13)

Comentários curtos de cinema - Parte 5 (12/03 a 03/05/13)

Filmes abordados:

Croods – Uma Aventura nas Cavernas, Os (The Croods, EUA, 2013)
Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, EUA / China, 2013)
Hospedeira, A (The Host, EUA, 2013)
Jack – O Caçador de Gigantes (Jack the Giant Slayer, EUA, 2013)
Mama (Mama, Espanha / Canadá, 2013)
Morte do Demônio, A (Evil Dead, EUA, 2013)
Oblivion (Oblivion, EUA, 2013)
Oz: Mágico e Poderoso (Oz the Great and Powerful, EUA, 2013)
The Pact (EUA, 2012)



* Croods – Uma Aventura nas Cavernas, Os (The Croods, 2013) – Animação da “DreamWorks” que estreou nos cinemas brasileiros em 22/03/13. Uma família pré-histórica que vive literalmente em cavernas, com medo de tudo e lutando unicamente pela sobrevivência, é formada pelo pai protetor, Grug (voz de Nicolas Cage), que tenta com todos os seus esforços manter a segurança da esposa, da sogra e dos três filhos. Porém, depois que a filha adolescente Eep (voz de Emma Stone) conhece o jovem Guy (voz de Ryan Reynolds), e a família é obrigada a abandonar a caverna após um terremoto, eles partem para uma aventura em busca de um novo mundo conhecendo criaturas fantásticas. Divertida animação voltada especialmente para o público infantil (mas também para todas as idades), mostrando os desafios de uma família para sobreviver num mundo hostil, e com os obstáculos tornando-se oportunidades de estreitar os relacionamentos, descobrindo cada vez mais a importância de uns para os outros. (RR – 23/03/13)

* Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, 2013) – O terceiro filme da franquia “Homem de Ferro” entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 26/04/13, com a opção de exibição em 3D. Dessa vez, o milionário Tony Stark (Robert Downey Jr.), que criou uma armadura altamente tecnológica e a utiliza para ser o cultuado herói “Homem de Ferro”, tem que enfrentar agora os ataques e ameaças de um terrorista chamado Mandarin (Ben Kingsley). Porém, uma série de eventos e reviravoltas mostrará a verdade dos fatos. Ação exagerada, correrias desenfreadas, tiroteios ensurdecedores, destruição, efeitos especiais notáveis, roteiro com algumas piadas. Indicado para quem procura esse tipo de diversão sem compromisso no cinema, passando duas horas desligado do mundo real. Curiosamente, tem uma cena após os créditos finais que sempre vale a pena conferir. (RR – 03/05/13)

* Hospedeira, A (The Host, 2013) – Com roteiro baseado em livro de Stephenie Meyer, a mesma autora da saga “Crepúsculo”, “A Hospedeira” é um drama com elementos de ficção científica que estreou nos cinemas em 29/03/13. A raça humana, devido suas características naturais de violência entre si e histórico de destruição contínua do meio ambiente, tornou-se alvo de uma invasão alienígena, com criaturas extraterrestres se hospedando nos corpos dos humanos, levando a espécie rumo à extinção. Porém, um grupo de humanos resistentes vive escondido no interior de um vulcão extinto no deserto e tenta sobreviver mantendo-se livre da invasão. Apesar dos inevitáveis momentos tediosos de romance adolescente entre os protagonistas, a história tem uma ideia central interessante, mesmo sendo o tema de invasão alienígena um sub-gênero do cinema fantástico já muito utilizado, com menos cenas barulhentas de ação desenfreada e mais momentos de drama psicológico explorando os conflitos entre os personagens. (RR – 30/03/13)

* Jack – O Caçador de Gigantes (Jack the Giant Slayer, 2013) – Somando-se ao time das adaptações mais sombrias de clássicos contos de fadas, que já tinha “A Garota da Capa Vermelha” (2011), “Branca de Neve e o Caçador” (2012) e “João e Maria: Caçadores de Bruxas” (2013), entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 29/03/13, a história dos feijões mágicos que em contato com água brotam árvores imensas que levam para um mundo acima das nuvens, habitado por gigantes que apreciam a carne humana. Jack (Nicholas Hoult, de “Meu Namorado é um Zumbi”), é um jovem camponês que recebe alguns feijões misteriosos de um monge em fuga, não imaginando que eles pudessem tornar reais as antigas lendas sobre um perigoso e ameaçador mundo de gigantes. E que ele teria que lutar numa batalha dessas criaturas imensas contra com os humanos, e ainda proteger uma princesa (Eleanor Tomlinson), por quem se apaixonou. Diversão passageira típica do “cinema pipoca”, numa aventura com alguns elementos de horror e história exagerada na fantasia, com opção de exibição em 3D. O destaque do elenco fica para Ewan McGregor, que interpreta o líder da elite dos soldados do rei. Curiosamente, a produtora picareta “The Asylum”, conhecida pelas incríveis tranqueiras de seu catálogo, aproveitou a oportunidade e lançou em paralelo a sua versão, chamada “Jack, o Matador de Gigantes” (Jack, the Giant Killer), exibida no canal de TV a cabo “SyFy”. O filme é muito ruim, o roteiro é extremamente patético, o elenco é medíocre e os efeitos de CGI são tão vagabundos, que o destino inevitável  dessa tosquice é o limbo eterno. (RR – 06/04/13)

* Mama (Mama, 2013) – Um ótimo e cultuado curta metragem espanhol de 2008, de apenas 3 minutos, serviu de inspiração para esse longa dirigido por Andy Muschietti e produzido por Guillermo del Toro, e que estreou nos cinemas em 05/04/13. Transtornado pela falência de sua empresa, um pai mata a esposa e sequestra as duas filhas pequenas. Após um acidente com o carro pela estrada escorregadia de neve e cercada por uma floresta, eles encontram uma cabana aparentemente abandonada. Após cinco anos de sumiço das crianças, elas são encontradas misteriosamente nessa cabana e após resgatadas, vão morar com o tio e a namorada. Porém, além da difícil adaptação no retorno à civilização, as coisas se complicam com a presença ameaçadora de um fantasma perturbado intimamente ligado às garotas. História interessante que prende a atenção do espectador, destacando-se boas cenas de sustos, que apesar de utilizar-se do velho clichê do aumento de som repentino, ainda soam eficientes. Porém, a escolha de um final fantasioso e exagerado demais, prejudicou o clima sinistro construído na história, e fez de “Mama” apenas mais um filme comum entre tantos com a temática de fantasmas vingativos. (RR – 07/04/13)

