Gorgo (Inglaterra, 1961)

 


"Será que todos os esforços do Homem poderão superar a força irresistível desse monstro?” – repórter de rádio, no meio do caos

 

Gorgo” (Inglaterra, 1961) é um filme situado no sub-gênero de monstros gigantes e considerado a resposta britânica para o clássico japonês “Godzilla”, que por sua vez acabou fazendo parte da cultura pop. É mais um daqueles filmes divertidos que eram exibidos com frequência na televisão aberta e que podemos encontrar uma versão no “Youtube” com a dublagem clássica e algumas partes em versão original em inglês sem legendas, para voltarmos ao passado e reviver uma experiência nostálgica de valor inestimável.

A direção é de Eugène Lourié (1903 / 1991), cineasta ucraniano (na época ainda fazia parte da Rússia) que também já havia feito outros filmes de monstros colossais como “O Monstro do Mar” (The Beast From 20.000 Fathoms, 1953), “O Monstro de New York” (The Colossus of New York, 1958), e “O Monstro Submarino” (Behemoth the Sea Monster, 1959). 

 

Os sócios caçadores de tesouros no fundo do mar Joe Ryan (Bill Travers) e Sam Slade (William Sylvester) capturam um monstro marinho de origem pré-histórica, que vive perto de uma ilha irlandesa, escondido numa caverna oceânica oculta na crosta terrestre, e exposta após uma erupção vulcânica.

Apelidado de “Gorgo”, ele é levado para a Inglaterra, onde é explorado como atração de circo em Londres, contrariando um grupo de cientistas que tinha o objetivo de estudá-lo. E um menino, Sean (Vincent Winter), que sente afeição pela criatura, acompanhou clandestinamente a viagem do monstro até o continente.

Porém, as coisas se complicam bastante depois que os cientistas descobrem que o monstro é apenas um filhote, e que sua mãe de 60 metros de altura e imponentes olhos vermelhos está raivosa e vai resgatá-lo destruindo tudo pelo caminho, incluindo importantes marcos históricos de Londres como a torre do relógio do Big Ben e a Ponte da Torre.  

 

Para quem aprecia os filmes antigos de horror e ficção científica com monstros gigantes, assistir “Gorgo” é garantia de diversão, com seus efeitos especiais toscos para os tempos modernos de CGI, mas eficientes e impressionantes para a época de produção no início da década de 60 do século passado. É curto, com apenas 75 minutos, e os destaques obviamente são as cenas de naufrágios dos barcos no mar como se fossem brinquedos e o monstro colossal destruindo Londres, com a utilização da técnica “suitmation”, onde um ator está vestindo uma fantasia de borracha caminhando entre as ruínas de uma cidade em miniatura, com escala proporcional.

Curiosamente, o nome “Gorgo” foi inspirado na criatura “Górgona” da mitologia grega, que tinha serpentes na cabeça e o poder de transformar em pedra todos que olhassem diretamente para o seu rosto. O filme tem algumas similaridades de roteiro com outro clássico, “King Kong” (1933), onde o famoso macaco gigante foi capturado numa ilha esquecida pelo tempo e trazido para o ambiente urbano para ser explorado pelos humanos por cobiça e dinheiro.

   

(RR – 17/06/22)