Filmes abordados:
Besta do Milhão de Olhos, A (The Best With a Million Eyes, EUA, 1955, PB)
Dia dos Independentes / Ultimato, O
(Independents´ Day, EUA, 2016)
El Grito de la Muerte (The Living Coffin, México, 1959)
Monstro de Pedras Brancas, O (The Monster of Piedras Blancas, EUA, 1959, PB)
The Hollow (EUA, 2015)
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Besta do Milhão de Olhos, A (1955)
O “Rei dos Filmes B” Roger Corman, cultuado produtor e
diretor americano do cinema bagaceiro de horror e ficção científica, começou
sua carreira no início dos anos 1950,
a década de ouro das tranqueiras divertidas do gênero
fantástico com histórias absurdas e efeitos toscos (monstros de borracha e
naves espaciais hilárias). Um de seus primeiros filmes como produtor (nesse
caso, executivo) e direção (porém, ambos não creditados), recebeu o nome por
aqui de “A Besta do Milhão de Olhos” (1955), com fotografia em preto e branco e
metragem curta com apenas 78 minutos. Trazendo um título sonoro, cartazes e
taglines promocionais exagerados e uma introdução sensacionalista narrada por
um líder alienígena tirano e conquistador (voz de Bruce Whitmore), cujo
propósito evidente era chamar a atenção dos espectadores.
“Eu preciso
da Terra. De milhões de anos-luz eu me aproximo de seu planeta. Logo, minha
espaçonave aterrissará na Terra. Eu preciso de seu mundo. Eu me alimento do
medo, vivo do ódio humano. Eu, uma mente poderosa sem carne e sangue, quero seu
mundo. Primeiro, o impensável, os pássaros do ar, os animais da floresta, então
o mais fraco dos homens estará sob meu comando. Eles serão meus ouvidos, meus
olhos, até que seu mundo me pertença. E porque posso ver seus atos mais
íntimos, vocês me conhecerão como A Besta do Milhão de Olhos.”
Allan Kelley (Paul Birch, de “Rebelião dos Planetas”,
1958, entre outras tranqueiras) é um ex-combatente que participou da Segunda
Guerra Mundial e agora tenta administrar uma fazenda decadente localizada no
meio de um deserto impiedoso da Califórnia, nos Estados Unidos. Sua esposa
Carol (Lorna Thayer) está infeliz com a rotina local e eles têm uma filha
adolescente, Sandy (Dona Cole), que é namorada do assistente de xerife Larry
Brewster (Dick Sargent, um rosto conhecido pela popular série de TV “A
Feiticeira”). Tem também um sinistro ajudante de serviços gerais que é mudo e
deficiente mental, que apenas é chamado de “ele” (Leonard Tarver). Os negócios
do rancho não vão muito bem, e as coisas pioram depois que um objeto voador não
identificado (que eles acham inicialmente ser um avião a jato) atravessa o céu
muito baixo e com um zumbido tão agudo que quebrou janelas e copos de vidro.
A partir daí, os pássaros da floresta, as pacíficas
galinhas, a vaca leiteira do vizinho Ben Webber (o comediante veterano Chester
Conklin) e o cachorro dócil da família (Duke), começam a ter comportamentos
bizarros e agressivos, com suas mentes controladas para atacar as pessoas.
Preocupado com a segurança da família, o fazendeiro decide investigar a relação
dos acontecimentos estranhos com um objeto voador metálico pousado numa cratera
no deserto, descobrindo uma terrível e mortal ameaça de outro mundo.
