O Monstro do Inferno (The Blood Beast Terror, Inglaterra, 1968)

 


Uma arrebatadora psicopata demoníaca com o poder diabólico de se transformar em uma cabeça gigante vampira, se banqueteia com o sangue de seus amantes antes de agarrá-los até a morte!

 

O Monstro do Inferno” (The Blood Beast Terror, Inglaterra, 1968) é um filme bagaceiro com elementos de horror e ficção científica situado dentro das temáticas de “cientista louco” e “humanos transformados em monstros”. Produzido pela “Tigon” e dirigida por Vernon Sewell (de “A Maldição do Altar Escarlate”, também de 1968). Tem o lendário astro inglês Peter Cushing (1913 / 1994) no elenco, com uma carreira consagrada e associada ao cinema de horror. E está disponível na plataforma de vídeos “Youtube” numa versão original com opção de legendas em português.

 

Em 1840, um cientista entomologista, Dr. Mallinger (Robert Flemyng), está envolvido em pesquisas genéticas com insetos e é o responsável por criar um monstro que alterna entre a transformação numa mariposa gigante sedenta de sangue e uma linda mulher, Clare Mallinger (Wanda Ventham), conforme anuncia a sonora tagline promocional reproduzida acima, e utilizada para divulgar o filme em cartazes. O “monstro do inferno” (do título nacional) se utiliza do disfarce de filha do cientista quando em forma humana e se alimenta do sangue de suas vítimas quando vira uma mariposa vampira.

A ocorrência de várias mortes misteriosas desperta a atenção da polícia, com a investigação do Inspetor Quennell (Peter Cushing), auxiliado pelo Sargento Allan (Glynn Edwards). E entre os candidatos a vítimas que atravessam o caminho do monstro alado estão um jardineiro (Simon Cain), o naturalista Britewell (William Wilde), recém chegado de uma viagem à África trazendo espécimes para estudo do Dr. Mallinger, além do estudante de entomologia William (David Griffin).

Outros personagens são o mordomo Granger (Kevin Stoney), a filha do inspetor Quennell, Meg (Vanessa Howard) e o atendente do necrotério (Roy Hudd), responsável por tentativas de alívio cômico com algumas piadas. 

 

“O Monstro do Inferno” deve ter se inspirado um pouco no anterior “A Serpente” (The Reptile, 1966), produzido pela “Hammer”, na ideia de uma mulher transformada em monstro assassino, e onde podemos encontrar algumas similaridades. É indicado para os apreciadores de cinema fantástico bagaceiro, com os velhos e esperados clichês de cientistas loucos e monstros toscos, além também da sempre bem-vinda atmosfera de horror gótico e história de detetive e investigação policial.

Os também aguardados efeitos práticos precários estão presentes, mas aparecem pouco e são muito ruins, com a mariposa gigante sedenta do sangue de homens jovens.

Por sorte, temos a participação ativa de Peter Cushing na investigação das mortes e tentativa de desvendar o mistério por trás dos cadáveres ensanguentados. Sua presença já é motivo para agregar valor ao filme e retirá-lo do limbo do esquecimento, separando da infinidade de outros com produção modesta e características iguais de roteiro e ideias recicladas. Cushing teve uma carreira notável com dezenas de filmes divertidos, conseguindo imortalizar o seu nome na história do cinema de Horror.

Porém, por outro lado, a narrativa é arrastada na maior parte do tempo colaborando para um sentimento de tédio no espectador, que só consegue ser compensado nas poucas cenas de ataques do monstro mutante.

Curiosamente, a atriz Wanda Ventham, a mulher vampira mariposa, é a mãe do ator Benedict Cumberbatch, o Doutor Estranho da Marvel. E o papel do cientista interpretado por Robert Flemyng seria inicialmente de Basil Rathbone, outro nome com muitos créditos em filmes de horror, e que morreu em 1967.      

 

(RR – 05/03/23)