* Morte do Demônio, A (Evil Dead, 2013) – O diretor uruguaio Fede Alvarez, que passou a ser conhecido após o sucesso de seu curta “Ataque de Pánico!” (2009), onde robôs gigantes atacam a cidade de Montevideo, foi o escolhido por Sam Raimi para dirigir e escrever o novo “Evil Dead”. Não sendo exatamente nem uma refilmagem nem uma continuação, mas sim um filme inspirado na história original do clássico do início dos anos 1980, a marca da franquia continua de certa forma honrada. Sem fazer comparações, que são desnecessárias, pois o filme original é intocável, essa nova releitura do universo ficcional de “Evil Dead” é extremamente violenta, com sangue para todos os lados e a todo momento, como não se via há tempos no cinema comercial. Estreando nas telonas brasileiras em 19/04/13 com cópias legendadas (ainda bem), o roteiro mostra um grupo de cinco jovens, duas moças e três rapazes, que vão passar alguns dias numa cabana isolada na floresta, com o objetivo principal de ajudar uma das meninas a largar as drogas, as quais quase a levaram à morte. Porém, após descobrirem um misterioso livro de magia negra no porão da cabana, e terem inadvertidamente invocado palavras proibidas de suas páginas, um poderoso demônio é libertado e passa a possuir os corpos de suas vítimas, com direito a uma overdose de violência explícita entre mutilações, desmembramentos e banhos literais de sangue. O novo “Evil Dead” não tem humor, numa decisão acertada de Fede Alvarez, e assim como no original, a calmaria do início logo é substituída pelo horror sangrento, e a porradaria e o clima depressivo quase não dão trégua, mantendo a tensão até o desfecho. E, curiosamente, vale uma conferida até o final dos créditos, reservado para uma apoiada homenagem. Altamente recomendável. (RR – 21/04/13)

* Oblivion (Oblivion, 2013) – Dirigido por Joseph Kosinski, baseado em graphic novel de sua autoria e estrelado por Tom Cruise e Morgan Freeman, “Oblivion” é uma FC ambientada em 2077 que entrou em cartaz nos cinemas em 12/04/13. Alienígenas interessados em tomar a Terra, explodem nossa lua, e com isso uma sucessão de eventos da natureza como terremotos e tsunamis causam grande destruição em boa parte do planeta, preparando o campo para uma invasão. A única solução encontrada pela humanidade é atacar com armas nucleares, expulsando os alienígenas e destruindo quase tudo na Terra. Humanos sobreviventes vivem numa estação espacial preparando-se para colonizar uma das luas de Saturno, porém eles precisam recolher a água dos oceanos como fonte de energia através de imensas plataformas de sucção. Para fazer a manutenção de robôs bélicos que protegem as plataformas de ataques de alienígenas remanescentes que vagam à noite pelo planeta destruído, uma das equipes é fomada pelo casal Jack (Tom Cruise) e Victoria (Andrea Riseborough). Após Jack, numa missão de averiguação da queda de uma nave do espaço, encontrar uma mulher misteriosa, Julia (Olga Kurylenko), que sempre apareceu em seus sonhos, os eventos passam a tormar um rumo diferente, com questionamentos constantes sobre a realidade dos fatos. Tom Cruise está muito bem fazendo o tradicional papel em que ele é especialista, numa história cheia de reviravoltas e muita ação num ambiente de ficção científica, com impressionantes efeitos visuais. O veterano Morgan Freeman, cujo nome já é um convite para ver qualquer filme com ele, tem uma participação pequena, mas de fundamental importância. (RR – 14/04/13)

* Oz: Mágico e Poderoso (Oz the Great and Powerful, 2013) – Aventura infanto-juvenil com exagerados elementos de fantasia e um pouco de horror sutil, dirigida por Sam Raimi (o criador do sangrento e cultuado “The Evil Dead” em 1982), e que estreou nos cinemas brasileiros em 08/03/2013, com a opção de exibição em 3D. O ator James Franco interpreta Oscar Diggs (também conhecido apenas como “Oz”), um mágico pouco convincente e charlatão de um circo decadente, que a bordo de um balão em fuga, acaba entrando no interior de um violento tornado que o leva para um mundo alternativo, povoado por seres de um típico universo de fantasia. Nesta misteriosa “Terra de Oz”, há uma luta por liberdade, num eterno duelo entre o Bem e o Mal, com a liderança de três bruxas rivais, e onde o mágico terá que escolher seu lado no conflito. O filme é uma diversão descompromissada, apresentando uma história com liberdade de criação, especulando eventos que antecedem o conhecido clássico “O Mágico de Oz” (1939), baseado no universo ficcional de L. Frank Baum. (RR – 12/03/13)

* The Pact (2012) – A jovem Annie (Caity Lotz) retorna para a casa onde passou a infância devido à morte de sua mãe, com quem mantinha um relacionamento conturbado. Após o desaparecimento misterioso de sua irmã e prima, e do detetive policial que investigava o sumiço das mulheres, a jovem decide tentar descobrir a verdade por conta própria e se depara com eventos sobrenaturais e segredos obscuros de sua família. Thriller ligeiramente acima da média com algumas boas cenas de suspense passageiro, entre aparições de fantasmas perturbados e assassinatos misteriosos. Curiosamente, tem a presença de Casper Van Dien como o policial Creek, ele que foi o soldado Johnny Rico do ótimo “Tropas Estelares” (1997). (RR – 03/05/13)