“A Besta do Milhão de Olhos” foi dirigido por David
Kramarsky (seu único trabalho nesse ofício e que também participou da produção
do filme) a partir do roteiro de Tom Filer. Tem uma produção paupérrima e
história ingênua típica do cinema fantástico bagaceiro de baixo orçamento de
meados do século passado. O filme é repleto de erros de continuidade e com uma
narrativa lenta, sendo interessante mesmo o desfecho, apesar de previsível. No
confronto de Allan Kelley, que lidera as ações, contra o monstro espacial
invasor, uma criatura extremamente tosca com olhos esbugalhados (criada pelo
especialista Paul Blaisdell), dentro de uma nave esquisita, que mais parece um
artefato militar de espionagem como uma sonda ou satélite. De resto, a história
é cansativa e exagerada nos clichês, furos de roteiro e previsibilidade. Mas, é
um dos primeiros trabalhos com a participação de Roger Corman (na direção de
algumas cenas e produção executiva, ambos não creditados). Ele que é um dos
nomes mais importantes e significativos do cinema fantástico, principalmente de
orçamentos reduzidos, de todos os tempos, com mais de 400 filmes no currículo,
e isso já é motivo suficiente para conhecer mais essa bagaceira.
Curiosamente, o filme foi distribuído pela ARC
(American Releasing Corporation), da conhecida dupla Samuel Z. Arkoff e James
H. Nicholson, que depois virou a cultuada AIP (American International
Pictures), responsável pela distribuição de uma infinidade de pérolas do cinema
fantástico com produções modestas.
(RR –
25/09/16)
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* Dia
dos Independentes (2016)
A produtora “The Asylum” costuma lançar cópias
porcarias de filmes feitos com orçamentos milionários nos cinemas, sendo o
destino o mercado de televisão e vídeo. São os chamados “mockbusters”, filmes
apenas oportunistas e muito ruins, principalmente os elencos e roteiros.
Em resposta a “Independence Day – O Ressurgimento”,
continuação do filme de 1996 sobre invasão alienígena, a produtora lançou “Dia dos Independentes” (que também
recebeu o nome por aqui de “O Ultimato” quando exibido pelo canal de TV a cabo
“SyFy”). A direção inexpressiva é de Laura Beth Love, mais conhecida pela fotografia
de uma infinidade de tranqueiras modernas como as partes 3 e 4 da franquia
“Sharknado”, onde tubarões se locomovem através de tornados e atacam as grandes
cidades americanas.
A história é tão ruim que nem merece uma sinopse
detalhada, e sim apenas uma abordagem bem superficial. O filme já começa com
imensas naves espaciais surgindo em vários locais do mundo. Não sabendo se as
intenções dos visitantes são pacíficas ou não, o exército americano tenta uma
comunicação através de uma equipe liderada pela vice-presidente Raney (Fay
Gauthier). Ela é auxiliada pelo General Roundtree (Sal Landi, creditado como
Salvatore Garriola), o Capitão Goddard (Johnny Rey Diaz, creditado como
Jonathan Ortiz), o Senador Randall Rayne (Jon Edwin Wright, creditado como Jon
Wright), que é o marido da presidente, e pelo agente Taylor (Jude Lanston).
Eles tentam negociar com os alienígenas invasores, que
querem a evacuação do planeta oferecendo de forma suspeita naves de transporte
para a retirada da humanidade. Porém, uma milícia armada chamada “Terra
Primeiro” oferece uma resistência gerando um confronto sangrento com os
invasores do espaço.
Pela falta de criatividade onde o que interessa é
copiar, temos aqui a já conhecida cena da Casa Branca sendo destruída pelos
alienígenas, matando o presidente americano, obrigando a vice a assumir o
cargo. E temos também aquelas frases banais e ridículas que só depreciam ainda
mais o filme, como “é hora de explodir mais alguns ET´s, a gente vai resistir
até a morte” e “esses desgraçados de alienígenas mexeram com o planeta errado”.
Nada mais patético do que evidenciar o heroísmo americano como salvador da
Terra e a única esperança da humanidade.
O elenco é desconhecido e é difícil imaginar como os
atores encontram algum tipo de motivação para participar da realização de algo
tão inexpressivo. O filho da presidente, Bobby (Mathew Poalillo), é um
personagem extremamente irritante e chorão, e o ator medíocre ainda consegue
tornar as coisas ainda piores. Sabemos que os efeitos de CGI são necessários em
filmes de invasão alienígena, com naves rasgando o céu e tiroteios para todos
os lados, e então podemos até tolerar essa questão em “Dia dos Independentes”,
mas o grande problema mesmo é a história reciclada e totalmente previsível, que
não desperta interesse.
