O Vampiro (The Vampire Bat, EUA, 1933, PB)

 


Filmes antigos com atmosfera de horror gótico são sempre muito bem vindos. “O Vampiro” (The Vampire Bat) é uma produção americana de baixo orçamento da “Majestic Pictures” lançada em 1933, com fotografia em preto e branco, metragem curta com apenas 63 minutos, direção de Frank R. Strayer e elenco renomado com Lionel Atwill (um tradicional vilão do Horror), a belíssima Fay Wray (de “King Kong”, lançado no mesmo ano), Melvyn Douglas e Dwight Frye (presente em muitos filmes importantes como os clássicos “Drácula” e “Frankenstein”, ambos de 1931).

O filme está disponível no “Youtube” numa cópia de ótima qualidade com a opção de legendas em português, e também foi lançado no Brasil em DVD em 2007 pela “Works” (Dark Side) com o título “O Morcego Vampiro”, no mesmo disco com “Mortos Que Andam”, também conhecido como “Vingança do Túmulo” (Dead Men Walk, 1943).

 

A história é ambientada num vilarejo alemão atormentado com a ocorrência de várias mortes misteriosas com as vítimas sem sangue e com marcas de dentes afiados no pescoço. A suspeita dos aldeões supersticiosos é que os assassinatos seriam causados por um vampiro, conforme alega também o prefeito Gustave Schoen (Lionel Belmore).

Mas, o cético investigador da polícia local, Karl Brettschneider (Melvyn Douglas), não concorda com especulações sobrenaturais, mesmo não encontrando outra explicação para as mortes, e ainda precisa administrar a fúria dos aldeões contra Herman Gleib (Dwight Frye), um homem com problemas mentais que gosta de morcegos como animais de estimação e é acusado de vampirismo pelos vigilantes, liderados pelo guarda noturno Kringen (George E. Stone).

Então, ele solicita ajuda na investigação para o médico Dr. Otto von Niemann (Lionel Atwill), que também é um cientista que trabalha com seus assistentes, Ruth Bertin (Fay Wray), par romântico do policial, e o sinistro Emil Borst (Robert Frazer). O que ninguém imagina é que o “cientista louco” está envolvido com experiências obscuras para a criação de vida artificial com uma massa bizarra de tecido vivo, aumentando o mistério com a falta de sangue nas vítimas.

 

Sendo uma produção com poucos recursos e ainda assim conseguindo escalar um elenco expressivo, para minimizar os custos foram utilizados os mesmos cenários de outros filmes similares que estavam sendo feitos no memo período, principalmente o icônico laboratório repleto de aparelhos elétricos bizarros e líquidos borbulhantes.

Para contribuir com a atmosfera sombria de horror gótico, temos aqueles elementos indispensáveis, entre outros, como um vilarejo assustado com as supostas ações de uma criatura predadora que se alimenta de sangue, e os aldeões furiosos tentando fazer justiça com as próprias mãos, cegos pelo medo e escolhendo culpados, com perseguições noturnas carregando tochas de fogo (realçadas com coloração para destacar na fotografia original em preto e branco).

Porém, apesar do interessante clima macabro, “O Vampiro” tem também seus defeitos que inevitavelmente atrapalham a experiência do entretenimento, com alguns momentos de ritmo arrastado, ideias pouco desenvolvidas como o controle mental do cientista sobre seu assistente Emil, e principalmente as várias cenas desnecessárias de alívio cômico que não funcionam, através da participação da personagem irritante tia Gussie Schnappmann (Maude Eburne).


(RR - 28/07/24)