Comentários curtos de cinema - Parte 4 (03/02 a 04/03/13)

Filmes abordados:

Corrente do Mal, A (Chain Letter, EUA, 2010)
Cowboys & Aliens (EUA, 2011)
Dezesseis Luas (Beautiful Creatures, EUA.2013)
Fogo Contra Fogo (Fire With Fire, EUA, 2012)
Frankenweenie (EUA, 2012)
Godzilla vs. Megalon (Gojira tai Megaro, Japão, 1973)
Inatividade Paranormal (A Haunted House, EUA, 2013)
Meu Namorado é um Zumbi (Warm Bodies, EUA, 2013)
ParaNorman (EUA, 2012)



* Corrente do Mal, A (Chain Letter, 2010) – Mistura de “slasher” e “torture porn”, não acrescentando nada para qualquer um dos dois subgêneros do Horror. Um psicopata envia correntes de mensagens por e-mail para adolescentes, ameaçando-os de morte caso não continuem a distribuí-las ou decidam por apagá-las de seus modernos telefones celulares. Alguns deles não obedecem as orientações e sentem na pele a dor de correntes rasgando seus corpos. Com fotografia muito escura e roteiro confuso, além de um nome nacional oportunista, o filme apresenta algumas cenas de mortes sangrentas, e uma ideia até razoável de crítica à falta de privacidade das pessoas, escravas da tecnologia. Mas, é apenas mais um filme dispensável, perdido numa infinidade de produções similares. (RR – 10/02/13)

* Cowboys & Aliens (2011) – Com estréia em nossos cinemas em 09/09/2011, produção executiva de Steven Spielberg e elenco liderado por Daniel Craig e Harrison Ford, “Cowboys & Aliens” é baseado numa história em quadrinhos e mistura elementos de western e ficção científica, num resultado de puro entretenimento. Ambientado em 1873 no selvagem oeste americano, um homem (Craig) acorda sem memória e com um estranho bracelete futurista no pulso esquerdo. Mais tarde, ele descobre então que é procurado pela lei e se envolve numa confusão numa pequena cidade, controlada por um influente criador de gados (Harrison Ford). Porém, eles terão que unir forças para combater uma ameaça vinda dos céus, onde misteriosas máquinas voadoras e com grande poder de destruição, estão atacando e sequestrando os habitantes. (RR – 24/02/13)

* Dezesseis Luas (Beautiful Creatures, 2013) – Drama com fantasia exagerada e algumas doses sutis de horror, num estilo similar à saga “Crepúsculo”, dando início a uma franquia voltada principalmente para o público adolescente. Apresenta basicamente aquela mesma história tediosa de romance em meio a elementos sobrenaturais, nesse caso, magia e bruxaria, despertando saudades dos verdadeiros filmes de horror, com sangue em profusão e violência perturbadora. Estreou nos cinemas brasileiros em 01/03/13, mostrando um garoto que vive numa pequena e desanimadora cidade no interior dos Estados Unidos, que se apaixona pela nova aluna recém chegada, que faz parte de uma família misteriosa formada por conjuradores com poderes mágicos. O maior desafio da garota será administrar sua relação amorosa com o jovem e a chegada de seu 16º aniversário, data na qual é definida sua inclinação de bruxa da luz ou das trevas. A citação do autor de FC Kurt Vonnegut Jr. e sua obra “Matadouro 5”, e a brincadeira com o ainda não filmado “Premonição 6” (com o erro proposital no nome original) são pontos positivos, além da beleza simples e natural da jovem bruxa. E só. (RR – 03/03/13)

* Fogo Contra Fogo (Fire With Fire, 2012) – Filme de ação que estreou nos cinemas brasileiros em 08/02/13, com Bruce Willis num papel menor. Um bombeiro (Josh Duhamel) testemunha o assassinato frio do dono de uma loja de conveniências e seu filho adolescente, pelo temido líder de uma gangue (Vincent D´Onofrio). Ele decide ajudar a polícia, sob a liderança do Tenente Mike Cella (Bruce Willis), aceitando testemunhar contra o criminoso num julgamento, e por isso passa a fazer parte de um programa de proteção de testemunhas, apaixonando-se pela policial interpretada por Rosario Dawson. Porém, os criminosos aumentam seus esforços para tentar impedi-lo de testemunhar. Diversão passageira onde não faltam os tradicionais clichês do gênero com tiroteios, perseguições e assassinatos, além do protagonista revelar-se um inverossímil e bem sucedido vingador. Curiosamente, outro filme de ação também recebeu o mesmo título nacional: trata-se de “Heat” (1995), com Al Pacino, Robert De Niro, Val Kilmer e Jon Voight. (RR – 17/02/13)

* Frankenweenie (2012) – Divertida e recomendável animação com elementos de horror, dirigida por Tim Burton e com vozes de Martin Landau e Winona Ryder, entre outros. O cineasta é especialista em filmes voltados para o público infanto juvenil com temas obscuros como os anteriores “Alice no País das Maravilhas” (2010), com Johnny Depp, e as também animações “A Noiva Cadáver” (2005) e “O Estranho Mundo de Jack” (1993), este último como roteirista. “Frankenweenie” tem fotografia em preto e branco e já havia sido filmado por Burton em 1984 num curta metragem. É uma homenagem ao cinema de horror do passado, especialmente os clássicos da produtora “Universal”, “Frankenstein” e “A Noiva de Frankenstein”, da década de 1930. Um garoto tem seu cão de estimação morto num atropelamento, e inspirado pelas aulas de Ciências, decide tentar trazê-lo de volta à vida num experimento com eletricidade. Ele obtém sucesso, mas seus amigos de escola, querendo copiar sua ideia, também fazem a mesma experiência, mas com consequências bem piores. (RR – 11/02/13)     

