“Sabemos menos sobre a Terra em que vivemos, do que sobre
estrelas e galáxias do espaço sideral” – Prof. Oliver
Lindenbrook, sobre o desafio de exploração do nosso próprio planeta
O escritor francês Jules Verne é muito
conhecido por suas populares histórias de aventura com elementos de ficção
científica e fantasia, como por exemplo “A Volta ao Mundo
Com história ambientada no século XIX, o
professor escocês Oliver Lindenbrook (James Mason), da universidade de
Edimburgo, seguindo seus instintos de cientista em busca de conhecimento após
encontrar um objeto manufaturado dentro de um pedaço de lava transformada em
rocha, decide organizar uma expedição com destino ao centro da Terra. Viajando
ao interior do planeta através de uma abertura localizada num vulcão extinto na
Islândia, uma passagem secreta descoberta muitos anos antes por um lendário
explorador local chamado Arne Saknussemm, um especialista em vulcões que
desapareceu misteriosamente.
A expedição formada por Lindenbrook
ainda conta com a companhia do jovem estudante Alec McEwan (Pat Boone),
namorado da sobrinha do professor, Jenny Lindenbrook (Diane Baker). E o time é
completado pela senhora Carla Goteborg (Arlene Dahl), viúva de outro cientista
rival na corrida ao centro da Terra, e o ajudante Hans Belker (Peter Ronson, em
seu único trabalho no cinema), um islandês alto e forte, importante como
carregador dos acessórios para a exploração. O filme tem muitos elementos de
humor, principalmente nas cenas envolvendo Gertrude, a pata de estimação de
Hans, que acompanha seu dono na jornada.
Em paralelo, na disputa pelo
reconhecimento das novas descobertas no interior do planeta, temos também o
cientista Conde Saknussemm (Thayer David), que organiza sua própria expedição
secreta, agindo de forma inescrupulosa e desonesta, com conspirações e
sabotagens para conseguir a fama e os lucros das descobertas científicas.
Durante o arriscado trajeto por dentro
da crosta terrestre, eles enfrentam diversos perigos como deslizamentos,
terremotos, inundações e ataques de répteis carnívoros gigantes. Mas, também
encontram cenários de imensa beleza natural como cavernas com cristais de
quartzo e algas luminescentes nas paredes, minas de areia, florestas com
cogumelos gigantes comestíveis, uma praia com oceano subterrâneo, culminando
ainda com a descoberta dos escombros da lendária cidade perdida de Atlântida.
“Viagem ao Centro da Terra” tem uma
duração longa, com 129 minutos, porém é divertido o tempo todo com uma típica
aventura recheada de elementos fantásticos e efeitos especiais grandiosos e
convincentes, principalmente pela época da produção, no final doas anos 50 do
século passado. Sem a tecnologia de computação gráfica para a criação dos
monstros, foram utilizados animais vivos (lagartos, iguanas e camaleões) para
simular os dimetrodontes e outros répteis, caminhando sobre cenários em
miniatura, com a perspectiva de filmagem por baixo, dando a sensação de serem
monstros gigantescos ameaçadores.
O filme foi lançado em DVD por aqui pela
“Fox”, com a opção da dublagem clássica da exibição na televisão, na saudosa
“Sessão da Tarde” da TV Globo, numa época que eram exibidos filmes divertidos
como “A Guerra dos Mundos” (1954), “A Máquina do Tempo” (1960), “O Mundo
Perdido” (1960), “Viagem Fantástica” (1966), “Planeta dos Macacos” (1968) e
muitos outros similares. Foi uma experiência extremamente nostálgica rever o
filme com a dublagem original, com vozes reconhecidas que ficaram eternizadas
em nossa imaginação pelos filmes e séries que assistíamos nos anos 70 e 80.
(RR
– 29/12/20)