Filmes abordados:
Cabana do Inferno 2 (Cabin Fever 2: Spring Fever, EUA, 2009)
Capitão América 2: O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier, EUA, 2014)
Deadgirl (EUA, 2008)
Demônios da Noite, Os (Tales From the Cripty: Demon Knight, EUA, 1995)
Divergente (Divergent, EUA, 2014)
Ghost Image (EUA, 2007)
Inatividade Paranormal 2 (A Haunted House 2, EUA, 2014)
Maldição da Sétima Lua, A (Seventh Moon, EUA, 2008)
Mercenários, Os (The Expendables, EUA, 2010)
Morte Negra (Black Death, Inglaterra / Alemanha, 2010)
Noé (Noah, EUA, 2014)
Silent Hill: Revelação (Silent Hill: Revelation, França / EUA / Canadá, 2012)
* Cabana do Inferno 2 (2009) – Sequência
de um filme divertido de 2002 dirigido por Eli Roth (de “O Albergue”), sobre um
vírus que se alimenta de carne e ataca um grupo de jovens numa cabana na
floresta. Dessa vez, na parte 2, produzida em 2009 e dirigida por Ti West, o
vírus entra em contato com a água engarrafada comercialmente numa pequena cidade
americana e que é consumida numa festa de formatura de jovens acéfalos. A
contaminação se espalha rapidamente e a escola é isolada pelo exército para
tentar conter a epidemia. Existem continuações que honram os filmes originais,
mas nesse caso aqui temos a típica sequência que não deveria ter sido filmada,
de tão ruim e descartável. Até tem sangue e carne podre em doses elevadas, mas
a história é totalmente desinteressante e banal, e os personagens são tão
patéticos que torcemos para que sejam eliminados rapidamente. E curiosamente
ainda foi lançada outra continuação em 2014, com o título de “Cabin Fever:
Patient Zero”. (RR – 24/03/14)
* Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014)
– Sequência de “Capitão América: O Primeiro Vingador” (2011), entrando em
cartaz nos cinemas em 10/04/14 com a opção de exibição em 3D. Dessa vez, o
típico herói americano criado pelos quadrinhos da “Marvel” (Chris Evans), se
une à belíssima e perigosa “Viúva Negra” Natasha Romanoff (Scarlett Johansson)
e ao amigo soldado “Falcão” Sam Wilson (Anthony Mackie), para defender os
interesses da S.H.I.E.L.D., organização internacional de espionagem e defesa da
lei, dirigida por Nick Fury (Samuel L. Jackson). O vilão e inimigo dessa vez é
o Soldado Invernal (Sebastian Stan), um agente soviético altamente treinado na
arte de matar. São cerca de duas horas e vinte minutos de diversão pura, com
tudo que se espera de clichês num filme de ação e espionagem com elementos de
fantasia e ficcção científica: pancadarias, tiroteios, perseguições, explosões,
combates, algumas frases carregadas de humor sarcástico, traição para todos os
lados, interesses econômicos, tirania, luta por liberdade, efeitos especiais
mirabolantes, máquinas voadoras impressionantes, etc. Vale a pena ficar atento
para uma importante cena pós-créditos que mantém o vínculo dentro de um
complexo universo ficcional com vários filmes interligados. (nesse caso, a
referência é para “Os Vingadores 2 – A Era de Ultron”). (RR – 14/04/14)
* Deadgirl (2008) – Dois estudantes
adolescentes fúteis, Rickie (Shiloh Fernandez) e JT (Noah Segan), decidem não
assistir a aula e saem da escola à procura de diversão. O destino é um hospital
psiquiátrico abandonado, e lá eles encontram uma mulher misteriosa (Jenny
Spain) amarrada numa cama e isolada num quarto, descobrindo mais tarde que ela
está morta e é um zumbi. A partir daí, eles a transformam numa escrava sexual e
não conseguem guardar segredo, com a notícia chegando para outros colegas da
escola. É mais um filme situado dentro da temática largamente explorada sobre
mortos-vivos, com uma diferença interessante ao abordar em sua história uma
alteração no foco indicando que na verdade os monstros verdadeiros são os
adolescentes acéfalos, ao manterem aprisionada a garota morta e fazerem dela uma
escrava sexual. Fora isso, não tem muito a acrescentar para o gênero, com os
conhecidos clichês e furos de roteiro, como por exemplo a falta de uma
investigação policial. (RR – 25/03/14)
* Demônios da Noite, Os (1995) – Filme
inspirado pela série de TV “Contos da Cripta”, que teve sete temporadas entre
1989 e 1996, com episódios de meia hora de duração, que por sua vez é baseada
nas cultuadas revistas americanas de histórias em quadrinhos de horror dos anos
40 e 50 do século passado, produzidas pela “EC Comics”, de William Gaines. Foi
seguido ainda por mais dois filmes, “O Bordel de Sangue” (1996) e “Ritual”
(2002). A história é apresentada por uma caveira, “Crypt Keeper”
(engraçadíssima voz de John Kassir) e mostra um homem, Brayker (William
Sadler), em desespero ao ser perseguido por um demônio disfarçado de humano
conhecido como “The Collector” (Billy Zane). Ele está interessado num objeto
antigo, uma espécie de chave mística que carrega o sangue de Cristo, o qual nas
mãos do demônio permitiria que ele liberasse as forças do mal no Universo.