* Godzilla vs. Megalon (Gojira tai Megaro, 1973) – Filme japonês de monstros, bagaceiro ao extremo. O Japão está realizando testes nucleares numa ilha, causando terremotos e fissuras que chamam a atenção de uma civilização chamada “Seatopia”, que vive secretamente abaixo do mar. Sentindo-se ameaçados, eles decidem atacar a capital Tóquio e enviam o monstro “Megalon”, que voa e solta bolas explosivas de fogo pela boca. Para auxiliá-lo no ataque é também recrutado um outro monstro espacial, “Gigan”. Porém, para a defesa os japoneses contam com o robô “Jet Jaguar” (similar ao “Ultraseven”), que tem a ajuda sempre providencial do popular “Godzilla”. Tranqueira absurdamente tosca de uma época sem computação gráfica, onde os efeitos especiais eram realizados com maquetes e maquiagens, e que diverte justamente por isso. Tudo é ruim demais, desde os atores, a história, e principalmente a luta dos monstros num estilo comédia pastelão “gigantes do ringue”, com os monstros realizando movimentos que desafiam as leis da física (sempre imagino como aqueles atores vestidos em roupas de borracha simulando monstros deviam se divertir com o que faziam...). A cópia que tive acesso é um DVD original japonês com legendas em inglês e curiosamente, o monstro “Megalon” inspirou com seu sonoro e interessante nome a escolha do título do lendário fanzine brasileiro de Ficção Científica e Horror, editado por Marcello Simão Branco, que teve 71 edições entre 1988 e 2004. (RR – 25/02/13)     

* Inatividade Paranormal (A Haunted House, 2013) – Comédia com elementos de horror, que estreou nos cinemas brasileiros em 01/02/13, e que tem no elenco o comediante Marlon Wayans (que também foi o co-roteirista), conhecido pela popular franquia similar “Todo Mundo em Pânico” (Scary Movie). Malcolm (Wayans) convida sua namorada Kisha (Essence Atkins) para morar com ele. Porém, os problemas começam a surgir depois que descobrem que existe um fantasma maligno perturbando a casa (daí o título original), e pedem ajuda para um grupo excêntrico formado por um padre ex-presidiário, um médium homossexual e dois caçadores de fantasmas oportunistas. O roteiro é uma paródia principalmente da franquia “Atividade Paranormal”, com citações para outros filmes de horror como “A Filha do Mal” e “O Último Exorcismo”, e apresenta cenas exageradas envolvendo sexo e consumo de drogas. Até tem alguns momentos engraçados, mas no geral é dispensável. (RR – 03/02/13)     

* Meu Namorado é um Zumbi (Warm Bodies, 2013) – Outra comédia com elementos de horror, que entrou em cartaz nos cinemas em 08/02/13. Uma contaminação de proporções globais assola nosso planeta dividindo-o em três espécies: os humanos sobreviventes do contágio, que vivem entrincheirados lutando constantemente por suas vidas num mundo a caminho da extinção; os mortos-vivos ou “cadáveres”, que apenas caminham de forma instintiva à procura de alimento (carne e cérebros dos humanos); e os “esqueléticos”, criaturas ameaçadoras e violentas que também foram infectadas e perderam a pele com o passar do tempo. Nesse ambiente de caos, um rapaz “cadáver”, inesperadamente salva uma jovem garota humana não infectada de um ataque de zumbis, criando um estranho e incomum laço de amizade que culmina numa sucessão de eventos que podem alterar a ordem das coisas e gerar um sentimento de esperança numa civilização à beira do colapso. Apesar do nome nacional oportunista e “meloso”, o filme pode ser considerado uma interessante e divertida surpresa, contrapondo-se ao tradicional desfecho pessimista e depressivo dos filmes de zumbis, com um roteiro simpático que nos convida a torcer pelo sucesso do casal de protagonistas. (RR – 11/02/13)

* ParaNorman (2012) – Animação com elementos de horror, que estreou nos cinemas brasileiros em 07/09/2012. Norman Babcock é um garoto que sofre “bullyng” constante na escola porque possui a habilidade de ver fantasmas e se comunicar com os mortos. Enfrentando dificuldades de aceitação até pela própria família, ele é apoiado pelo colega obeso Neil, que tem o mesmo problema de rejeição na escola. Porém, Norman não imaginaria que seus poderes sobrenaturais seriam fundamentais para enfrentar uma antiga maldição envolvendo a condenação de uma suposta bruxa e seus inquisidores, na tentativa de salvar sua pequena cidade dessa terrível ameaça. Com uma avalanche de produções de animação voltadas para o público infantil, muitas delas bem divertidas, é sempre bom ver que temos também algumas com temáticas mais sombrias, trazendo interessantes elementos do cinema fantástico. (RR – 04/03/13)

Comentários curtos de cinema - Parte 3 (06/01 a 02/02/13)


Filmes abordados:

Demônio, O (Il Demonio, Itália / França, 1963)
Django Livre (Django Unchained, EUA, 2012)
Evil of Dracula (Chi o suu bara, Japão, 1974)
Hotel Transilvânia (Hotel Transylvania, EUA, 2012) animação
João e Maria: Caçadores de Bruxas (Hansel & Gretel: Witch Hunters, EUA / Alemanha, 2013)
Maldição da Caveira, A (The Skull, Inglaterra, 1965)
Slaughter High (Slaughter High, EUA / Inglaterra, 1986)
Último Desafio, O (The Last Stand, EUA, 2013)
Viagem, A (Cloud Atlas, EUA / Alemanha / Hong Kong / Singapura, 2012)



* “Demônio, O” (Il Demonio, 1963) – Numa co-produção entre Itália e França e com fotografia em preto e branco, esse filme informa que sua história é baseada em fatos reais. Numa pequena cidade italiana, uma mulher se envolve com bruxaria por causa de um amor não correspondido, e torna-se perseguida pelos aldeões católicos e extremamente supersticiosos, que acreditam que ela está possuída pelo demônio. A narrativa é bem arrastada, mas vale a pena conhecer devido pelo menos dois motivos: a cena da mulher suportamente endemoniada andando na igreja no melhor estilo “aranha”, e que deve ter inspirado momento similar no clássico “O Exorcista” (versão do diretor), e pelos exagerados rituais religiosos de pessoas patéticas que gostam de exercer seu lado inquisidor. (RR – 27/01/13)     

