Comentários curtos de cinema Parte 7 – (29/06 a 28/07/13)

Filmes abordados:

Banho de Sangue (Reazione a Catena, Itália, 1971)
Cavaleiro Solitário, O (The Lone Ranger, EUA, 2013)
Guerra Mundial Z (World War Z, EUA, 2013)
Homem de Aço, O (Man of Steel, EUA / Canadá / Inglaterra, 2013)
Queen of Blood (EUA, 1966)
The Lost Skeleton of Cadavra (EUA, 2001)
Todo Mundo em Pânico 5 (Scary Movie 5, EUA, 2013)
Um Balde de Sangue (A Bucket of Blood, EUA, 1959)
Wolverine: Imortal (The Wolverine, EUA, 2013)




* Banho de Sangue (Reazione a Catena, 1971) – Também conhecido como “A Bay of Blood” (título americano) e “A Mansão da Morte” (outro nome alternativo no Brasil). Filme italiano do cultuado diretor Mario Bava (1914 / 1980), de “A Maldição do Demônio” / “A Máscara de Satã” (1960). Uma baía rodeada por uma floresta e belas casas, é alvo de disputa por várias pessoas interessadas em sua riqueza imobiliária, depois que a proprietária, uma velha senhora numa cadeira de rodas, é brutalmente assassinada por enforcamento. Na ambição de tomar posse do local, muitas mortes violentas acontecem com todos os envolvidos tornando-se suspeitos. Considerado como um dos precursores do sub-gênero “slasher”, estilo bastante explorado depois, principalmente nos Estados Unidos com “Halloween”, “Sexta-Feira 13” e tantos outros, esse filme italiano filmado com baixo orçamento apresenta muitas mortes gráficas sangrentas e de formas variadas, algo ousado na época, com um roteiro cheio de reviravoltas e suspeitos dos crimes para todos os lados. (RR – 08/07/13)

* Cavaleiro Solitário, O (The Lone Ranger, 2013) – Western com elementos de humor que estreou nos cinemas em 12/07/13. Um índio comanche renegado, Tonto (Johnny Depp), se une a um advogado que quer que a justiça no selvagem oeste americano seja feita sem o uso de violência, John Reid (Armie Hammer). Juntos, eles tentam combater um criminoso assassino, Butch Cavendish (William Fichtner) e um empresário sem escrúpulos, Cole (Tom Wilkinson), que está construindo uma estrada de ferro e está disposto a eliminar qualquer obstáculo que atrapalhe seus planos de fazer dos trens um negócio bem sucedido para o futuro. Com direção de Gore Verbinski e produção milionária de Jerry Bruckheimer, o filme tem quase 150 minutos de pura aventura e ação em exageradas cenas mirabolantes de situações improváveis, que somente a magia do cinema e a imaginação sem limites dos roteiristas pode proporcionar. Johnny Depp é um ator muito carismático e está ótimo, como de costume, dessa vez no papel de um índio com a cara pintada. Diversão garantida.  (RR – 20/07/13)

* Guerra Mundial Z (World War Z, 2013) – Blockbuster de ação com elementos de Horror, entrando nos cinemas em 28/06/13 com opção de exibição em 3D, e trazendo o famoso ator Brad Pitt na liderança do elenco. Um vírus espalha rapidamente uma contaminação no planeta, transformando os infectados em zumbis extremamente ágeis e agressivos, destruindo cidades inteiras e ameaçando a continuidade da humanidade. Um ex-agente da ONU, Gerry Lane (Brad Pitt), experiente na atuação em áreas de conflito ao redor do mundo, tenta salvar sua família em meio ao caos, mantendo-na em algum local seguro. Ele é novamente convocado para encontrar uma solução para a epidemia, viajando por diversos países à procura de informações que possam interromper ou combater a praga. Os elementos de Horror são os zumbis, que infelizmente são apenas coadjuvantes numa história de ação repleta de correrias e todos os clichês característicos. Quase não há sangue e a violência é moderada, com as cenas mais fortes ocorrendo “off screen”, num filme com apelo popular para atingir um público maior e obter melhor retorno de bilheteria. Brad Pitt está pouco inspirado e apesar das quase duas horas serem bem agitadas e até garantirem uma diversão passageira, “Guerra Mundial Z” como filme de horror e de zumbis, é apenas mediano e rapidamente esquecível. E o desfecho, diferente do habitual clima depressivo das histórias similares, proporciona um gancho para uma sequência que já foi anunciada pelos produtores. (RR – 29/06/13)

