O filme mexicano “A Múmia
Azteca” (The Aztec Mummy, 1957), de Rafael Portillo, serviu de base fornecendo
muitas cenas para a produção do americano “Attack of the Mayan Mummy” (1964),
de Jerry Warren. Com fotografia em preto e branco, esse filme de baixo
orçamento está disponível no “Youtube” com legendas em português. Curto, com
apenas 71 minutos, é um exemplo de história com ritmo arrastado que nos convidam
ao sono, num grande desafio para manter a atenção, com o esforço só valendo
mesmo a pena e talvez um pouco recompensado pelas cenas de ataques da múmia
vingativa deformada, que infelizmente não passam de apenas alguns minutos.
O cientista Dr. Frederick
Munson (G. J. Mitchell) revela em detalhes para o editor de um jornal (Bruno
VeSota) uma história extravagante envolvendo sua irmã Ann Taylor (Rosita
Arenas), que participava de uma experiência com sessões de hipnose, que revelaram
uma vida passada como uma princesa maia. Uma vez tendo agora acesso a
informações privilegiadas de outra experiência de vida, ela faz parte de uma
expedição científica liderada pelo naturalista Dr. Edmund Redding (Ramón Gay),
para explorar o interior de uma famosa pirâmide em Yucatán, México, encontrando
uma múmia que servia de guardião e que desperta para atacar violentamente o
grupo invasor. O monstro de 2000 anos é capturado e mantido preso numa Fundação
de Pesquisas Científicas, mas consegue escapar do cativeiro para espalhar o
horror por onde passava.
“Attack of the Mayan Mummy”
tem um título sonoro e belos cartazes ilustrativos de divulgação,
características típicas das produções bagaceiras de horror e ficção científica
do passado. Mas, nesse caso a propaganda é enganosa, com uma história
entediante, perdendo muito tempo precioso com cenas cansativas de danças dos
anos 1960 e longos rituais antigos de civilizações pré-colombianas. E o que
realmente interessa, os ataques da múmia maia do título, aparecem somente
depois de 50 minutos de projeção e em cenas rápidas. Mas, felizmente para os
apreciadores dessas tranqueiras antigas, temos aqui o famoso clichê sempre
esperado, o monstro caminhando carregando nos braços a mocinha desacordada,
nesse caso Ann Taylor, a reencarnação da princesa maia.
Muitos filmes apresentam
excesso de enrolação com cenas arrastadas de diálogos cansativos para cumprir a
metragem necessária, deixando pouco tempo para os monstros. Nessas horas sempre
fico pensando na overdose de diversão escapista com uma compilação apenas com
cenas dos ataques dos monstros desses filmes de orçamentos paupérrimos, um
desfile somente com os momentos dos vampiros, lobisomens, múmias, zumbis,
demônios, bruxas, alienígenas hostis e todo tipo de monstros disformes manchando
as telas com o sangue de suas vítimas.
Curiosamente, a filmografia do diretor Jerry Warren
(1925 / 1988) tem várias outras produções do cinema fantástico bagaceiro como
“Man Beast” (1956), “Teenage Zombies” (1959), “The Incredible Petrified World”
(1959), “Face of the Screaming Werewolf” (1964), “Curse of the Stone Hand”
(1965), “Creature of the Walking Dead” (1965), “House of the Black Death”
(1971) e “A Ilha de Frankenstein” (1981).
(RR
– 24/01/24)