* “Django Livre” (Django Unchained, 2012) – Estreou nos cinemas brasileiros em 18/01/13 mais um filme dirigido e escrito pelo cultuado Quentin Tarantino. Um caçador de recompensas, Dr. King Schultz (Cristoph Waltz), convoca um escravo negro, Django (Jamie Foxx), para ajudá-lo a localizar alguns homens procurados pela lei. O sucesso da parceria acaba tornando-os sócios e ambos partem para tentar resgatar a esposa de Django, Broomhilda (Kerry Washington), escrava na plantação de um rico fazendeiro, Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). Interessante western com uma violenta história de vingança repleta de mortes e tiroteios sangrentos. Tem também algumas cenas extremamente hilárias como a discussão entre os homens que pretendiam emboscar o Dr. Schultz e Django, e reclamavam do desconforto das máscaras que ocultavam seus rostos.  (RR – 28/01/13) 

* “Evil of Dracula” (1974) O professor Shiraki (Toshio Kurosawa) chega numa escola de garotas numa pequena cidade para lecionar. Porém, ao conhecer o diretor (Shin Kishida), fica surpreso ao ser informado que deverá substituí-lo no cargo. Mas esse será o menor de seus desafios, pois além de enfrentar pesadelos onde é atormentado por vampiros, estão ocorrendo misteriosos desaparecimentos das estudantes, levando-o juntamente com o médico da escola, Doc Shimimura (Kunie Tanaka), a investigar o mistério que assombra o lugar. Produção japonesa de 1974, “Evil of Dracula” possui claras referências aos filmes de vampiros da produtora inglesa “Hammer”, procurando utilizar a mesma ambientação gótica e estilo característico. O filme é a terceira parte de uma série de vampiros do mesmo diretor, sucedendo “Fear of the Ghost House: Bloodsucking Doll” (1970) e “Lake of Dracula” (1971). (RR – 02/02/13)  

* “Hotel Transilvânia” (Hotel Transylvania, 2012) – Animação da “Sony” com elementos de horror que entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 05/10/2012. O famoso vampiro Drácula construiu e administra um enorme hotel no alto de uma montanha afastada, para receber exclusivamente todo tipo de monstros e criaturas, as quais poderiam descansar e se divertir longe da “ameaça” da humanidade. Porém, as coisas se complicam quando um garoto mochileiro encontra o lugar e conhece a filha adolescente de Drácula, que está cansada de viver isolada e sem amigos. O roteiro é meio infantilóide, diferente de outras animações mais interessantes que utilizam elementos fantásticos como “Monstros S.A.” ou “Monstros vs. Alienígenas”. E vale quase que somente pela homenagem aos monstros clássicos do cinema de horror como “Drácula”, “Criatura de Frankenstein”, “Lobisomem” e “Homem Invisível”, entre outros. (RR – 22/01/13)     

* “João e Maria: Caçadores de Bruxas” (Hansel & Gretel: Witch Hunters, 2013) – Reforçando uma tendência no cinema fantástico com adaptações mais sombrias de clássicos contos de fadas, como já ocorreu com “Branca de Neve e o Caçador” (2012) e “A Garota da Capa Vermelha” (2011), estreou nos cinemas brasileiros em 25/01/13, a história dos Irmãos Grimm sobre João e Maria e seu envolvimento com uma casa de doces habitada por uma bruxa. Agora não mais crianças e sim jovens caçadores de recompensas, com habilidades notáveis no manuseio de armas e lutas violentas, além de uma sede de vingança na caça sangrenta de bruxas malignas. Em resumo, é apenas mais uma história descartável e previsível (bem contra o mal), carregada de fantasia e exagerada nas cenas de ação com tiroteios barulhentos em efeitos de computação gráfica. E é incrível como o público gosta dessas bobagens dispensáveis, com salas de cinema cheias. É tão patético que até um grotesco troll passa para o lado do bem... (RR – 25/01/13)     

* “Maldição da Caveira, A” (The Skull, 1965) – Produção inglesa do estúdio rival da “Hammer”, o igualmente cultuado “Amicus”, com direção de Freddie Francis, roteiro de Milton Subotsky (a partir do livro “The Skull of the Marquis De Sade”, de Robert Bloch), e com a dupla dinâmica Peter Cushing e Christopher Lee. Depois dessa apresentação dos envolvidos, é desnecessário mencionar que a diversão é garantida. O Dr. Christopher Maitland (Cushing) é um estudioso de demonologia, colecionador de objetos relacionados a crimes, magia negra e feitiçaria, e escritor de livros sobre esses assustadores temas. Seu amigo Sir Matthew Phillips (Lee) também é colecionador dos mesmos tipos de objetos e obras de arte, e consequentemente um adversário nos arremates de interessantes peças em leilões. Porém, os problemas vêm à tona após o surgimento de uma misteriosa caveira (que dizem ser do famoso e sádico Marquês de Sade), na coleção de Maitland, iniciando um rastro de mortes violentas e trazendo a insanidade ao seu proprietário. Indispensável para os fãs dos antigos filmes ingleses da “Hammer” e “Amicus”. (RR – 06/01/13)     

* “Slaughter High” (1986) – Típico slasher dos anos 80, perdido numa infinidade de produções similares. Um garoto nerd é constantemente vítima de brincadeiras de mau gosto dos colegas de escola, até que ocorre um acidente no laboratório, que se incendeia e um produto químico desfigura o rosto do rapaz. Anos mais tarde, esse mesmo grupo de estudantes recebe um convite para uma reunão de confraternização na antiga escola, agora um prédio abandonado e prestes a ser demolido. Uma vez presos no local, eles são obrigados a lutar por suas vidas, quando um assassino está agindo com requintes de crueldade, num óbvio plano de vingança. O roteiro é patético de tão previsível, restando ao espectador apenas relaxar e tentar se divertir em meio às cenas de mortes sangrentas e tentativas de suspense nas perseguições do assassino. No elenco, temos a cultuada atriz inglesa Caroline Munro. (RR – 07/01/13)     