* Homem de Aço, O (Man of Steel, 2013) – Mais um filme situado no universo ficcional de “Superman”, estreando nos cinemas em 12/07/13 com opção de exibição em 3D, e dirigido por Zack Snyder. O planeta Krypton está enfrentando um colapso natural por causa da exploração desenfreada de seus recursos, e antes da destruição total, um bebê é enviado numa nave para o espaço para fugir da catástrofe, indo parar na Terra. Adotado pelo casal Jonathan Kent (Kevin Costner) e sua esposa Martha (Diane Lane), o garoto recebeu o nome Clark e passou sua infância e adolescência tentando entender e administrar seus poderes de força descomunal devido sua origem alienígena em contato com as condições naturais de nosso planeta. Já adulto (Henry Cavill), ele procura descobrir suas origens, conhece uma repórter investigativa, Lois Lane (Amy Adams), por quem se apaixona, e tem que enfrentar sobreviventes remanescentes rebeldes de Krypton, liderados pelo General Zod (Michael Shannon), que querem exterminar a humanidade. “O Homem de Aço” é uma Ficção Científica com exagerados elementos de ação, numa overdose de explosões, destruições em massa, tiroteios e brigas acrobáticas, tudo devidamente amparado pela tecnologia da computação gráfica. O visual de Krypton é bem interessante, assim como as naves alienígenas e as cenas de perseguições aéreas. O roteiro, a despeito das inevitáveis situações previsíveis como a relação entre Clark Kent e Lois Lane, tem bons momentos dramáticos, principalmente nas cenas com o pai adotivo do herói. Exemplar típico do cinema pipoca que diverte em suas quase duas horas e meia de duração, apesar dos exageros e clichês. (RR – 13/07/13)

* Queen of Blood (1966) – Ficção científica bagaceira dos anos 60 do século passado, com direção e roteiro de Curtis Harrington, o mesmo de outras tranqueiras como “O Planeta Pré-histórico” (Voyage to the Prehistoric Planet, 1965). O elenco tem nomes conhecidos como o veterano Basil Rathbone e os sempre presentes John Saxon e Dennis Hopper. A produção é de Roger Corman e Samuel Z. Arkoff, e foi distribuído pela “AIP” (American-International Pictures). A história é ambientada em 1990 (no futuro da época de produção), e a humanidade trabalha unida numa agência espacial international. Eles recebem uma transmissão de rádio com uma raça alienígena se comunicando informando a intenção em visitar nosso planeta. Porém, a nave deles sofre um acidente e cai no caminho em Marte, forçando o envio de uma equipe de resgate da Terra. Sob o comando do cientista Dr. Farraday (Basil Rathbone), coordenando os trabalhos na base, uma nave terráquea é enviada levando os astronautas Anders Brockman (Robert Boon), Paul Grant (Dennis Hopper) e Laura James (Judi Meredith). Após não encontrarem sobreviventes na nave alienígena, outro foguete pousa num satélite de Marte, com os astronautas Allan Brenner (John Saxon) e Tony Barrata (Don Eitner), e lá eles localizam uma pequena nave auxiliar alienígena com misteriosa mulher de pele verde (Florence Marly), que é resgatada. Os astronautas humanos então se encontram e rumam de volta para casa, porém a hóspede de outro planeta revela um desejo mortal pelo sangue dos humanos (daí um dos títulos originais do filme). Produção de baixíssimo orçamento com todos os clichês típicos dos filmes bagaceiros (e por isso mesmo divertidos) de FC com elementos de Horror das décadas de 1950 e 60. Os efeitos especiais das naves viajando pelo espaço foram retirados de filmes russos do mesmo período. Curiosamente, temos a presença numa ponta do colecionador e editor Forrest J. Ackerman, responsável pela revista “Famous Monsters of Filmland”, como o ajudante do Dr. Farraday. Já o renomado ator Basil Rathbone teve uma participação especial tanto neste como no anterior “O Planeta Pré-histórico”, emprestando seu prestígio para a produção. No Brasil, segundo o livro “Ficção Científica” (1986), de Gilberto Schoereder, o filme recebeu o nome de “Planeta Sangrento”. (RR – 23/07/13)

* The Lost Skeleton of Cadavra (2001) – Com fotografia intencionalmente em preto e branco para homenagear e parodiar os divertidos filmes bagaceiros de Ficção Científica e Horror da década de 1950, com histórias absurdas e efeitos toscos, “The Lost Skeleton of Cadavra” é dirigido e escrito por Larry Blamire (que também participa como ator). No roteiro, temos três subtramas em paralelo que se cruzam pelo mesmo objetivo, que é utilizar o forte poder de um elemento radioativo que veio do espaço num meteoro. Um cientista, Dr. Paul Armstrong (Blamire) e sua esposa Betty (Fay Masterson), procuram numa floresta o local da queda desse meteoro, objeto de estudo do concentrado cientista para o bem da humanidade. Outro “cientista louco”, Dr. Roger Fleming (Brian Howe), está procurando uma caverna onde estaria escondido um “esqueleto perdido” (do sonoro título original) com poderes sobrenaturais. Ele utiliza esses poderes para criar uma mulher, Animala (Jennifer Blaire), que traz características de animais da floresta como esquilos e raposas. E uma nave espacial parecida com um foguete, tripulada pelo casal de alienígenas humanóides Kro-Bar (Andrew Parks) e sua esposa Lattis (Susan McConnell), teve que fazer uma aterrissagerm forçada na Terra e precisa do mesmo elemento radioativo para voltar para casa. Tudo foi filmado de forma proposital e exagerada para lembrar aquelas preciosas tranqueiras dos anos 50 do século passado, com diálogos ridículos e efeitos fuleiros, não faltando o monstro mutante do espaço numa fantasia de borracha, e a nave espacial de fundo de quintal, sem contar o tal esqueleto, que é hilário de tão bagaceiro. Teve uma sequência em 2009, “The Lost Skeleton Returns Again”, também com direção e roteiro de Larry Blamire, e parte do mesmo elenco. (RR – 02/07/13)

