"O
maior flagelo de todos que afligiu a humanidade foi o Vampiro. Ele se alimentou
de sangue humano e a única maneira conhecida de acabar com o seu reinado de
terror foi afundar uma estaca de madeira em seu coração.”
“Sangue
de Vampiro” (Blood of the Vampire, 1958), dirigido por Henry Cass, também
conhecido por aqui como “A Noite do Vampiro”, é um filme inglês de horror
gótico que tem todas as características de uma produção do cultuado estúdio
“Hammer”, como se fosse pertencente ao seu ciclo de vampirismo. Mas, na verdade
foi produzido pelos rivais Robert S. Baker e Monty Berman, e o roteiro de Jimmy
Sangster (de vários divertidos filmes da “Hammer”) não tem vampiros,
apresentando os tradicionais elementos góticos com ambientação no final do
século XIX, numa história de horror com “cientista louco”.
Na Transilvânia de 1874, o cientista Dr.
Callistratus (Donald Wolfit, que naturalmente tem um rosto incrível de vampiro),
está envolvido em experiências com sangue humano. Por causa disso, ele é
confundido com um vampiro pelos aldeões supersticiosos, e executado
violentamente com uma estaca de madeira cravada no coração. Porém, é resgatado
da sepultura pelo servo fiel Carl (Victor Maddern), que tem o rosto
desfigurado, e que salva seu mestre com um transplante de coração realizado por
um médico alcoólatra (Cameron Hall).
Apesar do sucesso da cirurgia, o Dr.
Callistratus adquire uma doença no sangue que o motiva em buscar respostas nos
estudos e experiências que realiza nos porões de uma prisão para criminosos
insanos, onde exerce a função de diretor. Ele utiliza os internos como cobaias
e decide recrutar a ajuda de outro médico mais jovem, John Pierre (Vincent
Ball), que havia sido condenado e preso injustamente por causa de um suposto erro
médico com transfusão de sangue.
Ele é noivo da bela Madeleine Duval
(Barbara Shelley), que tenta ajudá-lo ao se infiltrar no presídio como
empregada, onde se torna também vítima das experiências brutais do “cientista
louco”.
Disponível no “Youtube” numa versão
original com opção de legendas em português, “Sangue de Vampiro” é indicado
para os fãs de horror gótico e especialmente da “Hammer”. Apesar do título
original mencionar “vampiro”, não existem esses seres mitológicos na história,
apenas temos um típico “cientista louco” confundido com um vampiro, que está
obcecado em experiências com o sangue de vítimas torturadas. Porém, mesmo com a
ausência das criaturas noturnas sugadoras de sangue, ainda temos vários
daqueles elementos tradicionais que reconhecemos em filmes similares, com a
ambientação gótica e atmosfera sombria da penitenciária, que esconde um
laboratório sinistro no porão repleto de instrumentos bizarros, além das
vítimas acorrentadas na masmorra, aguardando apenas a morte como cobaias de
experimentos mal sucedidos.
A atriz inglesa Barbara Shelley (1932 /
2021) teve uma carreira longa, que incluiu filmes importantes do gênero
fantástico como “Aldeia dos Amaldiçoados” (1960) e pérolas da “Hammer” como “A
Górgona” (1964), “Drácula, o Príncipe das Trevas” (1966), “Rasputin, o Monge
Louco” (1966) e “Uma Sepultura na Eternidade” (1967).
(RR
– 26/04/23)