* “Último Desafio, O” (The Last Stand, 2013). Filme que estreou nos cinemas brasileiros em 18/01/13 e marca o retorno de Arnold Schwarzenegger aos filmes de ação, sua marca registrada, após ficar afastado por envolvimento com a política. Um perigoso chefe do tráfico de drogas é resgatado de um combio que o levava para a pena de morte, e a bordo de um carro super veloz tenta fugir para a fronteira dos Estados Unidos com o México. Para impedí-lo, após o fracasso de equipes do FBI e SWAT, resta ao xerife (Schwarzenegger) de uma pequena cidade do interior, que era um experiente policial de Los Angeles, tentar evitar que o fugitivo cruze a fronteira. Ação, perseguições e tiroteios exagerados, com os costumeiros clichês e situações inverossímeis, mas cujo resultado é garantia de diversão certa, principalmente pela presença de Schwarzenegger, mais velho, porém ainda carismático como sempre. Ainda tem um bom elenco de apoio com Forest Whitaker e Peter Stormare, além da presença do brasileiro Rodrigo Santoro como coadjuvante e ganhando cada vez mais espaço em Hollywood. (RR – 28/01/13)     

* “Viagem, A” (Cloud Atlas, 2012) – Produção milionária dos mesmos criadores da trilogia “Matrix”, os irmãos Andy e Lana Wachowski, e com elenco famoso liderado por Tom Hanks e Halle Berry, que estreou nos cinemas brasileiros em 11/01/13. É um épico de quase três horas de duração apresentando seis histórias ambientadas em épocas e locais diferentes, do passado de meados do século XIX ao futuro pós-apocalíptico, com os mesmos atores interpretando vários papéis, e todos os eventos conectados entre si de alguma forma, com elementos de drama, thriller e ficção científica. (RR – 13/01/13)     

Comentários curtos de cinema fantástico Parte 2 – (01 a 31/12/12)


Filmes abordados:

Abraham Lincoln vs. Zombies (Abraham Lincoln vs. Zombies, EUA, 2012)
Apartment 143 (Apartment 143 – Emergo, Espanha, 2011)
Armadilha (ATM, EUA / Canadá, 2012)
Claustrofobia (Claustrofobia, Holanda, 2011)
Corvo, O (The Raven, EUA / Hungria / Espanha, 2012)
Do Além (Beyond, EUA, 2012)
Exit Humanity (Exit Humanity, Canadá, 2011)
Enter Nowhere (Enter Nowhere, EUA, 2011)
Gigante Monstro Gila, O (The Giant Gila Monster, EUA, 1959)
Hard Rock Zombies (Hard Rock Zombies, EUA, 1985)
Hobbit – Uma Jornada Inesperada, O (The Hobbit – An Unexpected Journey, EUA / Nova Zelândia, 2012)
Hotel (Hotel, Alemanha / Áustria, 2004)
Livide (Livide, França, 2011)
Occupant (Occupant, EUA, 2011)
Pesadelo no Vale da Morte (Death Valley, EUA, 1982)
Q – A Serpente Alada (Q – The Winged Serpent, EUA, 1982)
Vila das Sombras (Le Village des Ombres, França, 2010)
Vingador, O (Hobo With a Shotgun, Canadá, 2011)


* “Abraham Lincoln vs. Zombies” (2012) – Tranqueira produzida pela “The Asylum”, estúdio especializado em copiar a ideia de filmes com apelo comercial e popular, lançando suas próprias versões logo em seguida. Esse filme, inspirado em “Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros”, apresenta o tão cultuado presidente dos Estados Unidos entre 1861 e 1865, partindo para o campo de batalha junto com um grupo de agentes especiais para retomar um forte controlado pelos confederados na guerra civil. Porém, o que eles realmente encontram e precisam enfrentar na verdade é um exército de zumbis formado por soldados e a população local, vítimas de uma misteriosa infecção. Roteiro ridículo com todos os mesmos e cansativos clichês de filmes de mortos-vivos, não acrescentando nada ao sub-gênero. Dispensável. (RR – 25/12/12)     

* “Apartment 143 (Apartment 143 – Emergo, 2011) – Mais um filme explorando o já exaustivo subgênero do “found footage”. Uma equipe com dois técnicos em equipamentos eletrônicos para captação de imagens e um cientista, é chamada para investigar a ocorrência de fenômenos não explicados no apartamento de uma família formada pelo pai, um filho pequeno e uma filha adolescente, cuja mãe morreu tragicamente num acidente de carro, e que parece não estar em paz, ainda rondando o local. História de fantasma com algumas boas cenas de tensão, mas de uma forma geral é exagerado e fantasioso demais. (RR – 01/12/12)     

* “Armadilha” (ATM, 2012) – Três jovens (dois rapazes e uma moça), que trabalham juntos, saem de uma festa de confraternização de final de ano, e param num ATM (local como é conhecido nos Estados Unidos e Canadá, com caixas eletrônicos para saque de dinheiro). Porém, no momento de saírem, são surpreendidos por um homem desconhecido e violento, que sem motivo aparente, os mantém sitiados, obrigando os jovens a lutarem por suas vidas. Interessante thriller com um maníaco fazendo um jogo de tortura psicológica com suas vítimas, com um clima constante de tensão, apesar de algumas situações inverossímeis. (RR – 21/12/12)     

* “Claustrofobia” (2011) – Uma bela jovem e ainda indecisa estudante de veterinária aluga um apartamento, não imaginando a imensa confusão que enfrentaria com o vizinho do andar de baixo, um também jovem médico, porém cheio de mistérios e atormentado por um grave trauma de infãncia relacionado ao título do filme. Interessante e divertido thriller holandês, e apesar de algumas situações inverossímeis, entre elas a incrível incompetência da polícia local, consegue manter o clima de tensão. (RR – 28/12/12)     

