“Vocês,
criaturas da noite, como podem se certificar que a profundidade insondável da
noite não esconde nada? Por que reduzir as legiões do mal a meros frutos da
imaginação, a pretexto de que a sua mente estreita negaria a sua existência?
Uma história sussurrada com angústia ao longo dos séculos, uma lenda aproxima
as bruxas, lobisomens, vampiros e os lacaios do diabo. Levada nas asas escuras
da noite, para a comunhão odiosa do sabbath das bruxas.”
“Vingança do Túmulo” (Dead Men Walk, EUA, 1943), tem direção de Sam Newfield, produção da PRC (Producers Releasing Corporation), fotografia em preto e branco e é estrelado pelo ator inglês George Zucco, nome associado ao cinema fantástico de baixo orçamento, principalmente da década de 1940. Está disponível no “Youtube” com a opção de legendas em português, e também foi lançado no Brasil em DVD em 2007 pela “Works” (Dark Side) com o título “Mortos Que Andam”, junto com outro filme do mesmo período, “O Morcego Vampiro” (The Vampire Bat, 1933).
Ambientado numa pequena
cidade, George Zucco é o físico Dr. Lloyd Clayton, que tem um irmão gêmeo
chamado Elwyn envolvido com ocultismo, feitiçaria e vampirismo. Depois de morto
e enterrado, ele é ajudado pelo servo Zolarr (Dwight Frye), que resgata seu
caixão para retornar ao mundo dos vivos e colocar em prática um plano de
vingança contra o irmão e também assediando a sobrinha Gayle (Mary Carlisle),
que fica doente. Para tentar salvá-la, o Dr. Clayton recebe o auxílio do noivo
dela, o Dr. David Bentley (Nedrick Young), e precisa convencer o xerife Losen
(Hal Price) e um grupo de aldeões furiosos que o responsável por mortes
misteriosas na região é seu irmão gêmeo vampiro.
Filmado em apenas seis dias,
o roteiro de Fred Myton é bem simples e previsível, numa história curta de 64
minutos, narrativa lenta, atmosfera sombria sutil e com os clichês
característicos do gênero. É apenas mais um filme menor perdido entre vários
outros similares do mesmo período, com o diferencial da presença de George
Zucco (1886 / 1960), ator reconhecido pelos papéis de vilão ou “cientista
louco” em diversos filmes de horror com pequenos orçamentos como “O Gato e o
Canário” (1939), “A Mão da Múmia” (1940), “A Bela e o Monstro” (1941), “O
Monstro Sinistro” (1942), “A Tumba da Múmia” (1942), “O Abutre Humano” (1943),
“O Corvo Negro” (1943), “Mistério da Magia Negra” (1944), “A Sombra da Múmia”
(1944), “A Volta do Homem Gorila” (1944), entre outros, ao lado em alguns
casos, de ícones como Bela Lugosi e John Carradine. Ele também esteve no elenco
de “A Mansão de Frankenstein” (1944), junto com Boris Karloff e Lon Chaney Jr.
Curiosamente foi um dos
últimos filmes do ator Dwight Frye (1899 / 1943), que interpreta o servo do
vampiro Elwyn, e que também teve papel similar nos clássicos de 1931 da
produtora “Universal”, “Frankenstein” e “Drácula”.
“Vampiros!
Criaturas do diabo, nem mortos nem vivos. De dia eles descansam nas suas
sepulturas, mas à noite caminham entre os vivos.”
(RR
– 28/12/23)