Filmes abordados:
Amor
Satânico (Deadly Love, EUA, 1987)
Endereço
do Medo, O (The House That Mary Bought, Inglaterra, 1995)
Mistério
no Bosque / Olhos na Floresta (The Watcher in the Woods, EUA, 1980)
Narco
Satanico (México, 1968)
Superman
and the Mole-Men (EUA, 1951, PB)
Vingança Eterna / Múmia Vive, A (The Mummy Lives, EUA, 1993)
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* Amor
Satânico (1987)
Bagaceira
oitentista obscura tão ruim que é difícil de assistir
É curioso notar que alguns filmes
extremamente ruins e obscuros, que são completamente ignorados em seu próprio
país de origem, receberam a lembrança de serem lançados no Brasil, independente
do tipo de mídia. “Amor Satânico” (Deadly Love, 1987) é um deles, lançado por
aqui em vídeo VHS pela “Poletel”, com direção e roteiro de Michael O´Rourke,
sendo uma tranqueira tão ruim que é difícil de assistir, num imenso exercício
de paciência do espectador em acompanhar o filme até seu desfecho.
Nos anos 60 um casal de namorados formado
por Annie Butler (Cassie Brown) e o motoqueiro Buddy (Mark Oglesby) vive numa
pequena cidade americana. Porém, o pai rico de Annie não aceita o namoro e
durante um confronto com o rapaz, ele é morto pelo capataz de sua fazenda,
Clint (Jim Alves), que também nutre um amor platônico pela moça.
Vinte anos depois, Annie vive sozinha na
fazenda após a morte de seu pai, e continua sofrendo por amor, tornando-se
reclusa e conhecida pelos jovens locais como maluca, sendo atormentada por
eles. Ela apela para os ensinamentos sobre um feitiço de um espelho mágico,
consultando um livro de ocultisrmo, e após aprender como fazer um ritual de magia
negra, seu antigo namorado retorna dos mortos para visitá-la. Ainda assim, ela
se suicida e uma sobrinha herda a propriedade, Hillie (Eileen Hart), que faz
amizade com um jovem da cidade, Skip (Buddy Reynolds), e não imaginam que uma
figura sombria vestida como motoqueiro está rondando o local ao mesmo tempo em
que corpos de jovens mortos começam a surgir.
“Amor Satânico” é bem datado, lembrando os
anos 80, época de fitas cassete e discos de vinis tocados em vitrolas. A
história é bem patética, com uma narrativa arrastada que afasta o filme de
qualquer tipo de diversão, exceto talvez por alguns poucos momentos de
violência com mortes sangrentas. O elenco é sofrível, com interpretações ruins
e amadoras contribuindo para o desinteresse geral. O roteiro tenta criar alguma
tensão com reviravoltas, mas não impede um resultado que apenas coloque o filme
num merecido lugar no limbo das produções que ninguém viu, se lembra ou faz
questão de se lembrar.
(RR – 24/09/17)
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* Endereço
do Medo, O (1995)
Dessa vez foi
com a casa de Mary. Na próxima, poderia ser a sua.
“O Endereço do Medo” (The House That Mary
Bought, 1995) é uma produção inglesa para a televisão que foi lançada em DVD no
Brasil. Trata-se de uma história típica de suspense e mistério, dirigida por
Simon MacCorkindale (1952 / 2010), a partir de um roteiro dele em parceria com
Chris Bryant, baseado numa novela de Tim Wynne-Jones.
Mary Close (Susan George) pinta quadros e
é casada com Malcolm (Ben Cross), um arquiteto que também gosta de escrever.
Eles vivem num belo casarão à beira mar, afastado da cidade. Sozinhos depois da
morte do filho, o casal conta apenas com a ajuda parcial de uma empregada
doméstica, Odette Callot (Chantal Gresset). Porém, as coisas começam a se
complicar depois que diversos eventos misteriosos e estranhos passam a
acontecer na enorme casa isolada, transformando o local no “endereço do medo”
do título nacional. E a “casa que Mary comprou”, do título original, torna-se o
palco de um mistério que poderia ser associado a assombrações ou loucura dos
moradores.