* “Corvo, O” (The Raven, 2012) – História ambientada na cidade americana de Baltimore em meados do século XIX, onde um “serial killer” está cometendo violentos assassinatos inspirados em poemas do hoje cultuado escritor Edgar Allan Poe. E o próprio Poe (John Cusack), que aprecia bebidas alcoólicas, é intimado pela polícia local, através do Detetive Fields (Luke Evans), a auxiliar nas investigações na captura do psicopata, principalmente depois que a namorada do escritor, Emily Hamilton (Alice Eve), foi sequestrada. Com um roteiro especulando os últimos e misteriosos dias na vida real de Poe, o filme não consegue evitar algumas situações exageradas nas ações sempre bem sucedidas do assassino, esbarrando nos velhos clichês que costumam desgastar o estilo. (RR – 24/12/12)     

* “Do Além” (Beyond, 2012) – Um detetive prestes a se aposentar, especializado em localizar crianças sequestradas, recebe uma última missão: desvendar o mistério e encontrar uma menina de sete anos, sobrinha de seu chefe na polícia, e filha de um casal em crise conjugal. Para isso, ele recebe a ajuda de um jovem vidente e sensitivo, que afirma receber sinais da criança desaparecida. Thriller típico da tediosa sessão “Super Cine” da TV Globo, com uma história clichê e desfecho comum e previsível. A única coisa que se salva é a presença do veterano ator Jon Voight (que faz o detetive), mais em respeito a sua bem sucedida carreira do que propriamente pelo papel nesse filme dispensável. (RR – 29/12/12)     

* “Enter Nowhere” (Enter Nowhere, 2011) – Thriller com elementos de horror e ficção científica. Três pessoas (um homem e duas mulheres) se encontram aleatoriamente numa misteriosa cabana no meio de uma floresta com noites geladas. Tentando inicialmente sobreviver ao frio e fome, aos poucos vão se conhecendo e descobrindo revelações surpreendentes sobre suas vidas e o motivo de se encontrarem, principalmente após surgir mais outro personagem igualmente misterioso na trama, um soldado alemão da Segunda Guerra Mundial. Um roteiro interessante que prende a atenção do espectador, ávido pela revelação dos acontecimentos. (RR – 16/12/12)     

* “Exit Humanity” (2011) – Outro filme situado no desgastado subgênero dos zumbis, dessa vez com produção canadense e história ambientada no século 19, mais precisamente durante a guerra civil americana, no Estado do Tennessee.  Um homem está no campo de batalha e além do inimigo de guerra, tem que enfrentar também mortos-vivos que se alimentam de carne humana e somente são abatidos definitivamente com ferimentos na cabeça. Ele perde sua família, esposa e filho de 11 anos, vítimas dos zumbis, e em sua trajetória em meio ao caos, encontra outras pessoas não infectadas com quem estabelece um vínculo de amizade, e também militares paranóicos com comportamentos piores que os mortos. Mais do mesmo, perdido na infinidade de produções similares, com todos os clichês já largamente explorados, mudando apenas a ambientação, num filme lento e longo demais (quase duas horas). (RR – 31/12/12)     

* “Gigante Monstro Gila, O” (The Giant Gila Monster, 1959) – Bagaceira incrivelmente ruim, produzida nos saudosos anos 50 do século passado. Numa pequena cidade do interior do Estado americano do Texas, uma série de misteriosos desaparecimentos de pessoas e acidentes rodoviários intriga a polícia, e as evidências sugerem ser obra de ataques de um lagarto gigantesco. O xerife Jeff (Fred Graham), auxiliado pelo jovem Chase Winstead (Don Sullivan), um mecânico influente entre os adolescentes locais, partem para a investigação e confronto com o monstro. De tão ruim até diverte, com um roteiro banal e exageradamente inocente. O lagarto é real, filmado andando entre maquetes, simulando um tamanho descomunal (efeito também utilizado em outras produções como “Viagem ao Centro da Terra”, 1959, e “O Mundo Perdido”, 1960). Lançado em DVD no Brasil pela “FlashStar” em sua “Classic Colection”, com o original em PB e também a versão colorizada digitalmente. (RR – 02/12/12)     

* “Hard Rock Zombies” (1985) – Mistura de comédia e musical com elementos de horror, escrita e dirigida por um indiano chamado Krishna Sha. Uma banda de hard rock está a caminho de uma pequena cidade para um show, porém são mal recebidos pela estranha população local, que prepara um boicote. Depois de mortos por eles, a banda retorna como zumbis para salvar uma jovem garota por quem o vocalista se apaixonou. Sou um apreciador declarado de filmes bagaceiros, mas existem exceções como essa tranqueira sonolenta e sem graça, com atuações péssimas. Foi uma verdadeira tortura aguentar os 98 minutos de uma história ridícula misturando lobisomem, zumbis, anões, nazistas (até o próprio Hitler aparece), etc... Totalmente dispensável, é um daqueles filmes que contribuem para depreciar o gênero. (RR – 31/12/12)     

* “Hobbit – Uma Jornada Inesperada, O” (The Hobbit – An Unexpected Journey, 2012) – O cineasta Peter Jackson retorna ao universo sombrio do escritor J. R. R. Tolkien, após a fantástica trilogia “O Senhor dos Anéis”, produzida entre 2001 e 2003. Dessa vez, ele inicia uma nova trilogia, inspirada no livro “The Hobbit”. O mago Gandalf (Ian McKellen) convoca o pacífico hobbit Bilbo Baggins (Martin Freeman) para fazer parte de uma incrível aventura junto com um grupo de treze anões, liderados pelo guerreiro Thorin (Richard Armitage). Eles partem para uma missão extremamente perigosa: retomar seu antigo lar Erebor, localizado numa montanha rica em ouro, que pertence agora ao imenso e terrível dragão Smaug. No caminho, eles enfrentam a morte o tempo inteiro, combatendo trolls, wargs, orcs e goblins. Ambientado antes de “O Senhor dos Anéis”, o filme é simplesmente fantástico, com três horas de puro cinema de entretenimento, numa história recheada de elementos de horror e fantasia sombria. Altamente recomendável. (RR – 23/12/12)     