* Todo Mundo em Pânico 5 (Scary Movie 5, 2013) – A franquia “Todo Mundo em Pânico”, criada para parodiar principalmente os filmes de horror, foi iniciada em 2000 e teve sequências em 2001, 2003 e 2006, todas lançadas nos cinemas daqui. Depois de sete anos, os produtores decidiram retormar a série e veio então a parte 5, que entrou em cartaz em 28/06/13. Dessa vez o alvo escolhido inclui filmes como “Planeta dos Macacos: A Origem”, a franquia “Atividade Paranormal”, “Mama”, “A Morte do Demônio”, “Cisne Negro” e outros. A história é extremamente banal, não tem a menor importância e não faz sentido, pois a proposta mesmo é intencionalmente, através de puro besteirol, tirar um sarro de outros filmes. Só que, se em alguns dos filmes anteriores e em alguns poucos momentos, até existiram cenas de razoável diversão, nesse episódio 5 a coisa não funciona em nenhum momento, mesmo com um esforço imenso em tentar rir de alguma situação. Ou seja, a franquia deveria acabar definitivamente, pois esse filme 5 é tão patético que nem deveria ter sido produzido. Totalmente dispensável, não vale nem ver em DVD alternativo. (RR – 01/07/13)

* Um Balde de Sangue (A Bucket of Blood, 1959) – Produzido e dirigido pelo “Rei dos Filmes B” Roger Corman em 1959, e com roteiro de Charles B. Griffith (de “A Besta da Caverna Assombrada”), “Um Balde Sangue” é uma comédia de humor negro com elementos sutis de horror e violência sugerida. Foi filmado em preto e branco em apenas 5 dias, utilizando os mesmos cenários de “A Pequena Loja dos Horrores” (1960), outra parceria de humor negro entre Corman e o mesmo roteirista Griffith. Na história, Walter Paisley (Dick Miller), é um garçon que trabalha num bar noturno, que sempre é ignorado pelos clientes e colegas de trabalho, e tem um sonho de ser um artista reconhecido. Depois que acidentalmente ele mata o gato de uma vizinha curiosa, e para esconder o delito ele cobre o cadáver do animal com argila, transformando-o numa escultura, todos ao seu redor passam a admirá-lo como um artista notável. Mas, para manter a fama, ele se vê obrigado a continuar a “fabricar” estátuas, tornando-se com isso um assassino. Filme bem curto, com pouco mais de uma hora de duração, numa produção de baixíssimo orçamento, característica de Corman. Diversão rápida indicada para os apreciadores de filmes “B”, com um desfecho trágico. Teve uma refilmagem em 1995, numa produção especialmente para a televisão.  (RR – 27/07/13)

* Wolverine: Imortal (The Wolverine, EUA, 2013) – Filme situado dentro do universo ficcional de “X-Men”, que já conta com vários filmes, e que entrou em cartaz nos cinemas em 26/07/13. O mutante Logan (Hugh Jackman), o “Wolverine” de “X-Men”, está vivendo como um andarilho quando é convidado a ir até o Japão para receber o agradecimento de um homem idoso doente terminal, Yashida (Hal Yamanouchi), que havia sido salvo por ele na Segunda Guerra Mundial, e que tornou-se um bem sucedido empresário de uma corporação de empresas de tecnologia. Lá, Logan conhece a neta do velho, Mariko (Tao Okamoto), que deverá herdar o império e está sendo perseguida por mafiosos. Ele então passa a protegê-la, com a ajuda da jovem Yukio (Rila Fukushima), envolvendo-se numa complicada conspiração e enfrentando pela primeira vez dificuldades físicas após ter sido infectado por uma mutante, Viper (a russa Svetlana Khodchenkova). Diversão para quem aprecia overdose de ação, pancadarias, lutas e perseguições em várias cenas extravagantes (especialmente uma num trem bala em movimento), e com um desfecho exagerado. Atenção para uma cena interessante após os créditos finais. (RR – 28/07/13)