Os acontecimentos bizarros geram um clima
de tensão constante e crescente envolvendo o casal e também amigos próximos
como Alex Fischer |(Maurice Thorogood), o agente para exposição dos quadros de
Mary, ou a jovem Claire Benoit (Charlotte Valandrey), secretária de Malcolm.
Culminando com as investigações da polícia local, sob o comando do Inspetor
Jarrier (Jean-Paul Muel), que tenta em vão descobrir alguma coisa.
O filme é uma típica produção para a
televisão, sem elementos de violência ou cenas sangrentas, num trabalho mais
voltado para o suspense psicológico sobre o mistério da casa, com um resultado
final mediano, o que não deixa de ser interessante, uma vez que a grande
maioria dos filmes similares é descartável. Apesar de longo, com 104 minutos,
sua história desperta uma empatia com o espectador na construção relativamente
bem sucedida de uma atmosfera de mistério que prende a atenção na tentativa de
descoberta da origem e motivação dos acontecimentos estranhos na casa, com a
inevitável influência no relacionamento do casal, progressivamente mais
conturbado.
(RR – 08/09/17)
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* Mistério
no Bosque / Olhos na Floresta (1980)
É uma incomum
produção da Walt Disney com elementos sutis de horror e suspense sobrenatural
A produtora “Walt Disney”, conhecida pelas
animações e filmes com humor e histórias voltadas para a família, também tem a
sua contribuição para o gênero fantástico, representado por “Mistério no
Bosque” (1980), uma mistura de horror, assombração, suspense, mistério e até
ficção científica. A direção é do inglês John Hough, que tem em seu currículo
“As Filhas de Drácula” (1971), da “Hammer” e com o ícone Peter Cushing, e o
clássico de casa assombrada “A Casa da Noite Eterna” (1973), com Roddy
McDowall.
Uma família se muda para um antigo casarão
no interior da Inglaterra, isolado e cercado por uma floresta. Temos o pai
músico Paul Curtis (o escocês David McCallum, rosto conhecido pela série de TV
dos anos 70 “O Homem Invisível”), a mãe escritora Helen (Carroll Baker) e as
duas filhas, a adolescente Jan (Lynn-Holly Johnson) e a pequena Ellie (Kyle
Richards). A mansão pertence à idosa mal humorada Sra. Aylwood, interpretada
por Bette Davis (1908 / 1989), veterana com vários filmes de horror na carreira
como o clássico “O Que Aconteceu Com Baby Jane?” (1962).
Porém, um mistério ronda a região, com o
desaparecimento 30 anos atrás da adolescente Karen (Katharine Levy), filha da
Sra. Aylwood, em circunstâncias estranhas durante um raro eclipse solar, e que
nunca foram solucionadas. Um segredo obscuro também envolve outros moradores
das redondezas como o sinistro John Keller (Ian Bannen), o ermitão Tom Colley
(Richard Pasco), e Mary Fleming (Frances Cuka), mãe do adolescente Mike
(Benedict Taylor), amigo de Jan, e vizinho que trabalha com frutas e legumes.
Para complicar ainda mais as coisas, a
família recém chegada precisa lidar com a ocorrência de constantes situações
perturbadoras como ruídos, vozes e visões fantasmagóricas de uma menina com os
olhos vendados, desesperada pedindo ajuda. Além de sensações desconfortáveis
como se os novos moradores estivessem sendo observados à espreita (daí o título
original), tanto no interior da enorme casa quanto principalmente no bosque
sinistro, em relatos das filhas que revelam habilidades sensitivas.
“Mistério no Bosque” é um filme comum
sobre casas e florestas assombradas, com todos os velhos clichês e elementos do
estilo, que ainda assim continuam funcionando sem muita exigência. Uma
diferença notável que lhe confere certo destaque é a sempre bem vinda presença
de Bette Davis no elenco, mesmo numa participação menor, e o fato de ser uma
produção da “Walt Disney”, cujo nome está sempre associado às animações e
filmes infanto-juvenis de aventura, comédia e dramas familiares, sem ligação
com o horror.