Os filmes bagaceiros dos anos 50 do século passado,
com suas histórias absurdas e muitas delas ingênuas, são eternamente mais
divertidos justamente pelas características toscas de um cinema produzido
dezenas de anos atrás. Mas, esses filmes do início do novo século produzidos
pela “The Asylum” são difíceis de digerir até mesmo para os apreciadores do
cinema fantástico bagaceiro, principalmente pelos roteiros de péssima
qualidade. Se essas porcarias um dia se tornarão cultuadas só o tempo dirá, mas
o que é certo é que o espectador precisa ter muita tolerância para conseguir
assistir um filme desses até o fim, sabendo antecipadamente que será um
desperdício de tempo.
Imediatamente após seu lançamento, o filme já faz
parte do limbo dos esquecidos e dispensáveis, e está no cemitério das
tranqueiras que não agregam nada ao gênero. Passe longe ou tente assistir
apenas para conhecer as bagaceiras da produtora “The Asylum”.
(RR –
19/09/16)
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El Grito de la Muerte
(1959)
A lenda da “Maldição da Chorona”, sobre uma mulher
fantasma que assombra com seus gritos desesperados de angústia por causa da
morte de seus dois filhos soterrados na areia movediça de um pântano, é a ideia
básica do filme “El Grito de la Muerte ” (1959),
produção colorida mexicana com direção de Fernando Méndez (1908 / 1966), que
tem no currículo outras tranqueiras do período como “O Morcego” (1957), “Ladrón
de Cadáveres” (1957), “O Ataúde do Vampiro” (1958) e “Misterios de Ultratumba”
(1959).
Essa mesma famosa lenda mexicana também foi explorada
no posterior “A Maldição da Chorona” (La Maldición de la Llorona / The Curse of the
Crying Woman, 1963), produção em preto e branco escrita e dirigida por Rafael
Baledón, sendo um excelente filme de horror gótico, com todas as
características desse fascinante estilo e rivalizando com os melhores exemplos
da cultuada produtora inglesa “Hammer”.
O cowboy detetive Gastón (Gastón Santos), acompanhado
de seu parceiro “Coiote Louco” (Pedro de Aguillón), investiga o rancho da jovem
e bela Maria Elena Garcia (Maria Duval) e sua severa tia Dona Maria (Hortensia
Santoveña). Elas tentam administrar o local em decadência, com a morte trágica
de Clotilde (Carolina Barret), após seus filhos morrerem no pântano que cerca a
fazenda. As coisas complicam com a ocorrência de mortes misteriosas creditadas
pelos supersticiosos como relacionadas à maldição de uma mulher chorona que
abandonou a tumba em busca de vingança.
Em “El Grito de la Muerte ” (“The Living Coffin” nos Estados Unidos),
temos uma mistura de gêneros com elementos de western, horror gótico e comédia
pastelão, cujo resultado final não funcionou. A presença de um cowboy herói,
perseguições a cavalo, tiroteios e brigas de bar nos remetem para um filme
comum de western, sem apresentar nenhum diferencial e se perdendo na infinidade
de produções similares. Os elementos de comédia, mesmo que em pequena
quantidade em cenas num estilo pastelão, não combinam em nenhum momento com o
argumento central de horror com as várias mortes misteriosas e a especulação da
maldição da chorona. Essas cenas fora de contexto ficaram a cargo do personagem
“Coiote Louco”, que está sempre desesperado para encontrar um local para dormir,
e seus momentos hilários são acompanhados por sons cômicos. Além de enfatizar o
cavalo do mocinho herói com habilidades improváveis como atirar com um
revólver, salvar seu dono de uma areia movediça e descobrir uma passagem
secreta no casarão com grande importância para a solução do mistério que
assombra o local.
Dessa salada de estilos, o que realmente se destaca e
salva o filme do limbo são os elementos de horror gótico, com as mortes violentas
causadas supostamente por uma mulher atormentada que retornou do mundo dos
mortos em busca de vingança e alívio para seu eterno desespero pela morte
trágica dos filhos. O vilarejo decrépito e deserto, os gritos sombrios pela
casa, a atmosfera sinistra de ambientes escuros, corredores mal iluminados e
criptas geladas, a especulação de lendas e maldições familiares, e o clima
desconfortável de mistério e assassinatos, garantem bons momentos de diversão
para os apreciadores do estilo.
