Filmes abordados:
Beijo do Diabo, O (Le Baiser Du Diable / La Perversa Caricia de Satán / Devil´s Kiss, França / Espanha, 1976)
Espelho, O (Oculus, EUA, 2013)
Exército das Trevas, O (Frankenstein´s Army, EUA / Holanda / República Tcheca, 2013)
Face do Mal, A (Haunt, EUA, 2013)
Godzilla (EUA / Japão, 2014)
Sádico Barão Von Klaus, O (Le Sadique Baron Von Klaus / La Mano de un Hombre Muerto / The Sadistic Baron Von Klaus, Espanha, 1962)
Saga Crepúsculo: Lua Nova, A (The Twilight Saga: New Moon, EUA, 2009)
Saga Crepúsculo: Eclipse, A (The Twilight Saga: Eclipse, EUA, 2010)
Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1, A (The Twilight Saga: Breaking Dawn – Part 1, EUA, 2011)
Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2, A (The Twilight Saga: Breaking Dawn – Part 2, EUA, 2012)
* Beijo do Diabo, O (1976) – Filme
europeu de horror, numa produção franco-espanhola de baixo orçamento, que faz
parte da coleção “Clássicos do Terror”, lançada em
DVD no Brasil pela “Vinny Filmes”. Uma aristocrata falida e praticante
de ocultismo, Claire Grandier (Silvia Solar), juntamente com seu amigo
cientista com poderes de telepatia, Prof. Gruber (Oliver Matthau), são
convidados a realizarem suas experiências no porão de um imponente castelo
francês de propriedade do Duque de Haussemont (José Nieto), que tem interesse
na comunicação com os mortos. Porém, o objetivo da dupla de novos moradores do
castelo é colocar em prática um sangrento plano de vingança contra os
aristocratas locais que não ajudaram a evitar a falência de Claire, fato que
motivou o suicídio de seu marido. Com a colaboração do cientista telepata, eles
criam um zumbi assassino (Jack Rocha) a partir do cadáver de um indigente, que
retornou a caminhar entre os vivos graças à união de experiências científicas
com regeneração de células e a invocação de poderes ocultos de demônios. Em “O
Beijo do Diabo” podemos encontrar todos os elementos típicos do horror gótico.
A ambientação num castelo repleto de corredores escuros, com um laboratório no
porão para as bizarras experiências de um cientista louco, num estilo similar
ao Dr. Frankenstein. A presença de um anão como ajudante, as ações de uma
criatura zumbi assassina comandada por telepatia, a realização de rituais de
magia negra, mulheres nuas desfilando seus belos corpos, a investigação
policial das misteriosas mortes, e as perseguições pelos imensos aposentos do
castelo e na floresta ao redor. É bem datado, como percebemos nas roupas das
mulheres de meados dos anos 70 do século passado, e nos aparelhos médicos do
hospital onde são realizados exames numa vítima do monstro. Curiosamente, é
solicitada a ajuda do demônio Astaroth num ritual diabólico, lembrando fato
similar do filme do mesmo ano de 1976, “Uma Filha Para o Diabo” (To the Devil a
Daughter), com Christopher Lee, e de onde retirei a ideia de nome para meu
fanzine de horror “Astaroth”, criado em 1995 e em animação suspensa desde 2008.
(RR – 12/07/14)
* Espelho, O (2013) – Dirigido e escrito
por Mike Flanagan, baseado em seu próprio curta metragem de 2006, “O Espelho”
(Oculus) estreou nos cinemas em 03/07, apresentando uma história sobre um
espelho amaldiçoado, que influencia a personalidade de seus proprietários,
incitando-os a cometerem atos de violência sangrenta e assassinatos. Um jovem
casal de irmãos, formado por Kaylie Russell (Karen Gillan) e Tim (Brenton
Thwaites), se une para tentar destruir um antigo espelho que no passado, quando
ainda eram crianças, foi o responsável pela morte brutal de seus pais.