Entre as diversas curiosidades
interessantes, vale destacar que o final original do filme lançado em 1980 foi
considerado muito sombrio e não foi bem recebido na época. Então os
realizadores optaram por relançar o filme um ano depois em 1981, com outro
final mais leve e explicativo, que teve a direção não creditada de Vincent
McEveety. Particularmente, o final original e depois censurado é muito melhor e
mais interessante, com ótimos efeitos especiais típicos daquele período e com
uma associação mais efetiva com os elementos de ficção científica da história.
O filme foi baseado no livro “A Watcher in
the Woods” (na tradição literal, “Um Observador na Floresta”, publicado em 1976
e escrito por Florence Engel Randall. A película recebeu dois nomes no Brasil,
“Mistério no Bosque” na exibição nos cinemas e “Olhos na Floresta” no
lançamento em vídeo VHS. Em 2017, ganhou uma refilmagem dirigida por Melissa
Joan Hart e com Anjelica Houston liderando o elenco.
Boa parte das locações são as mesmas do
clássico “Desafio ao Além” (The Haunting, 1963), de Robert Wise, um dos
principais filmes de casas assombradas da história do cinema de horror.
(RR – 17/09/17)
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* Narco Satanico (1968)
Produção
bagaceira mexicana que mistura magia negra e satanismo com crimes passionais e
zumbis vingativos
“Sonhar com uma mulher vestida de noiva
significa morte, mas se o noivo é Satã, a morte é provocada por forças do
além.”
“Narco Satanico” é uma produção obscura
mexicana de 1968 dirigida por Rafael Portillo, que traz uma história que
mistura elementos de magia negra e satanismo com crimes passionais e zumbis
vingativos.
Vicki (Ana Luisa Peluffo) é uma dançarina
apaixonada pelo arquiteto Ricardo Santamaria (Gonzalo Aiza, creditado como
Carluis Saval), um homem rico e bem sucedido que é casado com Barbara (Barbara
Wells). Para conseguir a atenção dele, a inescrupulosa Vicki apela para os
serviços de magia negra de uma bruxa (Norma Somarriba) e num ritual de
satanismo ela faz um pacto com o demônio, oferecendo seu corpo e alma em troca
de juventude, beleza e poder sobre os homens.
Ela consegue seus objetivos usando forças
sobrenaturais para prejudicar Barbara e seus familiares. Porém, depois que
Vicki mata violentamente seu amante Ricardo depois de receber uma orientação em
sua mente do próprio diabo, ela passa a sentir na pele a fúria vingativa do
morto, cujo espírito se apossa do corpo de seu irmão Carlos (também
interpretado pelo mesmo ator).
O filme é uma tranqueira extremamente ruim
que somente diverte um pouco os fãs de cinema bagaceiro de horror por causa das
várias cenas de pesadelos de Carlos sendo atormentado num cemitério tosco,
entre túmulos sinistros e criaturas bizarras. Os efeitos de maquiagem são tão
precários que passam a ser inevitavelmente risíveis. Além da utilização
artificial e forçada de gargalhadas tétricas e uivos de lobo retirados de algum
efeito sonoro padrão. Tem também o zumbi Ricardo saindo apodrecido de sua cova
e retornando para o mundo dos vivos, arrancando literalmente as tripas de quem
cruzasse seu caminho, à procura de vingança e para cumprir uma promessa macabra
que fez para sua esposa.
A história é uma salada indigesta com
tantos elementos de horror misturados que o resultado final virou uma bagunça
com a tendência de desviar a atenção do espectador. Os vários cortes bruscos de
edição e uma parte irritante da trilha sonora contribuem ainda mais para
afastar o interesse, exceto apenas pelas mortes sangrentas e a atmosfera
fantasmagórica dos devaneios e cenas oníricas.