Apesar disso, infelizmente, “El Grito de la Muerte ” perdeu uma grande
oportunidade de se destacar no cinema de horror que explora fantasmas
assassinos vingativos, por causa da história com mistura de gêneros,
principalmente o humor deslocado, além de reviravoltas na trama também mal
sucedidas. O filme é curto com apenas 71 minutos de duração, e vale conhecer
por curiosidade devido ao tema da lenda da “maldição da chorona”, e pelos bons
momentos de horror gótico.
(RR –
12/10/16)
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* Monstro
de Pedras Brancas, O (1959)
Sturges (John Harmon) é um homem viúvo que administra
o funcionamento de um farol instalado numa construção à beira do mar, com o
objetivo de alertar as diversas embarcações durante a noite sobre o perigo de
acidentes contra os rochedos, responsáveis por muitos naufrágios. Ele tem uma
jovem e bela filha, Lucille (Jeanne Carmen), que trabalha de garçonete num
restaurante da pequena vila próxima, e é a namorada do jovem bioquímico Fred
(Don Sullivan, das bagaceiras “O Gigante Monstro Gila” e “Teenage Zombies”).
Quando assassinatos misteriosos e violentos começam a ocorrer na região, com
vítimas degoladas e sem sangue, os moradores do vilarejo, especialmente o dono
de um açougue, Kochek (Frank Arvidson), ficam assustados e creditam a
responsabilidade das mortes para um lendário monstro que habita as cavernas nos
penhascos logo abaixo do farol. Como Sturges parece esconder um terrível
segredo, ele não é bem visto pelos habitantes, enfrentando problemas de
relacionamento.
Mais mortes estranhas acontecem e o xerife George
Matson (Forrest Lewis) está liderando as investigações, sempre fumando seu
charuto e bastante intrigado pelas cabeças cortadas com precisão e a ausência
de sangue nos cadáveres. Ele é auxiliado pelas perícias e análises do médico
Dr. Sam Jorgenson (o inglês Les Tremayne, visto em outras bagaceiras divertidas
do período como “Rastros do Espaço” e “Viagem ao Planeta Proibido”, além do
clássico “A Guerra dos Mundos”). Devido ao crescente perigo ameaçando os
moradores da pequena vila, e para interromper os assassinatos violentos, eles
organizam um grupo para caçar o monstro.
Dirigido por Irvin Berwick, com fotografia em preto e
branco e curto (apenas 71 minutos), “O
Monstro de Pedras Brancas” é mais um daqueles típicos filmes bagaceiros
indispensáveis dos saudosos anos 50 do século passado, com seu roteiro simples
e cheio de clichês, onde basicamente uma pequena cidade próxima do mar é
atacada por um monstro carnívoro. E para os apreciadores dessas tranqueiras, a
diversão está garantida justamente por esse tipo de história e pelos efeitos
toscos de maquiagem com mortes violentas para a época, com um ator alto
vestindo uma fantasia de borracha para interpretar o monstro assassino. Nesse
caso, o trabalho é do ator Pete Dunn, que interpreta também outro personagem no
filme, Eddie, um ajudante do açougue. Aliás, a concepção do monstro foi
inspirada na criatura do clássico “O Monstro da Lagoa Negra” (Creature From the
Black Lagoon, 1954), onde percebemos muitas similaridades. Isso pode ser
explicado pelo fato do técnico em efeitos de maquiagem Jack Kevan, ter
trabalhado na equipe que criou o famoso monstro que vivia nas águas escuras de
uma região remota na Amazônia, e ele é o produtor de “O Monstro de Pedras
Brancas”. Por curiosidade o nome do filme refere-se às rochas abaixo do farol,
que pareciam brancas pela grande quantidade de gaivotas desorientadas que se
lançavam para a morte à noite contra as pedras.