Intercalando constantemente cenas do passado trágico dos protagonistas com as
ações do tempo presente, e confundindo ilusão com realidade, o filme procura
prender a atenção e manter o interesse pela história, mesmo a ideia central
sendo um grande clichê com um espelho com poderes sobrenaturais. Longe de ser
uma obra-prima do gênero, pelo menos garante alguma diversão em pouco mais de
uma hora e meia, investindo também num final pessimista e com gancho para
continuação. (RR – 07/07/14)
* Exército das Trevas, O (2013) –
Ambientado na Alemanha do final da Segunda Guerra Mundial, o filme mostra um
grupo de soldados russos em ação no campo ininigo à procura de companheiros em
perigo, com um deles gravando seus movimentos numa câmera de vídeo. Após
receberem um pedido de socorro, eles encontram uma fábrica estranha no meio da
floresta e um laborátorio nazista localizado em seu subterrâneo, comandado por
um cientista louco descendente de Frankenstein, envolvido num projeto secreto
militar, com experiências sinistras na criação de um “exército das trevas” com
seres mistos de restos de cadáveres e robôs. Situado dentro do sub-gênero
“found footage”, o maior destaque certamente são os monstros formados por
pedaços de soldados destroçados com elementos mecânicos e elétricos da robótica
da época, apresentando como resultado final um visual impressionante com
direito a bizarras criaturas com brocas e hélices cortantes no lugar da cabeça,
e facas imensas no lugar das mãos. O laboratório parece uma imensa câmara de
torturas, imunda e repleta de sangue e pedaços de corpos, validando a frase da
tagline promocional que estampa a capa do DVD nacional, onde “a guerra é o
inferno, mas existe um lugar ainda pior...”. (RR – 09/07/14)
* Face do Mal, A (2013) – Filme de horror
situado no sub-gênero “casa assombrada por fantasma vingativo”, que entrou em
cartaz nos cinemas em 12/06/14, com legendas em português, um fato raro pois a
maioria dos filmes tem sido lançados dublados nas telonas. Uma típica família
americana é formada pelo pai, mãe e três filhos, sendo um casal de adolescentes
e uma menina pequena. Eles se mudam para uma grande casa afastada da cidade e
rodeada por uma floresta, onde no passado foi palco de uma tragédia com mortes
brutais. O garoto de 18 anos faz amizade com uma misteriosa e bela vizinha da
mesma idade. Juntos, eles decidem investigar um aparelho de rádio encontrado no
sótão da casa, capaz de captar os sons de fantasmas, despertando manifestações
sobrenaturais e se envolvendo com segredos de um passado sangrento. O filme
pode ser considerado apenas mediano, pois apesar da história bem amarrada que
mantém a atenção e interesse até o desfecho não convencional, não consegue
fugir dos tradicionais clichês do estilo, se perdendo na imensidão de filmes
com temáticas parecidas. Mas, mesmo com uma passagem relâmpago pelos cinemas e
praticamente ignorado pelas mídias, ainda assim vale uma conferida pelos
apreciadores de filmes de fantasmas e casas assombradas. Curiosamente, o
clássico de George Romero “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968), é homenageado
quando o protagonista está assistindo o filme pela televisão numa cena rápida. (RR – 14/06/14)
* Godzilla (2014) – Criado no Japão e
lançado originalmente num filme de 1954, o cultuado rei dos monstros voltou aos
cinemas, com a estreia no Brasil em 15/05/14 e com a opção de exibição em 3D. A
humanidade não imaginaria que, dentre todos os graves problemas que assolam o
planeta, desde guerras violentas a catástrofes naturais, teria que enfrentar a
fúria de dois monstros gigantes que se alimentam de radioatividade e estão
sedentos por destruição. Mas, para garantir o equilíbrio, surge das profundezas
um monstro ainda maior e mais poderoso, Godzilla, para enfrentar os inimigos e
reestabelecer a ordem, mesmo que inevitavelmente com as consequências de
destruição de uma batalha de monstros colossais num território urbano. O filme
é muito divertido, intenso, além de impressionante tecnicamente, sendo
altamente recomendável, apesar de que Godzilla poderia e deveria aparecer mais em cena. E além do fato do
roteiro esbarrar em momentos dramáticos que não agregam, envolvendo a família
do soldado Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson), filho de cientistas, e que
dividia o tempo entre reencontrar a esposa e o filho pequeno no meio do caos, e
fazer o papel de herói com sua habilidade em desarmar bombas, durante o
conflito contra os monstros. (RR – 18/05/14)
* Sádico Barão Von Klaus, O (1962) – Lançado em DVD no Brasil pela
coleção “Clássicos do Terror”, da “Vinny Filmes”, com fotografia em preto e
branco e direção do cultuado Jesus Franco (1930 / 2013). No elenco, temos o
ator suiço Howard Vernon (1908 / 1996), rosto conhecido em muitos dos filmes do
cineasta espanhol. É um thriller policial
