O fanzine de Horror e Ficção
Científica “Juvenatrix” foi criado
em Janeiro de 1991 (com mais de 200 edições e 5000 páginas já publicadas) e
teve seu nome inspirado num filme americano obscuro e bagaceiro de 1988,
lançado em vídeo VHS por aqui pela “Taipan Video” como “Re-Juvenator”. Com direção de Brian Thomas Jones, cineasta
desconhecido com um currículo pequeno, e roteiro dele em parceria com Simon
Nuchtern.
Uma atriz veterana e rica,
Ruth Warren (Jessica Dublin), está depressiva pelo declínio de sua carreira,
não recebendo mais convites para atuar em grandes filmes. Ele decide então
patrocinar as pesquisas científicas do Dr. Gregory Ashton (John MacKay), que é
auxiliado pela assistente Dra. Stella Stone (Katell Pleven). O projeto científico
consiste na criação de um soro de rejuvenescimento, cuja fase experimental
somente tem testes com animais, e ainda não é seguro para aplicação em seres
humanos.
Porém, a atriz em decadência
está tão ansiosa para voltar a ter uma nova vida mais jovem, que aceita os
riscos e obriga o cientista a testar a fórmula nela mesmo, como cobaia. Depois
de uma cirurgia plástica bem sucedida inicialmente, a mulher se transforma em
jovem novamente, tanto que até mudou de nome para Elizabeth Warren (Vivian
Lanko). E sempre ao seu lado para servi-la, está disponível o fiel mordomo
Wilhelm (James Hogue).
Mas, para manter os efeitos
do rejuvenescimento, ela precisa ingerir regularmente o tal soro que é obtido
através da extração de líquidos dos cérebros de cadáveres, adquiridos
ilegalmente pelo cientista. Despertando assim a desconfiança de um colega rival,
Dr. Germaine (Marcus Powell), um desafeto que quer denunciá-lo e impedir seu
trabalho científico.
Como o processo de
rejuvenescimento está sempre se revertendo e a obtenção do soro está cada vez
mais difícil, a atriz vai se transformando progressivamente num monstro
disforme com a mente distorcida, desenvolvendo um brutal instinto assassino à
procura do cérebro de pessoas vivas para a obtenção do soro.
“Re-Juvenator” é o típico
filme bagaceiro de horror com elementos de ficção científica dos saudosos anos
80 do século passado, com baixo orçamento, mortes sangrentas e ótimos efeitos
especiais com maquiagem “gore” na concepção da criatura mutante gosmenta com
voz gutural, sem a utilização de imagens geradas por computador.
A história não tem novidades,
porém trata-se de diversão garantida pela combinação de “cientista louco” em
busca do bem para a humanidade (o soro da juventude), com “ser humano
transformado em monstro” (uma mulher desesperada para voltar a ser jovem),
tendo um resultado catastrófico para o projeto científico com uma cobaia humana
grotesca assassina, sedenta pelo sangue e faminta pelo cérebro de suas vítimas.
É verdade que demora um
pouco para ocorrer a primeira morte, com quase sessenta minutos, e tudo
acontece com mais intensidade no ato final, com o sangue jorrando e o monstro
colecionando cadáveres, mas isso não é um problema, pois a história desperta o
interesse o tempo inteiro.
O filme foi considerado como
uma espécie de refilmagem de “A Mulher Vespa” (The Wasp Woman, 1960), de Roger
Corman, pela similaridade da história que se situa dentro dos sub-gêneros do
cinema fantástico que exploram “cientistas loucos” e “seres humanos
transformados em monstros”.
Entre as curiosidades, a
trilha sonora é da banda feminina de rock “Poison Dolly´s” (1986 / 1994), que
aparece num show numa boate, e o filme recebeu vários títulos originais como
“The Rejuvenator”, “Rejuvenatrix” ou “Juvenatrix – A Classic Tale of Terror”.
(Juvenatrix – 16/05/20)