O diretor americano Larry
Buchanan (1923 / 2004) tem um currículo com várias tranqueiras com alguma
diversão rápida dos anos 60 do século passado como “O Monstro de Vênus” (1967),
“Marte Precisa de Mulheres” (1968), “A Criatura da Destruição” (1968) e “In the
Year 2889” (1969). É dele também mais um representante do cinema fantástico
bagaceiro e produção de baixo orçamento com efeitos práticos toscos: “It´s Alive!” (1969), disponível no
Youtube com opção de legendas em português.
Um casal de Nova Iorque
formado por Leilla Sterns (Shirley Bonne) e Norman (Corveth Ousterhouse) está
viajando de carro pelas longas estradas americanas com destino a um parque
florestal. Porém, pegam um caminho errado e se perdem, ficando sem gasolina. Ao
avistarem algumas estátuas com réplicas gigantes de dinossauros próximo da
estrada, eles decidem parar e encontram o jovem professor de paleontologia
Wayne Thomas (Tommy Kirk), que indica uma fazenda vizinha que poderia ter
combustível.
Seguindo para lá, eles chegam
na fazenda de Greely (Billy Thurman), que tem uma coleção de animais selvagens
com macacos, linces, cobras e lagartos, que utilizava como negócio e ponto
turístico, mas que ficou abandonada depois da construção de uma estrada que
afastou os turistas.
O casal é recepcionado pela
empregada Bella Pittman (Annabelle Weenick), sempre assustada e com medo de
Greely, que por sua vez muda inicialmente seu comportamento de um bom anfitrião
para um homem louco e raivoso que captura o casal e depois Wayne Thomas, que
também veio para a fazenda, mantendo-os aprisionados numa caverna para
alimentar um réptil monstruoso humanoide que se esconde nas águas subterrâneas.
O roteiro de “It´s Alive!”
possui semelhanças e talvez até possa ter servido como alguma inspiração para o
posterior “Devorado Vivo” (Eaten Alive, 1976), de Tobe Hooper, que também tem
um fazendeiro louco que captura os hóspedes de seu hotel fuleiro para alimentar
um enorme crocodilo.
É um filme curto com apenas
uma hora e vinte minutos e sua história é baseada de forma não creditada em
“Being”, do cultuado escritor Richard Matheson (1926 / 2013), que é o autor de
livros significativos como “O Incrível Homem Que Encolheu” e “Eu Sou a Lenda”,
além de roteirista de uma infinidade de filmes e episódios de séries de TV.
Sendo uma produção com
orçamento bem pequeno, o elenco tem apenas cinco atores num filme de monstro
com efeitos precários que garante alguma diversão justamente pela bizarrice da
criatura que infelizmente (e como sempre nesses filmes bagaceiros) aparece
pouco em cena. Com roupas de borracha verde de mergulho e dentes afiados falsos
risíveis, o destaque mesmo são os olhos esbugalhados e estáticos com bolas de
ping pong, sendo impossível não se divertir com um monstro fuleiro desses, que
foi aproveitado do filme anterior “A Criatura da Destruição”.
De resto, é uma história
simples cheia de clichês e com ritmo arrastado num convite ao sono, sobrando
apenas as poucas aparições do monstro tosco e a interessante atuação exagerada
do fazendeiro louco Greely, revoltado com o mundo e interessado em alimentar
seu lagarto humanoide de estimação.
(RR
– 06/05/24)