* “Hotel” (2004) – Desconhecido e estranho filme europeu (co-produção entre Alemanha e Áustria), misturando elementos de drama e horror sutil. A ação se passa num hotel localizado em alguma região inóspita, cercada por bosques, onde uma jovem chega para trabalhar, e precisa enfrentar um mistério envolvendo o desaparecimento da colega anterior que estava em seu posto de trabalho. Exageradamente lento, é um convite ao sono, com tentativas sem sucesso de criação de uma atmosfera sombria, mas passando longe de qualquer tipo de sentimento ligado ao horror. (RR – 09/12/12)     

* “Livide” (2011) – Dirigido pelos mesmos cineastas Alexandre Bustillo e Julien Maury, responsáveis por “A Invasora” (2007), um dos grandes filmes do cinema de horror extremo francês. Porém, agora eles deixaram de lado a violência gráfica e partiram para uma história mais psicológica, com menos sangue. Uma jovem começa a trabalhar de ajudante de enfermagem, acompanhada de uma enfermeira mais experiente, visitando idosos que precisam de cuidados. Nessas visitas, ela recebe a informação sobre uma velha em estado vegetativo, que aguarda a morte numa mansão misteriosa próxima de um pântano, e que existe uma lenda sobre um tesouro escondido na imensa casa. Mais tarde, a jovem aprendiz e dois amigos decidem invadir o local à noite para procurar o tesouro, mas encontram coisa pior. A dupla de cineastas procurou mudar o rumo de seu filme anterior, apostando numa história mais sutil, mas o resultado não agradou totalmente, esbarrando num roteiro confuso. Mesmo assim, vale conhecer devido alguns bons momentos de tensão e mistério. (RR – 28/12/12)     

* “Occupant” (2011) – Um jovem é chamado para reconhecer o corpo da avó falecida, que vivia sozinha como inquilina num enorme apartamento em Nova Iorque. Ele é persuadido pelo porteiro do prédio e por um advogado a tentar manter o contrato de aluguel com um preço muito inferior ao de mercado, se apossando do apartamento da avó. Para isso, ele teria que ficar preso no interior do imóvel por doze dias, até o despacho da documentação que iria legalizar a transação. Mas os dias passam, tornando sua permanência um grande desafio. Thriller claustrofóbico com elementos de insanidade e mistério que até conseguem prender a atenção do espectador, sem muita exigência. (RR – 22/12/12)     

* “Pesadelo no Vale da Morte” (Death Valley, 1982) – Uma mulher divorciada, Sally (Catherine Hicks), e seu filho pequeno de 11 anos, Billy (Peter Billingsley) saem da agitada New York para o deserto da California (conhecido como o “Vale da Morte” do título), para passar as férias. Lá, eles são recebidos por um antigo namorado da mulher, Mike (Paul Le Mat). Porém, um assassino em série, conhecido por cortar a garganta de suas vítimas com uma faca, está em atividade no local, e passa a ameaçar a família recém chegada. Slasher oitentista meio desconhecido, produzido num período fértil desse sub-gênero, mas ficando à sombra de outros filmes mais badalados como os das franquias “Sexta-Feira 13” e “Halloween”. E a história não empolga, com poucas e discretas mortes e muitos clichês. (RR – 30/12/12)     

* “Q – A Serpente Alada” (Q – The Serpent Winged, EUA, 1982) – Direção e roteiro de Larry Cohen (o mesmo da trilogia “Nasce um Monstro” e outras pérolas como “A Coisa”, de 1985), e com um elenco formado por Michael Moriarty e David Carradine. Em plena cidade de New York, uma misteriosa criatura gigante voadora (chamada de “Q”, do título), está matando violentamente pessoas no alto de prédios. A polícia local, liderada por David Carradine, está investigando as ocorrências e checando evidências numa suposta conexão do monstro alado com uma série de assassinatos de uma seita de culto a um antigo deus azteca. Em paralelo, um pianista desempregado, interpretado por Michael Moriarty, é o único que descobre o ninho do monstro, e tenta obter lucro com essa valiosa informação. Homenagem aos cultuados filmes de monstros dos anos 50, tão divertido quanto eles, onde a serpente alada aparece pouco, em precários efeitos de “stop motion”, mas sempre garantindo o charme dessa produção de baixo orçamento e roubando as cenas. (RR – 31/12/12)     

* “Vila das Sombras” (Le Village des Ombres, 2010) – Um grupo de jovens dividido em dois carros está a caminho de um vilarejo chamado Ruiflec, para visitar os parentes de um deles. Após um evento misterioso ocorrido na estrada, eles encontram a vila de aspecto sinistro. Porém, a partir daí eles terão que lutar por suas vidas e contra uma entidade maligna que não pretende deixá-los ir embora. Thriller francês com elementos de mistério e horror psicológico, com uma ideia central até interessante, envolta numa atmosfera sombria constante, porém com uma narrativa exageradamente lenta em vários momentos, contribuindo para a dispersão da atenção. (RR – 26/12/12)

* “Vingador, O” (Hobo With a Shotgun, 2011) – Produção canadense inspirada num trailer “fake” de “Grindhouse” (2007), da mesma forma como ocorreu com “Machete”. Um homem velho e morador de rua (o ator holandês Rutger Hauer) chega numa pequena cidade dominada por um mafioso, cercada de violência e polícia corrupta. Depois de presenciar tanta criminalidade impune, ele decide se apossar de um potente rifle e fazer justiça com as próprias mãos. Com um roteiro ruim de auto-paródia e exageradamente violento, o filme é uma mistura de ação, comédia e elementos de horror, que vale quase que exclusivamente pela sempre marcante presença do veterano Rutger Hauer (de filmaços como “Blade Runner” e “A Morte Pede Carona”). (RR – 24/12/12)