com elementos de horror, apresentando a história de uma família amaldiçoada,
cujos descendentes homens teriam herdado um instinto assassino de um antigo
barão que morreu nos pântanos ao redor de seu castelo. Depois que mulheres de
um vilarejo são encontradas mortas e com sinais de tortura, tem início uma
investigação policial liderada pelo Inspetor Borowsky (Georges Rollin) com o
auxílio do jornalista Karl Steiner (Fernando Delgado), indicando como
principais suspeitos os descendentes do lendário barão assassino, o atual
proprietário do castelo, Max von Klaus (Vernon), e o seu jovem sobrinho Ludwig
(Hugo Blanco). O filme possui uma atmosfera sinistra nas ações de um serial
killer, apesar da narrativa lenta e cansativa em alguns momentos da
investigação. Mas, assim como “O Terrível Dr. Orloff”, também de 1962 e lançado
na mesma coleção de DVDs, e alguns outros filmes similares da mesma época, “O
Sádico Barão Von Klaus” faz parte de uma série de obras interessantes de Jesus
Franco, bem diferentes das várias tranqueiras de qualidade questionável que ele
fez posteriormente. (RR – 11/07/14)
* Saga Crepúsculo: Lua Nova, A (2009) –
Segundo filme da popular franquia “Crepúsculo”, criada pela escritora Stephenie
Meyer. A adolescente Bella Swan (Kristen Stewart), apaixonada pelo vampiro
Edward Cullen (Robert Pattinson), enfrenta uma depressão amorosa depois que o
namorado decide se afastar dela para não colocar sua vida em risco. Ela então
encontra no amigo Jacob Black (Taylor Lautner), o apoio para enfrentar a crise,
formando um triângulo amoroso e descobrindo que o garoto também tem um segredo
sobrenatural, transformando-se em lobisomem.. Drama de romance adolescente que fez
muito sucesso e traz apenas como sutil pano de fundo elementos fantásticos com
vampiros e lobisomens, sem agregar nada para esses sub-gêneros do cinema de
Horror. Ao contrário, consegue contribuir para banalizar a fascinante mitologia
dessas lendárias criaturas noturnas sempre presentes nos piores pesadelos, com
uma história que as afasta de suas principais características de feras
predadoras desprovidas de sentimentos. (RR
– 20/06/14)
* Saga Crepúsculo: Eclipse, A (2010) –
Terceiro dos cinco filmes da franquia “Crepúsculo”. Dessa vez, o vampiro Edward
Cullen (Robert Pattinson), apaixonado pela humana Bella Swan (Kristen Stewart),
precisa protegê-la da vampira Victoria (Bryce Dallas Howard), que quer matar a
garota por vingança contra a morte de seu namorado, e cria um grupo de
sugadores de sangue para caçar a jovem. Edward e sua família encontram numa
improvável aliança com os lobisomens a solução para saírem vitoriosos no conflito.
Enquanto a paixão do adolescente que se transforma em lobo, Jacob Black (Taylor
Lautner), por Bella, aumenta significativamente o clima de tensão no triângulo
amoroso. Mais do mesmo já visto nos filmes anteriores, com enfâse num drama de
romance adolescente envolvendo uma humana desejada por um vampiro e um
lobisomem. Agora, com um pouco mais (e ainda muito menos) de elementos de
horror concentrados numa batalha campal entre vampiros recém criados e a
aliança de vampiros e lobisomens unidos para defender a vida da protagonista. É
curioso notar como as capas dos filmes dessa série não têm criatividade
nenhuma, investindo unicamente no marketing de mostrar o trio de adolescentes
apaixonados em destaque, com pequenas variações entre elas. E é pena constatar
a cada filme dessa franquia a forma desrespeitosa como é tratada a mitologia
sangrenta dos vampiros e lobisomens, reduzidos a criaturas patéticas. (RR – 22/06/14)
* Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1, A (2011) e Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2, A (2012) – Episódios
finais da franquia “Crepúsculo”, divididos em dois filmes. O vampiro Edward
Cullen (Robert Pattinson) casa-se com a humana Bella Swan (Kristen Stewart),
que fica grávida de uma menina chamada Renesmee (Mackenzie Foy), provocando um
conflito com o lobisomem Jacob Black (Taylor Lautner) e seus companheiros de
matilha. Devido ao período conturbado de gestação da filha, Bella ficou muito
enfraquecida e sua salvação foi tornar-se uma vampira. Porém, o nascimento da
menina, resultado da união de um vampiro e uma humana, despertou a ira de um
poderoso clã de vampiros, os Volturi, provocando uma batalha entre eles e a
formação de uma nova aliança de vampiros e lobisomens. História arrastada, sem
grandes atrativos, com muita enrolação e pouca ação. Até as cenas de confrontos
não empolgam, caracterizadas pela ausência de sangue e violência, mas com
excesso de CGI. Alguns dos vampiros são portadores de poderes especiais
exagerados na fantasia, e no final não passam de criaturas banais. A saga toda
pode até ser assistível como um drama de romance adolescente, mas como filmes
que apresentam elementos de horror, são descartáveis e desnecessários. (RR – 25/06/14)