O Exorcista Diabólico (Exorcism, França, 1975)

 


“Aceitem o demônio em seus corações, mentes e corpos.”

 

Entre 2011 e 2012 foram lançados no Brasil vários filmes do cultuado cineasta espanhol Jesús Franco (1930 / 2013), distribuídos em DVD pela “Vinny Filmes” na coleção “Clássicos do Terror”.

São eles: “O Terrível Dr. Orloff” (1962), “O Sádico Barão Von Klaus” (1962), “As Amantes do Dr. Jekyll” (1964), “Pesadelos Noturnos” (1970), “A Maldição da Vampira” (1973), “A Virgem e os Mortos” (1973), “Oásis dos Zumbis” (1982), “A Queda da Casa de Usher” (1982), “O Massacre dos Barbys” (1996).

Além destes citados, tem também o bizarro “O Exorcista Diabólico” (Exorcism, 1975), com a musa do cineasta, Lina Romay (1954 / 2012), lançado por aqui em Novembro de 2011. É mais um “exploitation” da produtora europeia Eurociné, conhecida pelos filmes de baixo orçamento com elementos de horror e erotismo. Mais um filme bagaceiro de Jesús Franco, repleto de mulheres nuas, encenações de rituais satânicos e um ex-padre exorcista “serial killer”. Também é conhecido por outras versões e títulos alternativos como “Demoniac” e “El Sádico de Notre-Dame”.  

 

Na história, um ex-padre expulso da igreja por seu radicalismo, Mathis Vogel (interpretado pelo diretor Jesús Franco, que também atuava em vários de seus filmes), é um colaborador de uma revista de sadomasoquismo, editada por Raymond de Franval (Pierre Taylou), fornecendo textos com relatos sobre tortura e violência sexual.

Em paralelo com a edição da revista, Raymond organiza encenações teatrais de rituais satânicos seguidos de orgias, utilizando sua bela assistente Anna (Lina Romay) e a namorada dela, Rose (Nadine Pascal), que simulam sessões de tortura e flagelação realizadas numa antiga masmorra conhecida como “gruta dos templários”, no submundo de Paris.

Ao ficar sabendo das missas negras com participação de clientes ricos da sociedade francesa, o atormentado ex-padre inicia uma cruzada sangrenta perseguindo e matando seus frequentadores, principalmente as mulheres, com o propósito de purificar suas almas e libertá-las da influência do demônio. Os assassinatos são investigados pela polícia, na liderança do inspetor Tanner (Olivier Mathot) e seu ajudante novato Malou (Roger Germanes), que estão no rastro do fanático religioso, e com uma inusitada disputa entre eles para desvendar o caso, tendo a experiência do inspetor contra o policial recém formado na faculdade.            

 

“O Exorcista Diabólico” tem um roteiro bem simples, basicamente um ex-padre “exorcista diabólico” que mata mulheres achando que está expulsando o diabo que está possuindo seus corpos e mentes. É mais um filme de exploração do diretor Jesús Franco com muitas mulheres nuas, uma atmosfera sinistra de horror com falsos rituais demoníacos e missas negras com encenações de torturas sexuais, assassinatos em série e investigação policial.

Tem a presença sempre bem vinda de Lina Romay, mais por sua beleza do que talento como atriz. O elenco parece bem amador e o destaque fica sendo o próprio Jesús Franco interpretando o maníaco exorcista, principalmente como observador perturbado de mulheres nuas e um espectador oculto das supostas missas negras.

A trilha sonora repetitiva contribui para o tédio em alguns momentos. A dose de sangue derramado é discreta, exceto por uma cena de estripação mais explícita, e as mortes com golpes de adaga são falsas e não convincentes.

 

(RR – 07/11/21)