Rambo IV (Rambo IV, 2008)


Viva por nada ou morra por alguma coisa” – John Rambo

Sylvester Stallone pode não ser um excelente ator, mas definitivamente é um ator carismático. Seus personagens Rocky Balboa (franquia com 5 filmes) e John Rambo (série de 4 filmes) fazem parte da cultura popular, e quem gosta pelo menos um pouco de cinema de entretenimento, já ouviu falar deles ou assistiu os filmes citados. E Stallone também tem provado ser um talentoso cineasta, dirigindo depois de muitos anos as mais recentes seqüências de ambas as franquias, “Rocky Balboa” (2006) e “Rambo IV” (2008), sendo que este último entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 29/02/08.

Depois de protagonizar três aventuras com muita ação em cenas de guerra (“Rambo – Programado Para Matar”, 1982, “Rambo II – A Missão”, 1985, e “Rambo III”, 1988), John Rambo vive agora na Tailândia, caçando cobras para servirem de espetáculos de entretenimento para turistas, ou alugando seu barco para passeios no rio Salween. Ele é procurado por um grupo de missionários americanos que quer ir até Burma, um país vizinho em guerra civil há dezenas de anos, para ajudar as vítimas inocentes do conflito com remédios e tratamento médico. O grupo é liderado por Michael Burnett (Paul Schulze) e Sarah Miller (Julie Benz), que depois de chegarem numa vila se envolvem num ataque do opressor exército de Burma, sob a liderança do Major Pa Tee Tint (Maung Maung Khin), tornando-se prisioneiros, obrigando o Reverendo Arthur Marsh (Ken Howard) a contratar um grupo de mercenários comandados por Lewis (Graham McTavish) para tentar um resgate. Rambo então é convencido a se juntar ao grupo, fazendo a diferença no conflito e sendo o responsável por uma imensa trilha de cadáveres.

Rambo somente diz algumas poucas frases, limitando-se a fazer cara de durão. É isso que ele é e somente isto basta. O resto é um banho de sangue em cenas violentíssimas de guerra, com crianças brutalmente assassinadas, e evidenciando o quanto desprezível é a raça humana e o quanto frágil e insignificante é o corpo humano, uma massa de carne, ossos, vísceras e sangue, que se despedaça facilmente ao ser alvejado num campo de batalha. “Rambo IV” parece um filme de horror em alguns momentos, com exageradas cenas de violências, decapitações, membros voando pelos ares, cadáveres podres infestados de moscas e sangue jorrando para todos os lados.
Sou fã do primeiro filme da série, que considero um ótimo drama com elementos de ação numa história cativante que estabelece uma empatia entre o espectador e Rambo. Já as duas seqüências seguintes são apenas filmes comuns de ação e guerra, com roteiros superficiais e desinteressantes, em cenas de batalha que soam artificiais demais. Em compensação, “Rambo IV” fecha bem a série, mostrando Stallone ainda em boa forma, tanto como ator como diretor, com poucas palavras e muita ação, encerrando a franquia com o sangue e a violência típicos de mais uma guerra irracional no mundo.

“Rambo IV” (Rambo IV, Estados Unidos / Alemanha, 2008) # 485 – data: 08/03/08
www.bocadoinferno.com / www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 09/03/08)