Brayker é encurralado num hotel de uma pequena cidade do interior, junto com um
grupo de outros hóspedes, policiais e moradores, que precisam lutar por suas
vidas ao serem atacados por criaturas do inferno. Com direção de Ernest
Dickerson e carregado de elementos de humor, o filme é uma grande homenagem aos
antigos quadrinhos de horror, com aquelas histórias exageradas em fantasia e
bobagens sem compromissos com lógica, apenas diversão pura. Tem vários momentos
de violência, sem o uso dos artificiais efeitos de computação gráfica,
apostando mais em maquiagem, sangue falso e bonecos animatrônicos. (RR – 24/04/14)
* Divergente (2014) – Filme de aventura e
ação com elementos de ficção científica, baseado em livro de Veronica Roth, que
estreou nos cinemas brasileiros em 17/04/14, apresentando uma distopia
futurística ambientada na cidade americana de Chicago após uma guerra que
causou grande destruição. Foi então construída uma cerca imensa ao redor da
cidade e os habitantes foram distribuídos em cinco facções baseadas em
virtudes: erudição, audácia, abnegação, amizade e sinceridade. A história gira
em torno da jovem Tris (Shailene Woodley), nascida no grupo Abnegação e que
após um teste obrigatório numa máquina mental que orienta a escolha de sua
facção, ela descobre ser uma divergente, ou seja, com habilidades especiais e
tendências para várias facções simultaneamente. Sua escolha é para o grupo de
audaciosos, recebendo forte treinamento para lutas e conflitos armados, e depois
de descobrir que os divergentes não são bem vindos para os planos de
conspiração e poder dos líderes da sociedade, ela passa a lutar por sua vida,
com a ajuda do misterioso Quatro (Theo James), seu instrutor na facção Audácia.
Longo, com duas horas e vinte minutos, o filme prende a atenção o tempo todo
misturando cenas dramáticas onde a bela jovem protagonista Tris tem que lidar
com sua escolha se afastando da família (“facção antes do sangue”), com
momentos tensos de ação com conflitos, tiroteios e perseguições. Se a raça
humana não se destruir com uma guerra fatal, sua natureza repleta de fraquezas
se encarregará do extermínio, com a imensa dificuldade de viver numa sociedade
pacífica, eternamente ameaçada pelo desejo de poder e tirania. (RR - 18/04/14)
* Ghost Image (2007) – Típico thriller da
popular sessão “Super Cine” das noites de Sábado da TV Globo, apenas mediano e
facilmente esquecível. A vida de um jovem casal formado por Wade (Waylon Payne)
e Jennifer Zellan (Elisabeth Röhm), é repentinamente abalada e interrompida
após a morte do rapaz num acidente de carro. Após investigação policial e a
revelação de que o acidente foi provocado intencionalmente, a ideia de
assassinato causa tormento e instabilidade para a moça, principalmente depois
dela também ser alvo de perseguição por alguém misterioso, interessado em seu
desparecimento. Para tentar auxiliar em sua defesa, o fantasma do namorado
morto passa a se comunicar através da edição de um vídeo gravado momentos antes
do acidente. Com uma história sem grandes atrativos e suspense apenas mediano,
trata-se somente de mais um filme pedido numa infinidade de produções similares
que são lançadas para todos os lados e o tempo todo. Não passa de mais uma
simples diversão passageira, sendo rapidamente destinada ao limbo. (RR - 19/04/14)
* Inatividade Paranormal 2 (2014) –
Comédia satirizando filmes de horror, dando sequência para uma produção de
2013, novamente dirigida por Michael Tiddes e estreando em nossos cinemas em
24/04/14. Dessa vez, Malcolm (Marlon Wayans), após exorcizar sua esposa Kisha
(Essence Atkins) no filme anterior, inicia um novo relacionamento com Megan
