“O segredo da
juventude eterna é beber o sangue quente das pessoas jovens. Eu abri a porta,
aquela em direção ao êxtase da eternidade”
– Condessa Von
Fledermaus
“O
Massacre dos Barbys” (Killer Barbys, 1996) é mais um filme bagaceiro de
horror do extenso currículo do lendário cineasta espanhol Jesús Franco (nesse
caso creditado como Jess Franco). Foi distribuído no Brasil em DVD pela “Vinny
Filmes” em Dezembro de 2011, na coleção “Clássicos do Terror”, sem material
extra. E também foi lançado pela “Continental”.
A banda de punk rock “Killer
Barbies” está viajando numa van em turnê pelo interior da Espanha. Formada por
cinco jovens, sendo dois casais, Billy (Billy King) e Sharon (Angie Barea), e
Rafa (Carlos Subterfuge) e Flavia (Silvia Superstar), além de Mario (Charlie S.
Chaplin). Após uma apresentação, eles pegam uma estrada deserta rumo ao próximo
local de show, mas o carro cai num buraco e quebra o amortecedor. Sem ter como
consertar e perdidos no meio do nada, eles são surpreendidos por um homem
sinistro, o mordomo Arkan (Aldo Sambrell), que convida o grupo para passar a
noite num castelo próximo, de propriedade da misteriosa Condessa Von Fledermaus
(a italiana Mariangela Giordano, de “A Noite do Terror”, 1981).
Uma vez hospedados no antigo
castelo e enquanto tentam se ambientar com a atmosfera sombria do lugar, os
jovens são perseguidos por um assassino maluco, Baltasar (Santiago Segura), cujo
objetivo é capturar o sangue das vítimas e utilizá-lo para manter a beleza e juventude
da centenária Condessa.
Esse é mais um filme “exploitation” de
baixo orçamento do diretor Jesús Franco, com as mesmas características
bagaceiras já conhecidas de sua longa filmografia, com um roteiro, também de
sua autoria, superficial e cheio de furos e os mesmos velhos clichês. As cenas
com a banda tocando são bem patéticas, assim como as ações dos jovens acéfalos,
que merecem morrer de forma dolorosa.
É um filme de 1996, mas parece a mesma
coisa que Franco fazia na década de 70. Então, o que desperta o interesse dos
apreciadores de filmes toscos de horror são os elementos sempre bem vindos de
atmosfera gótica, com o castelo macabro envolto em névoa espessa, o mordomo
sinistro, as perseguições numa floresta fantasmagórica, as mortes sangrentas
com direito a corpos mutilados pendurados invertidos para sangrar feito porcos
abatidos em matadouros, e a condessa que guarda um segredo diabólico sobre sua
juventude eterna. E vale destacar, entre as divertidas tosquices, a cena de
morte por esmagamento por um rolo compressor, produzida com efeitos práticos e
longe da artificialidade da computação gráfica.
O filme teve uma continuação em 2002,
“Killer Barbys vs. Dracula”, também dirigida por Jesús Franco, dessa vez com a
companhia de sua musa Lina Romay no roteiro e elenco.
Curiosamente, a banda espanhola “Killer
Barbies” existe na realidade e foi criada pela vocalista e guitarrista Silvia
Superstar e o baterista Billy King, sendo convidada para participar dos dois
filmes de Franco. Mas, para evitar problemas com os direitos da marca da boneca
Barbie, a banda teve o nome levemente alterado nos filmes para “Killer Barbys”.
(RR
– 28/11/21)