This is Not a Test (EUA, 1962)

 


"... Estamos em estado de emergência. Este é um alerta amarelo... um aviso
 de ataque aéreo.”Xerife Dan Colter

 

Após o fim da Segunda Guerra Mundial teve início a guerra fria entre Estados Unidos e a antiga União Soviética, cujo ápice foi no início dos anos 60 do século passado, principalmente com a crise dos mísseis em Cuba, país socialista aliado da URSS e estrategicamente posicionado na América Central, próximo do sul dos EUA.

Um dos vários filmes dessa turbulenta época de paranoia nuclear, com o medo constante de uma guerra atômica com bombas de destruição em massa, é “This is Not a Test” (1962), dirigido por Fredric Gadette, uma produção de baixo orçamento que está disponível no “Youtube” com legendas em português.

 

“Atenção todos os pontos de controle, todos os militares, todas as unidades de defesa civil: a Operação Dispersão não deve desacelerar. As paralisações de trânsito nas rodovias fluviais devem ser eliminadas. Execute as medidas mais severas para controlar a histeria e manter o fluxo do tráfego. Lei Marcial, enfatizada a Lei Marcial!”

 

O xerife Dan Colter (Seamon Glass) faz um bloqueio numa estrada no deserto da Califórnia, Estados Unidos, no meio da madrugada, onde vai parando vários grupos de pessoas. Como o fazendeiro idoso Jacob Elliot Saunders (Thayer Roberts) e sua neta, a jovem Juney (Aubrey Martin), que estavam transportando galinhas num pequeno caminhão, o casal em crise conjugal Sam Barnes (Norman Wiston) e a esposa Karen (Carole Kent), outro casal de jovens namorados interessados em baladas e festas, Cheryl Hudson (Mary Morlas) e Joe Baragi (Michael Greene), além do caminhoneiro Al Weston (Alan Austin), que estava transportando diversos itens diferentes no baú de seu caminhão, e que estava dando carona para o estranho Clint Delany (Ron Starr), que na verdade era um criminoso assassino fugitivo da polícia.

Durante o bloqueio rodoviário, ele consegue fugir enquanto o policial recebe uma dramática orientação pelo rádio sobre um alerta inicialmente amarelo seguido de vermelho e estado de emergência para um ataque aéreo com mísseis carregados com bombas atômicas. Para tentar se protegerem da onda de choque da explosão, o xerife decide que todos devem se abrigar dentro do baú do caminhão. Enquanto surge mais um homem aleatório na estrada em uma moto, Peter (Don Spruance), vários conflitos ocorrem entre as pessoas, dispersando os grupos com as bombas a caminho se aproximando do alvo.

 

“Você percebe o raio, a área de destruição da explosão de uma bomba de hidrogênio? É tarde demais para correr!” – Sam Barnes

 

O filme é curto, de baixo orçamento, com um roteiro simples e direto, sem efeitos especiais, barulheiras ou correrias, nem violência ou sangue, muito menos monstros ou bizarrices quaisquer. Ambientado apenas no meio de uma estrada deserta, explorando a paranoia nuclear, o medo da guerra atômica que apavorou o mundo naquele conturbado período de tensão mundial durante a crise dos mísseis de Cuba, os “13 dias que abalaram o mundo”, e que quase tornou real o fim dos tempos.

Expondo os inevitáveis conflitos entre as pessoas num ambiente de caos, desordem, desespero e destruição iminentes, com a luta selvagem pela sobrevivência num desfecho pessimista.

Sem especular sobre questões relativas ao início da guerra nuclear, a ideia do filme é mostrar como agiria um grupo de pessoas aleatórias surpreendida por um ataque aéreo numa situação desconfortável onde “Isto Não é Um Teste” (do título original), e sim um evento apocalíptico real.

 

RR – 15/04/24)