(Jaime Pressly), que já tem dois filhos adolescentes. Porém, novamente eles são
atormentados por eventos bizarros e paranormais. O foco agora é satirizar
principalmente os filmes "Invocação do Mal", "Sobrenatural: Capítulo 2" e "Atividade Paranormal:
Marcados pelo Mal", mas a história é completamente sem graça, sendo quase
impossível rir de alguma coisa. Aliás, é tanta gritaria e tentativas mal
sucedidas de piadas, que o resultado dá sono ao espectador, que infelizmente
perdeu dinheiro no cinema. Consegue ser pior ainda que o primeiro filme, e não
vale nem o preço de um DVD genérico. O maior mistério de tudo é tentar
encontrar uma razão para uma produção dessas ainda conseguir distribuição
comercial nas telonas. (RR - 27/04/14)
* Maldição da Sétima Lua, A (2008) – “Na
lua cheia do sétimo mês lunar, os portões do inferno se abrem e os espíritos
dos mortos ficam livres para circular entre os vivos.” – Mito chinês. Com essa
introdução e premissa básica, tem início esse filme lançado em DVD no Brasil,
escrito e dirigido pelo cubano Eduardo Sánchez, de “A Bruxa de Blair” (1999) e
“Aterrorizados” (2006). Dois turistas recém casados, a americana Melissa (Amy
Smart) e o chinês Yul (Tim Chiou), estão passeando pela China e são deixados
misteriosamente por seu guia, num vilarejo afastado no meio do mato. A partir
daí, tem início uma interminável noite de horror para eles, lutando
freneticamente por suas vidas contra o ataque de sombrias criaturas
fantasmagóricas. O filme proporciona alguma diversão rápida, com bons momentos
de perseguições noturnas tensas e um clima de mistério envolvendo uma antiga
lenda chinesa, mas sem fugir muito dos clichês e situações previsíveis de
costume. (RR – 29/03/14)
* Mercenários, Os (2010) – Filme de ação dirigido por
Sylvester Stallone, que teve a ideia de reunir os mais destacados atores dentro
desse popular sub-gênero do cinema de entretenimento, como Jason Statham, Jet
Li, Dolph Lundgren, Bruce Willis, Arnold Schwarzenegger (numa divertida ponta
não creditada), além de Eric Robers, Mickey Rourke e outros. Foi criada uma
franquia e nos filmes seguintes foram convidados Chuck Norris, Jean-Claude Van
Damme, Mel Gibson, Harrison Ford, Antonio Banderas e Wesley Snipes, num time de
super astros das pancadarias e tiroteios. Com esse grupo dá para imaginar as
imensas perseguições e correrias desenfreadas com muita ação, barulho e
explosões. Nesse filme de origem da série, um grupo de mercenários liderado por
Barney Ross (Stallone), é contratado para intervir nas ações de um ditador numa
ilha fictícia da América Central, tomada por tirania e controlada também por um
empresário inescrupuloso americano (Erik Roberts), renegado ex-agente da CIA
que tem interesses econômicos com a produção de cocaína na região. Diversão
totalmente sem compromisso, numa história de puro clichê com todos os elementos
que são esperados num filme de ação, além dos tradicionais diálogos recheados
de piadas no meio das confusões. É só desligar o cérebro e entrar no clima da
barulheira. Em 2012 tivemos a parte 2, dirigida por Simon West e com Chuck
Norris (em poucos momentos, mas impagáveis, numa grande homenagem de Stallone
para esse veterano ator já aposentado das telas) ajudando o líder Barney em situações
bem oportunas. Além do belga Jean-Claude Van Damme, que interpreta o líder dos
vilões. E em 2014 veio a parte 3, com direção de Patrick Hughes e as novas
presenças divertidas de Harrison Ford, como um velho agente do governo e ainda
bem ativo em combate, além de Antonio Banderas e Wesley Snipes, que passam a
integrar a equipe de mercenários de Barney, e Mel Gibson como o vilão a ser combatido.
