Utilizando como referência o
cinema fantástico antigo, se quiséssemos escolher como representante um filme
entre a infinidade de similares com a temática de “cientista louco”, poderíamos
tranquilamente citar “Maniac” (EUA,
1934), que se encaixaria muito bem. Com direção de Dwain Esper e fotografia
original em preto e branco, tem apenas 51 minutos de duração e está disponível
no “Youtube” com opção de legendas em português, tanto a versão original quanto
uma colorizada por computador.
A ideia básica do roteiro de
Hildegarde Stadie (esposa do diretor) é explorar as várias doenças mentais do
ser humano numa história com referências à literatura de Edgar Allan Poe, mais
especificamente o conto “O Gato Preto”.
O Dr. Meirschultz (Horace B.
Carpenter) trabalha em seu laboratório repleto de equipamentos elétricos
bizarros e líquidos químicos borbulhantes, com o objetivo de reviver pessoas
mortas. Seu ajudante é Maxwell (Bill Woods), um fugitivo da polícia, e que se
vê forçado a auxiliar o cientista em troca de proteção e abrigo.
Após encontrarem no necrotério
uma cobaia para testar o soro de reanimação, uma jovem suicida por ingestão de
gás carbônico, Maria Altura (atriz não creditada), Maxwell mata o cientista num
momento de fúria e decide assumir o seu lugar, utilizando um disfarce. Outras
pessoas aparecem no laboratório como a ex-esposa de Maxwell, Alice (Thea
Ramsey) e a Sra. Buckley (Phyllis Diller), que pede ajuda para seu marido
doente (Ted Edwards), que também recebeu a injeção do soro e ficou louco e
agressivo.
Maxwell ainda emparedou o
cientista assassinado junto com um gato preto que teve um olho arrancado e
comido por seu agressor, até o desfecho com a chegada da polícia.
“Maniac” (também conhecido
pelo nome alternativo “Sex Maniac”) é um filme bem curto, mas ainda assim é um
convite ao sono, com tanta confusão e incoerência em sua história que fica
difícil manter algum interesse. É bastante estranho e bizarro, principalmente
por se tratar de um filme dos anos 1930, com um público ainda se acostumando ao
cinema com elementos de horror e ficção científica. Deve valer uma conferida
apenas pela diversão com o exagero do “cientista louco” envolvido em
experiências com reanimação de cadáveres. O “maníaco” do título original, como
salientado no início desse texto, com uma atuação exagerada, risadas doentias e
discursos inflamados de um homem da ciência obcecado por seu trabalho e mais
especificamente para trazer os mortos de volta à vida.
RR –
02/04/24)