(RR – 22/09/17)
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* Superman and the Mole-Men (1951)
Primeiro filme
de aventura do Superman é bem ruim, com uma história ingênua e efeitos toscos
“Há muitos anos atrás, quando o planeta
Krypton, lar de uma raça de super homens, explodiu no espaço, o único
sobrevivente foi um menino que veio para a Terra, com poderes e habilidades
muito superiores a dos homens mortais. Hoje o menino é um adulto conhecido como
Super Homem. Para ajuda-lo em sua batalha sem fim contra as forças do mal, ele
se disfarça de Clark Kent, um discreto repórter de um grande jornal de
Metrópolis. Ninguém sabe que Kent é o Super Homem, corajoso defensor da
verdade, da justiça e da América.”
Com essa introdução narrada inicia-se o
filme de aventura com elementos de fantasia e ficção científica “Superman and
the Mole-Men”, produção em preto e branco de 1951 que numa tradução literal
seria “Super Homem e os Homens-Toupeira”. Curto, com apenas 58 minutos de
duração, o filme é bem ruim, principalmente pela história ingênua e previsível
demais, cheia de clichês óbvios e cansativos (mesmo para aquela distante
época), e pelos efeitos hilários de tão bagaceiros.
Com direção de Lee Sholem, a história
mostra a pequena cidade de Silsby, que é conhecida pelo poço de petróleo mais
profundo do mundo. Os repórteres do jornal “Planeta Diário”, Lois Lane (Phyllis
Coates) e Clark Kent (George Reeves, que morreu com apenas 45 anos), foram
escalados para viajar até a cidade e fazer uma matéria sobre o assunto. Porém,
eles são mal recebidos pelo supervisor do campo de petróleo, Bill Corrigan
(Walter Reed), que informa que o poço está fechado, contrariando até o
responsável pelas relações públicas da empresa, John Craig (Ray Walker), que
não sabia desse fato e acompanhava os jornalistas na visita monitorada.
Entretanto, os repórteres ainda ganhariam
um assunto interessante e no mínimo incomum para sua matéria, depois que dois
pequenos seres estranhos parecidos com toupeiras (daí a motivação para o título
original “mole-men”), decidiram sair de suas tocas num mundo subterrâneo
através de uma escotilha no poço de petróleo, e investigar por curiosidade o
mundo dos humanos acima do solo.
As criaturas são mal recebidas pelos
moradores da cidade, e liderados pelo prepotente Luke Benson (Jeff Corey),
começam a caçar mortalmente os invasores com a ajuda de cães farejadores. Resta
ao herói Super Homem a tarefa de impedir a chacina e salvar os homens toupeira,
restabelecendo a ordem e justiça na cidade.
O filme especula que o centro da Terra é
oco e que o profundo poço de petróleo permitiu a entrada de uma raça de
criaturas parecidas com toupeiras radioativas na superfície do planeta. Elas
são inofensivas, mas são confundidas como seres hostis, ameaçadores e
perigosos, validando a ideia extremamente explorada no cinema fantástico sobre
a intolerância da humanidade contra tudo que desconhece, sempre adotando
reações ofensivas antes de avaliar a situação com mais inteligência. As
criaturas inevitavelmente tornaram-se vítimas dos homens da superfície, sendo
perseguidas e caçadas violentamente.
A história é tão ingênua e recheada de
situações óbvias e previsíveis, que fica difícil despertar algum interesse no
espectador. E os efeitos bagaceiros ao extremo, típicos de uma produção de
baixíssimo orçamento e com as dificuldades técnicas da época, apenas ajudaram a
tornar o filme ainda mais ruim. Normalmente, para os apreciadores de filmes
bagaceiros, os efeitos toscos fazem parte da diversão junto com as histórias
exageradas no escapismo e fantasia, mas no caso de “Superman and the Mole-Men”,
o roteiro banal de super herói junto com os efeitos ruins tornaram o resultado
final bem decepcionante.
As criaturas do centro da Terra são anões
fantasiados de forma hilária, usando uma espécie de touca na cabeça para
simular a falta de cabelos na parte central, e com sobrancelhas grossas e mãos
peludas, tentando passar a ideia de seres com corpo de marmota e rostos humanoides.
