“Assassinato no Espelho” (Death on the Fourposter), também
conhecido como “Delitto allo Specchio”, é uma co-produção entre Itália e França
de 1964, com fotografia em preto e branco e que está disponível no “Youtube”
numa versão dublada em inglês com a opção de legendas em português, no canal de
filmes antigos “Cult Cinema Classics”.
Com direção de Jean Josipovici e Ambrogio Molteni, é um thriller com
tentativas de apresentar alguns elementos de horror sutil através da atmosfera
sombria de um castelo gótico, porém numa ambientação contemporânea, explorando
um estilo próprio italiano conhecido como “giallo”, que seria mais desenvolvido
um pouco mais tarde, tendo seu ápice ao longo dos anos 1970.
Um grupo de jovens formado por cinco homens e cinco mulheres vai
passar um fim de semana num castelo para uma festa (e vem daí um dos títulos
originais alternativos, “Sexy Party”). São eles, Richard (Michel Lemoine),
Georgie (Massimo Carocci), Paul (Joe Atlanta), Charlie (Mario Valdemarin) e
Lulu (Alberto Cevenini), além das belas mulheres Frankie (Gloria Milland),
Nikki (Maria Pia Conte), Lucy-Ann (Vittoria Prada), Kitty (José Grecci) e Edie
(Monique Vita).
Depois ainda chegam ao castelo para se juntarem à festa, Anthony
(John Drew Barrymore, pai da atriz Drew Barrymore de “As Panteras”),
acompanhado de Serena (Antonella Lualdi). O castelo é administrado pela
governanta mal-humorada Caterina (Luisa Rivelli), que tem o auxílio do zelador estranho
e atrapalhado Aldo (Giuseppe Fortis).
Após muitas conversas, bebedeiras, danças sensuais das mulheres e
brincadeiras românticas entre os casais, o clima do castelo muda para algo
pesado e sinistro com o misterioso assassinato de Serena, e todos começam a
investigar para tentar descobrir a autoria do crime, antes de se tornarem eles
próprios também possíveis vítimas.
O
filme tem uma história clichê sem novidades, com um grupo de amigos reunidos
para uma festa privada num castelo, onde ocorrem mortes misteriosas que
desestabilizam o ambiente inicial de diversão com flertes entre os casais,
passando para um sentimento de desconforto com a existência de um assassino
entre eles.
Apesar
do roteiro óbvio, sempre existe a possibilidade de entretenimento com o
espectador interessado no destino dos personagens e interagindo com eles na
investigação. Porém, a narrativa é arrastada demais, num ritmo cansativo com
ausência do esperado clima de suspense num castelo imponente com seus aposentos
imensos, e ameaçador com passagens secretas. Além disso, a baixa contagem de
corpos e a revelação trivial da motivação do responsável pelas mortes, fazem
com que “Assassinato no Espelho” apenas tenha seu lugar no limbo dos filmes
esquecidos e sem relevância, mesmo sendo de uma década produtiva do cinema
fantástico italiano, repleta de divertidos filmes de horror gótico.
(RR – 27/08/24)