“Esta
é a Era do Foguete, o jato, energia atômica. Quando o Homem se prepara para
alcançar as estrelas. Mas, antes que Ele ouse lançar-se ao espaço, há uma ótima
pergunta a ser respondida: O que acontece com a vida no vazio sem ar acima da
atmosfera da Terra? A vida permanecerá intocada, ilesa por seu voo no espaço,
ou vai se transformar em quê? Havia apenas uma maneira de descobrir, e
estávamos trabalhando nisso.” – cientista Dr. Quent Brady
Com esse prólogo narrado tem
início “Monster From Green Hell”
(1957), título sonoro e sensacionalista para mais um filme com elementos de
Ficção Científica e Horror típico do divertido e extravagante cinema fantástico
de baixo orçamento dos anos 50 do século passado. Com a temática de “monstros
gigantes”, mais especificamente “big bug”, apresentando um inseto colossal, uma
vespa mutante contaminada por radiação cósmica, e também flertando de forma um
pouco mais sutil com o subgênero “cientista louco”, através de experiências
envolvendo animais lançados em foguetes ao espaço para testar a sobrevivência
num ambiente desconhecido, como informa a narração de abertura.
Dirigido por Kenneth G. Crane
e fotografia original em preto e branco, está disponível no “Youtube” com a
opção de legendas em português e também em versão colorizada por computador.
Os cientistas americanos Dr. Quent
Brady (Jim Davis) e Dan Morgan (Robert Griffin) estão trabalhando num projeto
para estudar os efeitos da radiação cósmica em animais enviados ao espaço, como
macacos, vespas, caranguejos e aranhas. O objetivo é tentar assegurar a
sobrevivência saudável de humanos astronautas num programa espacial pioneiro.
Depois que eles perdem o controle de um dos foguetes que caiu no continente
africano, e com a notícia de um inseto gigante instaurando pânico nos nativos
com mortes causadas por grandes doses de veneno nas vítimas, os cientistas
decidem realizar uma expedição para uma região inóspita conhecida como “Inferno
Verde” (do título original) para investigar.
Auxiliados pelo experiente
guia árabe Mahri (Eduardo Ciannelli), eles desejam chegar até o hospital
comunitário do Dr. Lorentz (Vladimir Sokoloff), que cuida dos nativos
supersticiosos. Ele trabalha com sua filha Lorna (Barbara Turner) e recebe o
apoio fiel de um líder local, Arobi (Joel Fluellen).
A expedição enfrenta muitas
dificuldades no caminho, com forte calor, excesso de chuvas e ataques de
nativos hostis, e após localizarem o acampamento do Dr. Lorentz, eles partem em
busca do monstro gigante, próximo de um vulcão ativo, culminando num confronto
decisivo.
Numa época com simulação de computadores
gigantescos, “Monster From Green Hell” é um daqueles filmes toscos e divertidos
justamente pela história exagerada abordando a paranoia nuclear que se
estabeleceu após o fim da Segunda Guerra Mundial e início da guerra fria entre
EUA e URSS. Um período de medo das consequências do uso de energia atômica e a
possibilidade de seus efeitos destrutivos sobre o planeta e a humanidade, na
pressão da corrida pela exploração espacial e da disputa armamentista das
grandes potências para a criação de bombas de destruição em massa.
O
filme é bem curto, com apenas 70 minutos, e boa parte dessa duração ainda é
preenchida por imagens de arquivo, com aproveitamento de cenas de outros filmes.
Com orçamento reduzido, os efeitos práticos são bem precários, mas divertidos,
com os ataques da vespa gigante, numa época sem as facilidades da computação
gráfica, e que infelizmente aparece pouco (fato comum nos filmes bagaceiros do
período), justamente pelas dificuldades técnicas. Para simular o inseto gigante
foram utilizadas maquetes toscas da vespa em tamanho descomunal, ou filmagens
em “stop motion” de miniaturas, como no caso de um confronto da vespa com uma
cobra.
(RR
– 14/11/23)