Entre os “efeitos especiais”, vale destacar uma cena que provavelmente está
entre as mais toscas que já vi no cinema fantástico bagaceiro, e posso garantir
que já vi muita porcaria do gênero: o resgate de um homem toupeira baleado,
caindo do alto de uma barragem e sendo salvo no ar pelo super homem.
Para completar, ainda temos um xerife
extremamente incompetente, interpretado por Stanley Andrews, que não tem
autoridade na pequena cidade e é facilmente dominado pelos habitantes
revoltosos contra as criaturas do subterrâneo. Aliás, os homenzinhos tentam se
vingar da má receptividade dos humanos utilizando uma enorme arma de raios que
quase não conseguem carregar, que é risível de tão bizarra.
(RR – 21/09/17)
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* Vingança
Eterna / Múmia Vive, A (1993)
Apenas mais um
filme sobre maldição de múmia egípcia, com o ator Tony Curtis em final de carreira
A “múmia” é um dos monstros clássicos do
Horror, ao lado do vampiro “Drácula”, “criatura de Frankenstein”, “lobisomem” e
outros, e regularmente tem inspirado a produção de grande quantidade de filmes
ao longo da história do gênero. “Vingança Eterna” (The Mummy Lives, 1993) foi
lançado por aqui em vídeo VHS pela Warner e também recebeu o título “A Múmia
Vive” (tradução literal do original) quando foi exibido na televisão (TV
Globo). Foi dirigido por Gerry O´Hara e é apenas mais um filme com o mesmo tema
de maldição de múmia egípcia. E talvez os únicos diferenciais para a infinidade
de filmes similares sejam a presença do ator Tony Curtis (1925 / 2010) no papel
principal, e o nome do cultuado escritor Edgar Allan Poe, creditado por um
conto que inspirou o roteiro. Mas não é o suficiente para impedir de situar o
filme no limbo das produções sem importância sobre múmias.
Um grupo de arqueólogos formado, entre
outros, pelo Prof. Alexatos (Mohammed Bakri) e pelo Sr. Kroll (Mosko Alkalai),
financiados pelo magnata inglês Lord Maxton (Jack Cohen), está realizando
escavações nas proximidades de Cairo, a capital do Egito, e encontra uma sala
oculta com a tumba de uma múmia de 3000 anos. Trata-se de Aziru (Tony Curtis),
que foi condenado pelo amor proibido com Kia (Leslie Hardy), uma das concubinas
preferidas de Zoth, o Deus da Vingança. Pelo delito foi punido e transformado
em múmia pela eternidade, lacrado vivo num sarcófago, tornando-se protetor dos
mortos e guardião dos tesouros do seu mestre, lançando maldições contra os
profanadores do túmulo sagrado.
Após despertada da inatividade, a múmia
retorna para o mundo dos vivos como o Dr. Mohassid (também Tony Curtis), um
estudioso da cultura egípcia e especialista em antiguidades. Ele encontra na
bela Sandra Barnes (também Leslie Hardy) a reencarnação de sua amada Kia,
planejando a união deles num ritual de sacrifício num evento astronômico com
uma rara conjunção planetária. Sandra sofre com constantes pesadelos e conta
com a ajuda do médico Dr. Carey Williams (Greg Wrangler), apaixonado por ela,
para lutar pela vida e impedir um trágico destino no plano maquiavélico da
múmia.
“Vingança Eterna” é um filme cansativo, que não
consegue criar uma empatia com o espectador ao apresentar e explorar os mesmos
velhos clichês sobre múmias, o imperialismo inglês no Egito, as escavações à
procura de tesouros perdidos no tempo, as profanações dos túmulos sagrados, os
roubos de artefatos preciosos para museus e patrimônios particulares, as
maldições lançadas contra quem invadisse seus territórios proibidos e a manjada
vingança de retaliação com poucas e previsíveis mortes discretas. Ou seja, mais
do mesmo, sem novidades, numa produção comum com quase nada de violência ou
sangue, e que nem Tony Curtis conseguiu evitar que tenha seu lugar garantido no
esquecimento.
(RR – 24/09/17)