Produzido na década dourada do cinema
fantástico bagaceiro, “The Crawling Eye” (também conhecido como “The Trollenberg Terror”, dirigido por
Quentin Lawrence, é uma tranqueira inglesa de 1958 em preto e branco, dirigida
por Quentin Lawrence e com roteiro de Jimmy Sangster, conhecido colaborador do
cultuado estúdio “Hammer”, a partir de história de Peter Key.
Uma região turística nos alpes suíços,
procurada por alpinistas para escalar a montanha gelada Trollenberg, uma
misteriosa nuvem radioativa está sempre presente no local enquanto violentas
mortes por decapitação assombram a montanha e o vilarejo próximo, prejudicando
os negócios e aterrorizando os aldeões.
Na montanha funciona um observatório
científico com acesso por teleférico, comandado pelo Professor Crevett (Warren
Mitchell), com equipamentos tecnológicos financiados pelo governo e que estuda
o fenômeno da nuvem. Ele chama seu amigo americano que trabalha na ONU, Alan
Brooks (Forrest Tucker), para ajudá-lo na investigação. Tucker chega ao local
trazendo duas irmãs que conheceu no trem. Elas são Sarah e Anne Pilgrim
(Jennifer Jayne e Janet Munro, respectivamente), e a última possui habilidades
de clarividência, uma capacidade de receber informações de outras mentes,
sentindo-se perturbada em Trollenberg com algo misterioso acontecendo na
região.
Uma vez hospedados no hotel de
propriedade do Sr. Klein (Frederick Schiller), eles conhecem o jornalista
investigativo Philip Truscott (Laurence Payne) e dois alpinistas, o geólogo
Dewhurst (Stuart Saunders) e o experiente Brett (Andrew Faulds), que planejam
escalar a montanha.
As coisas complicam bastante quando
bizarros alienígenas que se escondem na nuvem decidem atacar o observatório e
as casas do vilarejo. São criaturas rastejantes enormes formadas por um cérebro
com um único olho e vários tentáculos, restando aos humanos se defenderem e
encontrarem uma forma de combater a invasão alienígena.
“The Crawling Eye” aka “The Trollenberg
Terror” é um daqueles filmes bagaceiros divertidos de ficção científica com
elementos de horror da década de 1950 do século passado, com história exagerada
no escapismo, explorando o tema de invasão alienígena hostil com monstros
disformes controladores de mentes. A narrativa é arrastada ao especular a causa
das mortes de alpinistas que perdem literalmente a cabeça e a estranha presença
de uma nuvem radioativa sempre no mesmo lugar na montanha. Os monstros demoram
bastante para aparecer, surgindo apenas no terceiro ato. Mas, é certamente a
parte mais divertida com os efeitos práticos toscos das criaturas do espaço
sideral de cérebros colossais e um olho central, além de retroprojeção e
maquetes simulando o observatório na montanha sendo atacado pelos tentáculos
das criaturas rastejantes, e os aviões militares descarregando suas bombas
incendiárias.
O ator americano Forrest Tucker (1919 /
1986), que interpreta o herói que toma a frente no combate aos monstros do
espaço, teve uma longa e variada carreira e participou de alguns filmes de
horror e FC no mesmo período como “O Monstro do Himalaia” (The Abominable
Snowman, 1957), da produtora inglesa “Hammer” e com o ícone Peter Cushing, e “O
Monstro Cósmico” (The Strange World of Planet X, 1958).
Curiosamente, o filme é desmembrado
de uma série de TV de 1956/57 com 6 episódios e que foi perdida. A ideia básica
foi aproveitada, alguns atores foram trocados e o mesmo criador Quentin
Lawrence fez então o filme em 1958. O cultuado cineasta John Carpenter, nome
associado ao fantástico e diretor de “Halloween” (1978), filme que introduziu o
psicopata mascarado Michael Myers na cultura pop, revelou que os alienígenas
ocultos na neblina radioativa de “The Crawling Eye” influenciou seu filme “A
Bruma Assassina” (The Fog, 1980). A banda americana de punk rock “Misfits”
gravou a música “The Crawling Eye” em homenagem ao filme.
(RR
– 30/01/22)