Night Fright (EUA, 1967)


 

Até para os apreciadores do cinema antigo bagaceiro de Horror e Ficção Científica existem filmes ruins difíceis de digerir. “Night Fright” (1967), de James A. Sullivan, é certamente um deles. Mesmo sendo curto com apenas 1h15min., a história é tão carregada de clichês e com um ritmo tão arrastado que deveria ser apenas um curta metragem com aproximadamente 25 minutos e já estaria dando o seu recado. Mas, com a decisão dos realizadores em estender a duração convidando o espectador ao sono por pelo menos dois terços do filme, deixando apenas para o final algumas cenas de perseguição com o monstro assassino, o destino inevitável é o limbo do esquecimento dos filmes ruins. 

 

Com fotografia em cores e disponível no “Youtube” com a opção de legendas em português, a sinopse básica utilizada para a divulgação do filme já apela para prováveis “spoilers” na tentativa de atrair algum interesse para os fãs de bagaceiras com monstros, ao revelar que numa experiência secreta do programa espacial do governo americano, um foguete com cobaias animais é lançado ao espaço para estudar os efeitos da radiação cósmica, e ao retornar para a Terra uma enorme criatura mutante parecida com um macaco distorcido, começa a aterrorizar uma pequena comunidade rural assassinando violentamente as pessoas que cruzarem o seu caminho.

O xerife local Clint Crawford (John Agar, cujo nome estampa os cartazes promocionais), lidera as investigações das mortes, auxiliado pelos ajudantes Ben Whitfield (Bill Thurman) e Pat Lance (Bill Holly), além de sua noiva, a enfermeira Joan Scott (Carol Gilley) e o jornalista Wes Blau (Gary McLain). O policial também pede ajuda ao amigo Prof. Alan Clayton (Roger Ready) para descobrir alguma informação científica sobre a fera que ataca na floresta. E tenta em vão impedir um grupo de jovens rebeldes apenas interessados em diversão com músicas, danças, festas e futilidades, de fazer parte do cardápio do monstro. Entre eles, o casal de namorados Chris Jordan (Ralph Baker Jr.) e Judy (Dorothy Davis), irmã de Joan e futura cunhada do xerife.    

 

Durante a maior parte de “Night Fright” não acontece nada de relevante, com o roteiro apenas mostrando os jovens se divertindo, mais algumas poucas mortes fora da tela em cenas escuras demais e propositais para ajudar a esconder a criatura mutante, e a investigação sempre trivial do xerife. Apenas no terço final com a exposição mais clara do monstro e alguma movimentação com ataques e perseguições, o espectador emerge de uma sessão de relaxamento induzido e acorda para o que realmente interessa nesses filmes bagaceiros de orçamentos minúsculos, através do confronto final entre o monstro assassino e seus algozes.  

Curiosamente, o título do filme é parecido e pode se confundir com o clássico de vampirismo dos anos 80 “A Hora do Espanto” (1985), de Tom Holland e com Roddy McDowall, cujo nome original é “Fright Night”.

O ator John Agar (1921 / 2002) é o principal nome do elenco, com um currículo repleto de bagaceiras divertidas como “Tarântula!” (1955), “O Templo do Pavor” (1956), “O Cérebro do Planeta Arous” (1957), “Invasores Invisíveis” (1959), “Monstro do Planeta Perdido” (1962) e “O Monstro de Vênus” (1967), entre outros.

  

(RR – 24/10/23)