O monstro é uma mutação da família dos
diplovertebrons, uma raça pré-histórica anfíbia extinta, e de tão tosco
consegue despertar aquele bem vindo sentimento de nostalgia dos incontáveis
filmes de baixo orçamento que eram produzidos com histórias parecidas, e que
divertiam pelas características bagaceiras. E não falta a tradicional cena onde
o monstro caminha carregando em seus braços a mocinha indefesa e desacordada.
Numa época que não existia computação gráfica, os
efeitos eram toscos pela falta de recursos técnicos e indisponibilidade de
investimentos para resultados com mais qualidade, mas ainda assim eram
infinitamente mais divertidos. Até mesmo pela ingenuidade das histórias
absurdas, quando em comparação com o cinema fantástico bagaceiro do início do
século 21 com efeitos em CGI que não despertam o mesmo interesse pelo excesso
de artificialidade, e que facilitam o trabalho preguiçoso dos realizadores em
tentar contar uma história melhor.
Em 2005 foi lançado “The Naked Monster”, que é uma
homenagem aos filmes “B” da década de 1950, com a participação de muitos atores
veteranos, os quais tornaram possíveis e imortalizadas aquelas tranqueiras
divertidas do passado. Com uma ideia de comédia de ficção científica e horror,
o filme homenageia “O Monstro de Pedras Brancas” numa cena passada num farol,
com os atores originais John Harmon e Jeanne Carmen. Curiosamente, um dos
diretores dessa paródia é Wayne Berwick (filho de Irvin Berwick), que também
esteve no filme de 1959, num papel menor interpretando o garoto Jimmy, que era
manco de uma perna e corria aos gritos avisando para todos que o monstro tinha
assassinado outra vítima.
Também por curiosidade, vale citar que antigamente eu
visitava os sebos do centro de São Paulo à procura de raridades sobre cinema
fantástico, e comprei um poster gigante (70 x 90 cm ) nacional e da época de lançamento do filme, com
uma arte desenhada destacando o rosto do monstro. “O Terror Invade a Praia...
Surge das Profundezas... O Monstro de Pedras Brancas”.
(RR –
07/09/16)
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* The
Hollow (2015)
É uma pena que existam tantos filmes que desqualificam
o tão fascinante cinema de horror, com roteiros exageradamente ruins, desfile
de clichês, previsibilidade e um monstro criado por CGI tão patético que
inevitavelmente arremessa o resultado final no limbo das produções que merecem
ser esquecidas. É o caso da tranqueira “The
Hollow” (2015), com direção do canadense Sheldon Wilson e história dele em
parceria com Rick Suvalle. A dupla já havia trabalhado junto em outra porcaria
similar, o anterior “Espantalho Assassino” (Scarecrow, 2013).
Três irmãs adolescentes, Sarah (Stephanie Hunt),
Marley (Sarah Dugdale) e a caçula Emma (Alisha Newton) vão visitar sua tia Cora
(Deborah Kara Unger) numa pequena cidade que fica numa ilha, na época do
Halloween. Elas enfrentaram uma tragédia familiar com a morte dos pais num
acidente de carro. Porém, ao chegarem ao
local, se deparam com um cenário deserto de mortes e mistérios envolvendo uma
lenda de uma criatura sobrenatural da floresta, formada por fogo, ossos e
terra, que está em busca de sangue e vingança.
“The Hollow” pode ser resumido rapidamente como uma
história banal com ideia central já vista incontáveis vezes, sem absolutamente
nada que já não tenha sido explorado à exaustão anteriormente, com os mesmo
velhos e muitas vezes entediantes clichês do gênero. As três irmãs ficam o
tempo todo correndo de um lado a outro, em encontros e desencontros,
perseguições, tiroteios, gritarias e confrontos com um monstro de computação
gráfica que não desperta qualquer interesse. Elas eventualmente encontram
outros personagens tão patéticos quanto elas, que surgem apenas para serem
vítimas da criatura. É o típico filme que nasceu para ser esquecido, premiando
com isso a falta de criatividade e preguiça dos realizadores em tentar fazer
algo melhor
(RR – 14/10/16)