"Retorna.
Retorna tu, criatura, para as profundezas do mal. Retorna para a hedionda
mortalidade. Vardella, eu te dou mais uma vez a tua liberdade. Eu te dou a
vida.” – Conde Von Helsing
Assim como a menção de nomes de atores
expressivos como Boris Karloff, Bela Lugosi, Peter Cushing, Christopher Lee e
Vincent Price, entre outros, já indica uma associação ao cinema de Horror,
agregando valor a qualquer filme onde estejam no elenco, no caso da atriz
inglesa Barbara Steele (nascida em 1937), seu nome também está ligado ao
gênero, sendo considerada pelos fãs como “a musa do Horror Gótico”, e
certamente já destacando do limbo qualquer filme em que esteja participando,
diferenciando da infinidade de similares, mesmo quando a qualidade for menor.
É o caso de “A Irmã de Satanás” (The She Beast), co-produção inglesa e italiana
também conhecida pelos títulos originais alternativos “La Sorella di Satana” e
“The Revenge of the Blood Beast”. Disponível no “Youtube” com opção de legendas
em português, a direção é do inglês Michael Reeves (1943 / 1969), que faleceu
ainda jovem com uma carreira curta de apenas três filmes, todos de horror. “Sob
o Poder da Maldade” (1967), com Boris Karloff, e “O Caçador de Bruxas” (1968),
com Vincent Price, completam a filmografia.
Um casal de turistas ingleses
recém-casados, Philip (Ian Ogilvy) e Veronica (Barbara Steele), em passeio na
Transilvânia, interior da Romênia, vai parar num pequeno vilarejo e hospeda-se
no hotel de propriedade de Ladislav Groper (Mel Welles). Lá, eles conhecem o
aristocrata falido Conde Von Helsing (John Karlsen), um estudioso de
demonologia que conta a história da bruxa Vardella (Jay Riley, sob pesada
maquiagem), morta por afogamento no lago da cidade pelos aldeões furiosos, há
200 anos antes, e que jurou vingança com uma maldição aos seus executores e
descendentes.
Depois de um acidente com o casal de
turistas, com seu carro caindo no mesmo lago da execução de Vardella, a bruxa
retorna à vida tentando tomar o lugar de Veronica. Resta ao marido Philip, com
o auxílio de Von Helsing, tentar salvar a vida de Veronica, combatendo a bruxa
disforme, que coloca em prática seu plano de vingança.
Com fotografia colorida e metragem de
apenas 79 minutos, “A Irmã de Satanás” tem uma história ruim com elementos de
humor que não funcionam e não combinam com a tentativa de atmosfera de horror
com a bruxa deformada.
As ações atrapalhadas da polícia romena e
perseguições banais de carro contribuem para o desinteresse e o que vale mesmo
para os apreciadores de horror gótico é o prólogo com a execução de Vardella, seus
violentos ataques após ressuscitar dois séculos depois, e os efeitos práticos de
maquiagem da bruxa, toscos pelo orçamento baixo da produção, mas divertidos
justamente por isso. E também pela presença sempre bem-vinda da musa Barbara
Steele, que infelizmente tem uma participação pequena, pois só tinha um único
dia livre na agenda para as filmagens.
Seu currículo de horror inclui vários
filmes preciosos como “A Máscara de Satã” aka “A Maldição do Demônio” (1960),
“O Poço e o Pêndulo” aka “A Mansão do Terror” (1961), “Dança Macabra” (1964),
“A Máscara do Demônio” (1965), “Terror no Cemitério” (1965), “Amor de Vampiros”
(1965), “Um Anjo Para Satã” (1966), “A Maldição do Altar Escarlate” (1968),
“Calafrios” (1975), entre outros.
(RR
– 18/04/23)