(RR – 07/04/14 e 23/02/15)
* Morte Negra (2010) – Lançado no mercado
brasileiro de DVD, é um filme interessante ambientado na Inglaterra medieval do
século XIV, durante a epidemia de peste bubônica que devastava parte
significativa da humanidade. Um grupo de guerreiros cristãos, liderado por
Ulrich (Sean Bean, o Boromir de “O Senhor dos Anéis”), tinha a missão religiosa
de encontrar um pequeno vilarejo, onde rumores indicavam que a “morte negra”
ainda não havia chegado e que os aldeões eram liderados por um necromante, que
negava Deus e tinha o suposto poder de reviver os mortos. Para guiá-los em seu
destino, foi recrutado um jovem monge, Osmund (Eddie Redmayne), que queria sair
do mosteiro para tentar encontrar a namorada que fugia para algum lugar mais
seguro e distante da doença que criava pilhas de cadáveres. O ser humano, em
toda a sua história, sempre procurou motivos para a guerra, que nesse caso
foram questões religiosas, com conflitos entre os cristãos fanáticos, confusos
com a doença que os dizimava cruelmente, e os pagãos, que negavam os símbolos
do cristianismo e tentavam viver livres de qualquer tipo de opressão. Todos
utilizando a violência selvagem para defender suas crenças. E, como sempre,
todos perdem, tendo apenas a morte como vitoriosa, soberana e imponente. (RR – 29/03/14)
* Noé (2014) – Estreou nos cinemas em
03/04/14, com opção de exibição em 3D, com direção de Darren Aronofsky (de
“Cisne Negro”) e estrelado por um elenco experiente liderado por Russell Crowe,
de inúmeros outros filmes memoráveis como “Gladiador” (2000), e que está muito
bem no papel principal ao lado de Jennifer Connelly e do veterano Anthony
Hopkins. A história é baseada no largamente explorado tema bíblico sobre a
“Arca de Noé”, uma embarcação gigante de madeira construída por Noé (Crowe),
cuja missão seria carregar animais e sua família, salvando-os de um dilúvio
colossal causado pela ira do Criador, aniquilando a vida no planeta. A
humanidade decadente, mergulhada em violência e maldade, seria destruída para
um novo recomeço. Deixando de lado as questões religiosas e analisando
exclusivamente pelo lado do cinema de entretenimento, podemos dizer que as
quase duas horas e meia de filme podem até divertir, principalmente pelos
grandiosos efeitos especiais. Mas, houve uma excessiva liberdade de criação
artística tipicamente “hollywoodiana”, que soou meio estranho e deslocado, com
o acréscimo de alguns significativos elementos de fantasia, como as criaturas
gigantes formadas por pedras e conhecidas como “guardiões”. Foi a forma
encontrada pelos roteiristas para explicar como foi construído o imenso barco e
como Noé e sua família foram protegidos da fúria das outras pessoas curiosas
com sua misteriosa tarefa e ávidos por também se salvarem no início da tragédia
com a inundação global. (RR – 06/04/14)
* Silent Hill: Revelação (2012) – Inspirado num videogame, sequência de “Terror
em Silent Hill ”
(2006), e lançado em 3D nos cinemas brasileiros em 11/10/13 com roteiro e
direção de Michael J. Bassett. A jovem Heather Mason (Adelaide Clemens) sofre
constantemente com pesadelos sombrios ambientados numa cidade amaldiçoada.
Depois que seu pai Harry (Sean Bean) desaparece misteriosamente, ela mergulha
numa realidade alternativa para tentar encontrá-lo, enfrentando criaturas
grotescas e um grupo secreto de pessoas que estão em seu encalço. Independente
de análises sobre a fidelidade com a fonte inspiradora (um videogame) ou
comparações com o filme original, e focando “Silent Hill: Revelação” apenas
como mais um filme de horror, o resultado final é mediano e sem maiores
interesses. Graças à história exagerada em fantasia e por vezes confusa, que
dispersa a atenção. Apesar da presença de bons atores em partricipações rápidas
como o veterano Malcolm McDowell e os experientes Sean Bean e Carrie-Anne Moss,
o filme não consegue destaque e se mistura com uma infinidade de produções
similares fadadas ao limbo. (RR –
31/03/14)